terça-feira, 15 de abril de 2025

Via-Sacra ao vivo 2025 - Ourém


6.ª FEIRA / 18 ABRIL - VILA MEDIEVAL DE OURÉM - 15:00H

As ruas históricas tornam-se palco das últimas passagens da vida terrena de Jesus Cristo, que são dramatizadas por cerca de 100 actores e figurantes locais. A entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém dá início a esta recriação bíblica, que percorre as 14 estações da Via-Sacra até à crucificação de Jesus. Esta Via-Sacra ao vivo é reconhecida como uma das melhores representações bíblicas no país.

Acesso gratuito

Transferes gratuitos a partir do Centro Municipal de Exposições de Ourém e da localidade de Santo Amaro


segunda-feira, 14 de abril de 2025

A Semana Santa explicada pelo Catecismo de São Pio X

47) Por que a última semana da Quaresma se chama Santa? 
A última semana da Quaresma chama-se Santa porque nela se celebra a memória dos maiores mistérios que Jesus Cristo realizou para a nossa salvação. 

48) Que mistério se comemora no Domingo de Ramos? 
No Domingo de Ramos comemora-se a entrada triunfante de Jesus Cristo em Jerusalém seis dias antes da sua Paixão. 

49) Por que Jesus Cristo quis entrar triunfante em Jerusalém, antes de sua Paixão? 
Jesus Cristo, antes da sua Paixão, quis entrar triunfante em Jerusalém, como estava profetizado: 1º para encorajar os seus discípulos, dando-lhes com isso uma prova manifesta de que padeceria espontaneamente; 2º para ensinar-nos que com a sua morte triunfaria sobre o demónio, o mundo e a carne, e abrir-nos-ia a entrada do Céu. 

50) Que mistérios são celebrados na Quinta-feira Santa? 
Na Quinta-feira Santa celebram-se a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia e do Sacerdócio, recorda-se o lava-pés e o preceito do amor cristão. 

51) Que mistério se recorda na Sexta-feira Santa? 
Na Sexta-feira Santa recorda-se a paixão e morte do Salvador. 

52) Que mistérios se honram no Sábado Santo? 
No Sábado Santo honram-se a sepultura de Jesus Cristo e sua descida ao limbo. 

53) Que devemos fazer para passar a Semana Santa em conformidade com as intenções da Igreja? Para passar a Semana Santa em conformidade com as intenções da Igreja devemos fazer três coisas: 1º juntar ao jejum e abstinência maior recolhimento interior e maior fervor na oração; 2º meditar assiduamente e com espírito de compunção os padecimentos de Jesus Cristo; 3º assistir, se possível, aos divinos ofícios com este mesmo espírito. § 2 °- Sobre alguns ritos da Semana Santa 

54) Por que o domingo da Semana Santa se chama Domingo de Ramos? O domingo da Semana Santa chama-se Domingo de Ramos pela procissão que neste dia se celebra, ocasião em que os fiéis levam na mão um ramo de oliveira ou de palma. 55) Por que no Domingo de Ramos se faz a procissão levando ramos de oliveira ou de palma? Faz-se a procissão no Domingo de Ramos levando ramos de oliveira ou de palma para recordar a entrada triunfante de Jesus Cristo em Jerusalém, quando as turbas lhe saíram ao encontro com ramos de palmas nas mãos. 

56) Quando Jesus Cristo entrou triunfante em Jerusalém, quem foi ao seu encontro? Quando Jesus Cristo entrou triunfante em Jerusalém foram ao seu encontro o povo simples e as crianças, e não as pessoas importantes da cidade; dispondo assim Deus para dar-nos a entender que a soberba os fez indignos de tomar parte no triunfo de Nosso Senhor, que gosta da simplicidade do coração, da humildade e a inocência. 

57) Por que não se tocam os sinos desde a Quinta-feira Santa até a vigília pascal? Desde a Quinta-feira Santa até a vigília pascal não se tocam os sinos em sinal de grande tristeza pela paixão e morte de nosso Salvador. 58) Por que na Quinta-feira Santa guarda-se um cálice com hóstias consagradas? Na Quinta-feira Santa se guarda um cálice com hóstias consagradas: 1º para que se tributem adorações especiais ao Santíssimo Sacramento no dia em que foi instituído; 2º para que se possa comungar na Sexta-feira Santa em que o sacerdote não consagra. 

