30 novembro 2018

Escola Portuguesa de Arte Equestre comemora a Restauração da Independência de Portugal


Escola Portuguesa de Arte Equestre (EPAE) vai realizar, no próximo dia 30 de Novembro, pelas 21h30 no Picadeiro Henrique Calado (Calçada da Ajuda, Belém), uma gala especial de comemoração da Restauração da Independência de Portugal.
Denominada ‘Gala D. João IV’, a penúltima gala da EPAE em 2018 pretende assinalar, através da recriação da tradição equestre portuguesa, a Restauração da Independência de Portugal, golpe de estado revolucionário ocorrido a 1 de Dezembro de 1640 e que culminou com a aclamação de D. João IV como Rei de Portugal.
Neste espectáculo, com a duração de cerca de 1h30, os cavaleiros envergam traje de gala, do qual se destaca o tricórnio de feltro preto, casaca comprida de veludo bordeaux, com gola preta e galão dourado e preto e as polainas em couro pretas. Os cavalos, de raça Lusitana de Alter Real, apresentam-se entrançados com trança à portuguesa, de três pontas, e enfitados com fitas de seda, sela à portuguesa coberta de pele de anta ou camurça e desenvolvem exercícios característicos do período barroco, como os “ares altos” e os “jogos da corte”, torneios praticados entre os séculos XVIII e XIX, em ocasiões festivas.
Considerada Património Nacional, e uma das melhores do mundo, a Escola Portuguesa de Arte Equestre é a continuação do que foi a Academia Equestre criada pelo Rei D. João V no séc. XVIII, e os seus espetáculos são uma reconstituição de um dos passatempos favoritos da corte da época: a Equitação.
As actividades de preparação para a Gala podem ser acompanhadas no Páteo da Nora, também na Calçada da Ajuda em Lisboa, a partir das 20h30.
Os bilhetes para este espectáculo podem ser adquiridos nas bilheteiras da Parques de Sintra, na bilheteira da EPAE no Picadeiro Henrique Calado, ou online em parquesdesintra.pt e em blueticket.pt.

27 novembro 2018

Infanta Maria Francisca foi madrinha no XXXII FITU “Cidade do Porto”


O XXXII FITU “Cidade do Porto” teve como padrinhos a Infanta de Portugal Maria Francisca de Bragança e o cantor Luís Represas. 

A filha dos duques de Bragança aceitou o convite do Orfeão Universitário para ser madrinha do Festival Internacional de Tunas da Universidade do Porto, que decorreu sábado, 17 de novembro, no Seminário de Vilar. 

Durante o evento, Luís Represas, juntamente com a Tuna Universitária do Porto, dedicaram à madrinha a canção “Amar-te assim perdidamente”.

A simpática estudante de Ciências da Comunicação, de 21 anos, agradeceu o convite e disse sentir-se “honrada por estar a pisar um palco com tantos talentos”. 

Aproveitando o fim de semana na Invicta, a Infanta visitou a Livraria Lello, subiu ao Arco da Ponte da Arrábida, jantou e visitou alguns lugares da moda da noite portuense e conviveu com amigas que conheceu quando fez Erasmus em Roma.





26 novembro 2018

Ouvir a Síria cristã


Dolorosa para todas as comunidades étnicas e religiosas da Síria, a guerra civil foi particularmente penosa para os cristãos. Na Síria, casa da mais antiga comunidade cristã do mundo e único local da Terra onde se fala ainda a língua de Jesus Cristo, dezenas de milhares de cristãos defendem a sua terra, a sua identidade e a sua fé contra o terrorismo e, frequentemente, a incompreensão ocidental. Para conhecer a sua experiência, a Nova Portugalidade convida Maria Saadeh, deputada cristã ao Parlamento da Síria e figura próxima do Presidente Bashar al Assad.

Após a conferência, a Nova Portugalidade celebrará a Independência Nacional, reconquistada a 1 de Dezembro de 1640, com um Brinde à Liberdade.

A Nova Portugalidade convida os seus amigos e associados a estarem presentes em ambos os momentos. Dado o grande interesse do público, pedimos a todos os interessados que realizem o quanto antes a sua inscrição através de https://docs.google.com/…/1FoX-xJu4cQE-rVNvmGUMSS_I9DEYflEx…

25 novembro 2018

19º ANIVERSÁRIO DE S. A. O INFANTE D. DINIS DE SANTA MARIA

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Para o nosso Infante Bem-Amado, que hoje celebra o seu aniversário, pedimos a Deus que lhe dê longa Vida, Saúde, Sucesso, Felicidade e muito Amor e desejamos que todos os dias o Seu Anjo da Guarda O proteja e guie.

VIVA O DUQUE DO PORTO!

VIVA A FAMÍLIA REAL!

VIVA PORTUGAL!

24 novembro 2018

SAR, D. Duarte de Bragança muito saudado durante visita à Feira da Golegã


O herdeiro do trono de Portugal voltou a ser uma das figuras ilustres que visitou a Feira de São Martinho, na Golegã, tendo sido muito felicitado pelos populares.

















A Golegã voltou a ser palco da maior feira equestre nacional, com milhares de visitantes a invadirem as ruas da vila ribatejana numa grande festa de tradição e glamour do mundo do campo, com o cavalo Lusitano como grande protagonista.
Chegou ao fim mais uma edição da Feira Nacional do Cavalo, mais conhecida por Feira da Golegã ou Feira de São Martinho - desde 1571 - que transformou a vila ribatejana de 2 a 11 de Novembro, naquela que foi a 43.ª edição da feira.

