30 dezembro 2012

Lições da Restauração para a crise actual



Para os mais experimentados leitores da história portuguesa, torna-se evidente que a actual crise será, talvez, a segunda maior aflição colectiva que o país experimenta desde a Guerra da Restauração. Infelizmente, persiste o mito [anti-histórico] segundo o qual as crises não se repetem. Não se repetem na forma e nos factos, mas repetem-se nas circunstâncias que concorrem para os acontecimentos. Se as manifestações são sempre distintas de época para época, devia ser estudado o modus faciendi para lhes pôr um fim. Ora, havendo entre nós um desconhecimento quase generalizado das coisas do passado, não é de estranhar que governantes e governados se sintam impotentes perante a magnitude dos desastres que nos assaltam.

O estudo da polemologia e dos acidentes militares da Restauração é coisa apaixonante. Portugal venceu então grandes desafios e a longa guerra revelou uma sociedade capaz de levar a extremos de heroísmo a defesa da sua liberdade. Contudo, a Restauração foi, sobretudo, um continuado esforço no exercício da boa diplomacia - captando simpatias externas para o reforço dos direitos portugueses - e do bom comércio. Para o sucesso da diplomacia concorreu o preparo das embaixadas, a escolha dos parceiros, a selecção do escol que representou o país. Para o sucesso da política económica, foi relevante aquilo que hoje dá pelo nome de "maximização" dos recursos, mercê da facilitação do acesso e fixação de estrangeiros no país, do baixo preço da tributação nos portos e no trato, da segurança garantida e da formação de agentes comerciais que permitiram abrir novos mercados aos produtos portugueses. Em terceiro lugar, a Restauração foi possível graças ao aprofundamento da dimensão ultramarina: Angola e Brasil assumiram lugar destacado.

Fazendo a possível conversão para o quadro hodierno, todas as políticas que favoreçam a fixação de interesses estrangeiros em Portugal - corresponsabilizando-as pelo sucesso da nossa economia - todas as políticas que visem diversificar os parceiros diplomáticos e comerciais, assim como o esforço legislador que torne atractivo investir com segurança, levarão à repetição do bom sucesso da crise 1640-1667. Isto quer dizer: uma diplomacia moderna e de elite, abatimento da má legislação, promoção dos nossos produtos, reforço prioritário das relações com o Brasil e Angola. Tudo o mais virá por acrescento.
 
 
Miguel Castelo-Branco
 
Fonte: Combustões

Sagrada Família

29 dezembro 2012

O registo de nascimento do patriotismo português: 450 anos sobre a publicação da Primeira Década da Ásia



Neste 2012 que se abeira do fim, caiu no esquecimento uma efeméride da maior relevância cultural; nada menos que a primeira expressão de uma prosa doutrinal de deliberado intuito patriótico, colocando no centro da acção o povo português, protagonista de História. Coube a João de Barros (1496-1570) a formalização de uma teoria da história centrada na iniciativa colectiva do povo português.Esse primeiro patriota português “era (…) homem de venerável presença, alvo de cor, olhos espertos e nariz aquilino, barba comprida e toda branca, magro e não grande de corpo, na prática ainda que grave era aprazível e de grande conversação”. Entrara ao serviço príncipe Dom João (futuro D. João III) como moço do Paço, exercendo funções de guarda-roupa. Ali frequentou a escola palatina na “idade do jogo do pião”, recebendo primícias nas artes liberais, nas ciências, no latim e no grego. Metódico, burocrata talhado para o serviço do Rei, foi-lhe confiada a tesouraria da Casa da Índia, Mina e Ceuta, cargo que ocupou com merecimento entre 1525 e 1528, ascendendo depois à alta burocracia dirigente, sendo nomeado Feitor da Casa da Índia (1533), funções que exerceu ininterruptamente ao longo de trinta e sete anos, até 1567. Em meados da década de 30, recebeu duas capitanias no Maranhão (1535), empresa em que perderia dois filhos e os cabedais, endividando-o para a vida. Pobre, honesto, dedicado, foi um dedicado servidor do Estado, num tempo em que a tentação do enriquecimento ilícito fazia razias, anunciando o desastre económico e financeiro de finais de Quinhentos.

