30 setembro 2012

Uma questão de regime (I)

Os monárquicos defendem abertamente (como é óbvio) a mudança de regime. Por vários motivos (muitos já nesta página expressos) o Regime Monárquico surge novamente como o melhor caminho para Portugal (na verdade nunca deixou de o ser).
 
A população em geral, contudo, geralmente vê na questão de regime uma não-questão. Atolada em problemas gravíssimos (consequência da péssima governação republicana, da esquerda à direita) como o desemprego, a fome ou mesmo o risco iminente de perder a casa leva-a a minorar esta questão: simplesmente não têm tempo e/ou capacidade para pensar no assunto. Às vezes até parece que isto é um esquema: se a população não tiver capacidade/tempo para pensar no assunto então não vão fazer exigências (nada que seja novo na história da República em Portugal). Mas acontece que em Portugal a questão de regime não é um problema menor. Vive-se actualmente uma situação de extrema insensibilidade social. Às classes mais baixas é retirada qualquer esperança de subir socialmente. Por seu lado a classe média, verdadeiro motor de sustentação do País, luta árdua e diariamente para manter a sua posição. Mas a luta é cada vez mais difícil para este grupo social e muitos dos seus integrantes não aguentam e caem. Finalmente a classe mais alta que, a não ser que possua contactos políticos, ou tem juízo no modo como gere o seu património e as suas despesas ou então também se pode ver em graves apertos como qualquer uma das outras classes (embora a uma escala diferente, naturalmente). Pior do que existirem diferentes classes sociais (que, ninguém se iluda, existirão sempre) é uma determinada classe ser impedida, por meio de trabalho honesto ascender a uma classe superior. E pior ainda do que não conseguir subir na vida é olhar em volta e ver que o mais provável é baixar ainda mais. E isto porque não há quem compreenda as dificuldades da população portuguesa e, como tal, seja capaz de a defender. Triste e inadmissível (já para não falar de incompreensível) para um País que se diz democrático, civilizado e de 1º Mundo.
 
Naturalmente os monárquicos sabem que a mudança de regime não é uma pílula mágica que vai resolver de imediato os problemas todos do País. Dizer o contrário seria mentir e os monárquicos pautam-se pela verdade, honestidade e honra (haverá uns desviados, é claro, mas esses são uma pequena minoria). No entanto restaurar a Monarquia em Portugal seria um óptimo ponto de partida para uma efectiva mudança na Nação.
 
A verdade é que um regime monárquico (pese embora possa parecer contraditório) fomenta uma maior justiça social. Não é preciso ser muito inteligente nem pensar muito para perceber que nos corredores do poder se movem constantemente influências políticas e económicas. Como todos aqueles que estão nesse corredor devem a sua posição (seja económica, politica e/ou mesmo social) às influências politicas ou às influências económicas, tendem a defender-se uns aos outros! E no meio disto tudo quem defende a população em geral? A verdade é que, aparentemente, ninguém.
 
(continua …)
 

Os responsáveis


 
 
No Conselho de Estado da passada sexta-feira (21 Setembro), estiveram presentes todos os principais responsáveis pela situação a que o país chegou. Muito justamente presidido pelo Sr. Cavaco Silva - o conhecido avô da matrona despesa - não deixaram de marcar presença o confortavelmente indignado sr. M. Soares e o paridor de golpes de Estado constitucionais, o sr. Sampaio. A lista é longa, surgindo à cabeça os chefes regionais e o inevitável tagarela do esquema vigente, o sr. Rebelo de Sousa, prazenteiro gestor de uma Fundação que consiste em propriedade roubada pela República. Não faltou também, a conhecida gente do submundo dos negócios e da informação a soldo. O rol não podia ficar completo se não incluíssemos os amigos de confiança de outras eras, outrora douradas por milhões que deram sumiço. É esta a gente que agora muito aflita, pretende salvar Portugal.

29 setembro 2012

“Uma experiência singular” para a formação dos jovens [com VÍDEO]

40 jovens do concelho do Funchal receberam medalhas de participação no Prémio Infante Dom Henrique.
 
 
A Câmara Municipal do Funchal acolheu, hoje à tarde, a entrega de medalhas do Prémio Infante Dom Henrique.
O Duque de Bragança presidiu à cerimónia e destacou o trabalho meritório dos jovens e das escolas participantes, nomeadamente a Escola da APEL e a Escola Básica de 2º e 3º Ciclo dos Louros.
“O Prémio Infante Dom Henrique não é uma competição entre os jovens, mas sim uma forma de cada jovem se superar a si próprio. É uma forma de provar que são capazes de levar a bom termo o desafio que decidiram assumir, no campo da solidariedade, no campo das tarefas pessoais”, entre outros aspectos.
Dom Duarte de Bragança não deixou passar a oportunidade para falar sobre a austeridade por que passa Portugal, dizendo que o Estado tem forçosamente que reduzir os gastos para não sobrecarregar a população. “Temos duas alternativas, ou cortar nos custos ou aumentar a receita à custa dos impostos”, sendo que aumentar a carga fiscal “acaba por estrangular a economia produtiva”.
O presidente da Câmara Municipal do Funchal mostrou-se igualmente satisfeito com a adesão do concelho ao Prémio Infante Dom Henrique. Miguel Albuquerque defendeu que os jovens, ainda antes de irem para as universidades, deviam ter uma componente de trabalho voluntário na comunidade. “Temos condições ímpares de introduzir no nosso sistema de ensino algo que alguns países mais avançados do Mundo na área da educação já introduziram há muitos anos”.
Refira-se que o Prémio Infante Dom Henrique é um programa internacional de desenvolvimento pessoal e social, dirigido a todos os jovens dos 14 aos 25 anos de idade. O programa arrancou em finais de 2010 com a formação de 30 professores nas escolas secundárias do Funchal.
Os 40 jovens premiados hoje prestaram, durante um ano, voluntariamente, serviço à comunidade em várias instituições particulares de solidariedade social, 30 deles completaram o nível bronze e 10 completaram o nível prata.
 

 
Fonte: Cidade Net

SS. Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

 

 

28 setembro 2012

A clarividência de João Ameal

 
 
Fialho de Almeida ( que viria a " reconciliar-se com o regime tradicional, depois de um encontro com o ministro de D. Carlos " ) : - " Superior, inteligente, culto, bravo e generoso...enjoado da torpitude dos partidos, e tendo da ideia de pátria um culto inverosívelmente alto e absorvente "

Homem Cristo : -" Tinha defeitos, mas, no meio dos seus defeitos, foi o político mais inteligente do seu tempo "

João Chagas, a propósito das cartas a João Franco : - " Aliviam a memória de D.Carlos de um grande peso "
 
Foi este " homem forte de vontade, enérgico e decidido nas atitudes, largo nas ideias e profundo no saber " ( « D.Carlos »- Casimiro Gomes da Silva ), que um bando de conspiradores que tinham escapado à prisão a 28 de Janeiro do mesmo ano assassinaram.

" À noite, nas Necessidades, o Conselho de Estado reunido persuade o novo Rei, infante D. Manuel, a afastar João Franco e a formar ministério novo. Faz-se a vontade ao inimigo, abatem-se bandeiras perante o crime. « Os regimens sucubem e desaparecem, menos pela força do ataque que pela frouxidão da defesa » - dirá o próprio João Franco. Resume, muito exactamente, um jornal, meses depois: - ' O Rei morreu na tarde de 1 de Fevereiro, no Terreiro do Paço. A Monarquia morreu nessa noite, no Paço das Necessidades ', precisamente quando a Realeza se erguia unida a um governo sério e forte. Eliminado da cena e lançado para o exílio o único homem de pulso, não há em torno de D.Manuel senão os velhos homens dos partidos, sempre envolvidos em querelas de vaidades, sempre obcecados pelo fito de conquistar o mando para si e para os seus amigos " ( João Ameal )



Os partidos que aquele chamara de " rotativos ", aproveitam-se assim da inexperiência bem intencionada do Infante adolescente para voltarem ao mesmo regabofe, depois dos esforços do rei e do seu 1º Ministro para fazerem de Portugal um país decente.
 
Cristina Ribeiro
 

ANIVERSÁRIOS DE SUAS MAJESTADES, EL-REI DOM CARLOS E RAINHA DONA AMÉLIA

S.M., O Rei Dom Carlos I (nome completo: Carlos Fernando Luís Maria Vítor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon Saxe-Coburgo-Gotha) nasceu em Lisboa (Palácio da Ajuda), a 28 de Setembro de 1863 e S.M., A Rainha Dona Amélia, nasceu no exílio em Twickenham, Inglaterra, a 28 de Setembro de 1865. Foi a última Rainha de facto de Portugal.

