31 janeiro 2012

Infanta Dona Maria Adelaide de Bragança é condecorada no dia em que faz 100 anos

Dona Maria Adelaide de Bragança van Uden, neta do Rei D. Miguel, será condecorada na terça-feira pelo Presidente da República com a Ordem de Mérito Civil, num jantar em Lisboa, no qual celebrará cem anos.


A condecoração será imposta durante o jantar de homenagem à infanta no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, pelo embaixador Pinto da França, chanceler da Ordem de Mérito, em representação do Presidente da República.

A infanta D. Maria Adelaide, que será agraciada com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito Civil, integrou a resistência austríaca aos nazis, esteve presa e veio viver para Portugal, onde criou a Fundação Nun’Álvares Pereira para apoio aos carenciados.

D. Maria Adelaide de Bragança “é um exemplo de vida pela estatura moral", disse à agência Lusa Raquel Ochoa, autora de uma biografia da infanta editada em Maio passado.

Referindo-se à actividade de D. Maria Adelaide como resistente aos nazis, na Áustria, Raquel Ochoa considerou que é “um acto heróico, mas quando questionada sobre a questão, Dona Maria Adelaide apenas afirma que foi uma reacção natural com algo com que não concordava. Era-lhe impossível viver num mundo assim”.

“A resistência era como respirar, perante a educação que tinha tido e os ideais que tinha. Não resistir é que era uma violência contra ela mesma. Resistir era um acto natural”, explicou a biógrafa.

D. Maria Adelaide foi detida pelas tropas nazis, tendo sido salva de fuzilamento in extremis e após várias diligências de António Oliveira Salazar, então Presidente do Conselho de Ministros, que se indignou por terem prendido uma infanta portuguesa.

A autora sublinhou que D. Maria Adelaide de Bragança van Uden “teve outros actos heróicos” e referiu o seu trabalho “como assistente social em prol das populações desfavorecidas” na margem sul do Tejo, desenvolvido de “forma discreta”.

“Ela [D. Maria Adelaide] percebeu que através da discrição não era notada nem perseguida, além de, por educação, não gosta de fazer alarde do que faz, há zero de gabarolice nesta família, o que é a antítese da sociedade em que vivemos”, disse.

Esta acção social foi feita no âmbito da Fundação Nun'Álvares Pereira que se diluiu após o 25 de Abril de 1974.

Referindo-se à posição da infanta ao regime que antecedeu a revolução de 1974, Raquel Ochoa afirmou que “reconheceu Salazar como quem pôs em ordem as contas do Estado, mas insurgiu-se sempre contra os métodos usados”.

Na obra, intitulada “D. Maria Adelaide de Bragança. A Infanta Rebelde”, com chancela da Oficina do Livro, SAR. Dom Duarte Pio de Bragança refere no prefácio que a tia é “um exemplo”.


Fonte: Público

Alvalade do Sado, Santiago do Cacém, presta homenagem a Infanta de Portugal

Família celebra centenário da ‘Princesa Rebelde’

Os cem anos da infanta de Portugal, Dona Maria Adelaide de Bragança, última neta viva do rei D. Miguel I, foram ontem (29 de Janeiro) assinalados com uma missa de Acção de Graças na Igreja Matriz de Alvalade do Sado, Santiago do Cacém.

Em sua representação estiveram dois dos seis filhos, Nuno de Bragança Van Uden e Maria Teresa de Bragança Van Uden Chaves, e o neto Rodrigo Van Uden Chaves. A infanta era conhecida por ‘Princesa Rebelde’, devido à sua intervenção cívica e também por pertencer a movimentos de resistência ao nazismo.

"Estas homenagens são uma forma de ela transmitir aquilo que pensa, os receios e as propostas que faz para o futuro, que passam pelos valores cristãos", afirmou Nuno de Bragança.

100º Aniversário de SA a Senhora Infanta Dona Maria Adelaide de Bragança


A Real Associação do Médio Tejo deseja a Sua Alteza a Infanta Dona Adelaide de Bragança um Feliz aniversário na companhia da Sua Real Família e que o Seu exemplo de vida seja uma escola para todos nós.

30 janeiro 2012

Comunicado de imprensa da Causa Real



TERÇA-FEIRA, 31 DE JANEIRO, ÀS 20.15H, NO CCB

D. MARIA ADELAIDE DE BRAGANÇA FESTEJA 100 ANOS

E RECEBE CONDECORAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

 
Um jantar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, na próxima terça-feira, às 20.15h, vai homenagear D. Maria Adelaide de Bragança, última neta viva do rei D. Miguel, que completa amanhã, 31 de Janeiro, 100 anos. Na ocasião, será entregue a condecoração de Grande Oficial da Ordem do Mérito, atribuída pela presidência da República. Impedido de estar presente por motivos de agenda, o presidente da República será representado pelo Chanceler das Ordens, embaixador António Pinto da França. O jantar, para os quais são esperadas cerca de 200 pessoas, organizado pela família e amigos, contará com a presença do chefe da Casa Real Portuguesa, D. Duarte de Bragança, sobrinho de D. Adelaide.

Nascida em St. Jean de Luz, onde a família estava então exilada, D.Adelaide de Bragança teve uma vida marcada pelos grandes acontecimentos que atravessaram o século XX, sobretudo durante o período da 2ª Guerra Mundial. Filha mais nova do Duque de Bragança D. Miguel (II) e de Maria Teresa, Princesa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, cresceu em Seebenstein, na Áustria, tendo estudado Enfermagem e Assistência Social, em Viena.

Com a ocupação nazi, foi presa pela Gestapo, acusada de ouvir transmissões da BBC, foi interrogada e esteve na solitária, experiência que determinou a adesão e empenhamento na resistência organizada. Como enfermeira, prestou auxílio às vítimas dos bombardeamentos e já perto do fim da guerra, presa uma segunda vez pelos nazis, foi na iminência da execução que o Exército Soviético a libertou. Nessa ocasião, com intervenção diplomática nacional, foi-lhe concedido, e a seus irmãos, entre os quais D. Duarte Nuno, pai do actual Duque de Bragança, passaporte português.

Casada com o médico holandês Nicolaas van Uden, que conheceu ainda estudante em Viena, veio para Portugal em 1949, tendo se instalado numa quinta em Murfacém, perto da Trafaria, dedicando-se a uma intensa actividade de cariz caritativo, sobretudo através da Fundação D. Nuno Álvares Pereira, situada em Porto Brandão, instituição de apoio a mães pobres em final de gravidez e a crianças abandonadas. Esta actividade nem sempre foi bem compreendida durante o período do Estado Novo, valendo-lhe inclusive acusações de simpatia pelo comunismo. A sua vida está contada no livro “A Infanta Rebelde”, da autoria de Raquel Ochoa, publicado em 2011 pela Oficina do Livro.


A Causa Real foi criada em 18 de Novembro de 1993 e é hoje uma associação internacional agregando as Reais Associações existentes em todos os distritos do Continente Português, nas duas Regiões Autónomas e noutros locais do Mundo. Instituída sob a égide de S.A.R. o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, a Causa Real pretende reunir todos os simpatizantes da instituição Real das várias sensibilidades e quadrantes político-partidários. Apostada na criação de um Portugal moderno, consciente da sua história e apostado no Futuro, a Causa Real está aberta ao contacto de todos os que sintam os valores da Portugalidade e a relevância do Futuro de Portugal no Mundo.

 
Para mais informações agradecemos o V. contacto para:

João Távora – 917 230 212


 
Lisboa, 30 de Janeiro de 2012
Pela Comissão Organizadora



Causa Real

Praça Luís de Camões, 46 – 2º Dto.

1200-243 Lisboa

Conferência sobre OS ESPAÇOS ESTRATÉGICOS DE INTERESSE NACIONAL

CONVITE
Irei proferir uma conferência na Academia de Marinha, no dia 31/01/2012,
pelas 17:30h, que versará sobre
"OS ESPAÇOS ESTRATÉGICOS DE INTERESSE NACIONAL".

Mesmo sabendo que será uma responsabilidade acrescida, terei todo o gosto na vossa presença.
 
 
Ten. Cor. Piloto Aviador (ref.) João José Brandão Ferreira
 
 

Os filhos da mentira

 
O milagre da multiplicação dos pais e das mães


Jesus Cristo fez o milagre da multiplicação dos peixes e dos pães, mas a ideologia de género faz mais: multiplica, desgraçadamente, os pais e as mães.

Com efeito, se uma criança pode ter duas «mães», a verdadeira e a falsa, já que não pode ter sido gerada por ambas, pode ter muitas mais. De facto, se a verdadeira mãe morre, ficando a sua geração ao cuidado da falsa e a dita «viúva» casar com outra, também esta será, pela mesma razão, «mãe» da dita descendência, portanto sua «mãe» duplamente falsa. Se aquela «viúva» morrer e lhe sobreviver a pessoa com quem casou, em segundas núpcias, pode esta, a dita «mãe» duplamente falsa, por sua vez casar com uma nova mulher, que será portanto a quarta «mãe» da criança em causa, ou sua «mãe» triplamente falsa. Portanto, se mãe verdadeira há só uma, falsas podem ser três ou mais!

