domingo, 14 de outubro de 2012

Do Império ao protectorado!

'Fazei Senhor que nunca os admirados
Alemães,Galos, Ítalos e Ingleses
Possam dizer que são para mandados
Mais que para mandar os portugueses.
Tomai conselho só de experimentados...'


No final dos Lusíadas, Camões dirige-se ao Rei e exorta-o a zelar pela nação e esta é uma das estrofes dessa exortação. Nação sempre em risco, ontem e hoje, porque é esse o destino de um país que se fez mais pela vontade que pela geografia. Mas os perigos são muitos, nunca dormem. Aí estão eles à espreita e com uma força inesperada.

 O Rei é o defensor da 'rés-pública', da 'coisa pública', é da sua natureza, usa esse título. Por essa razão, desde que foi dela arredado (violentamente, diga-se), a 'coisa pública' tornou-se indefesa. Não tem representação à altura. Ficou à mercê de todos os apetites, de todas as demagogias. Em resultado, foi vendida, repartida, desbaratada, tem o mesmo nome mas deturparam-lhe o conceito. Esta república (infelizmente centenária) é 'coisa de poucos', de seita, de interesses obscuros, que dela se servem. Mas se é de poucos não se espere que a nação, que os portugueses, nela se revejam. Ou que se mobilizem seja para o que for. Ao contrário, é o que vem acontecendo, a maioria desinteressa-se da política, desinteressa-se da 'coisa pública', e pensa apenas no seu interesse imediato, no seu umbigo. Como é exemplo flagrante essa horda de reaccionários que ocupam a televisão, que massacram a opinião pública, arengando direitos e conquistas, conquistadas não se sabe aonde nem a quem! Gritam para não perder privilégios, não se preocupam se esses privilégios são a causa da ruína da 'rés-pública'!

 Afirmam-se republicanos, mas são apenas reaccionários.

 Caso para gritar 'Aqui d'el Rei'!

Em conclusão: - É impossível não associar a situação em que país se encontra, ao regime que tem e à constituição que o suporta. Seja em termos políticos, com a perda de soberania, seja em termos sociais, pela constituição de um regime de castas, seja em termos económicos, um regime de falência. Em qualquer caso, uma república sem esperança e sem futuro.

JSM

Fonte: Interregno

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