27 setembro 2012

Duque de Bragança defende que "o Estado gasta demais"


S.A.R. D. Duarte Pio, Duque de Bragança, defendeu hoje que "o Estado gasta demais". À margem da entrega de medalhas do Prémio Infante D. Henrique, na Câmara Municipal do Funchal, apontou que o caminho passa por "estimular a solidariedade e a imaginação criativa para o país poder produzir melhor".

"Só temos duas alternativas: ou cortamos custos, ou aumentamos as receitas, as receitas à custa dos impostos acabam por estrangular a economia produtiva, e tem de ser nos custos do Estado, o Estado gasta demais", disse, frisando que também as famílias fazem o mesmo. "Durante anos, num ambiente de grande entusiasmo, achávamos que éramos um país rico, quando a nossa produtividade era de um país pobre", sublinhou.

Quando questionado sobre o corte de apoios previsto para a fundação que preside, a Fundação D. Manuel II, o Duque de Bragança explicou que não recebem normalmente nenhum apoio do Estado, com excepção de uma verba de 2.500 euros que foi paga de cada vez que realizaram um congresso de lusofonia, onde estavam representados todos os países de língua portuguesa, por isso o corte "não fará diferença". "É uma ninharia, em comparação com os milhões de euros pagos a outras fundações", constatou, garantindo que a Fundação trabalha só com meios próprios, menos quando há um programa extra que ultrapassa a capacidade que possuem.

Hoje de tarde, 40 jovens da APEL e da Escola Básica do 2º e 3º ciclos dos Louros receberam medalhas por trabalho desenvolvido na área do voluntariado. D. Duarte Pio de Bragança recordou que este prémio "é uma competição consigo próprio e não entre os jovens", em que cada um tem de superar-se a si próprio. "É uma forma de provar que são capazes de levar a bom termo o desafio que decidiram assumir, no campo da solidariedade, no campo das tarefas pessoais”, explicou.
O presidente da autarquia do Funchal, Miguel Albuquerque, enalteceu a participação dos jovens neste programa e defendeu que os jovens, antes de ingressarem no ensino universitário, deviam ter uma experiência na área do voluntariado.

Fonte: DN Madeira

SAR, D. Duarte de Bragança defende mais cortes na despesa do Estado


S.A.R. Dom Duarte de Bragança defende que, nos actuais tempos de austeridade, «só temos duas alternativas: ou cortar nos custos, ou aumentar as receitas».
Num comentário feito à margem da entrega de medalhas do “Prémio Infante D. Henrique”, o Chefe da Casa Real Portuguesa considerou que «as receitas à custa dos impostos acabam por estrangular a economia produtiva, e tem que ser nos custos do Estado, que gasta demais».
Lamentando ainda que «infelizmente, muitas famílias também gastaram demais, passámos a viver acima dos nossos meios», Dom Duarte de Bragança crê que o problema passa por ter havido, durante anos, «um ambiente de grande entusiasmo, em que achávamos que já éramos um país rico, quando a nossa produtividade é de um país pobre».
Dessa forma, neste contexto difícil, apela à estimulação da solidariedade, seguindo o exemplo da Igreja, e da imaginação criativa, «para podermos produzir melhor, dentro das nossas possibilidades».
Quanto ao assunto que o trouxe à Madeira, a entrega de medalhas no âmbito do “Prémio Infante D. Henrique”, o Chefe da Casa Real Portuguesa destacou que esta «é uma competição consigo próprio, não é uma competição entre os jovens, mas cada um dos jovens tem de se superar a si próprio e provar que é capaz de levar a bom termo o desafio que decidiu assumir no campo da solidariedade, mas também do desporto ou dos talentos pessoais».

Por seu turno, na cerimónia da entrega de medalhas a 40 jovens, que decorreu esta tarde no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal, o presidente da autarquia defendeu a necessidade de uma maior aposta numa «vocação de excelência na Educação».
Lembrando que, «na generalidade dos países da Europa os alunos têm de desenvolver um ano de trabalho (Suécia) e/ou de voluntariado (Inglaterra) antes de entrarem na Universidade», Miguel Albuquerque defendeu ser «fundamental existirem outras variáveis que contam na formação pré-universitária, como a experiência de vida, a experiência concreta de trabalho, a vocação e, sobretudo, a experiência que se ganha na acção do voluntariado. Isso faz parte de uma formação pré-universitária que depois vai ser muito útil na vida, quer durante os estudos universitários, quer após a universidade», concluiu.

Fonte: Jornal da Madeira

26 setembro 2012

A bandeira do mar e do céu

Genoveva Mayer Ulrich, que usou o pseudónimo literário e mundano de Veva de Lima, mãe da educadora Maria Ulrich, presenciou em Dezembro de 1918 os festejos parisienses do fim da primeira guerra mundial. Do seu relato, publicado meses depois, num jornal de Lisboa, que permanece esquecido, reproduz-se um excerto que diz tudo sobre a emoção da autora ao avistar a mais linda bandeira nessa festa «quadro de epopeia».

Vasco Rosa

Paris! — mirífico espectáculo! Nunca essa linda jóia citadina revestiu, nestas horas rápidas, mais fulgor na sua face explendente para esconder no mais profundo dos seus antros a miséria e a ruína que a devoram.
Onze nações consteladas de fardas imortais espalham os seus exércitos em farândola gentil, como um espargir de flores que se desprendem pelo coração da França, pelas ruas de Paris. E nesse burburinho fantástico de idiomas infinitos, os mil fardamentos de todas as terras enxameiam com a sua mancha de sugestões épicas na multidão monstruosa que a rodeia. Paris, por momentos, parece estalar no apertão titânico do seu movimento, comparável a um areal monstro que se fosse engolfar na concha delicada de um rochedo.
[…]
Um dia após o clamor das fanfarras guerreiras ter anunciado ao mundo o fim das batalhas e as redentoras promessas da Paz, os chefes dos países vitoriosos quiseram prestar à França a justa homenagem pela sua primazia de glória. Anunciaram-se os cortejos; as ruas do percurso encheram-se de cada lado de filas compactas de assistentes. Na Avenida dos Campos Elíseos as fachadas dos palácios crivaram as suas janelas, os seus varandins, até aos beirões dos telhados, de vultos femininos. Improvisaram-se estrados à beira dos passeios; pelos troncos das árvores, como cachos de pardais, a garotada jocosa da rua suspendeu os seus balcões e ao longo de todas as grandes ruas do trajecto fizeram guarda de honra as tropas vindas do front com as suas fardas ainda ruças e chamuscadas de metralha.
Havia silêncio e solenidade na expectativa e as baionetas, floridas pelas mulheres, punham a nota de ternura gentil naquele quadro de epopeia.
Tarde turva de bruma que o azul grisalho dos uniformes anilava dum impalpável véu e numa extensão incomensurável.
As bandeiras de todos os países aliados flutuavam em milhares de panóplias polícromas nas paredes de alto a baixo e num só ritmo brando. Um grande silêncio suspendia o grande ímpeto de ovação que a rua ia clamar, e esse silêncio electrizado era como o fuzil de onde sairia a faísca para agitar, na mesma vibração, alguns milhões de seres.
Enfim, um troar estrepitante duma salva longínqua anunciou à cidade o cortejo em marcha.
[…]
E o cortejo passou…
Entontecida pelo turbilhão das massas que se dispersavam em redemoinhos doidos, sentia uma intraduzível e inexplicável tristeza. Milhares e milhares de bandeiras revestiam por completo as fachadas das casas. Em vão procurei uma bandeira de cores feias, que no entanto devia ter o seu lugar entre tantas que se cruzavam. Bandeira de cores feias? Que importam as cores? É a bandeira portuguesa, que nos campos da Flandres serviu de manto a muitos corpos de heróis. Estrangulada por uma das que me vexava murmurei: — França ingrata! Sempre o forte!… Mas como que sonhando, aos meus olhos que se perturbavam de repente, desenrolada em todo o seu pano, suspensa nas janelas dum grande edifício bancário uma grande bandeira linda. Sim! Era bem aquela: azul e branca! Ao centro o escudo vermelho, as quinas, a coroa real, e a evocação e aglória também daquelas cores e daquele escudo, e toda a epopeia igual à que ali também se erguia: os mares, a civilização por Ela levada a novos continentes, as terras de África arrancadas palmo a palmo e em que ainda há pouco flutuava. Sim, com lágrimas senti Portugal naquelas cores, senti enfim uma coisa doce e triste que se chama a saudade e que daquelas cores me vinha lembrando as nossas margens de brancas espumas e o nosso céu de límpido azul. E impelida pela turba ruidosa, afogada em nostalgia, vagabundei sem rumo com o sentimento melancólico de soledade que se tem entre as multidões. Mas as fortes evocações fazem milagres… Na vozearia ensurdecedora da turba, umas vozes sonoras em coro cantavam. Virei-me. Cinco soldados portugueses, enlaçados como em dança campestre, cantarolavam uma canção portuguesa: Saricoté… olé… olé… ó… Saricoté.
[…]
Veva de Lima
 

"COIMBRA - CIDADE DO CONHECIMEN​TO",

 
CONVITE
 

O Director dos Bens Culturais da Direcção Regional de Cultura do Centro
e o autor António Carlos de Azeredo
tem o prazer de convidar V. Ex.ª para o lançamento do roteiro
"COIMBRA - CIDADE DO CONHECIMENTO",
a realizar no próximo dia 29 de Setembro, às 15h30, no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, no âmbito das Jornadas Europeias do Património.
 