Ano após ano, a feira leva milhares de visitantes à Golegã, capital do cavalo lusitano, que partilham a paixão pelo cavalo. As ruas da vila são invadidas por montadas, cavaleiros e amazonas, trajados a rigor, que cumprem a tradição entre as muitas actividades e eventos que decorrem no centro da vila com o Largo do Arneiro a servir de palco principal para exibições equestres mas também para desfilar conjuntos, com o cavalo lusitano e o traje à portuguesa como principais protagonistas.

Tal como tinha acontecido há um ano, D. Duarte de Bragança foi uma das visitas ilustres ao recinto da feira. O Duque de Bragança visitou demoradamente a Feira Nacional do Cavalo Lusitano.

S.A.R., O Senhor D. Duarte esteve nas casetas da Companhia das Lezírias, da Coudelaria D'Ornellas e Vasconcellos, na de Manuel Veiga e também na de Ortigão Costa, entre outras, tendo sido muito saudado pelos milhares de populares presentes, apesar do dia de chuva.

Fonte: Flash!

23 novembro 2018

Raivas inglesas e francesas

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Até meados do século XIX, a generalidade dos governantes asiáticos tratavam os enviados diplomáticos europeus com solene desprezo, concedendo-lhes a graça de meia dúzia de perguntas quase infantis. Ouçamos a descrição da audiência concedida pelo Rei da Birmânia ao embaixador inglês, recebido em 1855:

Rei:” Está o Governador inglês de boa saúde?”
Enviado: “O Governador inglês está de boa saúde”.
Rei: “Há quanto tempo saíram do país inglês?”
Enviado: “Faz agora 59 dias desde que saímos de Bengala até chegarmos vivos e felizes à cidade real”.
Rei: “A chuva e o ar são propícios a que as pessoas possam viver à vontade e em felicidade?”
Enviado: “As condições são favoráveis e o povo vive feliz”.

De imediato, o Rei levantou-se e saiu da sala do trono. Quando comparamos estes relatos com os das embaixadas portuguesas, o retrato é radicalmente diferente. As embaixadas eram recebidas com pompas, música, forças militares, banquetes e longas conversas e os enviados do Rei português entravam calçados, de cabeça coberta e cingindo espada. A última destas embaixadas "à grande e à portuguesa" foi recebida no Sião em 1858.

MCB

22 novembro 2018

52º ANIVERSÁRIO DE S.A.R., A SENHORA DONA ISABEL DE BRAGANÇA

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Neste dia abençoado por Deus, desejamos a Vossa Majestade longa Vida, Saúde, Paz, Amor e Alegria junto da Vossa Real Família, Bem-Amada por todos nós.

Que Deus A Guarde e Ilumine.

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VIVA A NOSSA RAINHA!

VIVA A FAMÍLIA REAL!

VIVA PORTUGAL!

20 novembro 2018

Patriotismo: um dever de caridade



Se o Catolicismo fosse um inimigo da Pátria, não seria uma religião divina. A Pátria é um nome que trás à nossa memória as recordações mais queridas, ou porque carregamos o mesmo sangue que os nascidos no nosso próprio solo, ou devido ainda à mais nobre semelhança de afectos e tradições, a nossa Pátria não é apenas digna de amor, mas de predilecção.

Papa São Pio X, discurso pronunciado a 20 de Abril de 1909.


Fonte: Veritatis

19 novembro 2018

E se a UE acabasse subitamente?


Este povo é um verdadeiro prodígio de sobrevivência. Temos uma cultura teimosa e uma visão do mundo que persiste, mau grado o flagelamento, a desconstrução dos mitos mobilizadores e a acção persistente de tudo o que nos faz esquecer o passado. Temos a terceira língua mais falada no hemisfério ocidental, temos no Brasil a 6ª potência económica mundial, países lusófonos espalhados pelos 5 continentes.

Persiste, entre os portugueses, uma feroz desconfiança em relação ao espanhol, o único adversário físico que contivemos e vencemos à custa da nossa riqueza passada. O Iberismo é claramente negado pelo português comum. Estamos na Europa, integrados nas principais instituições, onde o nosso voto pouco conta. Temos, ainda, esse incontido sentimento de sermos maiores do que a geografia que ocupamos. O nosso erro tem sido, precisamente, o de compararmos Portugal com a França, a Espanha, a Grã-Bretanha ou a Alemanha. Entre os pequenos, somos os maiores. O que deixaram a Dinamarca, a Holanda, a Bélgica, a Suécia, a Finlândia, a Irlanda ou a Suíça na história mundial? Língua ? Literatura universalmente reconhecida? Figuras marcantes na acção política, artística, no conhecimento? O nosso nome, a nossa memória, as nossas fortalezas, igrejas, vilas e aldeias continuam a ser proferidos com respeito. Ir a Goa, a Malaca, à Ilha de Moçambique ou a Timor dá-nos a esperança da permanência de Portugal.

A grande pergunta – a decisiva e mais difícil, que Lenine apôs a um dos seus mais notáveis escritos – “o que fazer ?”, respondemos: aceitarmos o que ainda nos faz diferentes, deitar fora o que nos marca com o estigma do desajustamento.

Tudo indica que a UE, tal como a conhecemos, se aproxima do fim. Infelizmente, os nossos governantes parece não quererem ver o evidente. Terão pensado numa alternativa, caso sejamos confrontados com a súbita desaparição da UE? Uma das funções da Nova Portugalidade é, pois, a de apontar uma alternativa. Nós estamos mais preocupados com o futuro do que com a evocação do passado.

MCB

18 novembro 2018

Os jovens e os fracassos pastorais de Jesus Cristo

Os jovens não pedem à Igreja modernidade, mas autenticidade. Não esperam um discurso facilitador, mas uma proposta desafiadora.

