31 julho 2010

O Estado leva-nos tudo!

Já plantei árvores, tenho filhos e escrevi livros. Posso, pois, segundo um ditado popular, partir desta vida e passar a outra “dimensão”. Mas lamento já cá andar há 56 anos e não ver melhorar um rol de coisas extenso, que não pára de aumentar. E da melhoria das pequenas coisas se poderia partir para outras mais importantes. Foi desse modo que Nova Iorque se tornou, possivelmente, mais segura, hoje em dia, que Lisboa…

Livros escrevi cinco, mas só deste último consegui auferir, até hoje, alguns direitos de autor. O mundo editorial não foge à pandemia geral (essa sim, real), de desonestidade em que vivemos. Já fui vítima de algumas coisas que se tornaram corriqueiras: deslizamento temporal das promessas de pagamento; falências, quiçá fraudulentas; desaparecimento do mercado por fraude; e até um “não tenho dinheiro para lhe pagar, pois ninguém me paga, olhe só lhe posso pagar em livros…”.
Quando finalmente recebo uns assinaláveis 10% (!) pelo preço de venda de cada exemplar, sou informado que tenho que pagar 7,5% de IRS sobre o total recebido, para os cofres da Fazenda Pública.
Usando de um pouco da ousadia que me pregaram nos bancos da escola militar, que frequentei, resolvi interrogar-me: porquê?
Ou seja com que direito e por que bulas, as finanças – que na Idade Média só cobravam impostos depois de aprovados em Cortes onde estavam representados o Clero, a Nobreza e o Povo – se arroga o direito de me espoliar de 7,5% do meu trabalho a que pomposamente apelidam de “propriedade intelectual”?.
Vejamos, eu não sou profissional desse território; escrevi o livro nos meus tempos livres, não tendo para isso usufruído de nenhum “serviço” do Estado; usei papel, canetas, computador, net, consultei bibliotecas, comprei outros livros e mais um conjunto de consumíveis sobre os quais esse mesmo Estado já me cobrou impostos – para além de estar a contribuir para o PIB – dou trabalho à editora, à distribuidora e ajudo no negócio dos livreiros, ou seja estou a contribuir para o emprego de muita gente. Finalmente, dou o meu contributo para a cultura nacional – notem que até escrevo com pontuação e tudo! – e que fez o Estado? Pois o Estado vai-me esbulhar de 7,5% de uma pequena mais-valia que obtive exclusivamente com a iniciativa e trabalho próprio. O Estado não me taxa, agride-me e tira-me, por completo, a vontade de com ele colaborar.
O Estado está assim a incorrer na falta em garantir a Justiça e o Bem-Estar dos cidadãos que é suposto servir, que, juntamente com a Segurança, são os três únicos desígnios para os quais existe e foi inventado.
Poder-se-á argumentar que este imposto contribui para o Bem Geral, mas essa tirada só faz ouvir o gargalhar mais longe e mais audível.
Nem os outros cidadãos têm o direito de usufruir de nada para o que não concorreram, nem eu me sinto no dever de tal partilhar, a não ser por deliberação própria.
Um Estado que esmifra quem trabalha, protege quem especula e subsidia quem não quer fazer nada (ou está preso!) além de privilegiar as cunhas de parentesco, “grupo” ou partidárias, é um Estado de um país sem futuro, à beira dos maiores precipícios.
Não se acerta uma.

João José Brandão Ferreira
TCor/Pilav(Ref)

Fonte: Arautos d'El-Rei

de República em República

Incapaz de controlar a sua guerra intestina, a República Portuguesa (3ª Série) acabou por enveredar pelo inconcebível: festejar os seus cem anos, como sempre em profundo desentendimento consigo mesmo. A velha cicatriz, permanentemente a reabrir, da sua 2ª longuissima série. Até que as mais autorizadas e isentas vozes vieram dizer isso mesmo: a comemorada era apenas a 1ª Série. Os tais 16 anos de Ética e Democracia.

Nasceu mentirosa, a República Portuguesa, e mentirosa há-de morrer.

De João Paulo Freire (in O Livro de João Franco sobre oEl-Rei D. Carlos): «Os senhores desculpem mas eu sou um ignorantão chapado nestas coisas de política... Nunca percebi porque diabo a ditadura dum homem é um crime, e a ditadura dum partido o não é!

Em ditadura, e ditadura do pior, governou o sr. Afonso Costa. em ditadura temos nós vivido permanentemente, constantemente, sob o regime democrático. Ditadura fez o sr. Norton de Matos. Ditadura fez o sr. Coronel António Maria Baptista, cuja honorabilidade era tão grande como a sua igómínia de homem público. Ditadura e da mais vergonhosa e da mais afrontosa fez o sr. Liberato Pinto, antes de ser governo com o papão da Guarda Nacional Republicana, e quando governo com o papão da sua energia. Ditadura fez ainda o sr. Álvaro de Castro. De maneira que a gente é forçada a chegar a esta conclusão mirabolante: ditadura é todo aquele governo que não seja apoiado pelo partido democrático...
».

Os nomes acima pertencem todos à 1ª Série da República Portuguesa. Dez milhões de euros não deverão chegar à 3ª Série para os fazer esquecer.

João Afonso Machado

Fonte: Centenário da República

Salazar 40 anos, visto pelo monárquico Fernando Pessoa


ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR

António de Oliveira Salazar
Três nomes em sequência regular…
António é António.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.

…………………………………………

Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
Água dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu…

………………………………………………

Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho…
Bebe a verdade
E a liberdade.
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.

Coitadinho
Do tiraninho!
O meu vizinho
Está na Guiné
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé.
Mas ninguém sabe porquê.

Mas afinal é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé.
Que o coitadinho
Do tiraninho
Não bebe vinho,
Nem até
Café.

Fonte: Causa Monárquica

Pensem Nisto (III)

Um dos argumentos a favor da monarquia ainda é o factor económico. Surpreendentemente (para mais nos dias que correm) há que rebata essa ideia com frases do género ‘É só esse o vosso argumento?’. Será que para essas pessoas o factor económico (volto a repetir – para mais nos dias que correm) é algo de pouca importância? Curiosa ordem de pensamentos.

Hoje o País arde. Tudo se repete mais uma vez. Tantas localidades que se vêem cercadas pelo fogo. Tantas pessoas que perderam os seus bens. Tanto património natural destruído. Tanto desespero de tanta gente. Onde estão os meios aéreos (que nunca se admite serem escassos) essenciais para os locais de difícil ou impossível acesso com os meios terrestres? Onde estão as barragens ou reservatórios de água para que os meios de combate aos incêndios se possam abastecer sem demorar eternidades pois na luta contra as chamas cada minuto conta?

Pergunta-se: Onde está o investimento no património natural nacional, na sua defesa e manutenção? Afinal de contas é tudo uma questão de prioridades!



Fonte: Portugal Futuro

29 julho 2010

Entrevista a SAR Dom Duarte a 11 de Fevereiro de 1982


«É indispensável que nas Regiões Rurais haja um apoio arquitectónico a quem quiser construir. Este problema nota-se mesmo em Santar, uma das, mais belas vilas históricas do norte de Portugal, onde vivo desde 1977, porque um amigo me deixou em herança uma quinta».

Dom Duarte é um homem simples, apegado à Natureza e a uma vida tranquila, sem espalhafato.

As portas da bela casa da Rua do Campo, em Sintra, abriram-se-nos afavelmente. Numa enorme sala em que ardia o fogo acolhedor de uma lareira. Dom Duarte, Duque de Bragança, o sucessor dos Reis de Portugal, recebeu-nos com toda a cordialidade. A sua presença é extremamente agradável. E alto, aloirado, risonho, e fala com enorme facilidade. Sente-se nele, um defensor da liberdade. Por ela, com efeito, tem lutado, em todas as situações da sua vida. É formado em Agronomia, foi oficial piloto-aviador em Angola, e lá, tentou formar uma lista de candidatos independentes à Assembleia Nacional, tendo por essa razão sido expulso desse território, pela PIDE-DGS. Para iniciar a entrevista que nos concedeu, perguntámos a Sua Alteza qual a sensação que lhe produz a difícil transição que o nosso pais atravessa.

Estou convencido que todo o Ocidente está em face de uma mudança que pode ser brutal ou muito suave. Pode acontecer que haja uma guerra nos próximos anos e, neste caso, a Europa não tem condições de defesa. Se isso viesse a acontecer, Portugal ficaria bastante isolado, teria que suprir-se a si próprio, e passaria-mos obviamente muito mal. Deveria, preparar-se o país para ele poder sobreviver isoladamente. Isto è certamente mais importante do que a entrada para o Mercado Comum ou outras organizações internacionais, que tem as suas vantagens mas não é tão vital como a sobrevivência física de todos nós. Ninguém ignora que o que tem vindo a equilibrar a nossa balança económica tem sido os emigrantes e os turistas. Se, de repente, ficarmos isolados, não somos capazes de nos manter. Ora, se temos de contar com as Forças Armadas, para a defesa do território. por outro lado, temos de contar com a Agricultura. Mas, os agricultores continuam a ser uma classe extremamente desfavorecida, e o que vale à economia política portuguesa é que o pequeno proprietário agrícola não faz contas.

— Sabemos que Vossa Alteza é Presidente da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Nelas. Quer falar-nos da importância dessas caixas?

Ironicamente e um pouco demagogicamente diria que os bancos são organizações que tomam emprestado o dinheiro dos pobres para emprestar aos ricos, e pagam barato pelo dinheiro que recebem e fazem-se pagar caro pelo dinheiro que emprestam, e as pessoas sentem que já é tempo de não deixarem os seus créditos por mãos alheias. Criaram-se em tempos as Caixas de Crédito Agrícola que se têm desenvolvido muito. Temos em Portugal cerca de duzentas com dezenas de milhares de sócios.

— Vossa Alteza mencionou dois pontos de que gostaríamos que nos falasse: a guerra e o turismo. Que opinião tem sobre a guerra nuclear?

Acho que não tem importância porque ninguém está interessado nela. Só se houver um louco que resolva deitar uma bomba por razões de desespero. — Quanto ao turismo... — Houve um político qualquer que disse que o turismo é a prostituição de um povo, o que evidentemente é um exagero. Mas tem incovenientes. Um deles é estar-se dependente de uma clientela muito flutuante, o outro é construirem-se hotéis feíssimos e estragarem-se paisagens sob pretexto de turismo. Pergunto: o que iremos oferecer ao turismo se a nossa paisagem rural e litoral ficar completamente desfigurada? Isto acontece por culpa de certas administrações, que não são capazes de controlar o estilo das construções. Às vezes por incompetência ou por fraqueza, ou por ausência de normas claras, deixam fazer tudo. E nas aldeias os emigrantes são explorados por muitos construtores que os levam a gastar fortunas para construir casas péssimas e ridículas. Quem viajar pelo Minho ou a Beira Alta quase não encontra uma aldeia que não esteja desfigurada por casas que parecem mostruários de azulejos, autênticas casas de banho viradas do avesso...

— Quer falar-nos agora da juventude portuguesa. Senhor Dom Duarte?

