segunda-feira, 24 de março de 2014

Continuidade e tradição como garantia de progresso


 

É pois motivo de júbilo para os portugueses assinalar-se a maioridade de S.A.R. o Senhor D. Afonso, Príncipe da Beira, digno representante de toda a Nação Portuguesa.

A tradição e a cultura (língua e obras) são os alicerces duma nação corporizada por um povo que a herda, administra e projecta para o futuro. O príncipe, como primus inter pares, encarna os desejos e expectativas da comunidade que representa e de que procede. Estamos no domínio da metapolítica que nos concede superar uma concepção meramente administrativa ou aritmética da coisa pública. E repare-se como não ficamos obrigatoriamente amarrados a uma simples questão de fé: para os não crentes numa ordem transcendente, a questão pode ser perspectivada no âmbito da simbologia, dimensão fundamental para a sustentação de um tácito contrato comunitário, a encarnação de uma realidade abstracta, a que se confere assim a harmonia necessária à adesão emotiva.
No que diz respeito à perspectiva estritamente política, nunca é de mais relembrar que a chefia hereditária do Estado, que maioritariamente subsiste legitimada pela história nos países europeus mais desenvolvidos, é um factor de equilíbrio e de religação nacional, último reduto da unidade identitária e dos valores perenes do ideal comum, sempre ameaçados pela mecânica democrática, cujo exercício por natureza exacerba a luta faccionária, compele à desagregação e à descrença por via da erosão de uma conflitualidade permanente, através da rivalidade e conflito entre partidos, grupos de interesses, económicos, profissionais ou estéticos.
É pois motivo de júbilo para os portugueses assinalar-se a maioridade de S.A.R. o senhor D. Afonso, príncipe da Beira, digno representante, com seu pai, de toda a nação portuguesa. As celebrações iniciam-se amanhã dia 25 de Março com uma missa de acção de graças na Igreja da Encarnação (ao Chiado). Trata-se da comemoração da promessa da continuidade na direcção dos nossos filhos e netos, duma noção de pátria que é acima de tudo espaço, tempo e uma alma enorme de 900 anos.


João Távora


Fonte: I online

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