O mesmo se diga dos «pais». O finlandês Juha Jämsä, casado com o pai de três filhos, que têm mãe, também quer ser «pai» deles: se o conseguir, os ditos terão simultaneamente três «pais» legais: dois progenitores mais um falso pai. Se a mãe voltar a casar com um homem, ainda podem ter quatro: uma mãe e três «pais»!

E se dois homens casados quiserem adoptar um órfão? Não é possível, porque a lei nacional não o permite. Que fazer? Basta dar prioridade ao «interesse da criança», em detrimento da ideia de que a adopção deve imitar a «reprodução biológica». Quer isto dizer que um menor deveria poder ser adoptado por uma banda de música, um sindicato ou por uma grande superfície. Genial, não é?

E, ainda, se uma mulher quiser ter um filho, mas não casar? Não pode porque, segundo a actual legislação portuguesa, a procriação medicamente assistida só é viável a pedido da mulher e do seu marido. Mas – contradizem os activistas da ideologia de género – é uma «violência» obrigar uma mulher a casar, ainda por cima com um homem, para que possa recorrer à fecundação artificial! Se for, também o será que, para casar ou conceber, precise de alguém… Se a geração é um direito individual, invente-se então a reprodução assexuada!

Dois conceitos a distinguir: matrimónio e filiação. São cônjuges os casados, são progenitores os pais. O marido da mãe não é, necessariamente, o pai dos filhos dela, nem a mulher do pai é, por força, mãe da geração dele. Por isso, o marido da mãe que não é pai, é padrasto; e madrasta a mulher do pai, que não é mãe. Substituir padrasto ou madrasta por «pai» ou «mãe» é mentir ao filho sobre a sua identidade e filiação.

Há quem entenda que é a competência parental que conta e não a consanguinidade. Mas então, a adopção deveria ser concedida a equipas de especialistas: quinze «pais» peritos em puericultura, culinária infantil, pedopsiquiatria, línguas estrangeiras e dança substituiriam, com vantagem, pai e mãe, ou duas «mães» ou «pais» menos versáteis.

Mais ainda: se é a competência que interessa e não o parentesco, então mesmo o filho do casal natural, pai e mãe à antiga portuguesa, não deveria ser dado aos seus progenitores, como exige a ideologia de cariz biologista, mas entregue ao Estado, que depois o adjudicaria aos que provassem ser os «pais» mais aptos. Assim sendo, todos os cidadãos portugueses que quisessem «ter» geração, mas não «ser» pais, deveriam provar as suas aptidões parentais em exames nacionais: ser-lhes-iam depois dadas as crianças disponíveis, consoante as suas notas. Logicamente, o primeiro classificado teria direito ao bebé do ano.

Foi à revelia da vontade popular que Portugal entrou no restricto grupo dos países que apostaram na falsificação da família e do matrimónio naturais e, pelo menos 62% dos portugueses, não quer que casais do mesmo sexo possam adoptar menores.

Os recém-nascidos têm direito à família de que e em que nasceram: ao pai e à mãe que os geraram. Só a sua inexistência, ou manifesta incapacidade, pode legitimar a sua substituição por pais adoptivos. Mas nunca dois «pais» ou duas «mães», um verdadeiro e outro falso, porque uma mãe não é outro pai, nem o pai uma outra mãe. Além do mais, o pai do filho de duas «mães», como a mãe do filho de dois «pais», não podem, nem devem, ser excluídos da relação parental.

Esta não é, apenas, mais uma causa fracturante, mas uma questão aberrante, porque a adopção por casais do mesmo sexo é contrária à dignidade humana e ao superior interesse das crianças.


P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Fonte: Voz da Verdade

Lixo é lixo

"Como socialista, laico e republicano dos sete costados, custa-me um bocado a engolir. (...). Não é por aí que se vai resolver os problemas do País".
Mário Soares, ex-presidente da República

"Um Governo que toma uma decisão destas é um Governo que não respeita a independência nem a República. É um ato contra a História e contra a cultura. É um ato anti-história e anticultura".
Manuel Alegre, ex- (e talvez futuro-presente) candidato presidencial
Alguns reparos. O primeiro consiste na nossa ignorância acerca do significado "republicano dos sete costados". repita lá: sete? Deve estar a fazer um reparo ao Buíça, ao Costa, ao Bernardino, ao Abel Olímpio do Dente d'Ouro, ao Afonso Costa, à Formiga Branca e ao anónimo "herói bombista". Soares referia-se exclusivamente ao 5 de Outubro, até porque o 1º de Dezembro é coisa desprezível para um saudosista de Afonso Costa e do PRP federalista "ibérico". Quanto a Manuel Alegre, quando declara ser esta eliminação um acto contra a História e contra a cultura, devia preocupar-se mais com o neo-português com que o Diário de Notícias estampa as suas declarações: "ato" é um claro erro ortográfico digam os alegretes o que quiseram. É, e para a maioria, continuará a ser.
Francamente, abastadíssima gente que se esfrega de emoção pela data fundadora de um regime que dizia pretender "salvar o património colonial", quando afinal para sempre o liquidou da maneira que se conhece; avidíssima gente sempre com a "liberdade" na ponta da língua, mas feroz defensora das iniquidades, prepotências, esbulhos, morticínios e outras violências outubristas que conduziram o país à ditadura; refasteladíssima gente sempre pronta para as "coisas da cultura" mas entusiasta defensora destas novidades que transformam factos em fatos, actos em atos, acções em ações, afecto em afeto, objectivos em objetivos e por aí fora, devia desviar a sua fisga para outras direcções. Sim, direcções e não direções.
Felizmente, o meu computador barra todas estas novidades a vermelho. Como convém.
Entretanto, vejam a coisa pelo lado positivo: a eliminação do feriado poupa-lhes uma banquetada e ficamos todos a ganhar. Os putativos convivas, poupam os respectivos organismos a mais umas tantas vinhaças e gorduras, enquanto a ralé, "vulgo nós", contenta-se em pagar menos uma conta.

Nuno Castelo-Branco
 
 

29 janeiro 2012

QUEM COMO O REI?


Se dividirmos os Estados democráticos em estáveis e instáveis, de acordo com o critério da continuação ininterrupta de democracia política desde a I Grande guerra, chegaremos à curiosa conclusão de das 12 ou 13 democracias estáveis do mundo 10 são monarquias.
Esta constatação de Seymour Martin Lipset, conhecido cientista político, a nível mundial, é a prova irrefutável da necessidade e urgência da monarquia nos dias de hoje, mais ainda, se pensarmos que 8 destas monarquias representam os países mais desenvolvidos da Europa ocidental.

Esta ideia da democracia associada à monarquia, embora antiga de séculos, é ainda hoje olhada de soslaio por muitas pessoas que consideram existir nesta associação ma contradição profunda. Esquecem-se porém que, exceptuando a ocupação durante a II Guerra Mundial, nunca um regime autoritário vingou nos Países monárquicos europeus, neste século.
O mesmo não podemos dizer relativamente às repúblicas, em que os casos alemão, espanhol, português, grego, italiano, francês, e russo são exemplos por demais evidentes. Vamos ainda mais longe ao afirmar que a origem destes regimes autoritários está precisamente na queda das monarquias nesses países e na consequente instabilidade política, financeira, económica e social que se lhe seguiram.

Tudo isto acontece porque "o desenvolvimento natural da democracia exige a presença de um poder não nascido das contingências políticas. Em república, os partidos e os grupos de pressão tendem a actuar como correntes a um poder absoluto. Em monarquia pelo contrário, a autoridade independente que cabe ao Rei torna possível o confronto leal e aberto entre as mais diversas forças sociais, políticas e ideológicas. O Rei é o princípio libertador, como o disse Francisco Sousa Tavares. Por isto tudo, a monarquia e democracia antes de se hostilizarem, complementam-se. Hoje a Europa ocidental está em paz e não se temem ocupações. No entanto nunca o receio pela perda de soberania e identidade nacional foram tão profundas como agora. O "sonho europeu" é cada vez mais uma realidade. A integração faz-se a um ritmo avassalador e os estados europeus interrogam-se sobre o futuro enquanto nação. Mais uma vez aqui os países monárquicos encontram-se em vantagem. a figura unificadora do Rei é o garante de uma identidade histórica que não se quer perdida.
Quem como o Rei pode assegurar a integridade do seu País apesar das vontades autonómicas e regionalistas, das diferenças étnicas, da diversidade social, política e cultural como acontece com a Bélgica, a Espanha, a Holanda, o Reino Unido e tantas outras monarquias? Ninguém.
O Rei encarna a história e assume-a inteiramente, porque simboliza a unidade do povo no respeito por todas as suas diferenças e para além dos seus conflitos. É pois, em torno da Instituição Real que o povo se une, porque nela se reconhece.