A juventude tem sempre tendência para estar insatisfeita com o que se está a passar, o que ê saudável. " Procura tornar-se. independente da geração dos pais. Essa fase manifesta-se de todas as maneiras: comportamentos anti-sociais, um certo vandalismo... Por outro lado, quando os jovens são orientados no sentido de manifestarem a sua vontade de acção em campos mais positivos — e quero mencionar, por exemplo, o serviço cívico — tornam-se mais responsáveis.
Lamentavelmente, os programas escolares contribuem muito para manter os jovens à parte da vida real. O programa escolar devia ter uma visão mais global e mais prática e isto não acontece só na primária, mas também no Liceu e até na Universidade.

— Fale-nos agora da mulher, Senhor Dom Duarte.

Parece-me que as mulheres do campo têm uma vantagem sobre as das cidades. O seu nível de cultura é muito mais próximo do marido. Ela com participa mais na vida dele. Nas cidades, as mulheres têm uma certa tendência a considerarem-se intelectualmente menores. Deixam-se ficar com uma cultura extremamente superficial: lêem fotonovelas, vêem telenovelas. mas não é culpa sua que a televisão escolha programas especialmente maus para as horas de grande audição. Isso é culpa dos dirigentes da Televisão. Independentemente desta pequena crítica, há que fazer justiça à mulher que, nas épocas de crise, dá exemplos de coragem e de coerência muito superiores ao homem, que se deixa mais facilmente assaltar por uma certa histeria colectiva que se apodera de um país. Além disto, é à mulher que se deve a educação básica do homem. São as mães que dão ao futuro cidadão o seu equilíbrio e o seu sentido cívico. Esse papel é importantíssimo para o equilíbrio social de um país.

— Para terminar, quererá Vossa Alteza dar-nos uma visão do que gostaria que fosse o mundo?

Sinto-me um pouco tentado a citar o que o Papa João Paulo II disse no Natal: «Quando se afasta Deus da nossa vida particular, o mundo invivivel». Quem falar em casos de fanatismo, entendo que os lugares onde ainda se pode viver são aqueles em que Deus tem o seu lugar.

Era tempo de deixarmos a casa de Sintra, onde a hospitalidade de Sua Alteza Real o Duque de Bragança, nos proporcionara.Na viagem de regresso, recordámos uma bela frase da sua mensagem e sentimo-nos mais confiantes no futuro.

«O nosso povo pode vencer todas as crises se souber encontrar o caminho que conduza à recriação de Portugal.»

FESTA DA ÁGUA DO TEJO - 25 DE SETEMBRO DE 2010 - VILA NOVA DA BARQUINHA

A "FESTA DA ÁGUA DO TEJO" irá realizar-se dia 25 de Setembro de 2010, em Vila Nova da Barquinha, por iniciativa do proTEJO - Movimento Pelo Tejo, da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e da Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo, contando com o apoio da EcoCartaxo e da United Photo Press.



A FESTA integrará jornadas científicas, concurso de fotografia, ateliê de pintura à beira rio, poesia à beira rio e espectáculo musical, enaltecendo a água do rio Tejo.
Os ateliês de pintura à beira do rio Tejo decorrerão no Parque Ribeirinho nos fins-de-semana de 11/12 e 18/19 de Setembro.

Um grande "tripeiro" - monárquico

PAULO VALLADA. Presidente da Câmara portuense, um homem de todos respeitado. Monárquico convicto, sempre na primeira linha do nosso combate de ideias. Agora e sempre connosco. O Monarquia do Norte entrevistou-o em Setembro de 1999. Recordamos essa conversa:

P. Que faz mais sentido: Rei de Portugal ou dos portugueses?

R. Rei dos Portugueses. O Estado precede a Nação. Num aglomerado de famílias, uma comunidade escolhe um, de entre eles, que se impõe por mérito próprio e aclama-o - é o Príncipe. Foi assim com o Condado Portucalense.. Depois, é seguir a nossa história durante 800 anos.

P. Qual a diferença principal entre um rei e um presidente da república?

R. O Rei traz consigo o mito da perpetuação da Pátria, pela sensibilidade do afecto familiar, pelo desprendimento das várias correntes de opinião, livremente formadas nos partidos e movimentos democráticos, pela liturgia do Estado na representatividade da comunidade nacional. Tem uma função suprapartidária. É o primeiro defensor da constituição - a Lei Fundamental.. É a imagem viva do nosso passado comum - a memória de referência. É a imagem do nosso presente. É o juiz Provedor da Lei num processo de equidade. é a imagem do nosso futuro, como garante dos valores e dos princípios comuns a todos os portugueses.

P. Qual a função mais importante de um Rei?

R. Cumprir e fazer cumprir a Lei Fundamental - a Constituição. Num sentido ético-cultural a unidade fundamental, na sociedade, é o Casal, transmissor de vida. No imaginário da vida colectiva é a Casa Real. Dá a imagem de uma Pátria unida por afectos, interesses e poderes. A Pátria dos Portugueses existe em todo o mundo. O mito é a Casa Real. O Rei é a autoridade, a Rainha é a arte da tolerância, no afecto, e os Filhos a esperança de todos nós.

As palavras de Paulo Vallada são como ele próprio - sempre vivas, imemoriais.

João Afonso Machado

Fonte: Centenário da República

28 julho 2010

SAR em Vila Nova Barquinha IDP 2ª parte

SAR em Vila Nova da Barquinha IDP 1ª parte (19 Maio 2009)

RETRATO DE S.A.R., A SENHORA DONA ISABEL DE BRAGANÇA

Exposição de pintura integrada no projecto "À Memoria das Mulheres da Casa de Bragança” - Guimarães e inserido nas comemorações oficiais das Jornadas Europeias do Património, para as quais foi executado o retrato solene de S.A.R., Dona Isabel de Herédia de Bragança, Duquesa de Bragança, assim como, reinterpretações de Dona Catarina, Dona Maria II e Dona Amélia. Realizado pelo pintor Oscar Casares em 2001.

Fonte: Família Real Portuguesa

Análise política de um Monárquico: 100 anos depois


No blogue «Albergue Espanhol», Luis Naves tem publicado interessantes notícias de jornal, dos últimos meses de Monarquia.

Tenho-as comentado, sob o título: «Análise política de um Monárquico: 100 anos depois

Notícias de 2 de Julho. Normalidade. Sua Majestade o Rei D. Manuel II participa em banquete protocolar de homenagem ao Presidente da República da Argentina (obviamente eleito!), Saenz Peña, junto ao inenarrável e futuro (se já não o era em Julho 1910!) republicano, Teixeira de Sousa. A referência à Argentina como exemplo de República, não deixa de ter a sua graça. Se compararmos, 100 anos depois, a «brilhante» e «próspera» história da república argentina e de outros países da América Latina, com a que tiveram, no mesmo período de tempo, as «atrasadíssimas» nações europeias, que preferiram manter as suas velhas instituições de séculos – como a Dinamarca ou a Suécia, por exemplo -, percebemos, por fim, a «felicidade imensa», «exuberante» mesmo, que é poder escolher o Chefe de Estado. O que, como se sabe, nem sempre a nossa República permitiu, sequer.

Notícias de 3 de Julho. Normalidade. Os republicanos realizam um comício, que deve ter decorrido com a habitual liberdade democrática, que a Monarquia Constitucional a todos permitia, desde há muito. Se a fotografia que se vê é a do evento em causa, tenho as maiores reservas, que o comício tenha sido «gigantesco» como o jornal refere. Ou é de mim, ou ali não vejo «milhares de pessoas». Vejo, tão-só, umas 1000, no máximo. O habitual fraco resultado eleitoral do PRP., não pode espantar, seja quem for: ganhar eleições, nunca foi com os republicanos nacionais… Tem outra vez graça, 100 anos depois, recordar as palavras de Teófilo Braga, ao criticar a instabilidade política na Monarquia…! A I.ª República foi de uma «Estabilidade Alucinante»: 46 governos; 21 golpes de Estado; duas guerras (a mundial e a civil); 8 presidentes da república; bancarrota. Tudo isto, em apenas 16 anos de grande «Estabilidade…»

Notícias de 4 de Julho. Tragédias. Muitos crimes, de facto, ocorriam por esta altura. Suponho que os chefes do PRP. não tenham comprado o jornal neste dia. Se o tivessem feito, perceber-se-ia, de imediato, que a responsabilidade do sucedido, tinha sido, como não podia deixar de ser, da Família Real.

Notícias de 5 de Julho. Más condições de vida do proletariado. Já aqui antes referi a outro propósito, que o Rei D. Manuel II tentava chegar a acordo, com os sindicalistas de Azedo Gneco. Não o conseguiu fazer, infelizmente. Penso, desde sempre, que esteve neste fracasso, uma das causas principais, da queda do regime monárquico, em 5 de Outubro. A Monarquia precisava de criar, na órbita do poder, um verdadeiro «Partido Trabalhista», que substituísse um dos tradicionais e desgastados Partidos de governo e combatesse a demagogia republicana! As péssimas condições dos trabalhadores, apenas pioraram com a República.

Notícias de 6 de Julho. Crise na Agricultura. Fome e penúria no interior. Também não foi aqui, que a República resolveu alguma coisa. Pobres éramos em Monarquia; mais pobres ficámos com os republicanos no poder.

António Lemos Soares

Fonte: PeAn e os "Cágados de pernas 'pró' ar"

27 julho 2010

QUEM QUER SER ESPANHOL? (Novembro 2006)

Numa recente sondagem, 27% dos portugueses estariam aparentemente de acordo com uma absorção de Portugal por Espanha. Tal resultado, porventura ainda mal explicado, deixa contudo interrogações e preocupações.
O que terá levado os inquiridos a aceitar a absorção do nosso País pelo poderoso vizinho? Será uma procura de melhor qualidade de vida, indo ao ponto de abdicar de nacionalidade própria? Será que concluem não sermos capazes de nos governar, abrindo caminho para outros o fazerem, desde que para tal revelem mérito sem importar a nacionalidade? Será que questionam o actual regime, admitindo alternativas que incluem a aceitação de um Rei não Português?

Creio que haverá de tudo um pouco, até porque a insatisfação convida à procura de soluções, muitas vezes de forma incondicional.

Muitos portugueses sonham com uma Espanha tentadora na sua prosperidade, com um regime que tem no Rei o símbolo da sua unidade.
Ao mérito dos que tornaram possível o nível de desenvolvimento atingido junta-se a habilidade da Família Real em servir Espanha, aproximando-se de todos os espanhóis. A figura do Rei é
inquestionável, de rara capacidade na relação humana, e o carinho pela Família Real é claramente visível até em Portugal. Tudo isto, e as nossas muitas insatisfações, poderão tornar apetecível para alguns, esse caminho.

Mas sê-lo-á?