Da sua pena, dedicado ao rei e publicado em 1522, um romance de cavalaria – Primeira parte da cronica do Imperador Clarimundo – a que se seguiu Ropicapnefma (1532), colóquio metafórico em que intervêm o Entendimento e a Vontade e, em 1533, quiçá aspirando ao cargo de cronista do reino, o Panegírico de Dom João III. Em momento de profundas alterações, consequência das reformas Protestante e Católica – a Inquisição foi instituída em Portugal em 1536- a atividade do letrado prosseguiu, espraiando-se por mercadoria espiritual, constituída pelas “artes de aprender a ler” e cartilhas – Gramatica da língua portuguesa (1540); Cartinha com preceitos e mandamentos da santa madre igreja (1540); Dialogo da viciosa vergonha (1540).

Não sendo cronista geral do reino, escrevendo “não por ofício, mas por inclinação; não por prémio, mas de graça e, mais favorecendo que convidado”, entre os encargos oficiais e os momentos de ócio, concebeu um grande plano que pretendia ser uma história da conquista, da navegação e do comércio de Portugal na Europa, em África, na Ásia e Terra de Vera Cruz (Brasil). Desta “catedral historiográfica” inacabada, inscrevendo um arco cronológico que se inicia em 1420 com o início do povoamento da Madeira e termina em 1549, surgiriam as três décadas publicadas em vida de Barros (Primeira Década, editada por Germão Galharde em 1552; a Segunda Década, também de Galharde, em 1553; a Terceira Década, editada em 1563 por João de Barreira; a Quarta Década, seria completada por João Baptista Lavanha em inícios do século XVII).

Inspiradas em Tito Lívio, as Décadas dão expressão eloquente à novel historiografia ultramarina, género discursivo que herdava, sintetizava e transpunha as crónicas reais, as histórias eclesiásticas e histórias de cavaleiros de finais da Idade Média, pretendendo-se monumento apologético inculcador de orgulho, consciência de missão histórica e fonte de exemplo. Não se trata, contrariando Hernâni Cidade, de prosa delirante. Barros teve acesso directo às fontes e aos actores principais e secundários da história que quis salvar do esquecimento, foi fiel a um princípio de ordem e equilíbrio, defendendo-se do exagero, procurando o rigor, condições do labor historiográfico. Valeu-se de recursos estilísticos e de modelos próprios do Renascimento, bem da riqueza e subtilezas da língua portuguesa, então já preparada para voos literários, preferindo os grandes acontecimentos aos pequenos factos. Os grandes protagonistas das Décadas são o Infante dom Henrique e Dom João II, pródromos da expansão, assim como Dom Manuel I, Dom Francisco de Almeida, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e outros capitães-mores das armadas. Contudo, colocando o povo português - motor do tempo novo – no centro da narrativa, Barros criou uma vibrante narrativa patriótica. Transpostas Colunas de Hércules, tornando o desconhecido conhecido, os portugueses haviam feito do mundo o palco de proezas que emulavam as dos heróis clássicos.

Não será necessário acentuar a influência de Barros em Camões e lembrar o sucesso que as Décadas conheceram na Europa. De Afonso Ulloa, L’Asia del S. Giovanni di Barros – tradução das Décadas primeira e segunda – editada em Veneza em 1562. Na terceira edição de Delle navigationi et viaggi, de Ramusio (1563), surgem extractos, novíssima revelação de outros mundos e modos insuspeitos. O interesse concitado prolongar-se-ia pelos séculos seguintes, e ainda em inícios do século XVIII, enriquecidos pelo esmero editorial de Pieter van der Aa, Expedições Navais (Scheeps-togt), quadros das viagens dos capitães do Oriente retirados de João de Barros e adornadas por gravuras que são desde então inseparáveis da visão europeia do sub-continente indiano e da Insulíndia.

Mas para quê falar de coisas de somenos. O importante são as lamúrias, a choraminguice, a rediscussão da dívida, o Professor Doutor Artur Baptista da Silva, as indignações, os ataques à Isabel Jonet, a crise no Sporting, os insultos ao Primeiro-Ministro; isso, sim, são coisas importantes.~
 
 
Miguel Castelo-Branco
 
Fonte: Combustões

A fé dos sábios

Muito embora o presépio de Jesus se reporte ao Evangelho de Lucas, que não refere a presença dos Magos, geralmente não se omitem estas enigmáticas personagens, que Mateus refere no seu relato. Pouco se sabe da identidade ou da proveniência dos Magos, nem do que foi deles depois daquele tão extraordinário encontro com o Rei dos Judeus. Curiosamente, este título, por eles dado ao recém-nascido, é o mesmo que constará sobre a cruz.