A Monarquia estabelece com a Nação um laço permanente, sempre visível e legítimo, que funciona como pólo aglutinador a que se recorre sempre que necessário. Como disse Ivam Illitch: "na hora do desastre só o enraizamento na história pode dar a confiança necessária para transformar o presente".
Por tudo isto e por ser também, no dizer de Henrique Barrilaro Ruas, "uma afirmação ética, cultural e até estética, um exemplo vivo e próximo" a Monarquia é necessariamente moderna. Urge pois restaurá-la.
Quem com o Rei?.........
Autor: João Morais, Universidade de Coimbra
Fonte: PPM Braga

ALVALADE SADO ASSOCIA-SE AOS CEM ANOS DE S.A., A SENHORA DONA MARIA ADELAIDE DE BRAGANÇA VAN UDEN, INFANTA DE PORTUGAL

A Casa do Povo de Alvalade Sado (Freguesia do Concelho de Santiago do Cacém) e a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Alvalade Sado, vão homenagear os 100 anos de vida de S.A., A Senhora Dona Maria Adelaide de Bragança van Uden, Infanta de Portugal, a única neta viva do Rei Dom Miguel I, que passou por Alvalade Sado em 1834 e Mãe da Senhora Dona Maria Teresa de Bragança van Uden Chaves, Presidente da Cáritas Diocesana de Beja, no próximo Domingo, dia 29 de Janeiro, através de uma Missa de Acção de Graças que se realiza na Igreja Matriz de Alvalade Sado, pelas 12 horas, presidida pelo Pároco Darius Pestka.
Portalalentejano - Alvalade.info
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Presidente da Cáritas de Beja: "Há pessoas com vida normal e frigorífico vazio"



"O pior está para vir" - A frase é dramática, mas na opinião da presidente da Cáritas Diocesana de Beja, Teresa Chaves, ilustra na perfeição uma realidade cheia de problemas para muitas famílias baixo-alentejanas.
Em tempo de crise, o número de pedidos de apoio à Cáritas Diocesana de Beja tem aumentado?
Sim, o número de pessoas a pedir ajuda tem aumentado bastante. E temos pessoas diferentes a pedir ajuda.
Diferentes como?
São pessoas que estão empregadas, mas viram reduzidos os seus rendimentos e não estão a conseguir fazer face aos compromissos. Nomeadamente pessoas que têm casas por pagar ou funcionários públicos que estão com dificuldades. Outras situações têm que ver com pessoas que viram um dos membros da família em situação de desemprego e também estão com problemas para fazer face às despesas básicas. E para não perderem a casa, estão com problemas alimentares! Há pessoas que pensamos que têm uma vida perfeitamente normal, com um ordenado médio-alto, mas que o frigorífico está vazio.
LEIA A ENTREVISTA DE TERESA CHAVES NA ÍNTEGRA NA EDIÇÃO DE 27 DE JANEIRO DO "CORREIO ALENTEJO", JÁ NAS BANCAS.
CorreioAlentejo
Fonte: Família Real Portuguesa

28 janeiro 2012

A república anda com o rei na barriga (ou resposta ao Ricardo Vicente)

Não tenho por hábito ser rude nos textos que escrevo, muito menos em resposta a colegas de blog. Mas de facto, o texto do Ricardo Vicente sobre os monárquicos, demonstra apenas uma visível e notória ignorância, como também uma clara falta de educação e de respeito pela diversidade de opiniões políticas - característica esta muito própria dos republicanos, que lembro: instauraram o seu regime através do homicídio de dois seres humanos e de uma revolução, que até hoje não entregou ao povo português a possibilidade de através do seu voto manifestar a sua vontade sobre a chefia de regime. Lembro, nunca nenhum republicano poderá argumentar que o "voto popular" é uma vantagem do regime republicano, enquanto não for atribuído ao povo português o direito de escolher e votar em Liberdade. Até isto acontecer, a "eleição do chefe de estado pelo voto universal" não passará de uma farsa.
Mas as mentiras continuam. Primeiro, o Ricardo fala do nosso índice de desenvolvimento enquanto país, esquecendo-se que os países mais desenvolvidos do mundo são na verdade monarquias. Se não acredita, convido-o a conhecer o Índice de Desenvolvimento Humano de 2011 e a perceber que o Reino da Noruega é o 1º classificado no ranking, a que se seguem Austrália (monarquia) e Holanda (monarquia), no top 10 constam no total 7 monarquias constitucionais. Se o Ricardo se der ao trabalho de ler o documento com atenção, vai ainda verificar que a nossa república do 5 de Outubro (a que este governo felizmente vai pôr fim enquanto feriado), encontrasse em 41º lugar, atrás de países tão desenvolvidos como a Eslovénia, Chipre, Estónia e Eslováquia.
Se o Ricardo fosse menos preconceituoso, talvez constatasse facilmente que os países onde a chefia de estado é independente do poder político e económico (monarquias) são mais estáveis, o que favorece o nível de desenvolvimento económico e humano dos mesmos. Acha que isto é uma questão de poesia? Não me parece caro Ricardo.
No texto do Ricardo, gostei também do novo argumento de que um regime republicano é uma questão de "direitos humanos". Em primeiro lugar acho-o básico e em segundo pouco sério. Quer o Ricardo dizer-me que as monarquias de Espanha, Reino Unido, Suécia, Noruega, Holanda e Bélgica, desrespeitam os direito humanos? Isto é mesmo para acreditar ou apenas saiu-lhe e devemos classificar como uma baboseira republicana inspirada por um anti-realismo primário?
As falácias tomam uma proporção ainda maior quando o Ricardo fala dos títulos nobiliárquicos. Em primeiro lugar, diga-me lá em que sítio ouviu ou leu alguma organização monárquica preocupada com esse assunto? Depois, diga-me mais uma coisa, nas actuais monarquias constitucionais europeias que direitos é que têm os "nobres"? E por fim, explique-me lá o que é que são os comendadores da república. Ordenados pelo presidente todos os anos, em Junho, ao ritmo das largas dezenas - em cerimónia digna de uma investidura real. Não serão os comendadores titulares de títulos nobiliárquicos da república? Desculpe a redundância.
Por fim Ricardo, perceba de uma vez por todas que a monarquia não é um poema e muito menos um ideal de toureiros e jogadores de rugby. A monarquia sempre se legitimou em Portugal e nas restantes democracias europeias, através da profunda ligação do monarca ao seu povo. Acontece que em Portugal a República negou e ainda nega a hipótese do povo se manifestar livremente na escolha do regime. Por fim, em verdade lhe digo, os nobres têm o rei na cabeça, os republicanos têm o rei na barriga, mas o povo trá-lo no coração. Assim não fosse e não haveria tanto medo de fazer um referendo.

 João Gomes de Almeida
 

Missa por alma do Rei Dom Carlos e do Príncipe Dom Luís Filipe em Braga


Um grupo de monárquicos vai mandar celebrar Missa de Sufrágio por Sua Majestade o Rei Dom Carlos e Sua Alteza Real o Príncipe Dom Luís Filipe, no próximo dia 1 de Fevereiro.

A Eucaristia terá lugar na Igreja da Sé Catedral de Braga, pelas 17h30. Será celebrante o Reverendíssimo Senhor Cónego Doutor José Paulo Leite de Abreu, muito ilustre Vigário Geral da Arquidiocese de Braga e moderador da Cúria.

Manuel Beninger (PPM Braga)

Intervenção de SAR no Jantar de Reis 2012

27 janeiro 2012

Comunicado do Núcleo de Cascais da Real Associação de Lisboa

Exmos Srs.

Como presidente do núcleo de Cascais da Real Associação peço encarecidamente que ajudem divulgando o mais possível mais esta aberração do Sr. Silva, pois ele não merece uma casa de férias em Cascais pois nada tem feito pelos Cascalensses.

Como sabe, o Palácio da Cidadela foi recuperado e está neste momento aberto a visitas. Mas, contra tudo o que é aceitável, a presidência da república teima em manter o controle do espaço e de o transformar em mais uma residência oficial do Sr. Silva, preparando-se para o encerrar definitivamente a visitas a partir do próximo mês de Fevereiro.

Ora, o Palácio é em primeiro lugar Real… e depois é um equipamento essencial para a consolidação da marca turística de Cascais e da transformação do Estoril num dos grandes destinos da Europa.

Com os melhores cumprimentos

José Paulo Beltrão Serra Pinto

Presidente da Causa Real “francamente contente” com fim do 5 de Outubro

O presidente da Causa Real assumiu-se nesta quinta-feira “francamente contente” com a provável eliminação do feriado da República, que “divide o país”, mas lamentou o fim do 1.º de Dezembro, uma celebração consensual e sem “base ideológica”.