59) Por que os altares são desnudados depois da Missa na Quinta-feira Santa? Na Quinta-feira Santa, depois da Missa, os altares são desnudados a fim de representar-nos Jesus Cristo despojado de suas vestes para ser açoitado e posto na Cruz e ensinar-nos que para celebrar dignamente a Paixão devemos nos despojar do homem velho, que são todos os afetos mundanos. 

60) Por que se faz o lava-pés na Quinta-feira Santa? Na Quinta-feira Santa faz-se o lava-pés: 1º para renovar a memória daquela humilhação com que Jesus Cristo se rebaixou para lavar os pés de seus Apóstolos; 2º porque Ele mesmo exortou aos Apóstolos, e neles os fiéis, a imitar seu exemplo; 3º para ensinar-nos que devemos limpar nosso coração de toda mancha e exercitar uns com os outros os serviços da caridade e humildade cristã. 

61) Por que na Quinta e na Sexta-feira Santas os fiéis vão visitar o Santíssimo Sacramento em muitas igrejas, em procissão ou em particular? Na Quinta e na Sexta-feira Santa os fiéis vão visitar o Santíssimo Sacramento em muitas igrejas em memória das dores que sofreu Jesus Cristo em muitos lugares, como no Horto, nas casas de Caifás, Pilatos e Herodes e, sobretudo, no Calvário. 

62) Com que espírito devemos fazer as visitas ao Santíssimo Sacramento? As visitas ao Santíssimo Sacramento deverão ser feitas não por curiosidade, costume ou passatempo, mas com certa contrição de nossos pecados, que são a verdadeira causa da paixão e morte de nosso Salvador; e com verdadeiro espírito de compaixão por suas penas, mediante os diversos padecimentos que sofreu; por exemplo: na primeira visita, o que padeceu no Horto; na segunda, o que sofreu no pretório de Pilatos, e assim nas demais. 

63) Por que na Sexta-feira Santa, de um modo particular, a Igreja roga ao Senhor por toda sorte de pessoas, mesmo pelos pagãos e judeus? A Igreja, na Sexta-feira Santa, roga de um modo particular ao Senhor por toda sorte de pessoas para demonstrar que Jesus Cristo morreu por todos os homens, e para implorar em benefício de todos o fruto de sua Paixão. 

64) Por que na Sexta-feira Santa se adora solenemente a Cruz? Na Sexta-feira Santa adora-se solenemente a Cruz porque, tendo Jesus Cristo sido crucificado e morto neste dia, santificou- -a com seu sangue. 

65) Se a adoração se deve só a Deus, como se adora também a Cruz? A adoração deve-se só a Deus, e por isto, quando se adora a Cruz, nossa adoração se refere a Jesus Cristo, que nela morreu. 

66) Que considerar de um modo especial nos ritos do Sábado Santo à noite? Nos ritos do Sábado Santo à noite, chamados a vigília pascal, devemos considerar de um modo especial a bênção do círio pascal e da pia batismal. 

67) Que significa o círio pascal? O círio pascal representa o resplendor que Jesus Cristo trouxe ao mundo. 

68) Por que se benze a pia batismal na vigília pascal? Na vigília pascal se benze a pia batismal porque antigamente neste dia, como também na véspera de Pentecostes, administra-se solenemente o Batismo. 

69) Que devemos fazer enquanto se benze a pia baptismal? Enquanto se benze a pia batismal devemos dar graças ao Senhor por havermos admitido o Batismo, e renovar as promessas que então fizemos.


domingo, 13 de abril de 2025

Domingo de Ramos: Começa a semana mais importante para os Cristãos


 O Domingo II da Paixão, mais conhecido por Domingo de Ramos, abre a Semana Santa e marca o início da etapa final da Quaresma. Neste dia, a Igreja celebra a entrada triunfal de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém, cheio de glória e de humildade, pronto para cumprir o seu Mistério Pascal.


Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes: "Ide à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta e com ela um jumentinho. Desprendei-a e trazei-los. E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei que o Senhor precisa deles". – Isto aconteceu para que se cumprisse a Profecia de Zacarias: "Dizei à filha de Sião: 'Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga.'" (Zc 9,9).

Indo os discípulos e tendo feito como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho, e puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. E o povo, tanto os que o precediam quanto os que o seguiam, o acolheram como Rei, agitando ramos de palmeira e clamando: "Hosana ao filho de David! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!". Com isso toda a cidade de Jerusalém se agitou, e perguntavam: "Quem é este?" E as multidões clamavam: "Este é o Profeta Jesus, de Nazaré da Galileia” (Mt 21,1-11).

A Procissão de Ramos

Vem de fora e tem como ponto de partida um lugar de reunião dos fiéis, fora da igreja. A proclamação do Evangelho conta a entrada de Jesus em Jerusalém, e assim se inicia a procissão até o interior do templo.

Nessa procissão, a Igreja não comemora apenas o santo evento do passado e celebra com louvor e acção de graças a realidade presente, mas também antecipa o seu glorioso cumprimento no fim dos tempos. Os ramos não devem ser postos no lixo depois da procissão, mas levados para casa e lá guardados com respeito, ou então queimados.

A cinzas, que são usadas na Quarta-Feira de Cinzas, são feitas com os ramos bentos deste dia, obedecendo a um costume que vem do século XII.

in 'O Fiel Católico'


sexta-feira, 11 de abril de 2025

Celebração do Aniversário da Beatificação da Rainha Santa Isabel - 15 Abril pelas 18h em Coimbra


No próximo dia 15 de Abril, assinala-se mais um aniversário da Beatificação de Santa Isabel, Infanta de Aragão, Rainha de Portugal e Padroeira da cidade de Coimbra.

Na verdade, foi no dia 15 de Abril de 1516 que o Papa Leão X assinou o “Breve”, documento pontifício, que proclamava a beatificação da Rainha que o povo considerava já santa.

Reinava em Portugal D. Manuel I de Portugal e o culto à Rainha Santa Isabel assume contornos oficiais, passando o povo de Coimbra a poder manifestar livremente a sua devoção à que haveria de ser eleita Santa Padroeira da cidade.

Na sequência deste movimento devocional - que iria culminar na Canonização de Santa Isabel de Portugal, decretada em 25 de Maio de 1625 - é, entretanto, fundada em 1560 a Confraria da Rainha Santa Isabel.

Pretendendo a Confraria da Rainha Santa Isabel comemorar as datas mais significativas da história da devoção a Santa Isabel de Portugal, é muito importante celebrar este dia de aniversário de 15 de Abril, dia muito significativo para a cronologia da devoção a Santa Isabel de Portugal, mas também associado à fundação da Confraria da Rainha Santa Isabel.

Para comemorar esta data, a Confraria da Rainha Santa Isabel e a Liga dos Amigos da Confraria da Rainha Santa Isabel mandam celebrar na Igreja da Rainha Santa Isabel, às 18h00 deste dia 15 de Abril, Missa de acção de graças pela exemplar vida acontecida de Santa Isabel de Portugal.

A Confraria da Rainha Santa Isabel e a Liga dos Amigos da Confraria da Rainha Santa Isabel contam com a participação atenta de todos!

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Prémio Rainha Dona Amélia 2025

A Matriz Portuguesa – Associação para o Desenvolvimento da Cultura e do Conhecimento cria o Prémio Rainha Dona Amélia, no 160º aniversário do seu nascimento, para agraciamento das amazonas, com méritos relevantes no hipismo, e que tenha contribuído para o prestígio de Portugal na Arte Equestre.

O jantar e cerimónia de entrega do Prémio Rainha Dona Amélia terá lugar no dia 17 de Maio, às 20 horas, no Picadeiro do Centro Hípico Lusitanus, no Largo Marquês Pombal, na Golegã.

domingo, 6 de abril de 2025

Que doce é sofrer perdoando

Jesus bendito, que me ensinaram os homens que Tu não me tenhas ensinado na Tua cruz? Ontem vi claramente que só aprendemos acorrendo a Ti e só Tu nos dás forças nas provas e tentações; que somente ao pé da tua cruz, vendo-Te pregado a ela, aprendemos o perdão, a humildade, a caridade, a bondade. 