Os Magos eram os sábios daquele tempo. A sua presença junto do Deus Menino é significativa da homenagem que a inteligência deve prestar ao Criador, louvando-o. Porque o mistério não humilha a razão, antes a sublima e eleva onde, por si só, jamais se poderia alcandorar. Eram sábios e por isso leram os sinais dos tempos: a sabedoria, afinal, mais não é do que um olhar mais atento e penetrante sobre a realidade. Muitos viram a estrela, mas só eles compreenderam o seu significado e se puseram a caminho. Os ignorantes, como não sabem nada, nem sequer sabem o que não sabem.

Os Magos, como eram sábios, sabiam muito, mas também sabiam que não sabiam tudo. Conscientes da sua ignorância teológica, ao chegarem a Jerusalém, perguntaram sobre o lugar do nascimento de Jesus. Sábia foi também a sua decisão de acatar a douta resposta dos peritos na ciência que não era a sua.

Quando finalmente viram o tão desejado Rei dos Judeus, aqueles homens, com a humildade própria do seu muito saber, prostraram-se e adoraram-no. Não o fazem como crentes, pois eram gentios; nem como súbditos do novo Rei, porque não eram judeus; mas como sábios, porque Aquele que adoram é a Verdade o princípio e o fim de toda a sabedoria.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Fonte: Povo

28 dezembro 2012

A Monarquia é superior

 
 
Muitos se interrogam acerca da razão pela qual as palavras do Presidente da República não são escutadas ou pior ainda, se tornam parte da gincana partidária, malbaratando-se assim aquele princípio de equitativa distância que se supõe em qualquer chefia de Estado. Pouco interessará se o utente do cadeirão presidencial seja Soares, Sampaio ou Cavaco Silva, pois a constante confirma-se sempre décadas sobre década e nem poderia ser de outra forma, dada a base de legitimidade onde a instituição assenta.
Os conselhos jamais são escutados, a conhecida fábula da magistratura de influência não passará disso mesmo, de uma lenda tão nebulosa como a floresta de Birnam. Conhecem-se os nomes de uma infinidade de amigos acumulados por uma "inexperiência política" já anciã de mais de trinta anos, onde houve momentos bastante azados para se tecerem redes de influência em todos os aspectos da vida do Estado e sectores adjacentes da economia, finanças e imprensa. Em suma, permanecerá sempre a desconfiança, aliás plenamente confirmada pelo ridículo score eleitoral saído das últimas presidenciais, somando-se ainda as iniludíveis responsabilidades pela desastrosa "cooperação estratégica" que conduziu o nosso país ao abismo. Se infelizmente não podemos dizer que se terão tratado das derradeiras eleições ocorridas sob a forma de organização do Estado saído da longa e permitida subversão e dos golpes de 1908 e 1910, nem por isso deixam de estar bem evidentes as fragilidades e o completo descrédito da instituição de todas as conspirações, conluios e recados de encomenda.
Em Espanha passa-se precisamente o oposto. O discurso que o Rei João Carlos pronunciou há dois dias, consiste num claro repto lançado a toda a sociedade espanhola e pelas reacções imediatas da chamada opinião pública, atingiu plenamente os objectivos pretendidos, enumerando aquilo que mais urgente há a fazer: a reabilitação da política no seu melhor sentido. Essa política a que o Rei apela, deverá atender às prementes necessidades da reforma do Estado saído do já longo período de transição no qual a Coroa foi o elemento mais sólido, intransponível e coerente na conformação do todo. O Rei há muito se apercebeu do perigoso resvalar das reputações - inclusivamente da própria, sempre à mercê de críticas justas ou absurdas -, pois estas, se encaradas de forma global, serão aquele elemento incontornável e capaz de fazer ruir um sistema laboriosamente trabalhado e que deu ao país um feliz período de paz, progresso, justiça e tratamento equitativo sem paralelo na sua história.
Sabemos o que em Portugal significaria ter D. Duarte como Rei. Nada dado a frivolidades - talvez o único argumento que os republicanos em Espanha aproveitam para atacar o Grande Homem que é D. João Carlos -, perfeitamente consciente da situação de Portugal no mundo e do seu percurso histórico que ainda lhe garante a soberania, teríamos um monarca avesso a jogos partidários e às fáceis cedências a uma anónima Europa que nos sufoca. O nosso país contaria com o Rei decomprometido dos privados interesses que arruinaram Portugal e ainda mais importante, alguém disponível para a aceitação de uma profunda alteração da organização do Estado, prioridades sociais e a imperiosa preservação daquilo que é intrinsecamente português. Em suma, teríamos um supervisor da boa política, a única que interessa.
Sem essa política não existe a democracia, por melhor rotulada que esta esteja. A boa política tem muito a ver com o acerto das decisões atempada e cuidadosamente ponderadas e como seria evidente num Portugal normalizado, gizadas para um prolongado prazo que se medirá por décadas. As bases aí estão bem sólidas desde há quase setecentos anos e nem sequer a passagem dos séculos foi passível de uma grande alteração dos fundamentos da política portuguesa na arena internacional. Disso o regime tem tido alguma conta, mas de facto, os erros e as derivas têm sido catastroficamente acumulados devido à ânsia do agradar de sectores onde a cacicagem impõe cedências que muito prejudicaram o Estado e a sociedade civil. Não existe má política que não tenha imediatos reflexos na educação, saúde, defesa, economia, finanças e estabilidade social.
O Rei João Carlos impôs como metas o respeito pelo outro, o desenhar de objectivos claros a longo prazo, a lisura pessoal como essência do serviço público, a lealdade e também, como o caso espanhol impõe sem subterfúgios, o reconhecimento da pluralidade. Os sacrifícios de hoje, apenas terão razão de ser se existir uma sólida perspectiva de reforma onde a justiça, a simplificação do aparelho do Estado e a confiança nos agentes políticos for garantida. Ora, no Portugal de hoje, tal parece ser uma tarefa impossível, não existe o norte e nem sequer aquela carga simbólica que uma certa instituição - independentemente da personalidade que no momento a encarna - significa. Uma vez mais, os espanhóis estão em clara vantagem.
Cavaco Silva poderia ter aguardado a ora real e somente necessitaria de um bom tradutor para a pronunciar em bom português, apenas mudando o nome do país. Apesar deste louvável esforço, duvidamos do alcance que as palavras teriam nesta terrível balbúrdia, nestes dias do fim que o regime ingloriamente enfrenta.
O Rei é o Rei. Gostaríamos que alguém nisto que é e sempre foi a República, nos oferecesse uma confiança e determinação comparável.
 