“As pessoas, quando olham para estes dois feriados, tentam criar um balanço entre aquilo que é a Republica contra aquilo que é a Monarquia. Claramente, é um balanço que não existe”, disse à Lusa Luís Lavradio, para quem o 5 de Outubro (data da implantação da República em 1910) “divide profundamente o país, e dividiu na altura, e surgiu na consequência do assassinato de um chefe de Estado de Portugal”.

Luís Lavradio sublinhou que sempre considerou “quase um abuso” a celebração do 5 de Outubro e disse ficar “francamente contente”por ser abolido como feriado nacional.

Já o 1.º de Dezembro, que assinala a restauração da independência em relação a Espanha em 1640, “pelo contrário, não é um feriado com base ideológica, nem com base divisória”.

“É um feriado que une o país à volta de uma questão que para mim e para a Causa Real continua a ser muito importante, que é a nossa independência enquanto país e enquanto nação. Tenho obviamente muita pena que se tenha suprimido esse feriado, mas a Causa Real e eu próprio não deixaremos de continuar a celebrá-lo e a celebrar os heróis da Restauração e aqueles que consolidaram, e a muito custo, a nossa independência enquanto país”, acrescentou o presidente da Causa Real.

O Governo anunciou hoje que vai propor aos parceiros sociais a eliminação do 05 de Outubro e do 1.º de Dezembro da lista de feriados obrigatórios e de igual número de feriados religiosos. O objectivo do Governo é contribuir, com esta medida, para o aumento da produtividade.

O presidente da Causa Real ressalvou que “do ponto de vista político, do ponto de vista económico”, entende “perfeitamente a ideia do Governo” e apontou o caso da Inglaterra, que decidiu que os feriados se celebram à segunda-feira, uma opção que, disse, “talvez seja mais efectiva do que suprir alguns feriados”.

Fonte: Público

Nota da Causa Real sobre a recente polémica com as declarações do Professor Cavaco Silva, Presidente da República



A Causa Real defende ser a Coroa o órgão de topo da Chefia do Estado, pela sua natureza unificadora e inclusiva, factor diferenciador do cargo presidencial em abstracto, que pela sua natureza, é sectário, independentemente de quem o ocupa. Não compete à Causa Real como instituição monárquica suprapartidária reconhecida pelo Chefe da Casa Real, sem prejuízo das posições pessoais dos seus membros ou militantes, imiscuir-se em questões fracturantes, na tomada de partido a favor ou contra este ou outro qualquer presidente da república, partido ou actor politico.

A Direcção

26 janeiro 2012

A lontrinha e a lambisgóia


Uma lontra saiu esta manhã do mar e sentou-se numa cadeira de esplanada, gozando os raios deste sol de inverno. Cena adorável.
Uma gordíssima lambisgóia saiu de um buraco já há mais de cem anos e instalou-se aqui mesmo à beira Atlântico, sendo até agora impossível reenviá-la á origem. Uma maçada que nos tem saído bem cara.

Nuno Castelo-Branco
 

O masoquismo republicano.

Gerou-se um grande ruído à volta das declarações do professor Aníbal Cavaco Silva a propósito da difícil vida de um aposentado que decidiu ser presidente da república. Como se tal fosse um fardo e uma obrigação cívica, depois de uma tentativa falhada, um mandato presidencial e 10 anos como primeiro-ministro. Até parece que este caminho para o calvário de Belém deixou o senhor depauperado, como se o serviço à pátria, em Portugal, tenha alguma vez levado alguém à pobreza. Como dizem os ingleses: lets cut the crap*. Que o senhor em causa é um lobo, apesar do seu beiço descaído, discurso apagado e ar de cordeiro, não tenhamos dúvida: entre raposas é preciso alguém que morda mais e melhor para escalar a pirâmide dos predadores que constitui a política nacional.

Mas sendo a 5.ª vez que o elegem vêm agora fazer petições para lhe comprarem umas pantufas?

Chega a ser mais grave a reacção dos comentadores do que a tola resposta do senhor Aníbal, o tal, filho do gasolineiro de Boliqueime, prova provada de que república funciona. O Rui Rocha, do Delito de Opinião, acha que o republicanismo funciona tão bem, que "é sempre melhor incorrer no risco de escolher mal sabendo que mais tarde poderemos tentar corrigir uma má decisão". É pena que cidadãos republicanos tão honrados e probos escolham duas vezes o mesmo erro e só não escolham uma terceira por limitação da lei. Estes comentadores, como o João Gonçalves que para defender a honra de Cavaco cita Salazar (apropriado, mas de mau gosto), são a prova de que um significativo grupo de cidadãos deste país não tem capacidade nenhuma para eleger ou ser eleito. Porquê? Porque eleger implica responsabilidade e se há coisa que, desde 1910, a república nos demonstrou é que a estabilidade institucional ou respeito de quem ocupa os cargos não vale tanto como a repartição do poder pelos caciques.

E se como diz o João Gonçalves os nossos monárquicos são pobres ou se, segundo Vasco Pulido Valente, não existem, então deixem-me dizer-vos uma coisa: mais têm feito os poucos republicanos portugueses pela monarquia. E não incluo o pobre reformado, velho tecnocrata formado na escola do Estado Novo chamado Cavaco Silva. Este sim faz lembrar o velho Botas: "que, muito adequadamente, nunca quis saber da "polémica" República/Monarquia para nada". Apenas das finanças.

Ao que parece em república a História não é apenas assustadoramente cícicla. É chata. E repleta de masoquistas.


*Deixemo-nos de dizer coisas que não são importantes
 
 
Nuno Resende
 
 

A alucinação das reformas miseráveis

As declarações do presidente da república surpreenderam os mais incautos e provocaram uma onda de indignação. Afirmou, o chefe da nação “democraticamente” escolhido por 23% dos portugueses, que uma das suas reformas, no valor de 1300 euros, não dava para pagar as suas despesas (sendo que o dito tem mais algumas que somam cerca de 10.000 euros). E ainda teve o descaramento, ou a ingenuidade (quero acreditar que foi ingenuidade), de acentuar o número “ouviram bem, 1300 euros!”. Nós ouvimos, ouvimos bem, não queremos é acreditar que, num país onde existem reformados que não ganham 200 e num país onde o ordenado médio (não a reforma, o ordenado mesmo para viver a “juventude”) não chega aos 900 o seu chefe da nação afirme que 1300 euros é pouco. E não digo com isto que seja muito, o que digo é que, no contexto deste país, no “contexto Portugal”, 1300 euros é um rico ordenado e uma fantástica pensão de reforma... É triste que assim seja, mas é. E a última pessoa que pode afirmar o contrário é aquele que representa a república. Afinal de contas as repúblicas são-no para que tenhamos o “privilégio” de ter a representar-nos “um de nós”, alguém que vem do povo e depois envereda na vida política e torna-se naquilo que um presidente é, um representante do povo que deixou de compreender, em vez de alguém que é ensinado, desde pequenino, a representar e compreender esse mesmo povo e, desde pequenino, convive com o mesmo, nunca precisando de se afastar porque nasce aquilo que é, sem disfarces, nem manias, nem necessidades de mentir para ter aprovação, porque já nasce o que é.
Mas é isto que temos. Temos um representante do povo que vive num alheamento total, para quem 1300 euros são uma pensão miserável que nem dá para pagar as suas despesas... o que faria este senhor com o ordenado mínimo? Será que sabe quanto é?
O que choca nas declarações acima nem são tanto os valores da queixa e sim a alucinação na qual vive o presidente da república, a queixa em si. Choca que o chefe de estado, aquele que deveria ser o representante máximo do povo, não faça a mais pequena ideia dos sacrifícios que esse povo está a passar. É caso para perguntar: Afinal para que elegemos “um de nós”?

Sara Jofre

Fonte: Noticias do Ribatejo

25 janeiro 2012

Contra o processo de apagamento da identidade portuguesa em curso



Recentemente, veio-me à memória uma aula de 2008 em que um conhecido professor da nossa praça dizia que as crises de identidade são características de nações com hiper-identidade. Estamos sempre a falar da nossa identidade precisamente por termos identidade a mais. A nossa longa História nacional tem um peso enorme sobre os nossos ombros, hoje obrigados ao temor reverencial troikista. O nosso passado é de uma grandeza que nos faz sentir como pigmeus, muitas vezes deixando-nos sem saber como lidar com ele. Daí o nosso eterno retorno mental e retórico às épocas áureas do domínio português sobre mares de todo o mundo. Daí a nossa servidão voluntária quando nos pretendem impor ideias que são simplesmente páginas novas no processo de apagamento da identidade portuguesa em curso. Vem isto a propósito de dois ataques do rolo unidimensionalizador do estado, que encontra quase sempre, infelizmente, uma enorme passividade da sociedade portuguesa em relação aos ataques por ele prosseguidos.