(entrada livre)

25 setembro 2012

Portugal na Campanha da Rússia (livro da autoria de Miguel Castelo-Branco)

 
No bicentenário da invasão da Rússia pela Grande Armée, campanha que precipitou a queda de Bonaparte e o fim da hegemonia política francesa, evoca-se o embate entre um projecto autoritário de unificação da Europa - construção artificial mantida pela força das armas - e o único Estado europeu com meios para de se lhe opor. O conflito foi moderno nos meios tecnológicos aplicados, total pela indiferenciação entre combatentes e não combatentes e anunciador das grandes guerras do século XX, pelo peso que nela tiveram a propaganda, a contra-informação e os movimentos da opinião pública. A Campanha de 1812 foi algo mais que uma guerra de proporções até aí jamais vivida; acontecimento marcante da consciência identitária da nação russa, revelou à Europa o poderio russo, consagrando-o como um dos pólos do equilíbrio europeu. Na Campanha participaram milhares de soldados da Legião Portuguesa, empurrados para a aventura russa que foi, para a quase totalidade, viagem sem regresso. Em consequência da derrota de Napoleão na Rússia e das sublevações nacionais anti-francesas que se lhe seguiram, germinaria no Congresso de Viena a primeira tentativa para um acordo para a preservação da paz no continente envolvendo em concerto todos os estados europeus.
 
Miguel Castelo-Branco
 
Fonte: Combustões

Jantar-Palestra no passado dia 12 de Setembro


No passado dia 12 de Setembro realizou-se mais um jantar de convívio da Real Associação do Médio Tejo onde se debateram alguns temas da actualidade política do nosso Portugal.

 
Depois do jantar, seguiu-se uma Palestra, apresentada por um membro da direcção o Dr. Luís Queiróz Valério, cujo o tema foi o reinado de S. M. El-Rei Dom Manuel II (Sua vida, Sua obra e Seu Amor à Pátria).


24 setembro 2012

Trabalhos de hércules

Parece-me inegável que a afirmação do movimento monárquico em Portugal nos últimos anos, vem ganhando fôlego. As acções e debates decorrentes do centenário do regicídio e da implantação da república, uma dinâmica pragmática da Causa Real, sob a direcção duma figura política de peso, a afirmação de outros movimentos de intervenção cívica de tendência monárquica, o irresistível humor das bandeiras hasteadas na Câmara Municipal de Lisboa e no alto do Parque Eduardo VII, a simpatia, mesmo que tímida, manifestada por novas gerações de académicos e fazedores de opinião são sinais positivos que não devemos menosprezar. Hoje, a Lusa, as TVs e os jornais reconhecem as estruturas da Causa Real como interlocutores preferenciais, quando pretendem abordar o tema. Se juntarmos a tudo isto a facilidade de publicação e disseminação de notícias e mensagens através das Redes Sociais, seremos obrigados a reconhecer que algo mudou nos últimos anos.

 E sei bem quanto, apesar disso, estamos muito perto do ponto de partida, e de como o tema “mudança de regime de chefia do Estado” se mantém longe da agenda mediática. Acontece que ela se alimenta da voracidade das disputas pela “governança” do país, dos partidos, das grandes empresas, dos grupos profissionais ou de interesses, questões a que os monárquicos, nessa qualidade, deviam ser alheios. E depois há a “espuma dos dias” e a notícia espectáculo, critérios impiedosos para a sobrevivência desta indústria. Colocarmos a nossa Causa nesses palcos requer não só aproveitamento de oportunidades às quais devemos estar atentos, mas principalmente exige um trabalho profissional sustentado e respectivos meios financeiros.

 Nas nossas mãos está no entanto a determinação na firme recusa em colarmos a Causa a facções, quer ideológicas, religiosas ou de costumes. Estou convencido que, para além dos danos que derivam dos costumeiros rótulos estereotipados que nos colam, os que nos fazem mais mossa são os que resultam da colagem de diferentes planos e motivações de intervenção. Sejam questões da chicana política, remoques históricos, convicções religiosas ou de costumes. Acontece que, neste caso, o resultado de menos com menos dá mesmo menos, e da amálgama desses planos sobra uma suicidária utopia e uma pretensa pureza ideológica que nos isolam e nos projectam para o exterior como excêntricos.

A Instituição Real moderna é, por natureza, abrangente, agregadora e não facciosa. As disputas entre esquerda e direita, religião ou ateísmo, socialismo ou liberalismo, têm que ser esgrimidas com todo o vigor, mas noutras arenas, de modo a não contaminarem a Causa e o nosso Príncipe. Perguntar-me-ão os mais desconfiados: para que serve então o Rei se este não intervém nem revoluciona as políticas e costumes ao seu legítimo e fundamentado gosto? Respondo que, no mínimo, serve para que numa parte pequena mas altamente simbólica da pirâmide do poder resida uma inspiradora e imaculada referência moral e de imparcialidade. Personificação duma improvável realização quase milenar chamada Portugal, a ligação transgeracional aos nossos avós comuns, que contra ventos e marés por tantos séculos o souberam dignificar.

Para lá de qualquer agenda fantasiosa, estou convicto que aquilo que urge é reunir tantos portugueses quanto possível na defesa e promoção da nossa Casa Real. Acontece que se dá o extraordinário facto de, após um século de desgraçada república, possuirmos uma incontestável Casa Real e com geração. Esse é um património a defender com todas as nossas energias, um significativo privilégio em relação às muitas irremediáveis repúblicas europeias. Facto que todos nós deveríamos fazer por saber merecer, não só com palavras mas com actos.
João Távora in Correio Real nº 8
 

23 setembro 2012

" Que Monarquia Querem? "

 
" A esta pergunta peregrina queremos responder lealmente aos nossos adversários políticos, dizendo-lhes, como honradamente nos compete, que somente conhecemos uma monarquia. A Monarquia não sofre desvio na inteligência da sua instituição perfeita, porque a sua doutrina assenta, ao mesmo tempo, na tradição e no progresso de cada Povo, vigorando como libertadora do Homem, pelos privilégios da sua grandeza integral e reconhecimento das suas virtudes ancestrais ( ... ) A Monarquia Portuguesa foi sempre hereditária, católica, tradicional, orgânica, popular como representativa das suas gentes, ouvidas nas Cortes Gerais em todos os negócios importantes para os destinos dos povos. ( ... )
A' pergunta feita à falsa fé se queremos o constitucionalismo liberal ou se preferimos a Monarquia das Ordens- e neste ponto foge-lhes a língua para a maior maldade, ao insinuar o absolutismo, que, eles sabem, nunca existiu em Portugal, até porque, devido à constituição social da nossa Monarquia tradicional, este regime assenta no reconhecimento das legítimas liberdades -, respondemos: queremos a Monarquia municipalista e descentralizadora, assente nos foros e respeitadora de todas as mais legítimas liberdades e franquias do homem. "
Fernando de Aguiar, Revista « Tradição »
Cristina Ribeiro

Fonte: Estado Sentido

As irmãzinhas ateias da caridade [Porque razão a Igreja tem o monopólio da caridade?]


Consta que um zeloso pároco afixou esta convocatória para uma quermesse paroquial: «Estimadas senhoras: vamos ter em breve a nossa habitual venda de caridade, para a qual esperamos que contribuam com aquelas coisas que têm lá em casa e que não servem para nada. Tragam os vossos maridos!».A referência aos esposos não foi, de facto, feliz. Mas a verdade é que a Igreja, com ou sem maridos, realiza obras de caridade desde o início: um dos seus primeiros problemas foi, precisamente, o excesso de empenho com que os apóstolos se dedicaram a esta pastoral, com prejuízo da oração e do ministério da palavra. Depois floresceram, ao longo dos séculos, múltiplas instituições religiosas vocacionadas para o serviço dos mais carentes.