A experiência histórica, normalmente boa conselheira, já nos fez rejeitar tal solução, após anos iniciados na esperança e terminados na angústia. Os tempos são distintos, a Europa tende a unir-se na diversidade cultural, mas seremos mais felizes se entregarmos o comando ou a representação do que é nosso, a quem não se sente como nós? E, nesse caso, porque não contratar para ministros, alemães, japoneses ou irlandeses com provas dadas? Não será prudente escutar os bascos, catalães e os nossos irmãos galegos para conhecer o que pensam
da experiência secular de ter castelhanos a mandar nas suas terras? E que dizer de um estudo recente, na América do Sul onde se afirma que a cota de popularidade dos espanhóis é inversamente proporcional à importância dos seus investimentos nos respectivos países?

Admiro profundamente o espírito dos povos de Espanha e tenho grande amizade e admiração pela sua Família Real e, muito em particular, pelo seu Rei. Sempre defendi uma aproximação alargada e constante entre as nossas nações, desde que dela resultem vantagens mútuas.
Acredito na utilidade da intensificação da cooperação em diversos campos, económico, científico, militar, segurança. No que respeita ao ambiente é de importância vital para nós.
Isto nem sempre tem sido fácil, e por responsabilidades mútuas. Por exemplo, as águas do Guadiana que chegam à barragem do Alqueva no Verão vêm tão poluídas que a sua utilização para a irrigação levanta problemas complicados; as frotas pesqueiras dos nossos vizinhos
continuam a destruir as nossas reservas marinhas, de forma aparentemente silenciosa e impune; as resistências no mercado espanhol a produtos e serviços portugueses afastam-se da cooperação tão apregoada e tão pouco concretizada.
A nível político teórico parece correr tudo no melhor dos mundos, mas a outros níveis será que se caminha tão bem?

“Música no Coração”

Sem querer comparar situações, aconselho o “musical” que fui ver recentemente, encenado com muita graça e qualidade por Filipe La Féria.
É particularmente impressionante ver como muitos austríacos passaram a apoiar a absorção da sua pátria pelo poderoso país vizinho enquanto que outros se sacrificaram até ao limite pela sua independência.

A publicação da tal sondagem causou estranheza e espanto no país vizinho, onde os mais sensatos acham que seria preferível resolverem os problemas que já têm com os movimentos independentistas actuais...
Mas certos políticos e empresários de lá e de cá pensam que pode ter chegado a altura de realizar um projecto secular...

Não podemos esquecer que esse projecto de união ou federação ibérica já estava nos objectivos de alguns dos responsáveis pelo golpe militar de 5 de Outubro de 1910, que impuseram uma bandeira em que o vermelho representa Espanha e o verde Portugal. Por isso, é que a parte em vermelho é maior do que a verde (ou haverá mais “sangue” do que “esperança”?). No modelo original aparecia um losango verde dentro do rectângulo vermelho. Felizmente, o patriotismo de muitos republicanos conseguiu manter, senão as cores azul e branca como tinha sido decidido em 1910 pela comissão responsável pela nova bandeira, pelo menos o escudo nacional.

Recentemente, um grupo de profissionais de imagem lançou a ideia de que a Bandeira Nacional deveria ter as actuais armas sobre um fundo azul, simbolizando o mar das nossas praias e os oceanos das nossas Descobertas. Deste modo, a bandeira deixaria de transmitir a actual imagem um tanto folclórica de país do terceiro mundo e, simultaneamente, seria lançada a imagem de que Portugal não é “um país do Sul” para ser “o país do Ocidente da Europa”...

O sangue de todos os que combateram e morreram sob a bandeira verde e encarnada faz com que esta já mereça o nosso respeito, a par de todas as bandeiras que Portugal teve desde o começo da nacionalidade. Mas agora que, finalmente, nos seus provectos 96 anos a República Portuguesa já é finalmente uma democracia adulta, deveríamos poder discutir em liberdade que bandeira poderá melhor representar a nossa Pátria.

Quanto a mim, gostei desta proposta.

Dom Duarte de Bragança

Monárquicos colocam bandeiras nos castelos de Almourol e Abrantes

O grupo anuncia que vai fazer outras acções semelhantes até Outubro

No youtube surgiram dois filmes que mostram a acção de um grupo de monárquicos a hastear bandeiras da monarquia no castelo de Almourol, em Vila Nova da Barquinha, e no castelo de Abrantes.
O grupo identifica-se pela designação “Gualdim Pais” e promete realizar outras acções semelhantes até Outubro.

Fonte: Jornal O Templário

A longa celebração da desordem e da bancarrota

Historiadores de direita e esquerda (Manuel Braga da Cruz, Vasco Pulido Valente, Fernando Rosas, António Costa Pinto, Rui Ramos, entre muitos) descreveram já pormenorizadamente a realidade da I República: um estado lastimável e pernicioso de coisas, um regime não democrático onde em nenhuma eleição votaram mais de 10 000 pessoas, conhecido por torturar padres, enviar os seus caceteiros contra opositores ou meros discordantes, gastador e perdulário, que meteu o país numa Guerra Mundial, versado no assassínio de governantes e presidentes, sem crédito interno e internacional, golpista e desordeiro, e que conduziu o país à bancarrota.

Pinheiro Chagas chegou a advertir, olhando a I República à sua volta, que «isto vai parar direitinho às mãos dos militares.» Foi, seguindo-se uma ditadura. Fernando Rosas já identificou nesses negros dias a existência de uma «ânsia de normalidade entre a classe média», ou seja, a maioria dos Portugueses, por oposição aos golpes diários, à desordem generalizada e à falência. Uma ânsia que foi respondida: a oferta de Salazar de «viver habitualmente» teve geral acolhimento.

Acontece, no entanto, que um grupo de dinossauros maçónicos e socialistas resolveu celebrar este ano e prolongadamente o centenário da República (e distribuir entre si os cargos em comissões e eventos correlativos), de pés assentes naquilo que o mesmo Rosas chama uma «visão hagiográfica da História». Não celebram a República como mais que discutível progresso em relação à Monarquia. Não, o que eles celebram é mesmo a I República.

Eis, portanto, o que se passa, descarada, impenitente e reiteradamente, durante todo este ano, culminando a desvergonha em Outubro: um grupelho que se apropriou de vários milhões de euros dos nossos impostos celebra um regime torcionário e indigno que levou o país à bancarrota e foi causa próxima de uma ditadura. Certamente, vêem-se ao espelho.

Alguns frutos famosos da I República


José Mendonça da Cruz

Ser monárquico é um sentimento e um estilo de vida

José Cid, Pedro Graciosa e João Carvalho são defensores da causa monárquica

Os monárquicos com quem O MIRANTE falou não pertencem a reais associações e não votam no PPM porque entendem que a monarquia não tem nada a ver com partidos.


Chama-se Pedro Figueiredo mas é conhecido por Pedro “Graciosa”. Apelido que usa por ser filho do marquês de Graciosa. O cabo dos forcados de Santarém confessa que nunca impôs que o tratassem pelo título monárquico e, apesar de ser politicamente de direita, simpatizante do PSD, é um defensor dos ideais da monarquia. Não pertence a nenhuma associação monárquica, mas considera que se o país tivesse um rei “acabava-se com muita pouca-vergonha”. Ser monárquico é uma forma de estar na vida, é ter outra visão da sociedade e dos seus problemas, como confessam outros defensores da causa como José Cid e João Carvalho, com quem O MIRANTE falou.

Numa coisa estão todos de acordo. Nos países onde está instituída a monarquia há mais respeito pelas instituições. “O rei é uma figura respeitada, mais que um Presidente da República”, considera Pedro Graciosa. “O rei moraliza o sistema e o Presidente da República é mais um corta-fitas sem grandes poderes”, realça o cantor da Chamusca, José Cid. Enquanto para o actor João Carvalho que reside em Alverca, concelho de Vila Franca de Xira, o representante monárquico pode ser um factor de união da população e das instituições nacionais.

Ser monárquico não é ser marialva, defendem. Isso tem mais a ver com as características de cada um, o meio de onde vêm e a personalidade, do que propriamente com a ideologia. Na relação com a República um monárquico não sente grande influência por defender a existência de um rei no país. “A influência tem mais a ver com a minha forma de estar e de encarar as coisas”, sublinha João Carvalho. O actor, que também não pertence a nenhuma associação real, foi buscar a sua veia monárquica ao avô que era oficial da guarda do Rei D. Carlos. Depois da implantada a República meteu-se em intentonas pela restauração da monarquia e foi preso cerca de 30 vezes, conta João Carvalho.

Nenhum destes monárquicos é filiado no Partido Popular Monárquico nem vota no PPM, porque entendem que a causa monárquica é um sentimento que não tem nada a ver com partidos. E no entender de Pedro Graciosa quem tem um título monárquico deve utilizá-lo sem snobismo, “sem caganças”. Dá como o exemplo o pai, que é uma pessoa simples e que sentava com ele à mesa os empregados para tomarem as refeições. Um monárquico deve ser uma pessoa próxima do povo. É ele próprio quem faz questão de se catalogar: “Sou patriota, gosto de mulheres e de vinho, sou aficionado e não sou maricas. Sou contra o aborto e as drogas”.

José Cid, representante de dois títulos (o avô era barão do Cruzeiro e o tio-avô era visconde de Lagos), é monárquico assumido há dez anos, quando começou a perceber que uma monarquia é um sistema mais cultural. “Olhem para os países que são monarquias e vejam que são os mais civilizados”, sublinha o cantor. Uma ideia com a qual concordam Pedro Graciosa e João Carvalho. “Se Portugal tivesse um rei este não permitia que um ministro da Saúde fechasse urgências hospitalares”, conclui José Cid.

26 julho 2010

SAR D. Duarte Pio de Bragança no Centenário da Caixa de Crédito Agrícola Comum, a 18 de Julho de 2010, em Elvas

SAR no Centenário da Caixa Agrícola em Elvas

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Elvas, a mais antiga do País, comemorou hoje, dia 18 de Julho, o seu centenário com uma cerimónia comemorativa. Do programa constou uma missa na Igreja do Senhor Jesus da Piedade, uma visita ao Museu da Fotografia, uma sessão solene no Auditório São Mateus e um almoço de confraternização na Quinta da Araúja.

Do painel de oradores fizeram parte: João Costa Pinto, Paulo Macedo, D. Duarte de Bragança, Francisco Bagulho, Nuno Mocinha, Carlos Courelas e Fernando Lopes. A crise, a persistência do Crédito Agrícola durante o século e o papel desenvolvido junto dos agricultores foram alguns dos temas discutidos no Auditório São Mateus.



Painel de oradores da cerimónia comemorativa dos 100 anos do Crédito Agrícola em Elvas

SAR D. Duarte de Bragança no uso da palavra

Réplica do alvará do Rei D. Manuel II

Fonte: Linhas de Elvas

25 julho 2010

Carta a um jovem amigo sobre a liberdade e o Rei

Caro Amigo

Não nasci numa família tradicionalmente monárquica, não tive uma formação política monárquica, li na biblioteca da casa dos meus pais tanto as biografias dos Reis D.Carlos e D. Manuel II, de Rocha Martins, como a História da República, de Lopes de Oliveira, sabia que o meu pai era um republicano que fora monárquico na sua juventude e que a minha mãe era simpatizante monárquica, apesar do meu avô ter sido um republicano idealista que se desiludiu cedo com o regime. A verdadeira formação política que tive foi para a liberdade e foi usando dessa liberdade que me foi inculcada desde criança que, cinquenta anos após a implantação da república, me fiz monárquico e aderi à Causa Monárquica como afirmação dessa liberdade.