A propósito do sínodo sobre a juventude, muito se falou sobre a necessidade da Igreja adaptar o seu discurso aos jovens, sob pena de perder para a fé as novas gerações. São recorrentes os apelos para que a Igreja seja menos exigente e mais de acordo com o que os jovens pensam e fazem. Diz-se que só assim a juventude se poderá sentir protagonista da missão eclesial, que tanta necessidade tem do seu vigor e entusiasmo.
Alguns, mais ousados, até advogam uma maior abertura em relação a certos comportamentos muito comuns entre a gente jovem, mas que não encaixam no rígido espartilho da moral católica. Por exemplo, a Igreja continua a insistir em que o casamento é para toda a vida, ou que tem que estar aberto à geração, ou ainda que não podem ser permitidas as relações sexuais à margem do matrimónio. Claro que, ante uma moralidade tão anacrónica, os jovens não se conseguem rever nos princípios, nem na prática da Igreja católica. Portanto, dizem estes críticos, como não se consegue que os jovens pensem e actuem de acordo com os princípios da fé cristã, mude-se o paradigma da doutrina e da moralidade católica, para assim atrair a juventude.
Na lógica desta intenção, certamente bem-intencionada, há um preconceito recorrente: o de que a Igreja se deve adaptar ao mundo. Um catolicismo mais moderno, mais de acordo com o que é politicamente correcto, mais segundo a opinião veiculada pelos meios de comunicação social, seria – dizem – mais consensual, mais atractivo e, portanto, teria necessariamente mais adeptos.
Ora, a bem dizer, é o contrário que deve acontecer, porque uma Igreja mundana de nada serviria: seria apenas mais uma entidade relativista, de que os jovens seriam as principais vítimas. A partir do momento em que o Estado deixou de educar na verdade – limita-se a transmitir conhecimentos técnicos, mas de forma amoral, sem qualquer intuito de formar homens e mulheres de carácter – e muitas famílias também desistiram de qualquer propósito ético, ou religioso, em relação aos seus mais novos membros, só a Igreja pode fazer a diferença, pela via da formação integral dos jovens cristãos.
A Igreja não tem que ser fiel ao mundo, mas a Cristo. Os jovens não pedem à Igreja modernidade, mas autenticidade. Não esperam um discurso facilitador, mas uma proposta desafiadora. Não querem uma Igreja acomodada ao mundo, ou seja burguesa, mas empenhada na renovação das gentes e das mentalidades e, por isso, redentora. É-se jovem quando se sonha mudar o mundo e está-se disposto a dar a vida por esse ideal.
Mas, se a Igreja for demasiadamente exigente nas suas propostas, não corre o risco de ser incompreendida pela juventude?! Não há o perigo de que muitos jovens, ante um compromisso tão exigente, desistam de uma vida plenamente cristã?
Sim, claro! Foi aliás por isso mesmo que Jesus Cristo fracassou numa sua abordagem pastoral a um jovem rico, como dá conta Marcos, no décimo capítulo do seu evangelho. Tendo um homem novo interpelado o Senhor sobre o que devia fazer para alcançar a vida eterna, Jesus, depois de lhe recordar que deveria, para o efeito, cumprir os dez mandamentos da Lei de Deus, disse-lhe ainda: “Uma coisa te falta: vai, vende quanto tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me. Mas ele, entristecido por esta palavra, retirou-se desgostoso, porque tinha muitos bens” (Mc 10, 22).
Ao pesar daquele jovem rico junta-se a nossa decepção por este fracasso pastoral de Jesus de Nazaré que, tendo diante dele um rapaz com tão boas disposições, o espantou com uma exigência certamente exagerada. Se aquele convite tivesse sido feito de forma mais prudente, prevendo, por exemplo, a entrega de todos os seus bens em doze suaves prestações, talvez Jesus não tivesse perdido aquele promissor apóstolo, que hoje veneraríamos sobre os altares. É verdade que Jesus teve algum cuidado, por exemplo ao dizer que o negócio que lhe propunha era, afinal, uma mera transferência bancária – “vende quando tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu” – mas, mesmo assim, não foi capaz de reter alguém que, com mais jeitinho, poderia ter sido conquistado para o reino de Deus. Que Jesus Cristo me perdoe, mas aqui houve, pela certa, pouca perspicácia pastoral porque, se a conversa tivesse sido conduzida de outra forma, não só o Mestre teria tido mais um discípulo, como também os seus avultados bens poderiam ter ajudado a subsidiar as necessidades materiais da Igreja primitiva.
Não é este o único fracasso pastoral de Jesus de Nazaré. São João dá conta de um outro episódio ainda mais desastroso, porque implicou a deserção de muitos dos seus seguidores. Com efeito, depois do anúncio da Eucaristia, “muitos dos seus discípulos tornaram atrás e já não andavam com ele” (Jo 6, 66 – curioso que o número da besta seja, precisamente, o deste versículo joanino: 666!). Que fez o Mestre ante aquela debandada geral? Fez algum esforço por os reter? Foi atrás deles, para de novo os chamar?! Rectificou a sua mensagem, para a tornar mais acessível aos homens do seu tempo?! Não, nada disso! Pelo contrário, perguntou aos seus apóstolos: “Quereis vós também retirar-vos?” (Jo 6, 67).  Felizmente, os doze permaneceram com ele, mas não seria de estranhar que também eles o tivessem deixado …
De facto, JC não era o melhor gestor de recursos humanos, nem teria sabido gerir uma agência de publicidade. A sua desastrosa pastoral explica, certamente, a sua solidão e, até, a sua morte na cruz, bem como, dois mil anos depois, o fracasso da pastoral eclesial, nomeadamente com os jovens.
Sim, é verdade que Jesus poderia ter conquistado o jovem rico, que escusadamente escandalizou com uma tão radical proposta vocacional. Se tivesse atenuado os termos usados no sermão de Cafarnaum, aquelas multidões que então dele se afastaram, talvez lhe tivessem permanecido fiéis. Se não tivesse escorraçado os vendilhões do templo à chicotada, se tivesse sido conivente com o Sinédrio, se tivesse condescendido com Herodes, talvez tivesse morrido de velho, em Jerusalém, em vez de crucificado entre dois ladrões!
A Igreja católica, se alterasse o seu discurso, talvez conseguisse encher os seus templos de pessoas tristes e desgostosas, como o rico egoísta, ou de multidões medíocres, como a que desertou em Cafarnaum. Mas, se o fizesse, nenhum jovem digno desse nome se sentiria atraído pelo Evangelho, que é a mais apaixonante promessa de amor feita alguma vez aos homens!
Fonte: Observador