Não Te esqueças de mim, Senhor; olha para mim, prostrado na tua frente, e concede-me o que Te peço. Depois, que venham os desprezos, que venham as humilhações, que me importa! Contigo a meu lado tudo posso. A lição prodigiosa, admirável, inexprimível que me dás com a tua cruz dá-me forças para tudo. 

Cuspiram-Te, insultaram-Te, flagelaram-Te, pregaram-Te a uma cruz e, sendo Tu Deus, perdoaste, calaste-Te humildemente e ofereceste-Te a Ti próprio. Que posso dizer da tua Paixão? É melhor não dizer nada e que, no fundo do meu coração, medite no que o homem nunca poderá chegar a compreender; que me contente com amar profundamente, apaixonadamente, o mistério da tua Paixão.

Que doce é a cruz de Jesus! Que doce é sofrer perdoando! Como não ficar louco? Ele mostra-me o seu coração aberto aos homens e por eles desprezado. Onde já se viu e quem alguma vez sonhou suportar tamanha dor? Como vivemos bem no coração de Cristo!

São Rafael Arnaiz Baron  in Escritos espirituais, 07/04/1938 


sábado, 5 de abril de 2025

Nova Foto Oficial da Família Real Portuguesa


Na fotografia, de pé, os Duques de Coimbra, Exmo. Senhor Duarte Martins e Sua Alteza a Senhora Infanta D. Maria Francisca, Sua Alteza o Senhor Infante D. Dinis, Duque do Porto, Sua Alteza Real o Senhor D. Afonso, Príncipe da Beira. Sentados, os Duques de Bragança, Sua Alteza Real a Senhora D. Isabel e Sua Alteza Real o Senhor D. Duarte.


sexta-feira, 4 de abril de 2025

Conversa/Debate: Europa, Democracia e Tribunais - 7 de Abril em Lisboa

 

Temos o prazer de o convidar para a apresentação do N.º 10 da Revista Crítica XXI que terá lugar no próximo dia 7 de abril, às 18h30, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Lisboa.

A sessão contará com a participação de Miguel Nogueira de Brito e Ricardo Marchi, que integrarão um debate sobre o tema "Europa, Democracia e Tribunais".

Entrada livre.

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Crítica XXI - NÚMERO 10 . INVERNO 2025

Este número 10 da Crítica XXI (Inverno 2025) abre com um artigo de Jaime Nogueira Pinto, “O Aprendiz”, em que é feita a análise das fontes do pensamento e acção de Donald Trump a partir suas referências a antecessores na presidência dos Estados Unidos, que reclama como seus inspiradores – de Andrew Jackson a Ronald Reagan, mas também a políticos como Alexander Hamilton. O “empresário” do famoso programa televisivo “O Aprendiz”, que avaliava e despedia aprendizes, ou o vilão retratado no recente filme biográfico do mesmo nome, que vemos como aprendiz de malvadez a crescer no mundo dos negócios, avalia aqui presidentes e revela-nos o que aprendeu com eles.

A partir da leitura de Os Irmãos Karamazov, de Dostoievski, Gonçalo de Almeida Ribeiro reflecte sobre Deus, o Mal, o ateísmo, as contradições que marcam este eterno problema de crentes e não crentes: como conciliar um Criador bom e perfeito, ou até uma criação também assim, com os horrores e desconcertos da História e da Vida?

Miguel Morgado estuda as várias famílias liberais, aqui particularmente os “neoliberais”; é um conceito não apenas académico, mas também, ou sobretudo, político, por isso, polémico e passível de análises contraditórias. As divisões entre as várias escolas liberais e neoliberais foram e permanecem profundas, mesmo entre os “puros dos puros” da Escola de Viena, de von Mises e Hayek, e os liberais de Chicago, de Milton Friedman, que não deixaram de reconhecer que as instituições da economia, dependiam, em última análise, de instituições políticas e jurídicas como o Banco Central.