Fiz um percurso de militância, prossegui um percurso de reforço da formação política com os doutrinadores integralistas, mas fui sempre questionando as suas proposições quanto à liberdade: apesar de ter sido com eles que aprendi que Nos liberi sumus, Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt (Nós somos livres, nosso Rei é livre, nossas mãos nos libertaram).
O contacto com monárquicos que não se reviam na doutrina integralista, com a leitura de autores, portugueses e estrangeiros, que defendiam o liberalismo monárquico, a aprendizagem da História do século XIX, levou-me a outras conclusões e a outras escolhas. Mas sempre me marcou esse “grito de Almacave”: Nós somos livres e o nosso Rei é livre.

Olhando estes cem anos o que continuo a ver, a par de outros erros, é a falta de liberdade que tem perpassado pela sua história: a repressão contra os monárquicos e os católicos, a repressão da imprensa adversa do poder constituído em cada momento, o assassínio político, as revoluções como forma de alternância política na I República, a censura, a prisão, a tortura de oposicionistas ao regime na II República, as tentativas de controlar a imprensa e as vozes públicas discordantes e incomodativas para o Poder nesta III República onde, apesar disso, a liberdade existe e muitos dos excessos das anteriores foram banidos, vivendo-se numa Democracia, embora imperfeita e a necessitar de ser reformada em nome das liberdades dos cidadãos, asfixiados pela partidocracia e pela plutocracia. Comum a todas as as repúblicas, vejo também a falta de liberdade dos Presidentes, eleitos por sufrágio directo com o apoio de um ou mais partidos ou escolhidos pelos directórios partidários e eleitos por maioria por colégios eleitorais, mas todos reféns de uma ideologia e de formações políticas a que estão ligados, representantes de uma facção e não todos os cidadãos do país, parte da luta pelo Poder de uns contra os outros, presos a compromissos políticos e económicos assumidos no apoio às suas candidaturas.

Estou certo, caro amigo, que porque nasceste já num regime Democrático, nunca pensaste que no topo edifício político do Estado, que há trinta e cinco anos foi erguido sob a bandeira da liberdade, está alguém que o representa e chefia que não é livre. E o Chefe do Estado tem de ser livre, como gerador e garantia da nossa liberdade.

Por isso, e em nome dela, te convido a fazer a escolha da liberdade ao querer e lutar pelo regresso do Rei, livre de todas as pressões políticas e económicas, de todas as ideologias, acima das facções, comprometido apenas com nação que fomos, somos e seremos. Para que também tu possas dizer como eu, “Nós somos livres, o nosso Rei é livre, nossas mãos nos libertaram”.

Um abraço amigo

João Mattos e Silva
(Presidente da Real Associação de Lisboa)

Fonte: Real Associação de Lisboa

24 julho 2010

O lobo a tomar conta dos cordeirinhos

O Professor António Reis Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano e eminente socialista foi o escolhido para dar chancela “científica” à mini-série de ficção histórica da RTP a emitir em Outubro por ocasião do centenário da implantação da República. A afinal o centenário é um tacho e a república um banquete entre amigos. Uma bestialidade que mete nojo.

João Távora

Fonte: João Távora

Coisinhas do "Esquema"

Os esquemáticos continuam a fazer de conta, não perceberem a forma de funcionamento da Monarquia Constitucional. Coitadinhos, tão ingénuos... Como se os chapéus de D. Maria Pia fossem pagos pelo Estado?! Continuam a fingir nada saber acerca da manutenção durante mais de setenta anos, da verba estipulada para o Palácio Real. É claro que não lhes convém dizer pevide, acerca da manutenção dos serviços de representação do Estado, das viagens oficiais que eram pagas pelo bolso particular do monarca, assim como uma boa parte das despesas das visitas estrangeiras a Lisboa. Enfim, os truques do costume. Já agora, bem podíamos começar a espiolhar as continhas debitadas pelo Palácio de Belém, para sabermos onde se gasta o precioso dinheirinho.

Deve ser para distrair as atenções dos 21 milhões/ano para o actualmente muito activo sr. Cavaco e os outros (quantos? quantos?) reservados para os ex, os actuais "passivos". Em matéria de centenárias habilidades, ficamos por aqui.

Nuno Castelo-Branco

Fonte: Estado Sentido

A República vista pelos seus contemporâneos: António Cabral

António Cabral, advogado, político, jornalista, foi um dos que a 6 de Outubro de 1910 permanecia monárquico, ao contrário das hordas de adesivos que formaram os novos gabinetes ministeriais e o funcionalismo público do novo regime. Apesar de se manter fiel à Causa, foi arguto e mesmo imparcial cronista da época que se seguiu (como republicanos houve com as mesmas qualidades). Apaixonado camilianista e cultor das artes nacionais, é um dos grandes e últimos polemistas, em cujos textos cabia a lealdade e a honra, qualidades tão esquecidas nos dias de hoje.
Os seus textos, como o que se segue, são janelas abertas sobre a época conturbada do antes e depois da República.
E as suas análises políticas e sociais são de uma flagrante contemporaneidade e serviam para o século XIX, os conturbados anos da 1.ª República, como para os dias de hoje.

«Mas, exactamente porque assim penso, é que sou pela Monarquia e não pela República. Sou por um chefe permanente e não por chefes de tirar e pôr.
A Monarquia é o governo de um só, que plana acima e fora dos partidos, é o zelo pelo interesse nacional, que é o seu próprio, é a Tradição, é a glória de de anos e anos de conquistas e descobertas. Veja-se o que sucedeu na Noruega, quando esta se separou da Suécia. A maioria dos noruegueses optou, em plebiscito, pela Monarquia e deixou de parte a República. Foi assim que o príncipe Carlos da Dinamarca se viu chamado a ocupar o trono da Noruega, com o nome de rei Haakon, ainda hoje, felizmente, reinante. Com Sua Majestade tive a honra de conversar, quando ele, ainda Príncipe, esteve em Lisboa: era afável, delicado e pareceu-me dotado de altas qualidades. Guiada pelo seu Rei, a Noruega tem sabido equilibrar-se em meio do mais que desafinado concerto das nações.
A República é o governo de muitos, é a desordem, é o sistema que tem à frente um chefe eleito, em regra, pelo partido mais numeroso, e, portanto, a este subordinado, ou, pelo menos, para ele inclinado, politicamente. Aí estão os factos a demonstrá-lo. A República ilude o povo, dizendo-lhe que é ele o soberano, que é ele que governa, quando a verdade é que o pobre povo... o soberano, é espingardeado e metralhado pelos que mandam, quando tenta protestar contra escândalos graúdos e ilegalidades revoltantes. São ainda os factos que o provam.
Vêm dizer-me que o regime, monárquico em Portugal, padecia do vício de origem e por isso caiu; mas logo surge a contradição, quando os que se encostam a tal dislate afirmam que foram as lutas dos partidos e a desagregação destes que o derrubaram! Em que ficamos?... A queda da Monarquia deve-se ao vício orgânico do regime, o que eu nego, ou às ambições e lutas dos homens, como eu afirmo?. A culpa foi do Rei, que os republicanos assassinaram, vil e covardemente, ou dos que agrediam e injuriavam o Rei, fossem de que partido fossem?»

António Cabral, As minhas memórias de jornalista, [1948], pp. 17-18.

Fonte: Centenário da República

23 julho 2010

O Diabo – Comemorar uma imposição aos Portugueses, General Carlos de Azeredo

A Monarquia criou Portugal, desenhou no mapa-mundi as fronteiras de um império e as suas caravelas deram novos mundos ao mundo!


Corria o ano de 1940, quando, acompanhado de meus Pais, visitei várias vezes em Lisboa, a magnífica Exposição do Mundo Português. Com os ensinamentos de História Pátria da minha 4a Classe da Instrução Primária, complementados pelas explicações de meu Pai, durante as várias visitas à Exposição, pude “viver” a Fundação do Reino de Portugal, a Gesta das nossas caravelas, nos Descobrimentos, a formação de um Império, as Vitórias militares para a Restauração da Independência em 1640, e a grandeza das dinastias do Reino de Portugal.


Posteriormente, já no Liceu, pude aprofundar os conhecimentos da instrução primária e comparar a nossa História com as de vários países europeus e concluir que o nosso Portugal tinha a mais bela História da Europa, sem os crimes do assassinato de Reis e príncipes, tão abundantes na em vários países europeus. O Povo Português, amava e respeitava os nossos Reis, de tal modo que quando El-Rei D.Sebastião morreu tragicamente em Alcácer-Quibir, não quis acreditar na sua morte e assim nasceu o mito do Rei Encoberto que voltaria para salvar Portugal.


Tudo isto vem a propósito das comemorações da imposição da República em 1910, dois anos após o Regicídio. República imposta violentamente em Lisboa, numa situação de contínua perturbação, levada a cabo na capital do Reino e nunca referendada pelos Portugueses.
Na verdade, os dois últimos séculos de agitada vida pública nacional foram a consequência de antigas e graves situações vividas a partir do consulado de Pombal, com as prisões arbitrárias de todos os que se lhe opunham, com a expulsão da Companhia de Jesus, com o bárbaro abate das Casas dos Távoras e Aveiros, as repressões de protestos populares no Porto, na Trafaria ou no Algarve, de uma violência nunca antes vista em Portugal, as Invasões Napoleónicas, no século seguinte, a introdução das ideias jacobinas da Revolução Francesa, o ataque e derrube da legítima Dinastia de Bragança, substituída pela de Saxe Coburgo e Gotta, de origem estrangeira e portanto contra as Leis do Reino.


Num País ainda paralisado, sob o choque do regicídio, em que elementos ligados à Maçonaria, a que se juntavam, na constante agitação revolucionária, elementos republicanos, organizações anarquistas, a Carbonária, a Formiga Branca e uma democracia onde abundavam políticos mais preocupados com os seus interesses partidários do que com o interesse da nossa Pátria, a Monarquia, ainda que detendo a maioria absoluta no Parlamento, onde o partido republicano tinha apenas 7 por cento dos votos, a Monarquia que dera a Portugal uma História notável e a grandeza de um Império, acabou por cair, cerca de dois anos após o Regicídio, a 5 de Outubro de 1910, sendo substituída pelo regime republicano, imposto violentamente aos Portugueses e nunca referendado.
É esta data e o século que lhe segue que vão ser objecto de comemorações que abrangem as três diferentes Repúblicas, vividas pelo Povo Português e incluídas neste espaço temporal de 100 anos.