17 novembro 2018

O Dia do Juízo: os responsáveis pelo extermínio dos luso-khmeres

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Foram ontem condenados a prisão perpétua os últimos dois grandes hierarcas do Angkar (a "organização"), aliás Partido Comunista do Camboja - vulgo Khmeres Vermelhos. O que nos espanta nestes homens é a ascendência social. Todos, sem excepção, são homens de formação superior, oriundos de famílias abastadas e muito beneficiadas, quer durante o protectorado francês (1863-1954), quer durante a monarquia. Não se trata de canalha desclassificada e embrutecida, de analfabetos e gente que sofreu fome e marginalização. Olhando para eles, podemos sem dificuldade afirmar tratar-se de senhores. O pormenor que se vai agigantando na análise do percurso de todos e cada um passa pela Universidade: Pol Pot foi bolseiro em Paris, Khieu Samphan também o foi e Nuon Chea foi bolseiro na prestigiada Universidade Thammassat em Bangkok.

Estes homens mataram em nome de uma ideia (a revolução) e de uma ideologia (o comunismo), cevaram a vida a dois milhões de compatriotas, vandalizaram e quase levaram à extinção a cultura, decretaram o fim do ensino, declararam guerra à medicina, mataram 90% do clero budista e aniquilaram as minorias religiosas e as minorias étnicas. Fizeram-no deliberadamente, com método e entusiasmo e continuariam a executar o seu plano se, entretanto, não tivessem sido afastados da governação. Reuniram-se nas cercanias de Angkor, a glória do seu povo e decretaram a morte de tudo o que lembrasse o passado. Durante três anos e meio lançaram uma tela negra sobre os campos, chacinaram sem piedade e nunca exibiram a menor vacilação. Entre as suas vítimas, os luso-khmeres, a minoria católica surgida no século XVI e que por muitos séculos ocupou relevantes funções palativas e na alta administração do Estado. Foram quase todos exterminados. Hoje, fez-se justiça e lembramos aqueles nossos irmãos executados pela matilha de Pol Pot.

MCB

15 novembro 2018

Jantar dos Conjurados 2018



Irá realizar-se, no próximo dia 30 de Novembro, com início às 19:00, no Hotel Palácio Estoril, o tradicional Jantar dos Conjurados promovido pela Causa Real. Este evento assinala a importância e o significado da Restauração da Independência de Portugal, feito histórico que os portugueses gostam de celebrar com a sua Família Real.

Após uma intervenção de S.A.R., o Senhor Dom Afonso, Príncipe da Beira, será lida a Mensagem de S.A.R. o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança aos Portugueses. Segue-se o jantar com a Família Real, presidido por Suas Altezas o Príncipe da Beira e a Infanta D. Maria Francisca, Duquesa de Coimbra.

As inscrições serão feitas presencialmente na sede da Real Associação de Lisboa ou através do endereço electrónico secretariado@reallisboa.pt. Os ingressos deverão ser pagos e levantados até dia 26 de Novembro, na referida sede, entre as 15:00 e as 18:00. Em alternativa poderão ser enviados por correio electrónico.

O valor dos ingressos é de:
€45,00 - Adultos
€30,00 - Jovens (até aos 30 anos, até ao limite de cinquenta)

Todos os ingressos pagos após o dia 26 de Novembro sofrerão um acréscimo de 5,00 eur. Caso sejam adquiridos na véspera ou no dia terão um acréscimo de 10,00 eur..

14 novembro 2018

Livre sur Afonso, duc de Porto



Livre sur le prince Afonso de Portugal, second fils du roi Luiz et de la reine Maria Pia de Portugal, frère du roi Carlos (assassiné à Lisbonne en 1908), passionné par l’automobile.Afonso, duc de Porto est né en 1865 au Palais d’Ajuda et est décédé à Naples en 1920. Il avait épousé à Madrid en 1917 Nevada Hayes Stoody, citoyenne américaine.


12 novembro 2018

D. Manuel II No Desfile Da Vitória



‘Pelo nosso Portugal tenho feito, e sempre, tudo o que é humanamente possível. Tenho, ao menos, a consolação do dever cumprido.’, escreveria S.M.F. El-Rei Dom Manuel II de Portugal já no exílio.
 
Mesmo depois de deposto na golpada revolucionária do 5 de Outubro de 1910, Dom Manuel II se colocou sempre ao serviço dos Portugueses ou não fosse a divisa d’El-Rei: «Depois de Vós, Nós».