 
Nuno Castelo-Branco
 

27 dezembro 2012

O Grinch

grinch

Existe um personagem de ficção chamado Grinch (muito ‘conhecido’ nos EUA) que ficou ‘famoso’ por querer roubar o Natal. Daí não foi difícil a generalização passando o dito personagem a designar o espírito anti-festividades. Como é natural este personagem não se tornou propriamente num exemplo de popularidade!
 
Há quem diga que o Povo Português vive no e para o sonho. Ora isso é verdade e não é verdade ao mesmo tempo, pese embora isso possa parecer contraditório ou estranho.
 
O Povo Português gosta de concretizar os sonhos, as fantasias, as lendas, os mitos, as histórias! É algo nosso, digamos assim!
 
Por exemplo: se os ingleses têm “Romeu e Julieta” nós temos “Pedro e Inês”. Não colocando em causa a qualidade literária da obra de Shakespeare a verdade é que lhe falta o realismo que existe de sobra na história de Pedro e Inês. Por que é que a primeira é muito mais famosa do que a segunda? Bem, isso tem muito que se lhe diga! Talvez num próximo artigo!
 
Se os norte-americanos encontraram um personagem fictício a quem atribuir o espírito anti-festividades nós temos … bem, o leitor sabe o que nós temos! Analisemos então o que se passa por terras Lusas.
 
Com a desculpa de aumentar a produtividade (?!) alguém se lembrou de dizer que Portugal tinha festividades (feriados) a mais e que alguns deviam ser abolidos! Considerar que Portugal, País com quase 900 anos de história, tem feriados a mais já tem o seu ‘quê’ de ridículo; achar que abolir feriados vai ter um impacto significativo no aumento da produtividade já roça o patético e alegar que esta “medida” está a ser tomada ‘a bem da Nação’ isso então é, com o perdão da expressão, o fim da macacada!
 
Como pode ser o ‘apagar da história/identidade Nacional da memória colectiva’ um serviço ao País? Confuso!!!
 
Já era suficientemente vergonhoso o 5 de Outubro ser oficialmente o “Dia da Implantação da República” ao invés de ser o “Dia da Fundação” (Tratado de Zamora – 5 de Outubro de 1143) mas pelo menos era feriado e cada um podia celebrar aquilo que o seu Patriotismo dizia ser o mais correcto. Agora já nem isso.
 
Oficialmente não se celebrava, portanto, a Fundação da Nacionalidade mas, pelo menos, celebrava-se a “Restauração da Independência”. Bem, mas agora também já nem isso!
 