Também analisando o liberalismo contemporâneo, Rafael Pinto Borges, em “Do liberalismo antidemocrático ao tecno-cesarismo” considera criticamente a degradação do processo de representação democrática das sociedades euroamericanas actuais e a consequente vaga alternativa nacional-populista, que procuram combater a todo o custo. O Estado pós-liberal está em crise: será o tecno-cesarismo a alternativa, como uma forma repressiva de defesa?

A África aparece como um continente que combina uma demografia explosiva com a existência de recursos energéticos e mineiros abundantes e uma estatalidade tardia e deficiente. José Francisco Pavia traça um retrato desta “África no século XXI”, das raízes dos seus problemas à posição dos grandes poderes extracontinentais em relação ao Continente.

Ainda no terreno africano, José Luís Andrade investiga um tema interessante na História da colonização e do conflito das potências europeias na África pós-conferência de Berlim e nas vésperas da Grande Guerra. “A espionagem alemã no sul de Angola (1880-1916)” é uma interessante memória da África que foi parte de Portugal e das Áfricas da partilha colonial, que o autor continuará a desenvolver no próximo número.

Continuando com a sua análise, aqui na Crítica XXI, da História do séc. XIX e do liberalismo em Portugal, Rui Ramos, em “Duas ideias de nação (Portugal 1820-1834)”, sistematiza as ideias de nação em conflito no princípio do século XIX. Tanto liberais como absolutistas se diziam partidários da “nação”, porém, a ideia que tinham de nação era filosófica e politicamente muito diferente.

Nas Notas Críticas, João Pedro Marques escreve sobre o livro de Maria Madalena Brito, The Slave is a Human Person, revelando o pensamento de um jesuíta do século XVI, Fernão Perez, bem avançado e crítico para o seu tempo; Jaime Nogueira Pinto chama a atenção para a publicação do Dicionário Crítico da Revolução Liberal, obra que considera essencial para estudar e entender o tempo da chegada e introdução do liberalismo em Portugal; e Eurico de Barros assinala uma nova edição de Le Lotus Bleu, de Hergé, com as aventuras de Tintim na China. Finalmente, Miguel Freitas da Costa refere a obra colectiva Crepúsculo do Império: Portugal e as guerras da descolonização, orientada por João Vieira Borges e Pedro Aires Oliveira, um livro polémico sobre um tempo mais que polémico.


DIRECÇÃO JAIME NOGUEIRA PINTO E RUI RAMOS


Fonte: Crítica XXI

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Coro da Universidade Nova de Lisboa na Igreja da Rainha Santa Isabel, em Coimbra - concerto "Anoitecer" - 6 de Abril de 2025

No seu programa de abertura dos seus espaços a manifestações culturais, a Confraria da Rainha Santa Isabel vai acolher no próximo dia 6 de Abril, às 16h30, "O Coro da Nova", Coro da Universidade Nova de Lisboa, que vem apresentar em Coimbra um dos seus concertos da temporada de Páscoa, este ano dedicado ao tema "Anoitecer".

Este concerto realiza-se na Igreja da Rainha Santa Isabel, Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, sendo "O Coro da Nova" dirigido pelo maestro Diogo Gonçalves e conta com a participação do pianista e organista Nicholas McNair.


A entrada é livre.


A Confraria da Rainha Santa Isabel conta com a participação atenta de todos!

terça-feira, 1 de abril de 2025

Há 103 anos foi para o Céu o Beato Carlos de Áustria

Carlos Francisco José Luís Humberto Jorge Oto Maria foi o último Imperador do Império Austro-Húngaro. Morreu no dia 1 de Abril de 1922 em Portugal, na ilha da Madeira. O seu corpo está sepultado nessa ilha, na igreja de Nossa Senhora do Monte.