No Desfile da Vitória dos Aliados, em 1919, em Londres, e que comemorava o fim das hostilidades na 1.ª Guerra Mundial, o Rei britânico Jorge V, que presidia à parada, colocou El-Rei Dom Manuel II de Portugal – exilado em Twickenham, arredores de Londres, Inglaterra- e à Rainha Augusta Vitória, a seu lado na Tribuna Real, o que criou um momento de grande comoção quando desfilou em parada o contingente do Corpo Expedicionário Português. Recorde-se que os dois Monarcas eram primos pelos laços da Casa de Saxe-Coburgo e Gota. No palanque estavam ainda a Rainha consorte britânica Mary – visita habitual das tropas britânicas na linha da frente -, a Rainha-mãe Alexandra e o Príncipe de Gales, David Edward – futuro Eduardo VIII.

Sua Majestade Fidelíssima El- Rei Dom Manuel II – Português acima de tudo – colocou-se sempre ao serviço dos Portugueses: com o início da Iª Guerra Mundial, dita a Grande Guerra, e com Portugal empurrado para o conflito pela república velha, o Monarca exilado, em Inglaterra, colocou-se à disposição dos aliados para servir como melhor pudesse. Primeiramente, apanhou-o a desilusão quando o colocaram como oficial da Cruz Vermelha Britânica, mas o empenho que mostrou no decorrer da guerra, cooperando em conferências e na recolha de fundos, visitando hospitais e mesmo os feridos na frente, foi-Lhe muito gratificante. Todavia, a sua solicitude nem sempre foi reconhecida, e chegou mesmo a referi-lo numa entrevista ao ‘Times’: “A sala de operações do Hospital Português, em Paris, durante a guerra, foi montada por mim. Sabe o que puseram na placa da fundação? ‘De um português de Londres’.”

El-Rei Dom Manuel II estabeleceu, tal-qualmente, o departamento ortopédico do hospital de Sheperds Bush – onde, também, prestaram cuidados como enfermeiras as Rainhas D. Amélia e D. Augusta Vitória -, e que por insistência do último Monarca português e da Sua bolsa continuou a funcionar até 1925, dando assistência aos estropiados de guerra e financiou um hospital para oficiais feridos, em Brighton. Patrocinou ainda a obra do médico Dr. Tovar de Lemos, ‘A Reeducação Profissional dos Nossos Mutilados de Guerra’, e, apoiou financeiramente diversas comissões de beneficência às famílias dos estropiados e mortos na terrível Grande Guerra.

 
Miguel Villas-Boas


11 novembro 2018

Asia Bibi: ela sim!

Portugal não pode ser insensível a este drama humanitário: mais do que uma questão religiosa, é um caso de justiça e de respeito pelos mais elementares direitos humanos.