Em primeiro lugar, o mal afamado Acordo Ortográfico. Não pretendo estender-me numa análise do género da que muitos têm feito, e bem, sobre as incoerências linguísticas do próprio acordo ou os errados critérios e interesses que o norteiam, como Pedro Mexia salientou num excelente artigo publicado no Expresso de 14 de Janeiro de 2012. E não o pretendo fazer porque, antes de mais, fazê-lo é aceitar a existência do próprio acordo. É aceitar que o estado é dono da língua. É aceitar que, sem que ninguém lhe tenha conferido esse mandato, o estado se pode arrogar a possibilidade de fazer o que quer com a língua. No caso em apreço, é aceitar que o estado pode convocar um grupo de alegados iluminados e permitir-lhes redesenhar a língua de milhões de pessoas a seu bel-prazer. Escapa a estes iluminados, provavelmente herdeiros da filosofia cartesiana que incorre no racionalismo construtivista – um ignóbil produto da modernidade que inspirou totalitarismos assentes no princípio de que é possível desenhar ou redesenhar uma sociedade complexa a partir de cima, ou seja, do aparelho estatal – uma coisa tão simples quanto isto: a língua é uma das instituições humanas originada e desenvolvida espontaneamente, i.e., através da interacção de milhões de indivíduos ao longo do tempo. A língua originou-se através da natural evolução humana e é por via das interacções que se registam numa comunidade ou sociedade que se vai modificando, de forma lenta, gradual e sem coação estatal. A língua não é produto nem pode ser apropriada por um aparelho cuja fundação é posterior ao momento de origem da língua da sociedade de onde aquele emana. Sinto-me ultrajado com este acordo e pela violentíssima forma como o estado tem avançado para o impor. Raras vezes tenho sentido uma revolta tão grande, uma revolta que cada vez mais me custa calar e que é, com toda a certeza, partilhada por milhões dos meus compatriotas. É difícil, mas não impossível, resistir ao rolo unidimensionalizador da única instituição que detém o monopólio da força legítima. Mas não resistir é aceitar a coação estatal num domínio que é nosso, dos indivíduos e da sociedade, dos portugueses, não do estado. E é por isto que sou terminantemente contra a existência de qualquer acordo ortográfico. Este ou outros (e sim, sei que se fizeram vários ao longo do século XX e sempre por razões políticas). Não discuto os critérios do acordo porque, por uma questão de princípio, este nem sequer deveria existir.

Em segundo lugar, como não poderia deixar de ser, quero referir-me à recentemente anunciada extinção da celebração do dia da Restauração da Independência. Também este assunto pairou no debate público português ao longo dos últimos meses, não faltando quem sugerisse quais os feriados que deveriam acabar. Ora, mais uma vez, isto prefigura uma situação inaceitável. Conforme salientou João César das Neves no Diário de Notícias de 7 de Novembro de 2011, num artigo muito oportunamente intitulado “Os limites da política”, «O Governo não é dono disto». Não compete ao governo, ou pelo menos não deveríamos deixar que lhe competisse, dispor como bem entender de celebrações que pertencem ao domínio da sociedade, que são reflexo dos mitos com que inventámos a nossa nação. Mas já que o está a fazer, então a referida extinção torna-se ainda mais escabrosa quando pensamos que o 5 de Outubro de 1910 continua a ser celebrado. Se nos recordarmos que a fundação do actual regime já é celebrada a 25 de Abril, torna-se ofensivo e acintoso. Ademais, perante mais esta ofensa à nossa identidade, permite-nos perguntar porque não mudar a celebração do Dia de Portugal de 10 de Junho para o Dia da Restauração da Independência, sendo o 1º de Dezembro uma data fundamental na construção do estado moderno em Portugal? Ou será que os pruridos que assistem a alguns iberistas e à laboriosamente ofendida Câmara de Comércio espanhola e aos seus bem pagos delegados empresariais portugueses não o permitem? Em tom provocador, gostaríamos de saber se em Buenos Aires também se exige aos argentinos a liquidação do feriado do 25 de Maio, essa tremenda “ofensa aos espanhóis que dão trabalho” a tantos cidadãos daquele país sul-americano? Melhor ainda, e que tal mudar o mesmo Dia de Portugal para 1 de Dezembro, mas em vez de meia dúzia dos donos do poder celebrarem em frente da Câmara Municipal de Lisboa a Implantação do regime que criou as condições para 48 anos de ditadura, passávamos todos a celebrar o 5 de Outubro de 1143, data da assinatura do Tratado de Zamora e, consequentemente, da fundação de Portugal? Aliás, devemos ser o único país do mundo com a originalidade de não celebrar a sua Independência. O que se torna simplesmente ridículo perante a nossa enorme e longa História.

Tudo isto porque, relembrando Jacques Le Goff, sabemos que é na memória que cresce a história, e um povo sem memória é um povo sem futuro, pelo que importa não esquecer a nossa tradição e salientar, de acordo com José Adelino Maltez no seu recente Abecedário Simbiótico, que «Ser pela tradição é saber recuar, em pensamento e em entusiasmo, para, aprofundando o presente, dar raízes ao futuro, e melhor se poder avançar (…).» Com saudades de futuro, neste nosso Portugal por cumprir, há que continuar a ser livre, isto é, a dizer não, porque a essência do homem livre é ser do contra – não renunciando, antes pelo contrário, à participação cívica. Como assinalou Camus, a revolta surge do espectáculo do irracional a par com uma condição injusta e incompreensível. Perante os ataques desferidos, muitos continuam a não compreender Fernando Pessoa quando este nos diz que «O Estado está acima do cidadão, mas o Homem está acima do Estado». Compete-nos fazer os possíveis e impossíveis para acabar com esta violência sobre todos nós.
(Errata: onde se lê coação estatal deve ler-se coerção estatal)


Samuel de Paiva Pires

Fonte: Estado Sentido

A ho(n)ra de Portugal

Tratar os mortos como se nunca tivessem sequer nascido é um princípio do ateísmo moderno que ameaça fazer-se moda em Portugal. O que somos ou não somos, e temos ou não temos, devemo-lo aos que antes de nós por aqui passaram, a muitos pela positiva, a alguns pela negativa. Uns e outros merecem ser chamados ao presente.
Se numa determinada família se esquecem os mais velhos, ela é um ajuntamento, mas não uma família. Se uma nação passa por cima da história em favor de um qualquer benefício imediato, estamos, mais uma vez, a falar de um aglomerado de seres humanos, mas não de uma nação.
São índices da nossa identidade colectiva enfraquecida: não termos bons políticos, não sabermos falar de uma pátria, não termos ideia do que podemos prometer aos nossos filhos.
Portugal merece ter bons líderes, que, sem se preocuparem com popularidades, apontem os caminhos e sigam adiante; que, persistentes na humilde teimosia do amor, sem ofensas nem imposições, façam o que tem de ser feito para bem de todos. Que nos lembrem quem somos, sem paternalismos nem esquecimentos.
Custa-me que haja tantos portugueses preocupados com um acordo ortográfico, e assim esquecidos de que a nossa identidade não são vogais nem consoantes, que se prestam, noutros fóruns, ao desplante de teorizar soluções que passam por ouvirmos os nossos netos e bisnetos falar castelhano. Somos Portugal. Devemos todos, sem excepção, sentir o dever de respeitar quem antes de nós por nós morreu. Senão que emigrem.
(publicado no jornal i - 21 de janeiro de 2012)
foto daqui

José Luís Nunes Martins


Fonte: Corta-fitas

Já não era sem tempo



Via Facebook, chega-nos a notícia de o Presidente da República ter acabado de assinar o despacho que confere a Ordem de Mérito a S.A.R. a Infanta D. Maria Adelaide.
Nascida naquela auspiciosa e histórica data de 31 de Janeiro, comemorativa da vitória da legalidade constitucional sob a prepotência e sedição desordeira, a Infanta não é propriamente uma "amiga e companheira" daquelas que faz o pleno e exclusivo das novas lendas e narrativas do nosso tempo. Naquela Senhora nada se supõe, não existem mitos, fotografias retocadas ou biografias maquinadas e capazes de granjear chorudas recompensas. Não, a Infanta é mesmo aquela que os testemunhos apontam, é autêntica.
Aníbal Cavaco Silva fez o que obrigatoriamente devia e não há que agradecer-lhe por isso, mas tão só notar que quebrou mais um tabu ciosamente cultivado durante décadas pelos antecessores sátrapas das I e II Repúblicas, sempre vendados a tudo aquilo que lhes pudesse embaciar o espelho onde obsessivamente teimam em viver.
"A Infanta Dona Adelaide, cujo aniversário centenário se celebra no próximo dia 31 é merecedora da nossa humilde e insignificante gratidão. Será, talvez, a mais importante portuguesa viva."
Ordem de Mérito, aceita-se. Aníbal Cavaco Silva cumpriu a sua missão e Portugal por esta vez deve reconhecê-lo. Antes assim.