Quer tudo isto dizer que Portugal, neste momento, acha que a Sua Fundação e a Restauração da Sua Independência (as duas festividades que marcam os momentos que garantiram que Portugal fosse uma Nação livre e independente) não são importantes o suficiente para ser feriado. Isto não parece ser exactamente o mais patriótico dos sentimentos. Não será esta situação única na Europa ou até mesmo no Mundo? Possivelmente sim, para ‘nossa’ grande vergonha!
 
No entanto qual o motivo de se escolherem estas duas festividades e não outras?
 
Por que não acabar com o Dia de Ano Novo (antigamente chamado Dia de Ano Bom)? Teremos nós alguma coisa para festejar ao entrar num novo ano? Ultimamente só parecem vir desgraças atrás de desgraças e isso não é propriamente um motivo sensato para festejar!
 
E por que não terminar com o 25 de Abril, o chamado Dia da Liberdade? No final de contas liberdade de quê? Liberdade para ser desempregado? Liberdade para ter de pagar cada vez mais e mais impostos? Liberdade para ser praticamente obrigado a sair do País em busca de sustento? Talvez não! Talvez seja unicamente liberdade para falir a Nação já que desde o 25 de Abril (1974) já vamos na terceira falência!
 
Já agora podia-se acabar também com o 1º de Maio – o Dia do Trabalhador. Com a elevadíssima taxa de desemprego e com a constante perda de direitos por parte dos trabalhadores fará sentido festejar alguma coisa neste dia? Sejamos realistas!
 
E que tal eliminar o Dia de Portugal – 10 de Junho? Assim por assim a República está mesmo a destruir a Nacionalidade pelo que se podia começar por acabar com este feriado! E o dia 10 de Junho é o Dia de Portugal porquê? Por estar associado à morte de Camões? É certo que Luís Vaz de Camões é, incontestavelmente, um dos vultos maiores da Literatura em Língua Portuguesa mas será mais importante que a Fundação da Nacionalidade ou a Restauração da Independência?
 
Mas numa fidelidade quase canina ao espírito de Grinch não se fiquem unicamente pelos feriados civis! Como se o Cristianismo não tivesse tido suprema importância na nossa definição enquanto nacionalidade destituam-se também os feriados religiosos! Apaguem da memória colectiva o nosso passado, a nossa identidade, as nossas origens. Vá, dêem o golpe de misericórdia na Portugalidade. Não é isso que os Grinhes deste País (e não só) tanto desejam?
 
Já acabaram com o 1º de Novembro (o que não faz sentido já que o Povo Português já está mesmo mais morto que vivo) e com o 15 de Agosto. Podem então prosseguir e acabar com o 8 de Dezembro também (até surpreende que a república não tenha conseguido acabar com ele dada a história desta festividade). Continuem e acabem também com o Natal seguido da Sexta-Feira Santa e culminando com a proibição da Páscoa (que, para o efeito, já nem importa que calhe sempre a um Domingo)!
 
Vá! Ignorem as origens nacionais e “democraticamente” proíbam o culto Cristão e persigam os seus seguidores. Saqueiem os Templos e destruam qualquer alusão pública ao Cristianismo. Tudo isto na maior democracia baseada, naturalmente, na mais profunda ética republicana. Tudo a bem de Portugal, claro. Só resta saber quem será Portugal para esses Grinches que por aí andam!
 
Mas depois de fazer tudo isto chegar-se-á à conclusão que ainda não foi suficiente para aumentar a produtividade e tirar Portugal da falência.
 
Mas e que tal retirar os fins-de-semana também? E as férias já agora! Afinal, segundo parece, os Grinches acham que os portugueses não são seres humanos e, portanto, não só não têm direito a uma identidade própria como não devem ter direito ao descanso (dos outros direito já nem se fala porque quase já nem existem).
 
Já viram Grinches, perdão, Ilustríssimos Senhores Grinches? Desta forma veriam a população a trabalhar 365 dias ao ano (366 nos anos bissextos para vosso delírio).
 
Contudo, ainda assim, Portugal não sairia do ‘buraco’ em que o meteram! E sabem porquê? Porque vós sois demasiados e comeis demasiado! Pior ainda é que, quais vampiros, nunca estais saciados!
 
Mas, Senhores Grinches, ainda que façam as maiores barbaridades os vossos intentos não triunfarão. E não triunfarão porque existe um Poder Superior que o impedirá! Não triunfarão porque haverá sempre quem resista; quem diga não à arrogância e prepotência! Não triunfarão porque haverá sempre alguém que, ainda que no limite das suas forças, se recuse subjugar ao poder da tirania! Nada se consegue sobrepor à vontade de um povo inteiro! Finalmente não triunfarão porque o mal, mais cedo ou mais tarde, será esmagado pelo bem.
 