Inicia-se então a vigência de um regime de imposição revolucionária, oposto não só à legalidade constitucional como alheio às tradições de cerca de oito séculos de História Pátria, regime que vai perdurar até à actualidade através de três períodos bem diferenciados, normalmente denominados de 1a República, entre os anos de 1910 a 1926, de 2a República ou Estado Novo, correspondendo na sua quase totalidade à ditadura do Dr. António de Oliveira Salazar, entre os anos de 1926 a 1974, e finalmente o da 3a República, iniciado em 1974 e vigente até hoje . Entremos pois na apreciação do 1° período de uma República, período eivado de um primitivo jacobinismo, de origem maçónica, de que foi principal paladino o Dr. Afonso Costa, mentalmente um jacobino que, ao abrigo de legislação pombalina desenterrada para o efeito e posta novamente em vigor, abriu a guerra contra a Igreja Católica com a expulsão das Ordens Religiosas, com a legislação contra as procissões, com a prisão de elementos do Clero, no prosseguimento da boçal ideia de “acabar com a Religião em duas gerações”, como alardeava Afonso Costa. Em verdade, este período pouco mais foi que um atentado violento e antidemocrático contra os valores mais sagrados dos Portugueses.


Durante este período da República, em 16 anos, a anarquia e a desordem reinaram nas ruas de Lisboa, derrubaram 45 Governos, houve sete Parlamentos, nove Presidentes da República, dos quais um – Sidónio Pais – foi assassinado na Estação do Rossio.


Numa só noite, a 19 de Outubro de 1921, um grupo de facínoras embarcados na “Camioneta Fantasma” conduzida pelo cabo Olímpio, o “Dente de Ouro”, assassinaram 14 pessoas, entre ao quais António Granjo, Machado dos Santos, um dos fundadores da República, José Carlos da Maia, o Comandante Freitas da Silva, e o Coronel Botelho de Vasconcelos, por vezes com requintes de alarve barbárie. Por exemplo António Granjo, quando era tratado de um ferimento no pescoço, na enfermaria do Arsenal foi abatido com dezenas de tiros. Caído no chão, um corneteiro da GNR saltou para cima do peito do cadáver enterrou uma espada no ventre do morto e extraindo a arma gritou : “Vamos ver a cor do sangue do porco”.


Com a expulsão das Ordens Religiosas, o respectivo património, como obras de arte, conventos, propriedades rurais, etc., tudo foi “nacionalizado” e em muitos casos acabou em mãos particulares, ou na venda em hasta pública, quando não deixado ao abandono e à ruína .
A desordem, a violência, os interesses particulares ou partidários sobrepostos aos interesses da Pátria e dos Portugueses, deram como reacção, levantamentos contra os governos instalados em Lisboa, salientando-se, entre outros, Paiva Couceiro, Herói das campanhas de África, que à frente de forças na sua maioria constituídas por voluntários civis, chegou a instaurar no Porto, a Monarquia do Norte, com o apoio da maioria da população nortenha.
Durante este período inicial do novo regime político, que actualmente se pretende festejar, isto é os 16 anos que durou a 1a República, os Portugueses foram vítimas da desordem, de violência, de opressão da liberdade, de insegurança e de instabilidade política. Só no ano de 1920 governaram o País oito governos diferentes!
Que belo panorama para festejar!…


Mas o relato da opressão não acabou!
Vai continuar, com a 2a República em 1926, com a revolta do General Gomes da Costa, que, a 28 de Maio daquele ano, a partir de Braga, marchou sobre Lisboa, a fim de pôr cobro, à desordem em que caíra a nossa Pátria. Mas preso e exilado o próprio Gomes das Costa, e com o regresso ao governo do Dr. Salazar, ex-ministro das Finanças, o movimento de 28 de Maio acabou por dar origem a uma longa ditadura, implantada mais pela experiência e temor das desordens de um passado recente e pelo vivo desejo de paz e de ordem dos Portugueses, que propriamente desejada pelos Militares de 1926.

Salazar, inicia o reforço da Autoridade do Estado, sustentado pela Polícia de Informação e Defesa do Estado (a célebre PIDE), cujos meios e poder cresceram com o tempo e cada vez mais sufocaram a liberdade de expressão, limitada oficialmente ao partido único da União Nacional.
Contudo, dois aspectos louváveis houve na actuação de António Salazar no Poder: um, a sua honestidade, irrepreensível, em questões de dinheiro, (virtude que infelizmente vai rareando entre a nossa actual classe política, com a qual comparado, o velho Zé do Telhado não passaria de um simpático e generoso ladrão dos caminhos).
O segundo, a sua política internacional, que salvou Portugal e os Portugueses da trágica Guerra europeia de 39 a 45, poupando-nos milhares de vítimas, de órfãos, de viúvas e destruições do nosso património.
Mas, em contra partida, não podemos esquecer que Salazar foi o principal responsável pela tenebrosa visão e cega conduta do problema ultramarino, bem condensados na sua afirmação em discurso aos portugueses :”Do alto destas muralhas, defenderemos o nosso Império !”, isto na segunda metade do século XX !
O titubeante governo do honesto Dr. Marcelo Caetano, limitado na sua actuação por Américo Tomaz, incapaz de dar solução à Guerra do Ultramar, acabou por fazer ruir a 2a República a 25 de Abril de 1974 , cujo golpe final foi dado por uma revolução militar sem derramamento de sangue .


Na mesma data se inicia a chamada 3a República, ainda vigente e que, mesmo dando de graça os anos do “PREC” veio instituir, com a degradação da Justiça, a corrupção, praticamente consentida, de uma grande parte dos políticos, os quais por vezes sem preparação e com ausência de valores morais, atiraram o País para uma situação de descalabro económico agravado por uma crise mundial, dando origem a um período gravíssimo, de que se não vê o fim.
Se a tudo isto juntarmos que, em termos económicos, as repúblicas são bastante mais caras que as monarquias (veja-se os custos das eleições presidenciais, os vencimentos do Presidente em exercício e dos variados ex-Presidentes ainda vivos, os custos da nossa Presidência da República, que orçam pelo dobro dos custos da Casa Real de Espanha) tudo isto comparado, com um “Rei natural” que apenas uma vez, durante o seu reinado, é solenemente aclamado no Parlamento, leva-nos, sem sombra de dúvida à conclusão de que o regime republicano que mantemos, é um luxo despropositado para o nosso País e lembro ainda que a Monarquia Portuguesa nunca andou a festejar os vários centenários da sua longa duração, nem criou feriados a comemorar revoluções de Portugueses contra Portugueses.
Com ou sem crise, a comparação da ordem, do civismo, do prestígio das Monarquias europeias com iguais parâmetros da República Portuguesa, que tristemente se pretende festejar, é simplesmente confrangedora para nós Portugueses.

Fonte: Causa Monárquica

É Hora

Chega! Basta! Portugal arruína-se a si próprio a cada minuto que passa! Diria até que está a hipotecar o seu futuro mas já não o posso dizer. E não o posso dizer porque o futuro de Portugal JÁ está hipotecado!

Perante isto os monárquicos, de formas mais ou menos veementes vêm alertando e apresentando soluções. Perante isto o que faz o povo português (na sua generalidade)? Surpreendentemente (ou talvez não) ignora pura e simplesmente tais avisos e soluções, resultado de um preconceito patético acerca da monarquia e de uma inveja mesquinha. Sabem o que é a monarquia? Sabem o que significa essa forma de regime? A maioria não saberá e sentem-se felizes por isso. Não obstante, criticam. Não sabem o que criticam, mas criticam! É hora de dizer BASTA! Enquanto ficam presos no seu próprio mundinho, alheados da realidade, presos a convenções que nunca ousaram questionar, o seu país é alvo de constantes saques! O povo português tudo ouve, tudo vê, tudo lê mas diz que nada ouviu, leu ou viu! Olhando para o lado, inevitavelmente nada faz excepto criticar sem apresentar soluções! Ah, na crítica é mestre! Mas e na hora H? Pior ainda: desdenham e tentam ridicularizar os monárquicos, que já por várias vezes mostraram saber o caminho que Portugal deve seguir a bem da sua salvação. Apresentam-se soluções de 1001 maneiras e nada serve? O problema de Portugal não é problema do vizinho do lado. O problema de Portugal é de todos os portugueses. Julgam porventura que alguém vai fazer o vosso trabalho na defesa dos interesses nacionais? Julgam que se não lutarem por vocês alguém mais lutará? Recuso-me a aceitar que um povo que outrora fez tão grande obra esteja agora reduzido a um conjunto de pessoas apáticas. Este não é o povo cuja história eu estudei! Este não é o povo com o qual me identifico! O verdadeiro português, e com o qual me identifico, é pacífico mas sabe ser guerreiro quando vê a sua terra e os seus ameaçados. O povo português verdadeiro vai à luta e mesmo contra todas as probabilidades, ganha!

Mas como é possível? O ordenado mínimo é uma miséria e nada questionam? O desemprego aumenta e ninguém questiona verdadeiramente porquê? Consequência do aumento do desemprego o número de subsídios aumenta e ninguém pergunta donde vem esse dinheiro. Depois ainda duvidam que a Segurança Social esteja em risco de colapso? Aumentam-se os impostos, não se diminuem as despesas e ficam calados? Repetem-se os escândalos e nada dizem? Fala-se que a natalidade está em declínio mas tomam-se medidas que ainda aumentam mais esse declínio? Que futuro nos espera? Percebem, porventura, a gravidade da situação? Que povo apático é este em que os Portugueses se transformaram? A história já não vos reconhece! A história e os nossos fundadores têm vergonha daquilo em que vos tornastes.

Deixem-se de comodismo. Os monárquicos têm respostas às vossas perguntas! Informem-se porque vão encontrar monárquicos dispostos a responder de uma forma clara e simples a todas as vossas dúvidas. Não se detenham pelas aparências porque essas iludem e muito. Ouçam, leiam, informem-se, ousem questionar!

Os tempos são diferentes. Não há mais Mundo a descobrir. Já não se ambiciona chegar à Índia por mar. Mas há muito mais para fazer. Há muito mais coisas em que Portugal pode ter um papel mais que importante: decisivo. Portugal (ainda) é conhecido pela sua hospitalidade e pelo seu calor humano. Portugal, apesar de remetido territorialmente para uma pequena faixa de terra à beira da Europa, tem uma natural vocação para se dar e servir de ponte (seja cultural, comercial ou de qualquer outro género). Portugal tem uma afamada gastronomia (sim, há algum motivo para não se falar nisso? Há algum motivo para se envergonhar nisso?). Os Portugueses são conhecidos por esse Mundo fora pela sua capacidade empreendedora e pelo seu empenho. Portugal tem Monumentos fantásticos e uma história riquíssima. Os produtos portugueses são conhecidos internacionalmente pela sua qualidade excepcional. Portugal tem cientistas com capacidades para fazer descobertas científicas de alta relevância. Portugal e os Portugueses AINDA têm muito a dar.

Ler artigo completo AQUI

Fonte: Portugal Futuro

22 julho 2010

"Preparada para ser Rainha": entrevista a SAR D. Isabel de Bragança, Abril de 2008


Tem estampada no rosto a serenidade que convém a uma mulher que poderia ser um dia rainha de Portugal. Casada com o herdeiro da coroa portuguesa, D. Isabel de Herédia é, no entanto, uma mulher que faz questão de manter os gostos de sempre. Educada no Brasil, onde estudou Administração de Empresas, D. Isabel é conhecida pela simpatia, afabilidade, mas também pela alegria com que gosta de dançar. "O tempo passa e começamos a preferir outras coisas.
Hoje adoro, por exemplo, dançar valsa com o meu marido", referiu, recentemente, D. Isabel de Herédia, por ocasião de um Baile da Flor, recordando os tempos em que frequentava discotecas, na companhia do irmão e alguns amigos. "Já nessa altura adorava dançar, mas os ritmos eram outros", confidenciou, ainda, reforçando o seu gosto pela dança e pela diversão nocturna.

