05 abril 2017

O DIABO À SOLTA

Todos os santos dias o pacato cidadão do país a que ainda chamam Portugal, é agredido com notícias, factos e eventos de tal modo bárbaros e arrasadores de qualquer consciência sã, que apetece dar um tiro num pé e fugir para Espanha.
             A campanha de imbecilização é tão grande; os atentados à Ética e à Moral são tão iníquos; a cretinice política é tão vasta e a criminalidade tão aritmeticamente crescente, que enoja um cada vez maior número de pessoas. 
            O grau de corrupção é revoltante e contamina e asfixia cada vez mais contribuintes.
           A incompetência, antipatriotismo, e imoralidade política, da dita classe é avassaladora, gerando uma frustração e uma sensação de incapacidade de mudar ou combater o sistema, que fazem cada vez mais o número de votantes isolar-se, deixar de ouvir notícias ou ver televisão e abstrair-se de tudo de modo a salvaguardar a sanidade mental e o equilíbrio psicossomático.
            A mentira e a cobardia campeiam, a sociedade apodrece consistentemente.
            Os exemplos são às dezenas e diariamente a agressão é crescente.
            Vamos ficar por alguns exemplos, entre centenas!

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            Enquanto o polvo dos escândalos maiores nas malhas da justiça vai crescendo desmesuradamente, o PS, partido que “usurpou” o poder mediante expedientes legais da nossa democratíssima Constituição, não encontra melhor para o futuro do país, do que na sua última reunião magna, ir apoiar a legalização da prostituição (isto é das pegas de ambos os géneros e seus “establishment”); a morte dos doentes (Mengele volta que estás perdoado!) e da legalização das drogas (para já) leves, num verdadeiro amplexo ao vício, ao tráfico e à cultura de autodestruição!
            Servido por um Primeiro-Ministro com dotes de politiqueiro fino e habilidoso (não confundir com político), que se tem revelado manhoso e insinuante, um verdadeiro campeão europeu na modalidade de esgrima linguística.
            Que se afirma descendente de “indianos”, quando os referidos familiares nasceram debaixo da bandeira portuguesa…
            Que faz tudo aquilo para agradar ao bloco canhoto – formação política esquizoide onde medram verdadeiros esquizofrénicos sociais – que lhe serve, em simultâneo, de apoio e desculpa.

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            Enquanto isto se passa, quando se fala na banca é para surgirem cada vez mais prejuízos, crédito mal parado, suspeitas de esquemas fraudulentos, esquemas em paraísos fiscais, anúncios de apocalipse.
            Quase ninguém vai preso; as investigações arrastam-se, a “malta” paga e fica sem dinheiro. As empresas estão descapitalizadas e sem crédito.
            O país afunda-se e é vendido ao desbarato...
            Os banqueiros, no entretanto, rodam de lugar, ou mantém-se no mesmo, com créditos pornográficos e galinha gorda sempre à mesa.
            Se um general mostrasse um cem avos da incompetência (já nem falamos de gestão danosa), demonstrada pelos gestores do sistema financeiro, iam a conselho de guerra, pela certa e num ápice…
            Acusam-me, amiúde, de abusar de adjectivos nos meus escritos. Pois para este âmbito não encontro adjectivos que cheguem…
            A sociedade está tão contaminada pelos maus exemplos de tudo o que se passa, que já começa a não saber distinguir o certo do errado, o Bem do Mal.

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            Na vergonha em que se transformou a prática futebolística profissional, a coisa culminou agora, com uma manifestação de má criação militante: um recém-eleito presidente de um grande clube, no seu primeiro discurso aos sócios, mandou “abaixo de Braga” todos aqueles que não fossem da “cor” do mesmo!
            Vai daí, as televisões ampliaram-no!
            E ainda teve o despudor de invocar um familiar, que até foi uma pessoa respeitável, para o exercício da brejeirice.
            É o que faz eleger-se para lugares de relevância cidadãos que estão ao nível do burgesso. Deve ser mais um dos “custos” da Democracia…

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            Cada vez há mais censura: os “média” tidos de referência, escamoteiam ou ignoram notícias relevantes; além de fazerem campanhas contra este ou aquele, isto ou aquilo, em função do politicamente correcto, ou do “main stream” dos bem pensantes.
            Exemplo: a distorção do que se passa politicamente nos EUA; as consequências trágicas da onda de migrantes; até a notícia da reposição do serviço militar obrigatório na Suécia.
            Suécia que aparentemente está a ficar fora de controlo…
            A censura culminou com a recente tentativa de boicote de uma conferência, na Universidade Nova de Lisboa, sobre um tema quente da actualidade política internacional, por parte do Dr. Jaime Nogueira Pinto – uma figura por demais conhecida no país – para a qual tinha sido convidado e que acabou por ser cancelada por receio de desacatos.
            Já seria suficiente mau que poucas dezenas de estudantes universitários (de que só têm o nome), seguramente impolutos democratas do mais fino recorte, tenham decidido tentar impedir a fala, numa atitude que me vou coibir de classificar, mas que a mesma tenha sido cancelada por uma decisão cobardolas do “magnífico” reitor, é imperdoável!

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            O “que vale” é que o mundo está louco: então o senhor Erdogan, Presidente da Turquia, quer à viva força vir fazer comícios políticos, em países europeus onde existe uma comunidade grande, de turcos, e exige que os respectivos governos autorizem e acordem nas suas exigências?
            Aconselho leitura das crónicas de Afonso de Albuquerque.

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            No meio disto tudo o senhor Presidente da República, esquecendo-se que já não é comentador, nem professor, tão pouco um cidadão como outro qualquer, quer comportar-se como se fosse omnipresente; omnisciente e omnipotente (Deus?), metendo-se em tudo e saltando constantemente de nenúfar em nenúfar, como se fosse um adolescente deslumbrado.
            Já não será altura de entender que um dia destes ninguém o vai suportar, nem querer ouvir ou ver e quando houver um problema sério para resolver, ninguém o vai levar a … sério?
            Que assim presta um mau serviço à República (também o que é que se pode esperar de uma “República”?) e irá causar um desgaste tremendo na função presidencial, desprestigiando-a?
            O Diabo anda à solta e, pelos vistos, recomenda-se.
            Deve ser por isso que a Igreja Católica deixou de falar nele.


João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador


Fonte: O Adamastor

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