Mesmo aqueles que não prezam a presença e a acção da Igreja, tendem a elogiar a sua generosa dedicação aos órfãos, aos doentes, aos prisioneiros, aos imigrantes, aos moribundos e, em geral, aos mais necessitados. Um escritor actual, premiado com o Nobel, chegou mesmo a dizer que não subscrevia a fé da Beata Teresa de Calcutá, mas que não podia deixar de louvar a ajuda que a sua benemérita ordem religiosa presta aos mais pobres dos pobres. E é de crer que esta genuína e sincera admiração seja um sentimento comum a muitas outras pessoas, não obstante as suas reservas em relação ao dogma cristão e à moral católica.

Assim sendo, porque não congregar todas essas boas vontades, avessas à fé e à moral cristãs, numa ordem das irmãzinhas ateias da caridade?!

Com efeito, se tantas pessoas boas, embora não crentes, manifestam o seu entusiasmo pela dedicação aos mais necessitados, por que não institucionalizar esses sentimentos altruístas numa ordem arreligiosa, que se dedique a praticar o bem que tão entusiasticamente louvam?! Se, de facto, muitos ateus e agnósticos têm tanto apreço pelo trabalho humanitário das instituições católicas de caridade, porque não possibilitar que façam o mesmo pelo próximo, mas sem necessidade de se inscreverem numa religião em que não crêem, nem de professarem uma fé que não têm? Se é genuína a sua preocupação social, como autêntico o seu empenho em servir os mais indigentes, porque não fazem o que fazem tantas e tantos religiosas e religiosos de tantas congregações católicas, mas numa ordem ateia ou agnóstica?!

Em teoria, são viáveis instituições humanitárias laicas, mas dois mil anos de história ensinam que foi, sobretudo por virtude da fé cristã, que tantos e tantas entregaram a sua própria vida ao serviço dos outros. O facto, empiricamente demonstrável, de que essa abnegada e tantas vezes heróica prestação social ocorre, por regra, como consequência de uma prévia experiência de amor pessoal a Jesus Cristo, na sua Igreja, prova que é essa fé e a correspondente moral que fazem possível uma tal caridade.

Os homens, como as árvores, conhecem-se pelos seus frutos e não pelas suas palavras, ou pelos seus bons sentimentos, de que se diz estar o inferno cheio. Todos podem enaltecer a caridade, ou compadecer-se com os que sofrem, mas é Cristo que faz possível o amor maior, ou seja, dar a vida pelos outros. Elogiar a caridade cristã, menosprezando a correspondente fé, é tão absurdo como louvar as rodas de um carro, subestimando o seu motor; ou apreciar uma flor, mas esquecendo a sua raiz.

Bento XVI recordou, na sua primeira encíclica, o caso de Juliano, cognominado o apóstata, por ter abandonado a religião cristã. Este imperador pretendeu restaurar o paganismo, mas enriquecido com uma prática social análoga à actividade caritativa da Igreja. Também agora, não poucos países laicos, se não mesmo apóstatas, renunciam à fé, mas pretendem dar continuidade às obras da caridade cristã. Mas se a fé, sem caridade, está morta, a caridade, sem fé, não existe.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Fonte: Voz da Verdade

22 setembro 2012

« Sabemos que os reis são homens como os outros, que têm desejos, paixões e defeitos, mas

devemos lembrar-nos que existe para eles uma lei moral mais severa do que para os outros, porque quanto mais elevada é a posição tanto maior é a influência do exemplo». («O Pensamento do Rei D. Pedro V»,de Augusto Reis Machado).

É a morte precoce, com apenas 24 anos, deste homem, a 11 de Novembro de 1861, que Portugal tem a lamentar. Sim, porque o que sobre ele me tem sido dado ler chegou para me convencer de que «O Esperançoso» seria o homem de que o País, naquela conturbada época, necessitava para, nas palavras do Poeta, se " cumprir Portugal ".
D. Pedro, ao contrário do que lhe dizia o avô, na dita Carta, entendia que ao rei cabia governar, sem se limitar ao acto de reinar, "sempre pensou que sobre ele recaía a responsabilidade de transformar Portugal num País civilizado" e desenvolvido, desconfiando da competência dos políticos, que considerava corruptos, ineficientes e imorais. Como pensava, depois dele, D. Carlos. Como pensa hoje uma grande parte dos portugueses.
Cristina Ribeiro

Fonte: Estado Sentido

Os monárquicos na rua



Irritados uns, incomodados outros, mas certamente supreendidos muitos dos manifestantes do passado sábado ao depararem com as bandeiras azuis e brancas da monarquia constitucional portuguesa um pouco por todo o país.

Que querem os monárquicos portugueses, tanto os que se manifestaram como os que optaram por não o fazer? Querem, acima de tudo e para além da conjuntura política estrita destes dias, manifestar o seu desagrado pelo estado a que chegou esta milenar nação que é a nossa.

A III República está caduca, exaurida, desprestigiada interna e externamente, não sendo mais possível tapar o sol com a peneira culpando o partido A ou o partido B ou todos eles, por acção ou omissão. É o próprio regime, implantado violentamente em 1910 e regenerado em 1974, que carece de alteração no sentido de uma chefia de estado Real, efectivamente desvinculada de interesses particulares e transitórios, e verdadeiramente livre do jugo político-partidário.

Só a Instituição Real, pela sua própria natureza, pode neste momento histórico delicado ser uma alternativa credível à serôdia república em que vivemos, obrigatoriamente vivemos até pela proibição constitucional de referendos sobre o regime político.

Os monárquicos portugueses não querem pompa nem circunstância, nem corte nem cortesãos. Querem uma monarquia do século XXI e para o século XXI, moderna, descomplexada com a história pátria mas não alheada de uma particular continuidade multissecular que faz de nós uma das mais antigas nações europeias. Uma monarquia que, sem virar às costas aos vizinhos europeus, promova a lusofonia em todas as suas vertentes, aprendendo e ensinando simultaneamente com os nossos povos irmãos de Angola a Timor. Uma monarquia que acarinhe efectivamente a notável diáspora portuguesa, apenas lembrada quando convém ou ritualmente no dia 10 de Junho.

Está quebrada sem apelo nem agravo a legitimidade da III República, sendo pois a hora de passar adiante,a hora de interpelar os nossos concidadãos sobre se querem mais do mesmo ou se pretendem uma refundação do regime no único sentido possível: o Rei como garante das liberdades e do desenvolvimento sustentável do país, um Chefe do Estado que não é refém da classe política nem do seu passado político-partidário como vem sucedendo com os sucessivos inquilinos do Palácio de Belém.


Luís Barata

Fonte: Real Associação de Lisboa

21 setembro 2012

Pensem Nisto (XVI)

Os monárquicos, conscientes que em Portugal o dinheiro é um bem escasso e que, como tal, deve ser gerido com particular cuidado, sempre defenderam a Monarquia como um regime mais económico. Os números mostravam (mostram) que os monárquicos estavam (estão) certos mas em vez de serem ouvidos com atenção foram (são) vastas vezes ridicularizados. Houve até pessoas que perguntavam ‘É só esse o vosso argumento [a favor da Monarquia]?’, como se poupar dinheiro não fosse importante! Se tivessem ouvido os monárquicos neste e em tantos outros pontos o País estaria certamente melhor!

Fonte: Portugal Futuro

João Franco reabilitado

 
Conhecido amigo de plutocratas de sempre - e de alguns que por isso mesmo passaram para o outro mundo sob o acolhedor sol da Tunísia -, o doutor Mário Soares tem-se excedido no verbo. Desta vez, quiçá acicatado pela conversa escutada numa corrida de táxi entre o Campo Grande e o Pap'Açorda, atreve-se mesmo a pronunciar palavras tabu para os ouvidos de todo e qualquer dirigente político nacional ou estrangeiro: "gatunos", disse ele.
"Querem maior crise do que o país a gritar vão-se embora e a chamar gatunos aos membros do Governo?"

Mário Soares aderiu ao princípio da democracia, desde que esta seja refém de um solitário grupo. O tempo passou e ano após ano, década após década, alegados dilúvios de subsídios, influências, negócios, viagens, almoçaradas e opíparos banquetes, eis o total olvidar daquilo que há uma geração se escutava nos táxis e nas ruas de Lisboa, quando o povoléu tricotava esmeradas malhas de naperons macaenses, afiançava a existência de bem sopesados quilates de lanças em África e outras espertezas saloias bem cá da casa. Há uma semana, o pérfido executivo resolveu fechar os cordões à bolsa, conservando nos cofres do Estado, "do povo", mais de duzentos milhões de Euros até agora copiosa e anualmente vomitados sobre fundações privadas que sobrevivem com dinheiro público. Houve quem não tivesse aprovado o dislate, pois os donos da pátria são credores do eterno reconhecimento.