Outra actividade que D. Isabel não dispensa é montar a cavalo. Gosta de partilhar os passeios a cavalo com os filhos e o marido e nem uma queda, no Verão passado, que lhe valeu a fractura de uma clavícula, a conseguiu dissuadir deste hobby.

Em casa, D. Isabel de Herédia é uma mulher prática e veste a pele de mãe de três crianças pequenas. Apesar de. naturalmente, ter ajudas profissionais nas actividades domésticas, sempre que pode gosta de entrar na cozinha, com o marido e os filhos, para juntos prepararem petiscos deliciosos, sobretudo bolos e sobremesas.
D. Isabel de Herédia é uma admiradora confessa da rainha Santa Isabel e é Grã-Mestra da Ordem Real de Santa Isabel. A ordem honorífica é uma obra exclusivamente feminina, que agracia quatro novas damas na festa da Rainha Santa Isabel, a 4 de Julho dos anos pares, em Coimbra.

É ainda conhecido o gosto de D. Isabel de Herédia pelas viagens e pelo convívio com familiares e amigos. Aliás, a sua ligação à família é bastante forte, tendo quatro irmãos. O irmão mais novo, Afonso, partilha com D. Isabel de Herédia o gosto pela diversão e dança. Por isso não é estranho vê-lo a dançar, como aconteceu há pouco tempo, na tradicional discoteca Stones, em Lisboa.

D. Isabel de Herédia casou com D. Duarte Pio a 13 de Maio de 1995. O casal é feliz e nunca deu importância aos 21 anos de diferença de idades.

Fonte: Monarquia Portuguesa

Os donos da república

Um partido político está para apresentar uma mera proposta de revisão constitucional. Está a divulgá-la. Já se ouvem os berros. Dos "donos" da república. Podem ter a certeza. A constituição, que para mim não tem melhor aspecto que a mais decadente das put.... da Trindade, tem donos. Eles gemem só de pensar nas carícias dos tentáculos alheios que ousam penetrar na cloaca do calhamaço inútil, que ninguém lê, ou sequer quer ler, mas que se veste do maior cinto de castidade. A "constituição" a seus donos... ... ! A "constituição" já foi alterada para o "aborto", para o casamento de pessoas do mesmo "sexo", mas ninguém, por mais puro que seja, que pense que se altera para questões tão púdicas e sensuais como o trabalho, saúde, educação.... Os donos da dita não se deixarão engatar por qualquer homenzito das direitas, Olha! Se fosse outro...

João Amorim

Fonte: Centenário da República

A lenda de Almourol e Cardiga



“ Sussurrava-se em Sagres que, há séculos quando os moiros foram senhores da península, era alcaide de um Castelo roqueiro, erguido a meio do Tejo, o sarraceno Almourol, que ali vivia com a sua mulher Cardiga e a filha Miraguarda, de olhos sonhadores e negros e de tanta beleza, que era capaz de cativar a alma de um cristão.E assim sucedeu.
Nas pelejas entre moiros e cristãos nas vizinhanças do Castelo, intrépido e romântico cavaleiro cristão, das hostes de Afonso Henriques, divisou nas ameias da fortaleza o moreno e encantador rosto da adepta do Islão de nome Miraguarda, filha de Almourol e Cardiga. E tão enfeitiçado ficou de suas raras graças e belezas, que se esqueceu que profanava a religião professada, ousando olhar cobiçosamente para a filha dos infiéis.
Mas o amor não consentiu estorvo , chegado à fala com Miraguarda cosido com as cortinas das barbacãs, planearam a fuga. E o amoroso cavaleiro raptou a moira encantada, levando-a para longes terras, cingida a si, em fogoso corcel. No momento da fuga, as hostes cristãs aproveitaram o ensejo para penetrar no Castelo, tomando-o aos Sarracenos.
Foi então que Almourol e Cardiga, não podendo suportar a afronta da dupla traição e o degradante cativeiro que lhes imporiam os assaltantes inimigos, decidiram subir à torre de menagem e precipitaram-se no Tejo. E assim puseram termo à cruciante dor que lhes avassalara as almas.
Os cadáveres dos 2 sarracenos, sobre nadando as águas do rio, foram Tejo abaixo impelidos pela corrente e internaram-se no oceano, perdendo-se entre as brumas e neblinas do além mar, onde, petrificadas, se transformaram, diz a lenda, em 2 ilhas de maravilha.
Quando os Portugueses, séculos depois, descobriram a ilha de Sta Maria, e 12 anos após a de S. Miguel, o povo tomou como verídica a lenda de antanho, dizendo que Sta Maria era o corpo da Cardiga e S. Miguel o do Almourol, transformados nas 2 ilhas encantadas.”
Curioso é que o descobridor dos Açores foi frei Gonçalo Velho Cabral, senhor de Pias, de Beselga e de Cardiga, comendador do Castelo de Almourol que em 1432 foi designado 1.º capitão donatário de Sta Maria, e em 1444 1.º capitão donatário de S. Miguel.

21 julho 2010


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Foto da ponte sobre o Tejo (século XIX)



Ponte do caminho-de-ferro sobre o rio Tejo próximo de Constância.

Fonte:
História de Portugal, volume XV

Encerramento da ponte que faz a ligação entre Constância Sul e Praia do Ribatejo

A Real Associação do Médio Tejo está solidária com as populações afectadas pelo encerramento da ponte da Praia do Ribatejo.
Relembramos que há muitos anos que as populações reivindicam o arranjo da ponte actual ou a construção de uma nova ponte.

"A estrutura, que liga o concelho de Vila Nova da Barquinha ao de Constância, não oferece condições de segurança

A partir das 00:00 horas de quarta feira, dia 21, a ponte rodoviária de Praia do Ribatejo, que liga o concelho de Vila Nova da Barquinha ao de Constância, vai estar encerrada ao trânsito.
Numa peritagem realizada no início deste mês foram detectados problemas na estrutura da ponte estando em causa as condições de segurança.
Entretanto, os autarcas de Constância e Barquinha já tomaram uma posição conjunta e pedem uma solução urgente para esta travessia sobre o rio Tejo."

Fonte: O Templário

"A ponte sobre o Tejo que vai ser alvo de uma “avaliação estrutural de nível intermédio” para avaliar a possibilidade de continuar aberta ao trânsito apenas para veículos ligeiros

Miguel Pombeiro, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha (PS), disse à agência Lusa que esta foi uma das decisões saídas da reunião realizada hoje em Lisboa com o ministro das Obras Públicas, e na qual estiveram igualmente presentes o autarca de Constância e a governadora civil de Santarém.

A reunião realizou-se na sequência da decisão, anunciada segunda feira pela Refer, de encerrar a ponte ao tráfego a partir das 00h00 de quarta-feira, tendo em conta os riscos detectados numa inspecção realizada no início do mês.

Miguel Pombeiro afirmou que a possibilidade de realização de uma avaliação estrutural intermédia vinha mencionada no relatório da inspeção, pelo que foi decidido avançar de imediato com esta diligência para eventual abertura condicionada do tráfego (apenas a ligeiros).

Outra medida de curto prazo a adoptar será a colocação de uma ponte militar que minimize os impactos do encerramento desta travessia, adiantou.

Segundo o autarca, ficou ainda decidido retomar a ideia da celebração de um protocolo que permita à Estradas de Portugal lançar o concurso para a reabilitação definitiva desta infraestrutura, tanto mais que o projeto está feito.

A reabilitação da ponte foi em tempos estimada em valores da ordem dos 2,4 milhões de euros, pretendendo-se na altura que as autarquias tivessem uma comparticipação inferior aos 500 mil euros, o que Miguel Pombeiro disse à Lusa ter levantado inclusivamente dúvidas de caráter jurídico, uma vez que a infraestrutura não pertence aos municípios, tendo sido cedida a título precário e provisório.

O tabuleiro foi cedido pela Refer, no âmbito de um protocolo assinado com os dois municípios em 1984, tendo sido adaptado à circulação rodoviária em 1988, fazendo-se a circulação apenas num sentido, alternadamente, regulado por sinalização semafórica.

Tanto Miguel Pombeiro como Máximo Ferreira (Constância) realçam a importância regional desta travessia, lembrando que ela assegura a ligação entre a A23 e a estrada nacional 118, permitindo, nomeadamente, a ligação entre “os dois pólos militares mais importantes do país” (o Campo Militar de Santa Margarida e o polígono militar de Tancos).

Permite ainda a ligação mais rápida aos dois únicos centros de recolha de resíduos industriais perigosos existentes no país, situados no Ecoparque do Relvão (Chamusca), sendo ainda importante para empresas exportadoras como a celulose do Caima ou a Mitusbishi do Tramagal, sublinharam.

Máximo Ferreira referiu ainda a importância para as populações locais, nomeadamente do seu concelho, que tem dois terços do território na margem sul e os equipamentos de serviços às populações na margem norte.

Com o encerramento da ponte, as alternativas mais próximas (as pontes da Chamusca e de Abrantes) situam-se a cerca de 25 quilómetros."

Fonte: Público

TEJO SEM CAUDAIS - CASTELO DE ALMOUROL A SECO

O proTEJO considera lamentável que as administrações portuguesa e espanhola não disponibilizem oportunamente a informação no site da Comissão de Aplicação e Desenvolvimento da Convenção de Albufeira (CADCA), sendo de momento impossível aos cidadãos saberem se a referida Convenção tem vindo a ser cumprida no ano hidrológico de 2009/2010 que decorre desde Outubro de 2009, e solicitou ao Ministério do Ambiente informação sobre a medição de caudais semanais, mensais e trimestrais em Fratel, em Cedilho e na Ponte de Muge, entre Outubro de 2009 e Julho de 2010, para aferir se Portugal e Espanha estão a cumprir a Convenção de Albufeira ao nível dos caudais mínimos, alegando o direito ao acesso à informação em Matéria Ambiental consagrada legalmente.

Vejam com os vossos próprios olhos as fotografias do Tejo na Barquinha tiradas hoje ( 18 de Julho) e se quiserem atravessem de pedra em pedra até ao Castelo de Almourol que devia estar no meio de um rio.
Fonte: proTejo

Entrevista a Ramalho Eanes, onde as vantagens da monarquia são evidenciadas (07-01-2008)

«Na nova Monarquia espanhola, personificada pelo Rei D.Juan Carlos, três tempos se podem considerar.

Num primeiro tempo (de 1975 ao referendo constitucional de 1978), decisivos foram o papel e a acção do Rei. Foi o tempo da transição democrática, sabiamente liderada por Adolfo Suarez.