Primeiro, foi a boa notícia: no dia 31 de Outubro passado, o Supremo Tribunal de Justiça do Paquistão absolveu Asia Bibi, que tinha sido condenada à morte em 2010, por uma alegada blasfémia que, como agora se provou, nunca proferiu. Depois de nove anos encarcerada, aguardando a execução, Asia Bibi, que tinha recorrido dessa decisão judicial, foi finalmente declarada inocente pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Mas, depois, foi a desilusão: quando se esperava a libertação de Asia Bibi, soube-se que não só não tinha sido excarcerada como o governo paquistanês, numa tentativa de acalmar os exaltados ânimos dos radicais islâmicos, comprometera-se a não deixar que Asia Bibi e a sua família deixassem o país, única hipótese de garantir a sua sobrevivência. Pior ainda, admitiu uma possível revisão da sentença que a ilibou de todas as culpas de que era acusada e que a faziam, segundo a lei da blasfémia, merecedora da pena capital.
Os factos são conhecidos: esta pobre camponesa cristã, casada e com cinco filhos, atreveu-se a beber um copo de água onde o faziam alguns crentes em Alá e no seu profeta, causando a indignação dos muçulmanos mais radicais. Foram estes que, em 2009, lograram que fosse detida e, um ano depois, julgada e condenada à morte. Contudo, a atitude desta indefesa e pacífica mulher cristã não foi, em nenhum momento, desrespeitosa para o Islão, nem para os seus seguidores, como aliás foi agora reconhecido pelo Supremo Tribunal de Justiça do Paquistão, que a absolveu de todas as acusações.
No mesmo dia 31 de Outubro passado, em que foi publicitada a absolvição de Asia Bibi, os movimentos islâmicos mais radicais, como o Thereek-e-Labbaik Pakistan (Movimento Estou Aqui), reagiram com violência. Foram de imediato organizadas manifestações nas ruas das principais cidades do Paquistão, exigindo a morte de Asia Bibi, bem como a dos seus advogados e dos juízes que a absolveram. Estes protestos geraram uma onda de violência em todo o território nacional, que a polícia não logrou impedir, nem controlar, embora tenha feito algumas detenções.
Ante a magnitude e gravidade do tumulto popular, o novo primeiro-ministro, Imre Khan, decidiu fazer, pela televisão, uma comunicação ao país. Para além de apelar à calma, defendeu a sentença judicial, bem como os juízes que a proferiram, apelando ao respeito pelos cristãos em geral e, em particular, por Asia Bibi e a sua família. No entanto, as palavras do chefe do governo não lograram acalmar os exaltados ânimos dos radicais, que continuaram a manifestar-se, pedindo a execução de Asia e causando graves distúrbios.
Com o intuito de pacificar o país, em ferro e fogo depois de declarada a inocência daquela pobre e indefesa mãe cristã, os ministros dos assuntos religiosos e da justiça, do Punjab, declararam que o governo não impediria que a decisão judicial que absolveu Asia Bibi fosse revista. Por este motivo, enquanto esse recurso não for decidido, a camponesa cristã detida há quase uma década fica também impedida de deixar o país. Ante esta vergonhosa concessão, que fere o princípio da separação de poderes e que é uma evidente cedência do governo, o advogado de Bibi, também ele ameaçado de morte, deixou o Paquistão.
No dia 3 de Novembro constou que este aparente volte-face governamental não teria outro propósito que não fosse o de apaziguar os ânimos, sem contudo reverter a decisão judicial que iliba Asia Bibi. Com efeito, como então foi esclarecido, o acordo do governo com o partido da oposição não refere a possibilidade de anular a sentença que absolve Bibi, mas apenas garante que o executivo não se oporia a uma eventual revisão dessa decisão. As autoridades também aceitaram a libertação de todos os que tinham sido detidos por actos de violência nas manifestações de protesto.
Entretanto, numa breve mensagem, Asia Bibi fez um dramático apelo: é crítica a situação da sua família, bem como a da família que a está a ajudar no Paquistão, porque todos foram ameaçados de morte. A sua cabeça está a prémio e todos os dias fazem-se manifestações exigindo a sua execução. Com efeito, nos protestos de rua, muito concorridos, são bem visíveis os cartazes pedindo a forca para esta pobre camponesa cristã, cujo único crime é ter bebido um copo de água de um poço usado por muçulmanos.
Só a comunidade internacional pode salvar Asia Bibi e a sua família, pois não têm qualquer hipótese de sobrevivência no Paquistão. Neste sentido, foram feitas diligências junto da alta representante da União Europeia para os negócios estrangeiros, do secretário-geral da ONU e do presidente dos Estados Unidos da América. A presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, e o presidente do partido republicano francês, Laurent Wauquiez, pediram ao presidente Emmanuel Macron que diligenciasse a ida para França de Asia Bibi e da sua família. Um pedido, no mesmo sentido, foi feito também às autoridades espanholas. Bom seria que Portugal, pela voz do seu chefe de Estado, do seu parlamento e do seu governo, não fosse insensível a este drama humanitário que, mais do que uma questão religiosa, é um caso de justiça e de respeito pelos mais elementares direitos humanos. É pena que as deputadas portuguesas, apesar da sua preocupação com o alegado machismo do novo presidente brasileiro, pareçam indiferentes em relação a uma mulher inocente que, em qualquer momento, pode ser assassinada.
Como já antes fizera Bento XVI, também o Papa Francisco fez saber o seu apoio a Asia Bibi, à sua família e a todos os cristãos perseguidos por razão da sua fé, nomeadamente no Paquistão e na Nigéria. No princípio deste ano, o Papa recebeu em Roma Ashiq Masih, o marido de Asia Bibi, e a filha mais velha do casal, bem como Rebeca, uma jovem nigeriana sequestrada e torturada pelo Boko Haram e que, tendo sido violada por um dos raptores, deu à luz um filho. Nessa ocasião, o Papa disse que Rebeca e Asia Bibi são «duas mártires». À filha mais velha de Bibi, Francisco disse também: «Penso muitas vezes na vossa mãe e rezo por ela». Grata, a filha primogénita de Asia e de Ashiq transmitiu-lhe um pedido muito especial: «Santo Padre, a minha mãe pediu-me que lhe desse um beijo».
Alguns muçulmanos, como o ministro Shabaz Bhatti, que por este motivo foi depois assassinado por um seu guarda-costas, defenderam publicamente Asia Bibi. Também a sentença que decretou a sua inocência citou, a este propósito, umas palavras do profeta islâmico: «Atenção! Quem for cruel e duro contra uma minoria não muçulmana, ou lhes retirar direitos, ou lhes impuser exigências superiores às suas forças, ou lhes tirar alguma coisa contra a sua vontade; eu próprio, o profeta Maomé, o hei-de acusar no Dia do Juízo».
Outros há, contudo, que, muito embora não aprovem o extremismo dos seus mais exacerbados fiéis, também não condenam os seus actos extremistas, nem tiveram uma palavra ou gesto, senão de misericórdia, pelo menos de justiça, para com Asia Bibi, que é afinal uma pacífica crente no Deus único que os muçulmanos dizem também adorar. Esse seu silêncio dá implícita cobertura à explosão do ódio fanático dos que invocam Alá para, em seu nome, realizarem as piores atrocidades, como aliás acontece regularmente na Nigéria e em outros países em que o terrorismo islâmico é uma triste realidade. É verdade que todas as religiões são passíveis de alguns excessos perpetrados por alguns dos seus fiéis, mas cabe às competentes autoridades religiosas condenar esses atentados, bem como os seus autores, sob pena de cumplicidade com esses crimes.
Enquanto a Igreja Católica declara de forma perentória, no seu Catecismo, a ilegitimidade moral da pena de morte, mesmo observadas todas as garantias processuais, o Islão, pelo contrário, não só admite a pena capital como, pelos vistos, reclama a execução de alguém que, segundo o Supremo Tribunal do seu próprio país, é inocente.
Deve ser por isto mesmo que alguns muçulmanos têm tanto medo de Asia Bibi, que reza e perdoa os seus perseguidores: a brutalidade do ódio deles nada pode contra a força do amor cristão. Com efeito, há dois mil anos, alguém, crucificado entre dois ladrões, declarou: “eu venci o mundo” (Jo 16, 33).
Fonte: Observador

10 novembro 2018

Em terras de Portugal nasceu a Europa cristã

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Cem anos depois de Constantino, e cem antes do franco Clóvis, um monarca hoje pouco conhecido, com corte em Braga e reinando sobre a Galiza e o norte de Portugal, foi o primeiro rei bárbaro da História europeia a converter-se ao catolicismo. Antes dele, só, talvez, o vândalo Genserico, o chefe germânico que transferiu a sua tribo das Espanhas para o norte de África, tomou Cartago, saqueou Roma e logrou transformar os vândalos, antigos senhores de cavalos, em mestres do Mediterrâneo. Mas, se alguma vez se converteu à fé católica, Genserico nela não se preservou por muito tempo: apostatou mal pôde e, convertido à heresia ariana, tornou-se veemente opositor do catolicismo nos seus domínios. Requiário, muito diferentemente, recebeu a água do baptismo e jamais a sacudiu. A ele deve Braga a imensa honra de ter sido a segunda capital católica da Europa.