O Grinch é um personagem fictício mas que em Portugal parece ganhar vida! É um personagem odiado por todos que o ‘conhecem’ mas que felizmente está, desde o inicio, condenado à derrota! Abaixo os Grinches!
 

23 dezembro 2012

Exemplos da "nefanda Caridade" (3): o Instituto de Socorro a Náufragos

 
A chamada "caridadezinha" deixa de sê-lo quando se trata de uma obra bem fundada, com continuidade e pedagogia.
Sabia-se qual era o deplorável estado em que se encontraria quem por fatalidade se "atrevesse a naufragar" junto à costa portuguesa, durante muito tempo apelidada internacionalmente como "A Costa Negra". Houve quem tivesse instituído uma organização de "solidariedade", como hoje se usa dizer para efeitos de cartilha programática daqueles obcecados pelo ataquei à carteira dos demais.
Aqui está o ISN, outra obra da Caridade da rainha D. Amélia de Orleães.
 
Nuno Castelo-Branco
 

O NATAL DO ANO DA FÉ

Uma história verdadeira de verdadeira fé


Quando o Bernardo e o Nuno nasceram, vieram ao mundo dois príncipes, porque filhos de Deus. Mas aqueles que os geraram não eram verdadeiramente seus pais. Se o fossem, não os teriam abandonado à nascença.

 A deficiência profunda do Bernardo e a exigência de não separar os dois gémeos ditou uma história triste, que se escreve na penosa via-sacra dos diversos serviços por que foram passando e em que, não obstante a dedicação do pessoal da instituição, não encontraram nunca uma verdadeira família, nem o calor de um lar.

 Pessoas houve que se interessaram pelos irmãos, mas porque não eram aqueles que estavam chamados a ser os seus verdadeiros pais, declinaram sempre a eventualidade da adopção. Mais pesava, decerto, a despesa e o incómodo de acarretar o inválido, do que a satisfação de os ter e de lhes dar o aconchego de uma casa. Mais pôde o egoísmo do que o amor.

 Os anos foram passando e, à medida que o Nuno e o Bernardo cresciam, diminuíam as hipóteses de um seu acolhimento por uma família adoptiva. E aumentavam os riscos sociais inerentes a uma não integração familiar.

 Mas Deus escreve direito por linhas tortas e nunca abandona os seus filhos e, por isso, deu a conhecer a existência e a triste sorte dos gémeos ao Rodrigo e à Helena, já com um filho mas impossibilitados de mais geração. E, para o casal, foi amor ao primeiro sinal.

 Apesar da sua disponibilidade, não foi fácil conseguir as necessárias autorizações para a adopção dos gémeos. A Helena e o Rodrigo tiveram que travar uma verdadeira batalha contra a morosidade das entidades sociais, a burocracia dos organismos estatais, o cepticismo e a desconfiança dos responsáveis pela tutela dos menores institucionalizados e um sem-fim de obstáculos de toda a espécie que, diariamente, durante meses de ansiedade e sofrimento, puseram à prova a sua resistência psicológica e espiritual. Se houve quem, entre os seus familiares e amigos mais próximos, os apoiasse neste seu propósito, também não lhes faltaram incrédulas reticências e veladas críticas, disfarçadas de prudência: Afinal, para quê complicar a vida?!

Mas, contra toda a esperança, esperaram em Deus e mais pôde o seu amor ao Bernardo e ao Nuno. Mais pôde a sua fé.

 Ontem vi e abençoei a nova família: que alegria se espelhava nos rostos daquelas duas crianças que, finalmente, encontraram os seus verdadeiros pais! Que alegria no primogénito, enriquecido pelo dom dos seus dois novos irmãos! Que alegria também nos olhos cansados do Rodrigo e da Helena, felizes na dupla experiência daquela sua nova paternidade e maternidade, que nasce directamente da sua fé e do seu amor a Deus!

 O Natal do Ano da Fé vai ser diferente para esta família. Como há mais gente em casa, vai haver mais trabalho e não haverá tantos presentes para cada um. Será talvez mais sóbria a ceia, à conta da crise que pesa sobre o remediado orçamento familiar, agravado com as despesas inerentes à nova situação. Mas, finalmente, haverá Natal nos corações daqueles dois príncipes que, depois de tão longo exílio e dolorosa peregrinação pelos desertos do egoísmo humano, descobriram por fim, graças à estrela da fé de seus verdadeiros pais, a grandíssima alegria do amor de Deus, feito vida nossa no dom do seu Filho, Jesus*.