Beato Carlos de Áustria, rogai por nós.

segunda-feira, 31 de março de 2025

Os Reis Não Tinham Criados


Uma das mistificações que se constroem em torno da Monarquia é de que a Família Real era servida por uma imensidão de criados e logo as imaginações viajam para produções cinematográficas de época e divagam fantasiando serventes de perucas e librés a restolhar. Ora este é um caso em que a realidade não supera de todo a ficção, pois os Reis, as Rainhas, os Príncipes eram auxiliadas pelo pessoal da Casa Civil e pelos oficiais às ordens. Assim, esses ‘criados’ próximos do Rei eram apenas os nobres da maior estirpe, assim como as Damas de companhia das Rainhas. Os nobres de mais elevada titularia estavam ao serviço pessoal do Rei, uns com cargos específicos na Corte, outros em sistema de rotatividade.

Por exemplo, imagine-se um banquete e o Rei a ser servido à mesa: quem serve o Monarca no prato é um Duque, a quem a terrina do consommé foi passada por um Marquês, e quem veio com a peça de louça com as vitualhas do início da Porta até à mesa foi um Conde, após um Visconde receber à porta da cozinha. Desse modo, também, não era um/a criado/o que servia o chá à Rainha, pois quem servia chá à Rainha era uma Marquesa.

Por isso o cargo de Aio, por exemplo, do Rei Dom Luís I foi o 1° Visconde e 1° Conde da Carreira; o Mordomo-mor da Casa Real, que transportava o característico símbolo da sua autoridade, o bordão de marfim com um castão de ébano esculpido com a forma da cabeça de uma mulher africana, no reinado de Dom Carlos I foi o 5° Conde de Sabugosa, o médico dos Reis era o Conde de Mafra, o secretário era o Conde de Arnoso, o estribeiro-mor era o Marquês  de Faial, o alferes-mor era o Conde de São Lourenço; as Damas da Senhora Rainha Dona Amélia eram as Ex.mas Duquesa de Palmela, a Senhora Marquesa de Unhão e D. Isabel Saldanha da Gama (Ponte); o secretário D’El-Rei Dom Manuel II foi o 6° Marquês de Lavrado, etc.

Aliás, quando havia solenidades ou visitas de Monarcas ou outros Chefes de Estado estrangeiros, era necessário contratar, temporariamente, para esse efeito pessoal para as carruagens, para as recepções do Palácio, numa tentativa de adequar os meios e não manter uma estrutura onerosa para o Erário.

São, ainda, muitas as manifestações de humildade para com, inclusive, o pessoal menor da Casa do Paço: recorde-se um episódio quando El-Rei Dom Carlos permanecia até altas horas no seu estúdio de pintura, pintando os maravilhosos pastéis que nos legou, e que quando saía para se dirigir para os aposentos descalçava as botas para estas não fazerem o soalho ranger e acordar o oficial às ordens que entretanto adormeceram na antessala; ou então, aquele dia do ano em que o Rei e o Príncipe Real serviam a sopa aos monges do Mosteiro de Mafra.

Apanágio da Realeza: – Servir! Sempre servir… até à morte e até depois dela… pelo exemplo!

Hoje, por cá usam o património e grande séquito, e, cúmulo da generosidade, em nosso nome!

E é paradoxal, mas sobretudo confrangedor, estes políticos sempre prontos a pigarrear que são republicanos e depois desfazerem-se em tantos salamaleques diante dos Reis estrangeiros!

Miguel Villas-Boas

Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

domingo, 30 de março de 2025

O espírito da Quaresma nos anos jubilares

A maior parte das pessoas ignora ou esqueceu o que é a Quaresma. No entanto, o Catecismo Maior, de São Pio X, era muito claro, definindo-a como «um tempo de jejum e de penitência instituído pela Igreja por tradição apostólica». No parágrafo seguinte, São Pio X explica a sua finalidade: «Dar-nos a conhecer a obrigação que temos de fazer penitência ao longo de toda a nossa vida; imitar, de algum modo, o rigoroso jejum de quarenta dias que Jesus Cristo fez no deserto; preparar-nos, por meio da penitência, para celebrar santamente a Páscoa» (n. 36).