Num segundo tempo-que vai da aprovação referendária da Constituição de 1978 até á chegada de Aznar ao governo- a consolidação é apenas perturbada pelo golpe militar de 1981 (que aliás serviu para mais prestigiar o Rei) e pelo endémico terrorismo da ETA.

Um terceiro tempo teve inicio com a subida de Aznar ao poder.Ele
representa as novas gerações, que não guardam memória presencial do Franquismo, que pouca memória conservam da transição e, portanto, do papel do Rei, da instituição monárquica nesse difícil processo.

Mais grave, no entanto, é que parte do povo espanhol, empenhado na virulenta luta PSOE-PP, pareça não compreender bem o papel da monarquia, ao querer arrastar para esse combate o Rei, situação a que este tem, com prudencial inteligência, respondido sublinhando o papel que a Constituição lhe atribui.

Significa esta posição que nem toda a Espanha politica e civil tenha interiorizado, como se esperaria e desejaria, que ,como disse Herrero de Miñón, "o monarca vitalício e hereditário está melhor colocado que qualquer magistrado electivo para ser absolutamente neutral e independente", para estar acima de todas as segmentarizações politicas e ser garante da continuidade e unidade nacional, indispensável, esta até para manter os militares democraticamente nos quartéis.»

Fonte: Somos Portugueses

20 julho 2010

De 5 para 6, de 6 para sempre

A República é um "edifício" estranho. Se os seus inquilinos vêm na forma de sucessão o pior mal da Monarquia por outro lado (o lado do cérebro que menos usam mas que fervilha de complexos vários desde os genes dos avoengos) lá vão tentando perpetuar-se no poder – esse poder que dizem "ser" do Povo, desde que esteja nas mãozinhas certas!!! Cinco anos não é muito? Ou é pouco? ... bem, comparado com 100 anos...! A República é um "edifício" estranho. Salazar, esse grande republicano, também achava que cinco anos era pouco.

João Amorim

Fonte: Centenário da República

Jornal “ECHO DO TEJO” - 30 de Junho de 1907 CORRESPONDÊNCIA DO SARDOAL A VISITA DE EL-REI AO SARDOAL

Sardoal, 22 de Junho de 1907

É impossível poder descrever-se a recepção que hoje nesta Vila foi feita a Sua Majestade El-Rei na visita que aqui se dignou fazer, acompanhado dos seus Ajudantes de Campo, Governador Civil do Distrito, Conde e Condessa de Alferrarede. Só houve conhecimento da visita de El-Rei a esta Vila hoje de manhã, não havendo tempo das ruas por onde passava Sua Majestade serem melhor ornamentadas, o que não influiu para que El-Rei tivesse nesta pitoresca Vila uma manifestação imponentíssima, sendo muito aclamado pelo povo deste Concelho, não nos lembrando que aqui se tenha feito tão extraordinária recepção. Se tivesse havido conhecimento desta visita régia dias antes, com certeza que a esta Vila atrairia não só povo do Concelho, como o das povoações circunvizinhas.
El-Rei e a sua comitiva chegaram aqui pelas 11 horas da manhã e foi recebido à entrada da Vila pela Câmara Municipal, Autoridades Eclesiásticas, diversos funcionários públicos e muito povo. Logo que se avistou o seu automóvel, rompe a velha Filarmónica ( a dos Ciganos) com o Hino da Carta, subindo ao ar muitas girândolas de foguetes e El-Rei então desceu do seu automóvel e recebeu diversos cumprimentos. Segue depois para a Praça desta Vila, aonde foi esperado pela nova Filarmónica (a do Carapau).
Em todo o percurso Sua Majestade foi muito aclamado com vivas a El-Rei, à Família Real e à Carta Constitucional. Algumas crianças entre as quais Maria Carlota Matos Silva e Jacinto Neto Milheiriço, ofereceram a El-Rei lindos ramos de flores naturais e um pombo enfeitado com fitas de seda azul e branca, achando El-Rei muito simpáticas estas ofertas, agradecendo afectuosamente e beijando as crianças. Sua Majestade é depois convidado a visitar os Paços do Concelho onde lhe é feita nova recepção, pelo que se lavrou no livro das actas da Câmara deste Município uma acta extraordinária, concluída nos seguintes termos: SARDOAL, 22 DE JUNHO DE 1907 Recepção de Sua Majestade El-Rei D. Carlos, que hoje pelas 11 horas da manhã se dignou fazer uma rápida visita a esta Vila e Concelho de Sardoal. O povo deste Concelho representado pelos vereadores do Município, pelos elementos civis e eclesiásticos, saúda o seu Rei que se dignou como prova de deferência e estima pelo seu povo, visitar-nos. Em memória deste notável acontecimento se lavrou esta acta de recepção que Sua Majestade assinou e mais pessoas presentes.
Esta acta é lida pelo digno Presidente da Câmara Municipal, Sr. Padre António Joaquim da Silva Martins, que proferiu em seguida um pequeno discurso, cujo resumo é, mais ou menos, o seguinte:
Senhor! O povo deste Concelho surpreendido pela inesperada visita de Vossa Majestade, ufana-se deste acto memorável que não se acha registado em documento algum deste Concelho.Por ter sido inesperada esta visita, não pode Vossa Majestade ser recebida mais condignamente, mas por esta expressiva e franca manifestação se mostra que o recebemos do fundo do coração com franca sinceridade.Deus conserve Vossa Majestade por muitos anos para bem da Pátria e Povo Português, que se orgulha de empresas arriscadíssimas e gloriosas a que se tem abalançado para bem da Constituição.
Este discurso conciso e brilhante foi por vezes interrompido com muitos aplausos e o seu final foi coroado com palmas e repetidos vivas a Sua Majestade, Família Real e Carta Constitucional. Em seguida retirou-se El-Rei da Sala dos Paços do Concelho, depois de ter assinado a acta e subiu para o seu automóvel, estando nesta ocasião as duas Filarmónicas, tocando o Hino Nacional. El-Rei fez então as suas despedidas no meio de um entusiasmo delirante que este povo lhe manifestava, repetindo-se numerosos vivas, por milhares de pessoas. Na manifestação a El-Rei na Praça do Comércio e na Sala das Sessões da Câmara estiveram representadas as escolas oficiais dos dois sexos com os seus alunos e pelos seus dignos Professores Srs. António Rodrigues e Maria Antónia Cardigos e Professora particular D. Maria Fortunata, assim como a Mesa da Santa Casa da Misericórdia e Irmandade do Santíssimo. A ornamentação das ruas por onde passou El-Rei estava simples, visto não ter havido tempo para mais. No entanto viam-se muitas e lindas colchas pelas paredes e Paços do Concelho e bandeiras espalhadas pela Praça onde se viam pintadas num grande quadro as seguintes palavras: “O POVO DO SARDOAL SAÚDA EL-REI” Em todo o trajecto foi lançada das janelas grande quantidade de flores.
A Câmara Municipal de Sardoal, à data da visita do Rei D. Carlos, tinha a seguinte constituição: Presidente: António Joaquim Silva Martins (Padre)
Vice-Presidente: António Carvalho Tramela (Comerciante)
Vogais: Jacinto Dias Milheiriço (Farmacêutico) Francisco da Silva (Comerciante) Francisco Alves Ferreira (Padre)

"Queremos dar-lhe uma formação internacional"

Apesar de ter apenas 14 anos, D. Afonso vai viver para o estrangeiro para completar o ensino secundário.
"Queremos dar-lhe uma formação internacional e como o inglês é a língua mais falada a nível internacional, optámos por esta escola", situada na zona rural de Londres, "porque é uma escola muito boa, tem um óptimo programa escolar e o curso está muito vocacionado para o desenvolvimento emocional dos alunos", explica SAR D. Duarte Pio, que admite ser um pouco mais cedo do que tinham inicialmente previsto. Mas como o estabelecimento "só aceita inscrições até aos catorze anos", tiveram de "tomar uma decisão".

Toda a família visitou a escola e D. Afonso está agradado com a escolha, apesar de estar com o "receio natural" por deixar de viver na casa da família, a ideia da separação está a ser mais difícil para a a mãe, SAR D. Isabel de Bragança, e para os irmãos, os Infantes D. Maria Francisca e D. Dinis, do que para o próprio D. Afonso. Até porque, realça SAR D. Duarte, "tem lá dois primos a estudar, portanto vai ter o apoio deles".

Ler o artigo completo AQUI

Fonte: VIP
Foto: Guta de Menezes

CASAMENTO EM ELVAS COM A PRESENÇA DE SS.AA.RR


O actor Ricardo Pereira e a empresária Francisca Pinto Ribeiro casaram-se, no sábado, 17 de Julho, na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, antiga Sé de Elvas e contou com 400 convidados. Após o casamento, o copo-d’água decorreu na quinta do pai de Francisca, a Herdade Almeida Velha, que este comprou há 10 anos para reconstruir. O dia especial foi partilhado por muitas caras conhecidas, e convidados ilustres, entre os quais, SS.AA.RR., Os Senhores Duques de Bragança.

Fonte: Família Real Portuguesa

19 julho 2010

Entrevista a SAR D.Duarte de Bragança por Teresa Castro d’Aire

Senhor Dom Duarte, diga-me por favor o seu nome completo, de quem é filho, onde nas­ceu, e quando?

Chamo-me Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança. Nasci em Berna, na Suíça, nas instalações da Legação Portuguesa, no dia 15 de Maio de 1945. O meu pai chamava-se Duarte Nuno Fernando Maria Miguel Gabriel Rafael Fran­cisco Xavier Raimundo Antônio de Bragança, e a minha mãe chamava-se Maria Francisca de Orleães e Bragança. Para além de vários outros títulos, sou também o actual Duque de Bragança e o represen­tante da Casa Real portuguesa.

Senhor Dom Duarte, quem foi o primeiro duque de Bragança?

O primeiro duque de Bragança foi Dom Afonso, oitavo conde de Barcelos, filho do rei Dom João I e de uma senhora de nome Inês Pires Es-teves. Dom João I casou-o com Dona Beatriz Perei­ra Alvim, filha do condestável Dom Nuno Álvares Pereira, e fê-lo primeiro duque de Bragança. Foi essa mesma linha sucessória que subiu ao trono em 1640, com Dom João IV.

O Senhor Dom Duarte é simultaneamente descendente de Dom Pedro IV e de Dom Miguel. Para qual dos dois vai a sua simpatia pessoal?

Descendo, com efeito, quer de Dom Pedro IV quer de Dom Miguel I. A minha mãe era uma princesa brasileira, descendente de Dom Pedro I imperador do Brasil (IV de Portugal), e o meu pai era neto do rei Dom Miguel I de Portugal. Admiro a coragem com que ambos os monarcas enfrenta­ ram momentos particularmente difíceis, tanto da
vida da Nação como da cena internacional. O pri­meiro encarnou a legitimidade revolucionária e o segundo a legitimidade tradicional.

Senhor Dom Duarte, que estudos é que fez, e quais são as suas principais actividades?