Santo Natal!


P. Gonçalo Portocarrero de Almada


* A história é real mas os nomes, como é óbvio, são fictícios.

Fonte: Povo 

22 dezembro 2012

Exemplos da "nefanda Caridade" (2): ANT, o Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos

 
Apesar de todas as tonitruâncias do grotesco e pacóvio regime que há mais de cem anos infelizmente se apoderou de Portugal - transformando o país numa simples república portuguesa -, esta obra de Caridade consiste numa daquelas teimosias de outros tempos. Actualmente também tem servido de pelouro e de suculento bonbon servido a conhecidos comensais do regime que pouco ou nada entendem dos assuntos que o combate à tuberculose exige.
A ANT, coroa de glória da rainha D. Amélia de Orleães.
 
Nuno Castelo-Branco
 

S.A.R., Dom Duarte de Bragança no 41.º Dia Nacional dos Emirados Árabes Únidos

 
 
 
S.A.R., o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, esteve presente nas celebrações do 41.º Dia Nacional dos Emirados Árabes Unidos.

 
 
 


O evento decorreu no passado dia 3 de Dezembro, pelas 19h, no Pavilhão Atlântico/Sala Tejo.


 
 
 
Fonte: PPM Braga

21 dezembro 2012

Exemplos da "nefanda Caridade" (1): a Santa Casa da Misericórdia

 
A Santa Casa da Misericórdia, instituição com meio milénio e que laboriosamente continua a existir em todos os territórios outrora incluídos no antigo vasto espaço da soberania portuguesa. Se ali existe alguma "solidariedade", essa limita-se à nomeação política dos provedores - ou provadores? - , sabendo-se que nos quadros desta instituição existe muita gente capaz e conhecedora das realidades sociais do nosso país. A Santa Casa da Misericórdia pratica a Caridade no seu único e autêntico significado, enquanto a gente do regime a tudo sobrepõe a Solidariedade inter-pares. Em poucas palavras, eis a diferença.
A Santa Casa, coroa de glória da rainha D. Leonor de Avis.
 
Nuno Castelo-Branco
 

SS. AA. RR., Os Duques de Bragança presentes nas Cerimónias Natalícias da Ordem de Malta

No dia 15 de Dezembro, contando com numerosa participação, foi celebrada a habitual Santa Missa na Igreja de Santa Luzia, em Lisboa, sede nacional da Assembleia Portuguesa, pelo Capelão Conventual Grã-Cruz ad honorem Sua Excelência Reverendíssima Sr. Dom Antonino Eugénio Dias, Bispo de Portalegre e de Castelo Branco.
Dignou-se concelebrar Sua Excelência Reverendíssima Sr. Dom Rino Passigato, Núncio Apostólico em Portugal, conjuntamente com quatro outros sacerdotes.
Na ocasião Sua Excelência o Sr. Conde de Albuquerque, Presidente da Assembleia Portuguesa, recebeu o juramento de vários novos confrades, na presença de Sua Excelência o Sr. Embaixador da Ordem de Malta em Portugal, Dr. Miguel de Polignac, e de Suas Altezas Reais os Senhores Duques de Bragança.



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após a celebração da Santa Missa, Sua Alteza Real a Sra. Dona Isabel de Bragança, Duquesa de Bragança dirigiu-se conjuntamente com S.E. o Sr. Presidente e com S.E.R. ª o Senhor Bispo de Portalegre acompanhado de S.E.R.ª o Senhor Núncio Apostólico afim de descerrar a imagem da Rainha Santa Isabel, recentemente adquirida pela Assembleia Portuguesa após a visita oficial feita à Hungria a convite do Governo Húngaro e que ficará de agora em diante ao culto na Igreja de Santa Luzia.
Na ocasião Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo de Portalegre benzeu a imagem da Rainha Santa.
Presentes também nessa ocasião um grupo significativo de Damas da Ordem de Santa Isabel.
 
 
 
 
A encerrar a cerimónia S.A.R. o Sr. Duque de Bragança, a pedido de S.E. o Sr. Conde de Albuquerque , dirigiu-se à Sala do Conselho, acompanhado por S.E. o Sr. Embaixador e pelos membros do Conselho da Assembleia Portuguesa afim de descerrar três reproduções de quadros respetivamente de El Rei Dom Carlos I, El Rei Dom Manuel II e de S.A.R. o Príncipe da Beira Dom Luis Felipe de Bragança, todos eles membros da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana Militar de Malta.
 