Nuno Castelo-Branco
 
 

24 janeiro 2012

O dia da viragem…

É sintomático, se calhar mais do que isso: O princípio do fim… Não tenho memória de um representante de Estado ser vaiado. Pior: num segundo mandato. É indiscutivelmente o toque no fundo: a mais preocupante e grave das ausências de referências nacionais. Estamos mal mesmo, é a confirmação. Mas atente-se, o PR não foi vaiado num local qualquer…estava muito menos próximo do Terreiro do Paço que, em tempos, ditou a morte de Reis e do nosso regime estrutural para o povo durante 767 anos: a Monarquia.


Ele foi vaiado na cidade berço, a cidade onde nasceu Portugal. Uma cidade onde Portugal é um assunto importante, onde a cultura, a nossa cultura, é mais do que tudo. Precisamente onde esse é o reflexo e o reconhecimento, daí ser em 2012 a cidade da Cultura na Europa (que aliás não duvido que seja um sucesso pois os vimaranenses sempre deram espaço continuo a iniciativas destas ao longo da História [e não me refiro apenas ao Guimarães Jazz]), foi o local lógico para fazer um ponto de ordem em relação a quem nos representa: a ré pública. Portugal não é um grupo restrito! Na terra do nosso primeiro Rei e de Reis, no Ducado de Bragança, era preciso o povo dizer basta! E disse-o!


Portugal não é só o Terreiro do Paço. Portugal somos nós, o povo e todas as suas regiões! Portugal são 8 séculos! Portugal é um País de futuro como as nossas ex-congéneres Suécia, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Inglaterra, Espanha, Canadá, Austrália, Japão, etc, que foi arremessado para um atraso em que tudo estamos a perder por esta ré pública ilegítima, que se fundou em sangue de outros contra uma Democracia. Sem referendo: ilegítima…ainda hoje! Aos portugueses que gostam de Portugal é preciso saber isto de uma vez por todas…sob pena de perdemos o nosso estimado País.

Nestas fotos anexas e contrastantes com o faustoso aparato de ontem no Largo do Toural, vê-se a recepção do povo, ao qual faço parte com muito orgulho, o povo genuíno, a quem reconhece não ser actor e que, acima de tudo, gosta de nós: o senhor Duque de Bragança o herdeiro (e não pretendente a coisíssima nenhuma) ao Trono de Portugal, descendente dos nossos Reis. Um homem que pensa por si, um bom homem, um homem genuíno e discreto. Um de nós! Um homem que se calhar nem quer ser Rei (como aconteceu com D. João IV), mas que todos os dias, incessantemente, muitos o chamam. Um homem que nada tem a ganhar, mas que todos os dias, tirando tempo do seu tempo, estende-se, sem apoios de Estado, para estar com os portugueses comuns, em todas as regiões e em todas as respectivas dimensões culturais que eles defendem e representam. Um homem que tem o seu jovem filho, com o inerente sofrimento de pai, a preparar-se, em tenra idade e longe do seu lar, por nós: o nosso Príncipe da Beira, o da Boa Nova.

Nós não conseguiremos dar a reviravolta aos problemas estruturais que assolam Portugal, neste actual figurino. Disso não haja a menor dúvida. Para sairmos deles e reestruturarmos Portugal temos de ter um regime neutral e apartidário, como só a Monarquia Constitucional nos consegue proporcionar, de modo a encetarmos as verdadeiras reformas estruturais que finalmente colocarão Portugal num eixo de progresso contínuo, de exemplo como já foi e não meramente numa lógica de tapa buracos. O pouco de bom que tivemos nos últimos 101 anos foi isso: ficamos felizes com buracos tapados. Quero mais, devemos querer mais! Não vivemos 150 para perceber o que fomos. Dê-se, ao menos, o benefício da dúvida...isso para os ainda cépticos. É preciso acreditar em nós mesmos, em Portugal!

Por tudo isto brado sem complexos: Viva Portugal, Viva a nossa Cultura, Viva Guimarães, Viva os Duques de Bragança e Viva uma moderna e progressista Monarquia Constitucional!

Post Scriptum: Gostaria de deixar um reconhecimento fraterno e especial a essa grande mulher: a Sra. Merceeira de Guimarães. Um exemplo para mim. Como sempre convicto, serão as mulheres que irão ser capitais para a reposição da Monarquia Constitucional em Portugal. À semelhança de mulheres como foram a: Padeira de Aljubarrota, D. Luísa de Gusmão, Maria da Fonte, D. Maria I, D. Maria II, D. Amélia, etc, etc… Viva às mulheres portuguesas!




Fotos: Gentilmente obtidas por via do Sr. Dr. David Garcia e no Netcafé Monarquia Moderna.

PPA

Fonte: Incúria da Loja

Cada ex-presidente da República custa 300 mil euros/ano

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Quando deixar Belém, Cavaco terá direito a gabinete com secretária, a viatura com motorista e combustível
Quando daqui a quatro anos deixar a Presidência da República, Cavaco Silva não deverá poder juntar uma subvenção política às pensões de dez mil euros brutos que agora recebe, mas vai ter direito a um gabinete com secretária e assessor da sua confiança, a um carro com motorista e combustível para serviço pessoal e ajudas de custo para as deslocações oficiais fora da área de residência.
Estes são direitos que a lei dá aos antigos chefes do Estado e que pesam um milhão de euros no orçamento do Palácio de Belém. Feitas as contas, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio custam, cada um, cerca de 300 mil euros aos cofres públicos.

Fonte: DN

23 janeiro 2012

O feriado da nacionalidade


Bradava Manuel Alegre, na-sua-costumeira-expressão-ética-de-quem-utiliza-a-viatura-do-Estado-para ir-à-caça, que "nem Salazar se atreveu a mexer no feriado da República".
Pois não. A Salazar, republicano sabidola, convinha um regime em que o prestígio de uma Chefia de Estado dinástica não fizesse sombra aos seus propósitos autocráticos.
Convergem - Alegre e Salazar - na crença em algo, julgo que não um Ideal, mas seguramente um apetrecho - de ascenção e perpetuação dos poderosos da classe política.
Desta feita, a manutenção do feriado comemorativo da implantação da República (em preterição do da Restauração) é, simplesmente, uma afronta à Nacionalidade.
Mas há bom remédio para o ultraje: comemoremos, nós portugueses, nessa data, como sempre, a Fundação de Portugal. E veremos quais as cerimónias mais participadas: se as anquilosadas e esclerosadas idas aos pés de bronze de António José de Almeida, se as nossas manifestações em Guimarães, Coimbra ou em qualquer outro lugar onde queiramos festejar oito séculos de História e esquecer cem anos de descalabro.

João Afonso Machado
 

Negros sinais, má fortuna


Que ingénuos acreditaram que se ia deixar de festejar (fazer festa) com a virulenta e sanguinária revolução do 5 de Outubro, pela simples cedência do 1º de Dezembro, dia da Restauração da Independência Nacional?
Eis a razão profunda do nosso atraso: a casta caquéctica e facciosa, que com mais ou menos secretismo e às vezes descaramento controla o País há demasiado tempo. Mas o mais grave é o fenómeno que se encontra do outro lado da barricada: aí revela-se a apatia e complacência (ou cobardia) daqueles que penhoram valores fundacionais da nossa nacionalidade por um prato de lentilhas, umas telenovelas ou reality shows no quentinho da sua medíocre existência. Como diz o meu amigo Jorge Lima, a fractura não é hoje entre esquerda e direita. É entre patriotas e vendidos. Ou entre cultos e ignaros. Entre gente com espinha e oportunistas plebiscitados.


João Távora
 

22 janeiro 2012

O acessório (ou apêndice)

Cavaco Silva tem feito mais pela Causa Monárquica do que os seus antecessores, todos eles mais ou menos medíocres, cujo cargo sem dignidade e basicamente inútil não ajuda. Para a "má imprensa" que o presidente ostenta, contribui não só a sua proverbial aselhice, mas a sua explosiva matriz provinciana e conservadora. Algo que curiosamente constitui uma afronta, principalmente à cultura esquerda caviar predominante.


João Távora


Fonte: Corta-fitas


É, por acaso ouvimos muito bem, Sr. Presidente!