Nas veias de Requiário corria o sangue de homens grandes. O seu avô fora Hermerico, que no ano 409 da nossa era cruzara o Reno à cabeça de larga hoste de suevos e outros germanos, invadira a Gália e, destroçando os romanos uma e outra vez, viera encontrar na Galiza e em Portugal nova pátria para o seu povo. O Império de Roma conhecia nestas décadas a agonia final, com fracos homens por imperadores e generais estrangeiros, como o vândalo Estilicão, como governantes. Foi essa Roma mortiça e esgotada que Réquila, filho e de Hermerico e pai de Requiário, expulsou de meia Espanha e quase atirou ao Mediterrâneo.

Ao contrário de Hermerico, que fora pagão germânico, e de Réquila, que se convertera à heresia de Ário ou morrera ainda gentio, Requiário foi o primeiro dos reis suevos - e de todos os monarcas germânicos da Europa - a abraçar a fé católica. De acordo com Isidoro de Sevilha, cuja Historia Suevorum é uma das mais importantes fontes sobreviventes sobre a monarquia sueva, Requiário ter-se-ia convertido ao cristianismo católico antes ainda da sua coroação. Teve capital em Braga, com uma corte que se compunha simultaneamente de alemães suevos e de romano-galaicos e romano-lusitanos nativos. Não foi, contudo, um romanizador. Ao contrário de outros reis bárbaros, tantos dos quais se deixaram mesmerizar pelo brilho da civilização latina, Requiário desprezava o direito e as instituições de Roma. Após a morte de Flávio Aécio, o grande general e estadista romano que derrotou Átila nos Campos Cataláunicos, Requiário invadiu o resto da Espanha com o objectivo de estender a toda a península o domínio suevo. Foi derrotado por Teodorico, rei visigodo que interveio contra a ofensiva sueva a mando de Roma, e obrigado a fugir para "Portugale". Foi em "Portugale", hoje a cidade do Porto, que foi capturado e morto. Seguiu-se o saque da grande cidade católica de Braga pelos visigodos arianos, o saque das igrejas e a destruição da monarquia sueva, que caiu em longa e dolorosa anarquia. Assim, morto em Portugale, caiu o primeiro monarca bárbaro a converter-se ao catolicismo. E nascia, com a adopção da fé de Roma por aquele rei alemão, a Idade Média.

RPB

09 novembro 2018

As lulas de cá!



Quem tenha assistido ao espectáculo parcial e degradante dos nossos media, a propósito das eleições no Brasil, terá percebido, se não for muito estúpido, que somos governados por uma espécie de PT onde só faltam os recordes de criminalidade nas ruas. Lá chegaremos por este andar. Porque quer na corrupção, no compadrio, na obesidade do estado ou na impunidade da nomenclatura, as parecenças são muitas. Há uma diferença importante: - enquanto os brasileiros querem acabar com essa vergonha, nós não queremos. E por isso bolsamos palavras politicamente correctas sem percebermos como o mundo mudou ou está a mudar. Orgulhosamente sós mas sem império que o justifique. Idiotas apenas.

Saudações monárquicas


Nota: Algumas locutoras da nossa praça estremeceram incrédulas quando Bolsonaro invocou Deus e alguns versículos bíblicos! A intoxicação ideológica costuma ter este tipo de reacções. Se fosse nos Estados Unidos onde o voto das Igrejas protestantes é decisivo para eleger o presidente americano, aí já não lhes fazia confusão. Desde que não fosse Trump a rezar, bem entendido. Como não lhes faz confusão que Israel seja uma teocracia ou que o chefe da Igreja anglicana seja o rei de Inglaterra. A ignorância que gera o fanatismo tem destas coisas. Ou será ao contrário?!




Fonte: Interregno

08 novembro 2018

06 de Novembro de 1656 – Morreu El-Rei D. João IV



D. João de Bragança nasceu, em Vila Viçosa, a 19 de Março de 1604 e, com a morte do pai, em 29 de Outubro de 1630, torna-se D. João II, 8.° Duque de Bragança – recorde-se que a Sereníssima Casa de Bragança teve a sua fundação em Dom Afonso I, filho natural de Dom João I e de Inês Pires, uma mulher solteira, tendo sido legitimado pelo Rei que lhe concedeu o título de Conde de Neiva e, depois de casado com D. Beatriz Pereira Alvim, recebe do sogro, D Nuno Alvares Pereira, o Condado de Barcelos; mais tarde, já na regência do seu meio-irmão Dom Pedro, D. Afonso recebeu o título de Duque de Bragança, e que por ser uma Casa cujo 1.º Duque era filho de Rei, os Duques têm numeração como os Reis.

Dom João II de Bragança casou com D. Luísa de Gusmão, uma espanhola filha do 8° Duque de Medina-Sidónia, a 12 de Janeiro de 1633.

Em 1639, Dom João II de Bragança, o 8.º Duque de Bragança, recém-nomeado Governador de Armas do Reino, instalou-se em Almada onde começou a receber a visita da nobreza e fidalguia, entre os quais D. Francisco de Mello e D. Antão de Almada e em breve as tertúlias ganham aspecto de algo mais profundo e sério, aflorando-se-lhes ideias da restauração da independência.

