segunda-feira, 20 de agosto de 2018

O Bombeiro D. Afonso Henriques de Bragança



Deve-se ao Infante Dom Afonso Henriques de Bragança a fundação, em 10 de Abril de 1880, da Real Associação de Bombeiros Voluntários da Ajuda, da qual foi o seu primeiro comandante.
A RABVA recebeu o alvará de Real Associação em 2 de Maio de 1881 e funcionava como sede numa parte do próprio Palácio da Ajuda.
O Infante Dom Afonso Henriques de Saxe-Coburgo-Gota e Bragança, (Ajuda – Lisboa, 31 de Julho de 1865 – Nápoles, 21 de Fevereiro de 1920), era o filho 2.° do Rei de Portugal D. Luís I e da Rainha D. Maria Pia, e irmão de Dom Carlos I, e a sua titularia foi: 3.º Duque do Porto, 6.º Príncipe Real e herdeiro do trono de Portugal (no reinado de Dom Manuel II), 24.° e último Condestável de Portugal,  109.º governador e 51.º e último Vice-Rei da Índia Portuguesa.
Fruto da mal-intencionada campanha republicana que visava denegrir os membros da Família Real Portuguesa ficou injustamente conhecido como «O Arreda». O que não conta essa estória é que Dom Afonso como comandante dos Bombeiros Voluntários da Ajuda  percorria as ruas de Lisboa num carro de bombeiros – pago do próprio bolso – a alta velocidade para levar o auxílio a quem tinha os seus bens a serem consumidos pelo fogo ou para combater incêndios nas matas adjacentes, perigando a própria vida, e como não havia sirenes nesse tempo fazia-o com uma palavra de ordem, o grito, de ‘Arreda, Arreda!’ para que os hipomóveis e os peões saíssem da frente, o que lhe valeu o cognome pouco abonatório, pois como era entusiasta de carros e foi o responsável pela organização das primeiras corridas de automóveis em Portugal, a propaganda anti-monarquia pretendeu passar a ideia que era por conduzir o seu automóvel Fiat a alta velocidade – uns ‘estonteantes’ 20 km/hora -, pelas ruas da Capital aos gritos de ‘Arreda!’, para as pessoas se afastarem e não serem atropeladas.
É, portanto, impreterível fazer a devida Honra e Justiça à Memória do Infante Dom Afonso Henriques de Bragança que com galhardia tanto honrou a divisa da sua corporação: ‘Vida por Vida’.
Entretanto, um outro Afonso, o Príncipe D. Afonso de Santa Maria de Bragança começou o estágio provatório como Estagiário Especialista nº 1231 no Corpo de Bombeiros da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, seguindo a tradição de Serviço da Dinastia de Bragança.

Miguel Villas-Boas

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