29 agosto 2018

VASCO LOURENÇO E A CRETINICE ESFÉRICA

 “O principal dever de um soldado não é morrer pela sua Pátria. É fazer com que o (…) do soldado inimigo morra pela Pátria dele”.
General George Patton


            Houve em tempos já recuados, um capitão instrutor na Academia Militar, cujo nome não interessa, que era conhecido pelo “cretino esférico”.
            A razão era simples, dizia-se: é que de qualquer ângulo que se olhasse para ele, era sempre cretino.
            O arrazoado vem a propósito de uma escrevinhação do cidadão Vasco Lourenço (VL), em tempos “Conselheiro da Revolução” (uma cretinice esférica de “revolução”, diga-se em abono da verdade), que deu à estampa no Jornal “Público” - um actual quase feudo do Bloco Canhoto - sob o título “A Guerra Colonial ainda não acabou?”, no pretérito 19 de Julho.
            No meio de tiros de pólvora seca, pelos vistos os únicos que sabe disparar, e tiradas ocas condizentes com a esfericidade dos termos exalados por este ser - que, seguramente, entrou na Academia Militar por engano e por engano saiu de lá, formado em Infantaria - veio atacar os combatentes que cumpriram o seu dever para com a sua Pátria e ofender gratuitamente o oficial do Exército Português vivo, mais condecorado, pelo facto de o Exército pretender promovê-lo a Major.
            Trata-se do Capitão Comando Marcelino da Mata, graduado em Tenente-Coronel.
            Este combatente de excepção pertenceu ao Batalhão de Comandos, criado no teatro operacional da Guiné Portuguesa, durante o último conflito ultramarino em que a Nação dos portugueses foi atacada vilmente, na sua essência cultural, soberana e pluricontinental, a que o cidadão em causa apelidou de “guerra colonial”.
            De facto - e fazendo jus, ao título do seu artigo – esta guerra não acabou, nem vai acabar pela simples razão que não existiu…
            O texto de VL é, todo ele, miserável e só demonstra a sua má formação.
            O que terá levado este ser aparentemente ressabiado, que só uma situação revolucionária permitiu a sua promoção a coronel, dada a sua medíocre folha de serviços, a atacar um militar que se revelou um guerreiro indómito, que participou em mais de 2000 operações de combate (mais propriamente 2412!), durante mais de 10 anos, a quem o Exército e o País devem numerosos e relevantes serviços – apesar de nunca ter cursado uma Escola Superior Militar – e a opôr-se a que ele seja promovido a Major, quando tal injustiça já há muito devia ter sido reparada?
            Mas como é que este ser, difícil de adjectivar, tem o topete de escrever publicamente uma alarvidade destas?
            Quem é que se julga?
            Acusa-o de crimes de guerra? Quais? Tem provas?
            E não sabe que só aos tribunais cabe decidir sobre tal?
            De facto não é como aleivosamente escreveu (e o jornal deu destaque) que “a promoção de Marcelino da Mata, a existir, constitui uma enorme vergonha para o Portugal de Abril”; o Portugal de Abril é que tem sido uma vergonha para um herói que, pelos vistos, o único erro que cometeu foi o de, sendo negro, ter sobressaído no Exército Português!
            Ou, inclusive, já se esqueceu das sevícias a que foi sujeito, no antigo RALIS, por outras vergonhas de oficiais – lustrosos nas suas promoções – nos idos do PREC?
            Curiosamente nunca se ouviu o “ilustre abrileiro”, insurgir-se contra a vergonha do decreto-lei 43/99 (e muitos outros de semelhante coturno), conhecido na gíria, pela “Lei dos Garimpeiros”, que previa a reconstituição das carreiras dos militares (oficiais e sargentos do Quadro Permanente), que tivessem tido as suas carreiras eventualmente prejudicadas por via do tal processo revolucionário e que tem constituído (parece que ainda não acabou) um escândalo inominável, que vai manchar a Instituição Militar para todo o sempre…
            E este “iluminado” ainda teve o despautério de apelidar de “assassinos” os participantes na operação “Mar Verde” – um “raid” sobre Conacri, em 22 de Novembro de 1970 – nunca assumido oficialmente (e bem) pelas autoridades portuguesas até hoje, em que Marcelino da Mata foi um dos principais executantes (em que se libertaram 26 prisioneiros portugueses).
            Lembra-se que este “golpe de mão” foi comandado pelo já lendário Comandante Alpoim Calvão – outro verdadeiro guerreiro luso que não deslustrou as armas portuguesas, como os da laia de VL – e que poderia ter acabado com a guerra na Guiné caso tivesse alcançado todos os seus objectivos.
            Então os “guerrilheiros” tinham os seus santuários (bases) e apoios na República da Guiné - Conacri, cujo regime representava uma feroz ditadura comunista, e o seu presidente era um louco sanguinário, e de onde partiam os cobardes ataques contra uma parcela do nosso território, que nunca lhes tinha feito sequer má vizinhança, e nós não tínhamos a legitimidade de nos defendermos e de retaliar?
            Por acaso ignora que a legítima defesa é um dos princípios base do Direito Internacional (e também da Doutrina da Igreja)?
            E diz que a guerra era injusta?
            Afinal jurou bandeira no Exército Português ou pertencia ao PAIGC?
            Olhe, não se tem esquecido de tomar os seus comprimidos diariamente?
            E deixe-me perguntar-lhe, se acha, como afirma no final do escrito, que “todas as guerras são inúteis, ilegítimas e injustificadas”, o que foi que o fez entrar como voluntário para a Academia Militar e ainda hoje ser reformado do Exército com “n” anos de serviço activo?
            Já sei, foi o regime “colonial/fascista” que o perseguiu, quiçá, obrigou e lhe toldou o espírito e a mente…
            Para viver com um mínimo de coerência porque não pede o abate ao Exército e já agora, também, à Caixa Geral de Aposentações?
             O tempora o mores! Pá…


João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador


Fonte: O Adamastor

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