Recorde-se que extinta a Casa de Avis, o trono de Portugal passou para Filipe II de Espanha, I de Portugal, e que originou a 3.ª Dinastia, a Filipina ou dos Habsburgos. Filipe I de Portugal era filho de Dona Isabel de Portugal, irmã do Cardeal-Rei e de Dom João III, e portanto neto do Rei Dom Manuel I de Portugal.

Mas entende-se, que, de acordo com a Lei Fundamental da Nação Portuguesa e o Direito Consuetudinário portugueses que Filipe, sendo um Príncipe estrangeiro, não tinha direito ao trono português, tanto mais que havia, segundo estas leis do País um candidato natural e legítimo: Dona Catarina, Duquesa de Bragança, e tal como Filipe I, neta d’ El-Rei Dom Manuel I, e que, segundo as Leis Portuguesas, as mulheres tinham direitos de sucessão desde que não casassem com estrangeiros. Ora, Dona Catarina de Bragança contraiu matrimónio com D. João I de Bragança e o seu primogénito D. Teodósio II, foi o 7.º Duque de Bragança, que por sua vez foi o pai de Dom João II de Bragança – que viria a ser o Rei Restaurador Dom João IV de Portugal.

Então, secretamente, começou a congregar-se, quando a noite já ia alta, um grupo de 40 e tal Nobres, que viriam a ser denominados de Conjurados. Nas suas reuniões, no Palácio dos Almadas, propriedade do então titular, Dom Antão de Almada, 7.º Conde de Avranches, o grupo patriótico português nascido clandestinamente, começou a analisar e engendrar a melhor forma de revolta contra o domínio castelhano. Principiaram então a tecer uma revolta que tivesse garantias de êxito, e que pretendia repor a legalidade no Trono de Portugal o que se verificaria com a assumpção dos direitos dinásticos de D. João II de Bragança. A justificação destes direitos era facilmente demonstrável: pelo benefício da representação, era em D. João II de Bragança – trineto de Dom Manuel I de Portugal – que recaíam os direitos dinásticos que haviam sido usurpados à sua avó, a Infanta Dona Catarina, Duquesa de Bragança.

‘A sua vida, sendo necessária, havia de ser a primeira que se desse pela liberdade da Pátria’, disse.

A 1 de Dezembro de 1640, às 9h15m certas, os 40 Conjurados invadiram o Paço da Ribeira! Às 9h30m do 1.º de Dezembro de 1640 estava consumada a Restauração da Independência do Reino de Portugal, que pôs fim à dominação castelhana de seis décadas: ‘Liberdade! Liberdade! Viva El-Rei Dom João IV! O Duque de Bragança é o nosso legítimo Rei!’

Depois dos Filipes que, durante 60 anos, (des)governaram Portugal, D. João IV foi Aclamado Rei a 15 de Dezembro de 1640.

Assim, no Reino de Portugal, nunca a Soberania foi coisa própria e cativa dos Reis, mas os Monarcas Portugueses exerciam a Soberania por delegação da Comunidade por intermédio de um pactum subjectionis em que o mandato real era limitado, uma vez que o poder vinha directamente de Deus para o Povo tendo estes súbditos o poder in habitu e os Reis apenas o poder in actu.

Atente-se no que escreveu Velasco de Gouveia in ‘Justa Aclamação’: ‘Que o poder Régio dos Reis está nos Povos e Respublicas, e delas o receberão imediatamente.
Que o poder político civil, está nos próprios Povos e Respublicas, e que os Reis o não receberão imediatamente de Deus, senão deles onde principalmente consistia e estava.
A instituição dos Reis, e a translação do poder régio neles se fez entre os homens per modo de pacto; transferindo-se neles o poder com pacto, e condição de os governarem e administrarem com justiça, e tratarem da defesa, e conservação e aumento dos próprios Reinos.

Que ainda que os povos transferissem o poder nos Reis, lhes ficou habitualmente, e o podem reassumir quando lhes for necessário para sua conservação.’

No Assento das Cortes de 1641 ficou expresso:
‘Apenas a Comunidade de portugueses reunida na instituição das Cortes pode conferir legitimidade suprema ao poder do Rei, por isso o juramento do rei será legitimado pelo juramento de Fidelidade dos três Estados: Clero, Nobreza e Povos; o Juramento dos Povos terá de ser confirmado pelos legítimos representantes do estado dos Povos, os procuradores dos Concelhos em Cortes. O Rei identifica a vontade expressa de todo um reino.’

Em 1646 coroou Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha de Portugal – não mais os Reis de Portugal cingiram a Coroa na cabeça.

Dom João IV foi um Rei muito empenhado na conservação e consolidação da Independência de Portugal, pondo cobro a uma conspiração do ‘partido’ pró-Espanha e batendo-se pessoalmente durante a Guerra da Restauração que se seguiu com Filipe IV. 
Recuperou, ainda, o Brasil donde expulsou os usurpadores holandeses. Desenvolveu intensa actividade legislativa, e cumprindo estritamente as funções para as quais foi Aclamado Rei, reuniu Cortes cinco vezes.

Além de Monarca-restaurador, impõe-se referir que foi tal-qualmente um artista e um letrado, um amador da Música, compondo o hino Adeste Fideles, que esteve à altura dos melhores do seu tempo.

Em testamento, datado de 2 de Novembro de 1656, confiou a regência à mulher, Luísa de Gusmão.

El-Rei faleceu, em 6 de Novembro de 1656, no Paço da Ribeira, em Lisboa, devido ao «mal da gota e da pedra», doença que se manifestara a partir de 1648. Jaz no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.

Miguel Villas-Boas