 
 
 
 
 

20 dezembro 2012

Bento XVI e o Farmville

Andam por aí alguns improvisados teólogos muito preocupados e com razão: então não é que, no seu último livro, o Papa Bento XVI, se calhar à conta da lei do arrendamento, deu ordem de despejo do presépio à vaca e ao burro?! Há quem diga também, talvez ao abrigo da generosa ideologia da igualdade de género, que a vaca afinal era boi. Mas o burro, por mais que lhe chamem jumento, de burro não passa. E ainda bem.

Este burburinho dos diabos – e nunca melhor dito! – seria irrelevante se não fosse a maldosa intenção de perverter o que Joseph Ratzinger afirma no último volume da sua magnífica trilogia sobre Jesus de Nazaré. Pior ainda: pretende-se infundir nos ânimos menos avisados a ideia de que nada é certo, nem histórico, nos relatos bíblicos do nascimento de Cristo, e portanto tudo se pode pôr ou tirar, ao gosto do freguês. Se tudo fosse discutível, o Natal não passaria na realidade de uma piedosa lenda, de um conto digno dos irmãos Grimm ou, à conta da vaca e do burro, de uma fábula à La Fontaine.

Desenganem-se os agitadores das consciências cristãs. Bento XVI não brinca ao Farmville com o presépio de Nosso Senhor e por isso, muito embora afirme que os relatos evangélicos não referem – nem neguem, acrescente-se – a presença das duas bestas, entende que a mesma se justifica em termos hermenêuticos, bíblicos e da mais genuína tradição católica. Ao ponto de concluir que por isso “nenhuma representação do presépio prescindirá do boi e do jumento”. Também diz, como a Igreja sempre disse e a ciência histórica confirma, que é verdadeiro e real o nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus e da Virgem Maria, esposa de José, em Belém de Judá, há pouco mais de 2 mil anos.
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade… e aos burros do costume, que, também este ano, poderão contemplar, embora sem nada compreender, a encantadora beleza do Natal.
 
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
 
Fonte: Povo

S.A.R. o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança no "Almoço de Conjura" em Coimbra

Sua Alteza Real, o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, esteve no "Almoço de Conjura" organizado pela Real Associação de Coimbra, onde foi também apresentado o livro "Plano C", de autoria conjunta do Instituto da Democracia Portuguesa.
 
S.A.R. Dom Duarte de Bragança, na foto com com Miguel Pignatelli Queiroz, autografando o livro do qual escreveu o seu prefácio.
S.A.R. Dom Duarte de Bragança com Fábio Reis, presidente da Real Associação da Beira Litoral.
 
 
 
 
 
 
Fábio Reis e Joana Dias Pereira, presidente e vice-presidente da Real Associação da Beira Litoral.
Joaquim Costa e Nora, Presidente da Real Associação de Coimbra, anfitrião do evento.
Professor Mendo Castro Henriques na apresentação do livro PLANO C
 
Real Associação da Beira Litoral.
 
Sílvia Oliveira e Manuel Beninger, deputados na Assembleia Municipal de Braga.
 
Real Associação de Coimbra e a Real Associação da Beira Litoral.
 
Fonte: PPM Braga

19 dezembro 2012

A BANDEIRA DE PORTUGAL QUE PERTENCEU À CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA


 
A bandeira que no dia 5 de Outubro estava içada na Camara Municipal de Lisboa e que os republicanos sem legitimidade arrearam.
A Filipa Vera Jardim (proprietária da bandeira) explica a S.A.R., Dom Duarte a história incomum e única.

Para quem não sabe a história é a seguinte:

No dia 5 de Outubro de 1910 quando da declaração da república, os elementos republicanos arrearam e mandaram cá para baixo a bandeira que estava hasteada na CML.

Um senhor monárquico que ia a passar apanhou-a,dobrou-a, e levou-a para casa. Mas na sanha revolucionária quem fosse apanhado com uma teria graves consequências de maneira que este senhor levou-a para casa de um amigo que apesar de republicano nunca a entragaria.

Assim ficou durante anos à guarda deste amigo. Parece que o senhor monárquico morreu sem nunca ter ido recuperar a bandeira que continuou na posse do tal repúblicano que foi o avô da Filipa Vera Jardim, neta a quem ele a entregou, sabendo que seria ela quem mais valor lhe iria dar. Cá está ela 100 anos depois!
 
 
Aqui está a bandeira a ser colocada no muro do piso superior da SHIP - Sociedade Histórica da Independência de Portugal no dia 5 de Outubro de 2012, dia a Fundação de Portugal!