Apesar de tudo, sobrou algo de positivo em toda esta conversa com hálito a tresandar a flûte de Shipwrecked 1907 Heidsieck e a arroto de tostinha com Beluga. Mário Soares acaba de prestar um inestimável serviço à Causa Real. Politicamente reabilitou João Franco, essa bête noire do republicanismo serôdio e boçal que teima em cavalgar às costas de um país prostrado. Um ano decorrido o escrutínio, o "pai da democracia" quer este governo arrastado aos pontapés até ao meio da rua, obliterando umas eleições, que contas de retrosaria bem feitas, afiançam a conversa do Álvaro Cunhal de 1975, decretando um sonoro "não interessam para nada". Apela às nulidades belenenses, como se contasse favas no prato do bolo rei. Alia-se ao esquema rotundamente plutocrático que Bruxelas vai fartamente semeando pela cada vez mais falida e fracassada União Europeia, esgravatando o despovoado aviário à procura de um Monti qualquer, essa supimpa e radical solução de loja, capaz de esmagar as rematadas loucuras eleitorais da ralé. É a plutocracia elevada à máxima potência e despótica discrição.

João Franco governou por decreto, mas com eleições marcadas para 5 de Abril de 1908. João Franco quis reabilitar o sistema liberal-constitucional, aproximando o eleitorado daqueles que tinham como função representá-lo. Não conseguiu. A imprensa dos tempos da "ditadura", bem livre de peias, agitou a turbamulta. A prepotência facciosa, dois cobardes crimes de encomenda PRP, a subversão bombista e uns tantos nababos que como hoje dizem ser necessário "um governo sem eleições", condenaram Portugal a tudo aquilo que cinco gerações têm sofrido.

A nossa desgraça? Nem através de um telescópio atómico conseguiremos descobrir no firmamento político português, alguém que remotamente se compare ao brilhante Presidente do Conselho de ministros de D. Carlos I.

Em suma, João Franco defendeu um projecto nacional e tinha a razão do seu lado. Mário Soares acaba de o reconhecer. Já não era sem tempo.
Nuno Castelo-Branco

Fonte: Estado Sentido

20 setembro 2012

UM PEDIDO A S.A.R., O SENHOR DOM DUARTE


Está na hora da Monarquia em Portugal assumir o Poder.

Dom Duarte Pio de Bragança todos nós estamos à espera que Vossa Alteza faça algum comunicado ao País, fale aos Portugueses.

Dê a sua opinião, mostre a todos os Portugueses que existe uma alternativa para Portugal. Explique a todos aqueles que se recusam a ver que esta República está AGONIZANTE, MORIBUNDA, MORTA!!!

O povo está triste, já não há alegria, nem sonho, apenas a resignação.

Não há ambição.

Não há políticos que ambicionem nada para Portugal e apenas para seu benefício pessoal.

Não há referências de patriotismo, de amor e de dignidade.

A Republica é permissiva à dissolvência de uma Nação, País, território e povo…
Com nove séculos de uma tão gloriosa História.

Pedintes numa Europa que não se afirma, nem o pode fazer, por ausência de identidade

Prisioneiros de um projecto adiado

Nem sequer olhamos para as nossas potencialidades.

Dependentes de empréstimos financeiros para alimentar a ilusão de um nível de vida, que não podemos ter, mas que ninguém tem coragem de reconhecer.

Caminhamos para um abismo, para uma dependência, que ninguém sabe as consequências, mas que todos já prevêem.

Republica falida, sem capacidade de regeneração.

O futuro não será voltar ao passado… mas só poderemos ter um futuro risonho e melhor, se do passado voltarmos a ter orgulho.
Se voltarmos a ter auto estima, motivação e alma.

Tanto que podemos ainda dar ao mundo, se acreditarmos que temos esse desígnio como povo.

Se voltarmos a ter projectos… olhar novamente para o nosso território, o nosso mar, a nossa cultura, os nossos irmãos espalhados por todo o mundo.

Se voltarmos a ter liberdade, exigência, arrojo e dignidade.

E se a isso nos motivarem.

Nunca conseguiremos ressuscitar, se não tivermos a referência unificadora do nosso orgulho, que estimule a nossa auto estima.

Portugal precisa de voltar a ser… UM POVO COM ALMA!

Miguel Duarte Guedes
 

SAR, Dom Duarte de Bragança no Funchal

O Duque de Bragança participa na cerimónia de entrega de medalhas alusiva ao Prémio Infante D. Henrique.
 
 
No dia 26 de setembro, cerca de 50 jovens da cidade do Funchal vão receber as Medalhas nível Bronze e Prata do Prémio Infante D. Henrique. A cerimónia realiza-se, pelas 15h30, no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal.
 
Os alunos premiados pertencem às escolas APEL e Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos dos Loures, sendo que as medalhas serão entregues pelo Duque de Bragança, Presidente de Honra do Prémio, Miguel de Albuquerque, Presidente da Câmara Municipal do Funchal, e Rubina Leal, Vereadora da Educação.
 
O Prémio Infante D. Henrique é um programa internacional de desenvolvimento pessoal e social, dirigido a todos os jovens dos 14 aos 25 anos de idade, que os encoraja a desenvolverem-se como cidadãos ativos e participativos, fazendo uma contribuição positiva na sociedade e que os prepara com experiências de vida para marcar a diferença com os próprios, as suas comunidades e o mundo.
Através do Prémio Infante D. Henrique, os jovens adquirem características essenciais em todo o seu percurso de vida, como autoconfiança, autoestima, responsabilidade, cidadania ativa, liderança, trabalho em equipa, motivação, comunicação, consideração e capacidade de aprendizagem.
 
Sendo atualmente “um dos melhores” programas de desenvolvimento pessoal e social para os jovens, este é o único programa nacional e internacional que reconhece os jovens por aquilo que eles fazem. Ao todo, o programa compreende quatro grupos de atividades: serviço à comunidade (voluntariado hospitalar, apoio aos idosos ou à infância), talentos pessoais (culinária, música, teatro, informática), atividades desportivas (ginástica, natação, judo, basquetebol), e espírito de aventura (expedições e explorações nacionais, sempre realizadas em grupo e sob orientação de um monitor).
 
Fonte: Cidade Net

19 setembro 2012

Casamento civil indissolúvel, já!

Se o Victor e a Vanessa, católicos de Lamego, quiserem casar para sempre, sabem que podem fazê-lo casando "pela Igreja" porque, para a religião católica, o matrimónio não é rescindível. Neste sentido, mesmo que um dos cônjuges obtenha depois o divórcio civil, continuará para sempre casado, segundo a lei da Igreja, a qual estabelece que o casamento válido só acaba quando morre um dos cônjuges.

Ora bem, se o Valter e a Viviana, dois fervorosos ateus da Charneca da Caparica, quiserem também unir as suas vidas de forma irrevogável, não o podem fazer juridicamente. Com efeito, a actual lei civil não lhes permite essa opção. Por outro lado, também não podem recorrer ao casamento indissolúvel católico, porque a Igreja, obviamente, não pode admitir ao sacramento do matrimónio um casal em que nenhum dos nubentes professa a religião cristã. Daqui resulta, portanto, que os católicos beneficiam de uma possibilidade jurídica que está vedada aos ateus e agnósticos, bem como a todos os outros cidadãos não católicos. Ao que parece, esta proibição legal de uma aliança conjugal perpétua baseia-se no entendimento de que o Estado não deve permitir que ninguém, mesmo agindo no pleno uso da sua razão e vontade, se possa comprometer matrimonialmente de forma definitiva, ou seja, sem uma cláusula de eventual rescisão.

Uma tal prudência legislativa seria louvável, se não fosse tão incrivelmente contrária à mais elementar liberdade dos cidadãos. Com a mesma razão, ou a mesma falta dela, também se deveria proibir legalmente a adopção, pois é tão irreversível quanto o seria um matrimónio indissolúvel. Portanto, é avisado que o ordenamento jurídico seja exigente nas condições que requer para uma decisão definitiva, mas não pode, salvo que se assuma como expressão de um poder autoritário, restringir a liberdade dos nubentes quanto ao tempo e ao modo como se querem comprometer matrimonialmente. Poder-se-ia objectar que, se o casal ateu não se quiser divorciar, nada o impede de permanecer casado o tempo que quiser e, por isso, não precisaria de um casamento civilmente indissolúvel, nem de nenhuma cláusula proibitiva do divórcio. Mas um tal argumento não é válido, porque aquilo que realmente pretende quem quer casar para sempre não é apenas a não dissolução, de facto, da aliança nupcial. Quer, sobretudo, a impossibilidade jurídica de que a dissolução se possa verificar por decisão de um cônjuge, ou de ambos. O Valter e a Viviana não querem apenas prescindir individualmente da sua faculdade de requerer o divórcio, mas cada um deles quer também evitar que possa ficar divorciado por efeito de uma acção interposta pelo outro. Ora um tal objectivo só poderá ser alcançado se houver, efectivamente, um matrimónio civil indissolúvel. Com efeito, segundo a lei vigente, qualquer casamento é dissolúvel, mesmo contra a vontade do cônjuge inocente, o que acontece as mais das vezes.