Com uma despesa presidencial a rondar mais do dobro daquilo que os espanhóis pagam à Casa Real, o Prof. Cavaco Silva devia ter alguém que pudesse falar por ele e no fim deste curto post, aqui deixaremos uma sincera sugestão de competência.
O dito senhor tem sofrido as comichões causadas pelos nefandos jornalistas, aqueles terríveis penetras esmiuçantes que pretendem saber algo mais acerca de pecúlios colunáveis. Ora, neste caso, o alvo é o colunável máximo do esquema vigente, sendo assim bastante curial a necessidade duma resposta pronta que não devia nem pode ser esta: .."não sei se ouviu bem: 1300 euros por mês."
Decidimos passar duas vezes o rato pelo botão que inicia a reportagem do Expresso, querendo ter a certeza de termos ouvido bem aquilo que foi dito. Achámos piada ao malabarismo linguareiro, mas a coisa não fica por aqui, até porque se o Expresso fez o corta-encarta necessário ao colega-chefe de Partido, o Diário de Notícias não esteve para fretes e disse o resto que mais interessa. O senhor Presidente da 3ª República prescindiu do seu salário de Chefe de Estado - os míseros 6.523,93€ -, optando por empochar os 10.042,00€ mensais provenientes das suas reformas. Mas que terra é esta onde o Venerando Magistrado Supremo da nação ousa tão eticamente entrar em trocas destas? Assim sendo, compreende-se bem o choro devido aos 1.300,00 Euritos que invoca no filme da reportagem, uma cortina de fumo à maneira daquela que ficou famosa na Batalha da Jutlândia. Quem o ouça dizer ..."tudo somado, o que irei receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações, quase de certeza, não vai chegar para pagar as minhas despesas, porque como sabe eu também não recebo vencimento como Presidente da República", pensará que o pobre homem está condenado à sopa dos pobres na Almirante Reis, voltando aos tempos do Sidónio. Estes notáveis andam meio desnorteados, não andam?
Sabe o cavalheiro quanto ganha a média dos trabalhadores portugueses, infelizmente inacapacitados de proceder à "gestão de dívidas" como alguém sugeriu?
Assim, de repente, percebemos o porquê deste governo decidir-se a liquidar o 1º de Dezembro, teimando em manter o 5 de Outubro da manjedoura.
Aaaah... que falta faz o João Gonçalves na assessoria do Sr. Cavaco Silva, andando por estes dias a perder o seu tempo "aparando relva". Sem ofensa, claro, até porque após uma reportagem SIC/Expresso deste calibre, o João deve estar bem corado.
* Não se ralem, em compensação, Vasco Graça Moura foi nomeado Presidente do Conselho de Administração do CCB. Presidente, ena-ena!, é mesmo o título que todos almejam. Porque será?

Nuno Castelo-Branco

Fonte: Estado Sentido

Cavaquinhos

Eis a República pela voz do seu representante a queixar-se da sua reformazita. E dito com cara séria. Os portugueses não têm razão para se inflamar. Querem Repúblicas, paguem-nas e aguentem-nas. Todos os que foram para se sentar no penico da república são iguais no apego ao emprego e mordomias. E se fosse só um mas não, sustentamos mais três cavaquinhos.

21 janeiro 2012

Imparcialidades


ENTREVISTA DE S.A.R., DOM DUARTE À REVISTA "SIM" DO MINHO


No dia de celebração de Reis, várias personalidades ligadas à Monarquia juntaram-se num jantar, com o objetivo de promover o produto português. E se voltássemos a ter um rei? Essa foi a pergunta que deixámos a Dom Duarte e Manuel Beninger, do PPM bracarense.

Dom Duarte

 "Não faz sentido celebrar o 5 de Outubro"

Celebrou-se, em 2011, o Centenário da República. Como vê estes 100 anos, em que metade foram de República e a outra metade de ditadura? Porque defende a Monarquia? - Eu acho que, se a Revolução do 5 de Outubro tivesse valido a pena para alguma coisa, não teria sido necessário fazer outra revolução em 1926, que deu a ditadura, e outra em 1974. Um regime que, em 100 anos, precisou de três revoluções para finalmente por Portugal num estado de falência como está hoje, não vejo grande méritos nem motivos para festejar. Estes 10 milhões de euros para festejar o Centenário serviram para esclarecer um pouco a realidade histórica, mas pouco mais. Acho muito bem que o feriado de 5 de Outubro tenha sido cortados, porque vamos festejar o quê? De qualquer forma, temos alguns exemplos na Europa em que se mantém a Monarquia Constitucional, mas a crise também afeta esses países…Todas as Monarquias actuais são democráticas, mais democráticas do que muitas repúblicas e são bons exemplos. Veja-se o caso do Japão, da Austrália, Espanha… Claro que a crise atinge muitos países e muitos regimes mas, se virmos a maneira como as Monarquias europeias reagiram à crise, creio que foram mais positivas que a forma como estamos a ultrapassar esta fase. Talvez a Espanha esteja a reagir menos bem, porque na verdade não é um país, são vários países.

Como pensa que vão ser os próximos anos em Portugal? - Curiosamente, há dias o nosso pároco dizia que esta é uma oportunidade para desenvolvermos as nossas potencialidades, desenvolver soluções e alternativas locais, a solidariedade. Quem pode, deve ajudar mais e não viver às custas dos outros. Infelizmente, há muita gente mais interessada em receber subsídios que em trabalhar e 30% das ofertas de emprego em Portugal não têm ninguém interessado. Chegou a ocasião para fazermos uma reforma profunda e distribuirmos os recursos de uma forma mais justa e equitativa. Por outro lado, o aspecto caritativo também será muito importante. Não se deve confundir caridade com solidariedade. Solidariedade tem a ver com as pessoas de quem eu gosto ou com quem simpatizo; para as pessoas que eu não conheço trata-se de uma questão de caridade, porque temos obrigação de ajudar as pessoas que precisam, mesmo que não conheçamos ou não gostemos deles.

Na sua opinião, a política a seguir deve ser de mais cortes ou de mais investimento? - Deve cortar-se onde se pode, no inútil ou supérfluo, e investir com cuidado. Por exemplo, todos nós pagamos milhões por cinema e teatro que ninguém vai ver. Não faz sentido. Gasta-se milhões a comprar tecnologia e até cerâmica para equipar hospitais públicos. Os automóveis são importados. Há muita coisa assim. Não somos coerentes com a necessidade de consumir português. Tem que haver uma mudança de atitude e combater vícios de novos-ricos, que fomos criando.

Como analisa a compra da EDP pelos chineses? - Se é preciso dinheiro, tem que se vender, mas preferia que essas grandes empresas continuassem controladas por nós. Temos um modelo de desenvolvimento errado. Venho defendendo isso há muitos anos: destruição da agricultura, da indústria, em troca de receber subsídios do estrangeiro.

Acha que a sociedade não leva os monárquicos a sério? - Eu acho que não. Numa sondagem da comissão dos 100 anos da República, perguntou-se às pessoas quem era republicano. 60% disseram que sim, o que quer dizer que 40% ou é monárquico ou anarquista, que são muito poucos. Os meios de comunicação não nos levam a sério, talvez por uma questão de preconceito e uma certa falta de conhecimento político. Pensam na Monarquia como uma coisa do passado, em vez de nos comparar com as Monarquias contemporâneas.

Estaria disponível para assumir o papel de rei? - Sempre disse que estou ao serviço de Portugal, seja na diplomacia, seja na promoção dos produtos portugueses. Se um dia os portugueses quiserem que eu assuma a Chefia de Estado, como uma pessoa completamente independente e apartidária, estarei disponível.

Manuel Beninger

"Já vivemos 100 anos de catequização republicana e os resultados estão à vista"

Faço-lhe a mesma pergunta que ao Dom Duarte. Monarquia porquê? - Os países mais desenvolvidos no mundo ocidental são monarquias. O curioso desses países é que têm a hipótese de referendar se os cidadãos querem manter este sistema político ou se querem mudar. Por exemplo, a Austrália fez esse referendo há 12 anos e o povo preferiu continuar com a monarquia, sendo o chefe de estado a Rainha de Inglaterra. É preciso perceber que a monarquia já não significa o rei em cima de um cavalo a correr atrás dos Mouros. É algo que é isento de partidos políticos, isento; representa a história de um povo e a tradição. Pode parecer estranho ter um filho a suceder a um pai, mas acaba por ser uma situação natural. Os casos de sucesso por essa Europa fora são a prova disso.

Qual acha ser a razão de tanta distância das pessoas em relação à monarquia? A hereditariedade? - Causa em Portugal, fruto de 100 anos de catequização republicana. Passa a ideia de que foi feita uma revolução para libertar o povo da opressão e dar-lhe a democracia e isso é completamente errado. A democracia já existia antes de 1910.

Acha que num período de crise como o que vivemos, as pessoas vão começar a pensar na monarquia? - Completamente convencido que sim. A república está a cair no pior que lhe pode acontecer, que é quando o Chefe de Estado começa a não ter o respeito dos cidadãos. Quando se comparam custos que a República portuguesa com os custos da Monarquia espanhola, por exemplo, a diferença é abismal. Nós gastamos em Portugal 16 milhões de euros, para 10 milhões de habitantes; a Espanha, 8 milhões, para 40 milhões de habitantes. Isto é o despesismo total e eu, como monárquico, até estranho que estes assuntos comecem a ser falados sem qualquer pudor, na praça pública.