Os meus estudos estiveram ligados a uma vocação que senti desde muito novo, para o estudo da agricultura. Penso que é um sector muito im­portante, porque uma nação mal alimentada está automaticamente condenada ao fracasso em todas as áreas. Foi este interesse pela agricultura, um inte­resse por um lado científico e por outro lado social,
que me levou a freqüentar vários cursos, entre os quais o curso do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade Técnica de Lisboa, o curso do Instituto para o Desenvolvimento, na Universidade de Genève, e vários outros dentro das mesmas áreas. Foram experiências muito enriquecedoras para mim.

O Senhor Dom Duarte trabalha, como toda a gente. É assim?

Não sei o que significa «trabalhar como toda a gente». Trabalho com empenhamento nas causas que abraço e, ao contrário de muita gente, sou gestor do meu próprio tempo. Tenho, como sabe, para além das minhas iniciativas de caracter político, centradas na defesa dos valores perma­nentes de Portugal, actividades culturais várias.
Presido em Portugal à Fundação Dom Manuel II, e nos Estados Unidos à Portuguese Heritage Foundation, que dá apoio aos nossos emigrantes. Presido a inúmeras associações portuguesas de índole cultural, para além das minhas actividades sociais, nomeadamente em defesa dos direitos humanos.

Senhor Dom Duarte, quais são as suas principais áreas de interesse cultural?

Interessa-me muito a defesa e a valorização do patrimônio cultural nas suas várias vertentes, in­cluindo a ambiental, e o pensamento português não só na área estritamente cultural como também na social, que também faz parte do nosso patri­mônio.

E os seus hobbies ?

É-me difícil responder. Bem… a leitura é tal­vez o meu hobby preferido.

O Senhor Dom Duarte serviu Portugal na qualidade de oficial do Exército Português duran­te a Guerra Colonial. Os Portugueses sabem que o Senhor Dom Duarte é um pacifista por convicção, que acredita em soluções diplomáticas de prefe­ rência às soluções bélicas. Como é que se sentiu enquanto militar?

É verdade, fui piloto aviador, ainda hoje sou capitão na reserva. Mas respondendo à sua pergun­ta, eu não sou pacifista nem belicista. Sou pacífico e acredito que a paz é de tal maneira importante para todos os povos que, para a manter ou para a conquistar, é necessário fazer uso de todos os meios legítimos ao nosso alcance, diplomáticos e outros. Reconheço que em determinadas situações, quando se esgotam as vias pacíficas para a resolução dos conflitos, pode ser necessário usar da força, mas isto apenas como último recurso. Como militar acom­panharam-me dois sentimentos: por um lado sentia o dever de bem cumprir as minhas obrigações para com a Pátria, e por outro lado sentia-me frustrado, diria mesmo desanimado, com a política que, em meu entender, não satisfazia nem os interesses das populações locais nem os de Portugal como um todo.

Sendo quem é, como é que se sentiu como militar ao serviço de uma República?

Eu e os meus companheiros de armas não nos sentíamos minimamente ao serviço da Repúbli­ca, mas sim ao serviço de Portugal. Os interesses de Portugal são sobejamente mais importantes do que os da República. Penso que todos os que se bateram em África, arriscando a vida, e perdendo-a muitos deles, não o fizeram senão a pensar na Pátria.

O Senhor Dom Duarte considera-se um conservador austero, por exemplo em relação a questões ligadas à moral tradicional, ou a sua ten­dência natural é mais para o humanismo e para a tolerância?

Sou efectivamente humanista, e defendo a tolerância. Acredito, por outro lado, que não se deve fazer tábua rasa dos ensinamentos do passado, onde encontramos altos exemplos de humanismo e de tolerância, e que devemos aproveitar esses ensi­namentos que nos são trazidos pela tradição que, como sabe, significa transmissão. Não estou muito de acordo com a maneira como formulou a per­gunta. Embora eu não seja um conservador, porque entendo que tudo aquilo que não se prende com os valores fundamentais é mutável, de preferência, como já disse, tendo presentes os ensinamentos da experiência passada, mas verifico que há conserva­dores que são humanistas e praticam a tolerância, e há não conservadores que pelas suas idéias revolu­cionárias ou por um progressivo abandono de valo­res essenciais não são humanistas e praticam a intolerância.

Se o Senhor Dom Duarte, por hipótese, fosse aclamado rei por vontade popular, aceitaria o trono?

Tenho repetidas vezes afirmado a minha dis­posição para servir Portugal, o que aliás tenho feito ao longo de toda a minha vida, e de continuar a servir Portugal se necessário como rei. Mas também tenho sempre insistido noutro ponto: É que só aceitarei a chefia do Estado se ela resultar da vonta­de popular livremente expressa. Como sabe, de acordo com a tradição e as leis da Monarquia portuguesa, um príncipe só passa a ser rei depois de aclamado pelas Cortes, isto é, o Parlamento, ou seja, pelos representantes do povo português.

Senhor Dom Duarte, há quem diga que a aristocracia morreu com Luís XVI no cadafalso. Acha que é verdade?

Bom… há muitas vezes uma confusão entre aristocracia e nobreza. A primeira, como sabe, é etimologicamente o governo dos melhores. Mas o tempo e os homens estabeleceram a confusão. No tempo de Luís XVI não se vivia em aristocracia mas em Monarquia. Era uma Monarquia típica do sécu­lo XVIII, em que a nobreza tinha um papel mais importante no campo social do que no campo polí­tico. É certo que a intolerância e o fanatismo dos revolucionários franceses de 1789 e dos anos seguintes levou ao cadafalso não só o rei Luís XVI como também muitos nobres, membros do Clero e mesmo do Povo que, ou se tinham oposto à Revo­lução, ou simplesmente a ela não tinham aderido como «adesivos». Lembro-lhe, a propósito, que em 1989, em res­posta aos vários inquéritos que em Franca se fizeram, por ocasião do bicentenário da Revolução, a maior parte dos inquiridos considerou Luís XVI, e os muitos que com ele morreram na guilhotina, inocentes dos crimes que a demagogia revolucionária lhes atribuiu.
O nobre é aquele que foi reconhecido como notável pela Coroa, ou seja, numa Monarquia, o pró­prio Estado, isto em razão dos serviços prestados ao país. Nobre é também aquele que dele descende. Mas independentemente do reconhecimento por parte do Estado com a atribuição de um título, a verdadeira nobreza reside na atitude moral de serviço à comuni­dade. Por esta razão, penso que a nobreza não morreu com Luís XVI.

O Senhor Dom Duarte acredita que Portugal teria vantagens em regressar a uma monarquia?

Sem dúvida. Bem vê, só numa Monarquia é que a chefia do Estado é verdadeiramente independente. Como sabe, as primeiras chefias eram electivas. Os povos escolhiam entre si aquele que entendiam que melhor poderia governá-los e re­presentá-los. A este modelo político primitivo seguiu–se o da chefia hereditária. Concluíra-se que através da hereditariedade da chefia se evitavam divisões e disputas muito desgastantes que enfraqueciam o Poder e a comunidade política. Assim, os países mais antigos tiveram tempo para evoluir para a Monarquia, para uma chefia de Estado hereditária. A Monarquia, como instituição antiga (mas nunca velha!), foi-se adaptando aos tempos, realçando-se com os séculos a independência do rei face aos gru­pos, às facções e aos interesses particulares. Na Monarquia moderna o rei reina mas não governa. O governo é exercido por aqueles que ganham as eleições. O rei, como instituição independente, isto é, não resultante da disputa entre grupos, não resul­tante da vitória de uma parte da nação contra outras, mas aclamado por todas as partes, represen­tadas no Parlamento, está obviamente em melhores condições do que um presidente para arbitrar con­flitos, exercer a moderação e representar toda a nação. Mas sendo a Monarquia um modelo aperfei­çoado da chefia do Estado, ao qual se chegou depois de muita experiência, não está evidentemen­te ao alcance próximo dos novos Estados, que cons­tituem a maioria. A Monarquia é o trunfo das nações antigas. Os novos Estados não conseguem ter senão a República e todos nós sabemos que por muito íntegro que seja um presidente da República, nunca se livra da suspeita, o que é muito mau em termos institucionais, de favorecer o grupo político que o elegeu, ou as empresas que, por razões incon-fessadas, financiaram a sua campanha eleitoral. Também por esta razão, e por ser o representante do grupo vencedor, dificilmente é aceite o seu papel de árbitro.
Portugal é um país antigo, com uma larga expe­riência das instituições políticas. Sucumbiu, em 1910, como algumas outras nações antigas, à tenta­ção de imitar modelos ultrapassados que vestiam roupagens novas, deixando por inércia que um Partido Republicano, que não representava mais de sete por cento do eleitorado nacional, se impusesse através de um golpe revolucionário.
A actual Constituição da República impõe-lhe uma vexatória cláusula, a alínea b) do artigo 288°, que impede o povo soberano de mudar para a Monarquia, ainda que o queira. Mas penso que para bem do país, do nosso futuro colectivo, o povo português deverá ponderar tudo isso e fazer as opções que mais lhe convierem.
A Monarquia, não sendo uma forma perfeita de chefia do Estado, nem, como vimos, uma receita universal, é, a meu ver, pelas razões expostas, a ins­tituição política mais aperfeiçoada e que melhor pode servir os interesses de Portugal.

Se assim acontecesse, quais seriam as prin­cipais directivas do seu reinado?

Como já expliquei, o rei reina mas não governa. Assim sendo, na hipótese de vir a ser aclamado rei pelos representantes do povo, procuraria usar de toda a minha influência para assegurar a defesa dos valores permanentes de Portugal.

Quais são, para si, os problemas mais ur­gentes a resolver em Portugal?

É difícil de responder. Em todo o caso, julgo que a agricultura é certamente um dos sectores mais carenciados e desorientados. Há que apoiá-la com urgência. Também a formação escolar e profissional e a orientação em termos de colocação no mercado de trabalho me parece de abordagem urgente.

Os media noticiaram que estaria para breve o nascimento do herdeiro da Casa de Bragança, e os monárquicos portugueses rejubilam. O Senhor Dom Duarte pensa educar essa criança de forma a que um dia, se as circunstâncias o aconselharem, possa assumir a Coroa portuguesa?

Penso educar o meu filho para ser bom por­tuguês. Foi este, aliás, o melhor ensinamento que recebi dos meus pais. Procurarei familiarizá-lo com as realidades do país e prepará-lo para a defesa dos nossos valores permanentes.

Senhor Dom Duarte, o senhor pensa que um nobre que não tenha meios de fortuna para fazer brilhar o seu título, deve prescindir dele?

Como já deixei dito, a verdadeira nobreza reside na atitude moral de serviço perante a comu­nidade e perante o país. Assim, aquele que descen­de de um notável, seja titular ou não, deve manter uma atitude de serviço que honre a dignidade que foi conferida aos seus avós. O brilho financeiro pouca importância tem afinal.

Existe algum rei na nossa História que seja para si um modelo a seguir?

A época e as circunstâncias em que reinaram os reis de Portugal eram muito diferentes das nos­sas. Penso, todavia, que todos deram exemplos de patriotismo e continuam a dar-nos um modelo de actuação: o de servir empenhadamente Portugal.

Fonte: Causa Monárquica