A bem dizer, criar a alternativa do casamento civil indissolúvel, a par de um matrimónio civil rescindível por divórcio, não só a ninguém ofende como beneficiaria todos os cidadãos. Em primeiro lugar, os ateus, os agnósticos e os crentes não católicos, porque poderiam assim contrair um matrimónio civilmente indissolúvel. Mas também, em segundo lugar, os que casaram catolicamente. Estes, com efeito, muito embora a Igreja garanta a indissolubilidade do seu vínculo nupcial no âmbito canónico, carecem do reconhecimento civil dessa cláusula contratual do seu casamento religioso.

O direito de optar por um matrimónio civil indissolúvel é uma exigência da mais elementar liberdade. É atendível também como único meio de abolir a discriminação de que são vítimas todos os cidadãos não católicos, sobretudo os ateus e os agnósticos. De facto, os fiéis podem optar por um matrimónio religioso, para assim salvaguardar a pretendida indissolubilidade do vínculo mas, os que o não são, não podem aceder à celebração canónica, nem a lei civil lhes consente, por ora, a tão legítima e salutar opção por um matrimónio indissolúvel.

Há quem entenda, por último, que o divórcio é necessário, para remediar os casos em que a escolha do cônjuge não foi acertada. Porém, estes casos não se resolvem com leis que, através das muitas facilidades concedidas, incentivam o divórcio e favorecem a irresponsabilidade matrimonial. Pelo contrário, a opção pelo casamento civil indissolúvel ajudaria a evitar esses desacertos, não só porque os noivos ficariam obrigados a assumir para sempre o seu compromisso nupcial, mas também porque, como sugere André Frossard, uma vez casados, já não se poderiam voltar a enganar!

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Fonte: Povo

“4 Batidas: Património Garrano” - Livro elaborado para elevar o cavalo Garrano a património nacional


Da proposta para elevar o cavalo Garrano a património nacional, apadrinhada pelo chefe da Casa Real portuguesa, D. Duarte de Bragança, chega-nos agora o livro “4 Batidas: Património Garrano”.
 
Segundo Nuno Brito, Coordenador da candidatura do Garrano a Património Nacional no Instituto Politécnico de Viana do Castelo [IPVC], “hoje, o Garrano, para além deste património genético insubstituível, é também um foco importante de desenvolvimento rural, um foco relevante para toda a área do turismo, do desporto e de outras novas funcionalidades na área da equitação, o que de facto realça e reforça o interesse que tantas personalidades e entidades têm demonstrado pelo Garrano”, comentou ainda o responsável, Nuno Brito.
Para além da Ministra Assunção Cristas é possível encontrar várias outras personalidades com notoriedade a nível nacional que testemunham o seu apreço pelo Garrano, como D. Duarte Pio, Duque de Bragança que apadrinha a candidatura, Daniel Campelo, Embaixador do Garrano e Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Melchior Moreira, Embaixador do Garrano e Presidente da Região de Turismo Porto Norte de Portugal, José Carlos Marques dos Santos, da Comissão Científica da Candidatura do Garrano a Património Nacional e Reitor da Universidade do Porto, João Sobrinho Teixeira, da Comissão Científica da Candidatura do Garrano a Património Nacional e Presidente do CCISP – Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Rui Teixeira, Presidente do Politécnico de Viana, entre vários outros testemunhos de Presidentes de instituições de ensino superior e Presidentes de várias Câmaras Municipais do Alto Minho e ainda várias entidades regionais e nacionais como a Adriminho, a ACERG, a ANCRG, ATAHCA, ARDAL, entre outras.

Sobre o Garrano e a Candidatura a Património Nacional
Presença milenar em Portugal, o cavalo Garrano constitui um elemento integrante do alto das serras e baldios e da paisagem humanizada do Minho. Salvaguardar o património genético da população da raça Garrana, mais do que um imperativo nacional comunitário, é um imperativo civilizacional. "Esta candidatura visou contribuir para a manutenção de um recurso biológico insubstituível, integrando num conceito holístico, perspetivas produtivas, genéticas, ambientais e socioculturais, evitando a tendência regressiva de uma raça autóctone, reforçando o orgulho e a identidade de um povo. Este deve ser o compromisso de uma região, de um país, de uma população com orgulho na sua identidade e na sua cultura", defende Nuno Brito, Vice-Presidente do IPVC e coordenador da proposta.
Neste contexto, a candidatura, teve como base as seguintes ações: estudo e caracterização da população Garrana e sua envolvência social, ambiental, cultural e turística; promoção e divulgação, constituindo uma Marca e um Museu Virtual, para além de promover as “Rotas do Garrano”; intervenção científica, através da realização do I Congresso Internacional do Garrano, que procurou divulgar os trabalhos realizados ao longo deste projeto.

Fonte: PPM Braga

18 setembro 2012

Dos cortes na gordura do Estado

E que tal os manifestantes que ontem legitimamente protestaram contra a austeridade passarem do protesto simples aos actos e apresentarem uma iniciativa legislativa de cidadãos propondo a revogação das alíneas a) e b) do artigo 6.º da Lei 26/84, que prevêem que os ex-titulares do cargo de Presidente da República tenham “direito ao uso de automóvel do Estado, para o seu serviço pessoal, com direito a motorista e combustível”, bem como a “disporem de um gabinete de trabalho, sendo apoiados por um assessor e um secretário da sua confiança, nomeados a seu pedido”?
Para além de tal ser evidentemente mais conforme à ética ‘republicana’, da qual alguns ex-Presidentes tanto gostam de se reivindicar, seria concerteza uma medida justificada no actual estado de emergência nacional e um forte exemplo de envolvimento e participação democrática dos cidadãos na adopção de medidas de redução da despesa pública inútil. Bastaria, aliás, que 35 mil cidadãos a subscrevessem.
Por mim, gostaria muito de ver os partidos da actual maioria a patrocinar ou mesmo a chamar a si uma tal iniciativa, como sinal do seu comprometimento na moralização dos sacrifícios impostos aos Portugueses.
Tenho a convicção, aliás, de que o sentido patriótico de Eanes o compreenderia, já o mesmo não podendo infelizmente pensar dos seus dois sucessores, que tão bem se têm tratado.
Fica o repto, a que se seguirão outros.
(na imagem, a "Casa do Regalo", presentemente utilizada por Jorge Sampaio para seu gabinete de trabalho com o dinheiro de todos nós)


Rui Crull Tabosa

Fonte: Corta-fitas

17 setembro 2012

"Mesa Real. A Dinastia de Bragança" de Ana Marques Pereira


Sabia que D. Carlos era um rei gourmet? Que a mostarda entrava quase em todas as refeições e que os legumes eram vistos como alimentos que apenas os pobres comiam? Sabia que a primeira ementa surgiu na década de 1880?

Encontra estas e muitas outras curiosidades no livro Mesa Real. Dinastia de Bragança de Ana Marques Pereira. Uma viagem aos hábitos alimentares dos reis da Dinastia de Bragança e da sua corte durante 270 anos, da progressiva introdução dos alimentos, às modas e orientações sociais e religiosas, os objetos usados na mesa, as cozinhas e os tipos de utensílios, técnicas e formas de confeção e o protocolo à mesa que foi evoluindo ao longo dos tempos.


Esta história começa em Vila Viçosa com o casamento do duque de Bragança, futuro D. João IV com D. Luísa de Gusmão, que encheu os salões do palácio para um magnífico e requintado banquete. Com a subida ao trono em 1640 e o início da Dinastia de Bragança, a corte muda-se para Lisboa, ganha novos hábitos alimentares e de aparato. Depois de uma apurada e exaustiva pesquisa, com a consulta de variados arquivos pessoais e em bibliotecas, Ana Marques Pereira apresenta-nos uma obra original, que nos mostra que a história da mesa não se baseia apenas em receituários. Esta viagem amplamente ilustrada com quadros, azulejos, gravuras, ementas régias, imagens de grandes baixelas e objetos de porcelana e vidro, termina com o fim da monarquia e a chegada da Primeira República. O último ato público do rei D. Manuel foi exatamente num banquete em honra do presidente da República brasileiro de visita ao país. Poucos dias depois a revolução estava na rua e a família real partia para o exílio falhando a programada visita de Sua Majestade ao Vidago, no dia 6 de outubro. A recordar essa data ficaria a ementa já impressa de um banquete que não passaria do papel.
 