Fonte: Família Real Portuguesa

20 janeiro 2012

Portugal com alzheimer

Debate Os feriados nacionais


Muitos maridos sabem como é pesada a factura pelo esquecimento do aniversário da mulher. O cardeal Sean O"Malley, arcebispo de Boston, contava, a este propósito, que uma senhora, muito ofendida pelo facto de o cônjuge se ter esquecido do dia dos seus anos, exigiu, como reparação, uma prenda que a levasse dos zero aos cem em três segundos. Mas, em vez do esperado bólide, o desajeitado esposo ofereceu-lhe uma balança...

Talvez os homens subestimem os aniversários, mas as mulheres geralmente não pensam assim e num tal esquecimento lêem desconsideração pela aniversariante, ou pelo casamento. Ora casal que não festeja os anos e a data do casamento está, provavelmente, em crise.

As nações, como as pessoas, também nascem, crescem, definham e morrem. A memória dos povos é a sua história e, como não é possível recordar todas as datas memoráveis, comemoram-se ao menos algumas efemérides mais significativas. Os feriados nacionais não nasceram, portanto, para favorecerem o ócio, mas por imperativo da consciência colectiva, como uma necessidade de afirmação nacional. A preservação da língua, o respeito pelos símbolos nacionais e o culto dos heróis e dos santos não são questões decorativas, nem meros instrumentos de propaganda ideológica, mas meios indispensáveis para a coesão e sobrevivência da nação e para a preservação da sua memória colectiva.

Se em todos os momentos é oportuna a lembrança da história pátria, essa evocação é mais urgente numa crise. Portugal, para além da dificílima situação económico-financeira, também padece as investidas da globalização, que ameaça a nossa idiossincrasia, e sofre a pressão da vizinha Espanha, onde há quem gostasse de ver a nossa nação reduzida a mais uma região do seu problemático Estado plurinacional. Razões de sobra para que, sem hostilizar a Europa nem os outros povos ibéricos, se afirme, pela positiva, a independência e soberania nacional, nomeadamente festejando o seu dia, isto é, o 1.º de Dezembro.

A antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, quando se viu a braços com a ameaça germânica, apelou ao nacionalismo dos seus cidadãos, promovendo a figura de um seu herói nacional, por sinal um santo cristão. Data de então, com efeito, o magistral Aleksandr Nevski, de Serguei Eisenstein. A figura emblemática do patriótico guerreiro foi, no contexto da crise mundial, uma alavanca que motivou os cidadãos soviéticos para a defesa da independência. As autoridades políticas, não obstante o seu feroz anticlericalismo e o seu internacionalismo proletário, não tiveram pejo em recorrer a um bem-aventurado príncipe, herói da Rússia dos czares, para assim unirem a nação na luta pela sua ameaçada soberania.

Dói ver os feriados nacionais reduzidos a mero assunto económico. Tal como seria lamentável a família que, à conta da crise, desistisse de celebrar aniversários. A razão exige o contrário: precisamente por que há crise, mais necessário é unir a família nessas datas e que o país celebre, com moderação, as principais efemérides da sua história.

Talvez se pudessem vender, em hasta pública, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre dos Clérigos: não faltaria quem quisesse adquirir essas jóias nacionais, para embelezamento dos seus ranchos no Novo Mundo. É verdade que, como diz o provérbio, mais vale perder os anéis do que os dedos, mas estes anéis são os dedos da nossa história, são as mãos que a fizeram e a exaltaram em cantos heróicos.

Sem a sua alma - a nossa língua e a nossa história - Portugal fica reduzido ao défice, ao lixo das agências de rating, a apenas mais um povo ibérico, à cauda da Europa. Sem os seus feriados nacionais, civis e religiosos, o nosso país será como um velho desmemoriado que, por ter perdido a consciência, perdeu também a sua identidade.

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada (Público, 2012-01-14)

Fonte: Povo

António Sardinha (09/09/1887 - 10/01/1925)

"...A restauração da Monarquia, — ponderava já De La Barre de Nanteuil — , não é simplesmente a restituição do poder ao rei, mas a restauração de todas as leis fundamentais do povo. Pois, exactamente, nas «leis fundamentais» do povo, é que a nossa Monarquia tradicional assentava a sua razão histórica de existir. Não pensemos, de modo nenhum, em que seriam preceitos escritos, formando o que em boa mitologia política se convencionou chamar uma «constituição». Saídas de vários condicionalismos, tanto sociais como físicos, duma nacionalidade, formariam, quando muito, pelo consenso seguido das gerações, a observância dos princípios vitais da colectividade, — Família, Comuna e Corporação, ou seja Sangue, Terra e Trabalho, cujo conjunto admirável Le Play designaria de «constituição-essencial».
De «Monarquia limitada pelas ordens», classificaram os tratadistas portugueses a nossa antiga Realeza. Correspondendo às forças naturais da sociedade, organizadas e hierarquizadas em vista ao entendimento e bases do comum, as «ordens» do Estado eram, a dentro dos seus foros e privilégios, as depositárias natas dessas «leis fundamentais». Cada associação, cada classe, cada município, cada confraria rural, cada behetria, possuía na Idade Média o seu estatuto próprio, a sua carta de foral. Legislação positiva destinada a normalizar e a coordenar as exigências da vida quotidiana, tomava o «costume» por base e consagrava a experiência como sua regra inspiradora."

António Sardinha, A Teoria das Cortes Gerais — Prefácio a «Memórias para a História e Teoria das Cortes Gerais» do 2.º Visconde de Santarém, Biblioteca do Pensamento Político, Lisboa, 1975 (2.ª edição).

Fonte: Resistência Popular Realista

19 janeiro 2012

A maçonaria e Fátima...

ARTUR DE OLIVEIRA SANTOS QUIS FAZER UM COMÍCIO EM FÁTIMA MAS SÓ ENCONTROU BURROS A ZURRAR…

O povo foi à missa à Capela da Senhora da Ortiga e não compareceu ao comício

Ourem30JUL11 213

A imagem mostra a Capela de Nossa Senhora da Ortiga, em Fátima

“Num belo domingo de Agosto de 1917, já depois da prisão dos videntes, estava programado um comício a realizar junto da igreja paroquial, à saída da missa das 11 horas, tendo como protagonistas o administrador do concelho de Vila Nova de Ourém que se fazia acompanhar pelo orador José do Vale. Não faltavam piquetes da polícia de Vila Nova de Ourém, de Torres Novas, de Leiria e, até os cabos de ordem da freguesia tinham sido expressamente intimados a comparecer. O comício, organizado pela Maçonaria e pela Carbonária, tinha como finalidade provar ao povo a “intrujice” das Aparições da Cova da Iria.
Mas, surpresa e desilusão! A igreja, àquela hora, estava fechada e as casas da aldeia também. É que o Pároco, tendo sido prevenido do que iria acontecer, avisara na missa das almas, celebrada de manhãzinha, que a missa das 11 horas teria lugar na Capela da Senhora da Ortiga.
Pensando que o povo estivesse na Cova da Iria, os homens do comício para lá se dirigiram, mas bem se enganaram. Ao regressarem, desiludidos, encontraram a certa altura uma quantidade de burros presos, a zurrar, enquanto do alto, a pouca distância, o povo que voltava da missa apupava a caravana. Tinha sido uma partida preparada por alguns habitantes da Lomba de Égua. Os cabos de ordem da freguesia juntaram-se então à multidão e fizeram coro com ela. Nada mais restava aos intrusos do que fugirem para Ourém, perante as gargalhadas provocadas pelo ridículo da situação.
Este episódio é muito conhecido entre os habitantes da freguesia de Fátima."

Fonte: P. Jacinto Reis. Invocações de Nossa Senhora em Portugal, d’Aquém e d’Além-Mar e seu Padroado. Lisboa, 1967

Fonte: AUREN

2012: o ano do adeus

Normalmente no fim de um ano começa-se a procurar o acontecimento mais marcante desse ano. É certo que 2012 ainda há pouco começou mas perante o desnorte que esta republica tem mostrado parece que já se pode antecipar o grande marco do ano que agora se está a iniciar. A menos que Portugal mude radicalmente o percurso (errado) que tem vindo a trilhar 2012 será, sem dúvida, o ano do adeus. Se o caro leitor não acredita, então veja algumas das coisas a que virá a ter de dizer adeus:

Adeus ao subsídio de férias;
Adeus ao subsídio de Natal;
Adeus a bens de primeira necessidade com taxas de IVA reduzida ou até média;
Adeus à segurança;
Adeus à equidade aquando do pedido de sacrifícios;
Adeus ao poder de compra;
Adeus ao emprego;
Adeus à estabilidade das famílias;
Adeus à paz social;
Adeus ao aumento da natalidade;
Adeus à justiça social;
Adeus à independência nacional;

E a lista continua …

Será esta a ética republicana que tanto se falou/fala?
Com tanto adeus que Portugal vai ter de dizer em 2012 bem que se podia aproveitar para dizer adeus à república de modo a poder mudar de rumo e dizer

Olá Monarquia;
Olá esperança.


Fonte: Portugal Futuro