Sugestões para cortes na despesa: este e estes

Mais de 17.000.000 de Euros por ano - fora outros assuntos que não sabemos - é quanto custa a veneranda instituição. Aceita-se uma recomendação de definitivo corte nesta despesa.
 Nuno Castelo-Branco

Fonte: Estado Sentido 

16 setembro 2012

Ele queria, tal como D. Carlos, restaurar a verdadeira monarquia, sem concessões aos politiqueiros, que já na altura conspiravam para a desgraça que agora voltou.

" Esse Objectivo verdadeiro não é estreitamente politico e dynastico, visando a chamar, de novo, a mesma alma ao mesmo esqueleto de 1910. Não é uma simples Restauração do Regimen anterior. Trata-se, antes, de uma radical mudança de vida. Trata-se, antes, da Restauração da Patria Portugueza sobre a base da Restauração moral, intellectual, organica e económica da Grey que a constitue.
Sacudindo a Consciencia Publica, e arrancando-a aos abysmos da apathia em que a desilusão a prostrou. ( ... )
Pela tradição, que é o espirito da Patria e é a continuidade prolifera. Contra o Liberalismo, que é o espirito dos partidos e é a instabilidade infructuosa "

Henrique de Paiva Couceiro, « A Democracia Nacional »
Cristina Ribeiro

Fonte: Estado Sentido

Real Associação de Nova Iorque apadrinhada durante Jantar Real em Newark


Fonte: Lusoamericano

15 setembro 2012

NEWARK - Jantar Real na Casa Seabra


A Real Associação de New Jersey juntou amigos e membros na Casa Seabra na passada quinta-feira, contando com duas presenças muito especiais: Dom Duarte e Dona Isabel de Bragança.

A “Pipa Room” na Casa Seabra acolheu na passada quinta-feira, dia 6 de Setembro, um jantar digno de reis e rainhas. Organizado pela Real Associação de New Jersey este jantar trouxe mais uma vez ao Estado Jardim Dom Duarte e Dona Isabel de Bragança.

Elegantemente decorado nos tons monárquicos lusos, o azul e branco, o espaço transformou-se num alegre convívio entre amigos de longa data que partilham a vontade e a esperança de ver o seu país natal ser representado por um Rei e Rainha, num caso mais concreto pelos Duques de Bragança, descendentes do último rei de Portugal.

Além de um cardápio digno da realeza e da troca de histórias e bem hajas, a noite teve ainda momentos muito especiais como o cantar do hino monárquico - “Deus, Pária, Rei” -, interpretado com muita emoção pelo coro real da Associação, liderado pela presidente Glória de Melo.

 
Também presente neste jantar de confraternização e companheirismo esteve ainda a fundadora desta Real Associação de New Jersey, Manuela Chaplin, que ainda recorda como tudo começou.

“Eu tinha fundado uma fundação cultural portuguesa com a inspiração do senhor Dom Duarte. Num dos nossos jantares ele veio cá; estavam as reais a começarem a formar-se em Portugal e por isso acabamos por resolver assim criar uma Real aqui também. Começámos então a Real em 1994, registámo-nos em 1995. Naquela altura houve muito entusiasmo, tínhamos um grupo muito razoável. Mas os anos passam e muitos dos nossos sócios mudaram-se para um lado ou para outro. Mas hoje tive a boa notícia de que há um grupo de jovens em Nova Iorque que quer começar uma Real e quer fazer um contrato de colaboração entre as duas associações. Estou muito entusiasmada porque é sangue novo e podem desenvolver muito sobretudo entre outros jovens”, conta Manuela Chaplin.
 
De facto, está para breve a oficialização de mais uma Real Associação na costa leste dos Estados Unidos, a primeira no Estado de Nova Iorque, que segundo os seus membros presentes pretende manter uma ligação estreita e de muita cooperação com a Real do Estado vizinho de New Jersey.

Para este grupo de pessoas, de amigos e colegas, o sonho de ver um dia Portugal regressar à monarquia continua vivo, apesar de fazerem questão de realçar não estarem a falar de uma monarquia absoluta como as de muitos séculos atrás, mas sim uma monarquia moderna à semelhança de tantos outros países europeus.

“Eu acho que hoje em dia as monarquias estão um bocadinho em crise como está o mundo inteiro. A humanidade está toda em crise. Mas sou daquelas pessoas que acreditam em ciclos e em que há uma onda. Nessa altura haverá uma atitude diferente porque as monarquias hoje em dia não são forças de poder absoluto; são forças democráticas conjuntamente com o povo. O fim das famílias monárquicas hoje é o preservar da realidade histórica que foi o principio das nações. A história é algo que vale a pena preservar e de passar aos mais jovens. É parte da nossa vida. O presente é o continuar do passado”, explica Manuela Chaplin.

Fonte: Contacto E.U.A. New Jersey

O semi-chefe-de-estado

Nunca como nesta amarga hora que o País vive foi tão evidente a patética posição em que se vê colocado o nosso semi-presiedente, uma instituição definitivamente equivoca e inútil.
Qual o papel de Cavaco Silva? Ouvir o povo? Estar Calado? Fazer consultoria financeira ao governo Passos Coelho? Provocar uma crise política?
Sabemos bem que se no seu lugar lá estivesse o Jorge Sampaio, umas lágrimas canhotas solenemente derramadas nas televisões acalmariam os agentes políticos e comentadores regimentais pelo menos até ao Natal.

Exposições temporárias no Museu de Marinha


14 setembro 2012

Comunicado da CAUSA REAL

 
Portugal precisa de um norte, de uma forte mensagem de esperança, de um foco de união. Portugal precisa de uma alternativa, uma alternativa que zele pelos interesses da Pátria, uma alternativa Real.

No dia 5 de Outubro estaremos em Lisboa para relembrar que há uma alternativa ao regime imposto em 1910 e que essa alternativa, olhando o futuro, tem a sua génese num projecto que uniu os primeiros portugueses à volta do seu Rei, assim reconhecido pelo Tratado de Zamora a 5 de Outubro de 1143.

Que Portugal Viva, Sempre!

13 setembro 2012

Alvalade Medieval

 
Programa AQUI

“A GEOPOLÍTICA DA ANTÁRTIDA E OS INTERESSES NACIONAIS”

Quinta-feira, 13 de Setembro, às 17h00

 
“A GEOPOLÍTICA DA ANTÁRCTIDA E OS INTERESSES NACIONAIS”
 
 
pelo Ten. Cor. João José Brandão Ferreira, Membro do Conselho Supremo da Sociedade Histórica da Independência de Portugal

11 setembro 2012

SS.AA.RR., os Duques de Bragança com os elementos da futura Real Associação de New York

 
Organizado com muito esmero pela Real Associação de New Jersey e Pennsylvania, o jantar foi muito animado e coroado com um muitíssimo pertinente e inspirador discurso de S.A.R. o Duque de Bragança. Glória de Melo, Presidente da Real Associação fez uma breve intervenção e Olindo Iglesias apresentou o projecto da Real Associação de New York, iniciativa encorajada por S.A.R.

Na fotografia SS.AA.RR. com os elementos da futura Real Associação de New York: da esquerda para a direita, Francesco Marconi (e noiva), Susana Caldeira, Luís Gonçalves, Moisés Venâncio, Nuno Crisóstomo, Olindo Iglesias, Miguel Caldeira, Paulo Dias Figueiredo e Patrícia Coimbra.
 
 
Glória de Melo lembrou que o principal objectivo da Real Associação é preservar e divulgar a história e cultura de Portugal. Mostrando preocupação com a abolição do feriado do 1º Dezembro levantou a questão da importância de reviver e relembrar a nossa independência e citou a opinião do Dalai Lama sobre S.A.R.: “o Rei de Portugal poderá não ser um monarca reinante, mas tem a difícil tarefa de manter vivo o espírito cultural da nação e isso é mais importante do que usar uma coroa”.

O Duque de Bragança afirmou ter sempre "um banho de optimismo patriótico e de esperança no futuro de Portugal quando tenho ocasião de visitar as comunidades portuguesas que vivem no estrangeiro e ver a capacidade, o sucesso, a realização que os portugueses conseguem".

Levantou a actual situação crítica de Portugal, em grande parte consequência do facilitismo e curto-termismo da nossa classe política, mais interessada na sua reeleição, que levou o País à falência. “Há tempos perguntaram à rainha da Dinamarca para que serve uma rainha numa democracia tão moderna como é a Dinarmarca. Ela respondeu é para proteger o povo dos maus governos”. Assim afirmou uma das vantagens das monarquias modernas. "Há uma vigilância discreta mas eficiente da parte dos reis e rainhas, que não dependem dos grupos políticos, grupos financeiros, de interesses, podem desempenhar o seu papel com outra liberdade."

S.A.R. mostrou a Bandeira da Restauração, de 1640, de grande interesse numa altura em que se está a por em causa a data do 1º de Dezembro. Quanto à bandeira adoptada por D. João II é "uma bandeira que une todos os portugueses. Todos os portugueses podem considerá-la como símbolo de Portugal, como símbolo de unidade nacional”.

Terminou apelando a uma união espiritual entre os povos lusófonos e as comunidades portuguesas, e deu os parabéns à Real Associação de New Jersey e ao projecto para Nova Iorque, aos quais acrescentamos os nossos.

Viva Portugal!
 
Fonte: CAUSA REAL

10 setembro 2012

O Problema é outro



Cada vez que morre uma grande figura das letras e das artes, da história e da política — ou seja, alguém que num país pequeno como Portugal alcançou ser um humano único e exemplar — a quem por cá fica é automaticamente criada uma dívida de respeito e gratidão também póstuma que as mais das vezes nunca chega a ser paga como deveria.
Este é dos maiores problemas da nossa sociedade: o esquecimento, a ideia, verdadeiramente perigosa, de que tudo começa e acaba no limite do nosso horizonte pessoal ou do nosso século, sem que seja ponto de honra conhecer razoavelmente os altos e baixos, as glórias e as insânias da história pátria, no torrão e na diáspora, bem entendidos. O facto de ter sido dada larga primazia, nas últimas décadas, à criação em detrimento da conservação, pulverizou ainda mais a debilidade deste cenário identitário ancestral, que precisa de ser reinterpretado à luz de novos conceitos e de novas abordagens pois será sempre o húmus em que nascemos e nos erguemos.
Não há dúvida de que o trabalho de Rui Ramos veio abalar o registo historiográfico estabelecido, afinal um pastel de preconceitos e de mitificações politicamente vinculadas, e a clareza, ousadia e sucesso da sua releitura ofenderam todos aqueles que na universidade se julgavam consolidados por décadas de domínio marxista.
A birra de Manuel Loff (figura menor, que ninguém lembra o que terá feito), além de tardia e desajeitada, é só a ponta dum icebergue. A questão não é como Ramos considerou Salazar, mas como desmascarou Cunhal, não vos parece?
Numa crise destas, de que o económico-financeiro é apenas um espelho negro, o país precisa dum pacto patriótico com um rijo instinto de salvaguarda, que a esquerda, fixada no aqui e agora tudo, não consegue de interpretar devidamente, porque lhe falta o sentido nacional de uma comunidade muito antiga que não pode acabar. O que precisamos é de conversar e de criar uma base de entendimento em que todos «trabalham» para defender o país, como se vivéssemos um pós-guerra de que é preciso renascer. Temos ao lado a Espanha que nos dá um exemplo já secular disso mas nem sequer esse vemos. Vai ser duro, vai ser feroz, vai ser demorado, mas sem esse sentido nacional nada se alcançará. A esquerda que entenda isso, se puder!!
Uma coisa é certa, porém: não serão presidentes como Cavaco ou Marcelo (nem Soares ou Sampaio, nem Costa) que vão criar esse vínculo patriótico, que só o carisma da Coroa pode fermentar. Sejamos realistas, pois.

Vasco Rosa

Fonte: Real Associação de Lisboa

09 setembro 2012

EM 1949, BOTELHO MONIZ PROPÕE NA ASSEMBLEIA NACIONAL QUE SE TERMINE O BANIMENTO DO TERRITÓRIO PORTUGUÊS IMPOSTO AO CONDE DE OURÉM, D. DUARTE NUNO DE BRAGANÇA

Na sessão de 24 de fevereiro de 1949, o deputado Botelho Moniz apresentou um projeto de lei que visou por termo ao banimento do território português de D. Duarte Nuno de Bragança e sua família. Tratava-se de uma lei promulgada em 1834, na sequência das guerras liberais, a qual obrigava ao exílio o rei D. Miguel e seus descendentes, tendo a partir do estabelecimento do regime republicano sido alargada a todos os ramos da Casa Real. A Assembleia Nacional veio em 1950 a revogar a referida lei, tendo D. Duarte Nuno de Bragança, Duque de Bragança e Conde de Ourém, regressado a Portugal em 1952.
Transcreve-se do Diário das Sessões a intervenção do deputado Botelho Moniz respeitando-se a grafia da época.

O Sr. Botelho Moniz: - Sr. Presidente: um seguimento a considerações que produzi antes e durante a última campanha eleitoral, e como sua consequência inevitável, vou entregar a V. Ex.ª, dentro de alguns minutos, um projecto de lei que reputo representar um primeiro passo no sentido da conciliação da família lusitana.
Creio que o artigo 3.º deste documento só encontra perfeitamente de acordo com o sentido de uma moção que, em sessão legislativa anterior, tive a honra de ver aprovada, por unanimidade, pela Assembleia Nacional.
Por sua vez, os artigos 1.º e 2.º desse projecto concedem amnistia completa para as faltas disciplinares e crimes políticos cometidos por pessoas cujos altos serviços à Pátria tenham merecido galardão especial. Os artigos 3.º e 6.º pretendem reparar algumas injustiças e desigualdades flagrantes.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Botelho Moniz: chamo a atenção de V. Ex.ª para a disposição regimental que não permite anunciar-se qualquer projecto de lei sem prévia observância do § 1.º do artigo 11.º do Regimento.
O Orador: - Conforme declarações públicas amiudadamente formuladas, sou partidário de uma amnistia geral, de que beneficiem monárquicos e republicanos condenados por crimes exclusivamente políticos.
No entanto, o meu projecto de lei é muito mais limitado. Porquê? Porque nos encontramos a menos de dois meses do início de novo período presidencial e me parece que só ao Poder Executivo compete ser juiz da oportunidade duma amnistia de tão grande vastidão, naturalmente condicionada pelas emergências políticas e pela atmosfera em que a vida pública se desenvolver. Se esta primeira étape obtiver aprovação da Assembleia, aplaudirei de todo o coração as decisões mais largamente generosas que o Chefe do Estado e o Governo entenderem por bem tomar.
O artigo 3.º do meu projecto visa a colocar em situação de igualdade com os amnistiados alguns portugueses de alto valor pessoal e profissional que viram as suas carreiras militares destroçadas por motivo de ferimentos em combate e os seus direitos legais diminuídos como efeito de aplicação demasiado genérica de disposições retroactivas.
O último artigo pretende terminar com uma desigualdade tão odiosa que foi condenada, em duas notas sensacionais, pelo próprio órgão pessoal de S. Ex.ª o ex-candidato oposicionista.
Refiro-me ao banimento do território português do Sr. D. Duarte Nuno de Bragança e de sua família. Nenhuns outros exilados existem, legalmente ou forçadamente.
Como republicano, educado em princípios de tolerância e igualdade, repugnam-me todas as leis de excepção.
Como português, julgo que Portugal não tem o direito de continuar negando esta reparação elementar ao nobilíssimo e abnegado representante da dinastia de Bragança, à qual a Pátria deve a salvação da sua independência, a conservação de grande parte do seu Império e muitos séculos de civilização cristã, de progresso da grei e de paz social.
Propositadamente apresento este projecto de lei sem haver consultado quem quer que seja. Trata-se de uma iniciativa individual cuja responsabilidade me pertence ùnicamente.
Entretanto, ao terminar estas considerações, julgo útil narrar ura pequeno episódio: há dias, no decurso de conversa com um republicano ilustre da oposição, embora não entrasse em pormenores ou pedisse opiniões, anunciei-lhe a minha intenção de pugnar pela revogação do banimento da família real portuguesa. Disse-me achar justa a medida, sob condição de que o pretendente ao trono não efectuasse propaganda dos seus ideais políticos.
Respondi-lhe simplesmente: porque há-de um português monárquico ter direitos inferiores aos que a oposição republicana pede para si?
O meu interlocutor, pessoa muito culta, inteligente, sincera e compreensiva, meditou um instante, sorriu e respondeu-me em duas palavras: tem razão.
Nenhum outro apoio ou comentário poderia ser mais expressivo.
Em vista da advertência de V. Ex.ª, o meu projecto de lei vai ser entregue na Mesa para seguir os trâmites regimentais.
Tenho dito.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi cumprimentado.
(Foi mandado para a Mesa o projecto).
O Sr. Presidente: - Nos termos do Regimento, o projecto do Sr. Deputado Botelho Moniz vai ser submetido à apreciação das comissões respectivas, que terão de pronunciar-se sobre a sua conveniência ou inconveniência, se antes não for afastado por inconstitucionalidade, e só então o Sr. Deputado Botelho Moniz poderá fazer a sua apresentação à Assembleia.


 Carlos Gomes

Fonte: AUREN