Muitas vezes, porém, para os bons católicos que não esquecem a Quaresma, esta reduz-se a algumas práticas ascéticas: jejum, mortificações, esmola, certamente louváveis e sempre recomendadas pela Igreja, mas não suficientes para nos transmitir o espírito da Quaresma, que é, sobretudo, desapegarmo-nos mais profundamente do pecado e abraçarmos com maior generosidade a vontade de Deus.

Bento XVI, na sua Mensagem para a Quaresma de 2009, recorda que, nas primeiras páginas da Sagrada Escritura, o Senhor ordena ao homem que se abstenha de consumir o fruto proibido: «Podes comer o fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore da ciência do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás» (Gn 2, 16-17). Comentando a ordem divina, São Basílio observa que “o jejum foi ordenado no Paraíso” e “o primeiro mandamento neste sentido foi dado a Adão”. Portanto, ele conclui: “O ‘não comas’ e, portanto, a lei do jejum e da abstinência” (cf. Sermo de jejunio: PG 31, 163, 98).» «Portanto, se Adão desobedeceu ao mandamento do Senhor “de não comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal”, com o jejum o crente deseja submeter-se humildemente a Deus, confiando na sua bondade e misericórdia.» (Mensagem de 11 de Dezembro de 2008).

O espírito de penitência manifesta-se, antes de qualquer outra prática, no esforço de nos conformarmos com a vontade de Deus em todos os momentos, mesmo dolorosos e humilhantes da nossa vida. A 26 de Março de 1950, por ocasião da Quaresma do Grande Ano Santo, Pio XII dirigiu-se aos fiéis nos seguintes termos: «Saber suportar a vida! É a primeira penitência de todo o cristão, a primeira condição e o primeiro meio de santidade e de santificação. Com aquela dócil resignação que é própria de quem acredita num Deus justo e bom, e em Jesus Cristo mestre e guia dos corações, abraçai com coragem a cruz quotidiana, muitas vezes dura. Levando-a com Jesus, o seu peso torna-se leve».

O esforço de unir a nossa vontade à vontade de Deus precede toda a prática ascética. É por isso que Jesus sublinha a razão profunda do jejum, estigmatizando a atitude dos fariseus, que observavam escrupulosamente as prescrições rituais impostas pela lei, mas cujo coração estava longe de Deus. O verdadeiro jejum, explica o Divino Mestre, consiste antes em fazer a vontade do Pai celeste, que «vê no segredo e recompensar-te-á» (Mt 6, 18). Ele mesmo dá o exemplo, respondendo a Satanás, no final dos quarenta dias passados no deserto, que «nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4, 4). «O verdadeiro jejum – conclui Bento XVI – tem, portanto, como finalidade comer o “verdadeiro alimento”, que é fazer a vontade do Pai» (cf. Jo 4, 34).

Aquele que ama a vontade do Pai detesta o pecado, que é a violação da lei divina. E assim, neste tempo de Quaresma do Jubileu de 2025, como não fazer nossas as palavras que Pio XII dirigiu aos fiéis de todo o mundo para os preparar para a Quaresma no Jubileu de 1950: «Medi, se os vossos olhos e o vosso espírito o suportam, com a humildade de quem talvez deva reconhecer-se em parte responsável, o número, a gravidade, a frequência dos pecados no mundo. Obra do próprio homem, o pecado polui a terra e desfigura a obra de Deus como uma mancha impura. Pensemos nos inumeráveis pecados privados e públicos, ocultos e evidentes; pecados contra Deus e a Sua Igreja; contra nós próprios, na alma e no corpo; contra o próximo, especialmente contra as criaturas mais humildes e indefesas; pecados contra a família e a sociedade humana. 

Alguns deles são tão inauditos e hediondos, que são necessárias novas palavras para os indicar. Pese-se a sua gravidade: dos cometidos por mera leviandade e dos premeditados e friamente perpetrados, dos que arruínam uma única vida ou se multiplicam em cadeias de iniquidade até se tornarem a maldade de séculos ou crimes contra nações inteiras. Comparai, à luz penetrante da fé, este imenso amontoado de baixeza e de cobardia com a santidade resplandecente de Deus, com a nobreza do fim para que o homem foi criado, com os ideais cristãos pelos quais o Redentor sofreu a dor e a morte; e depois dizei se a justiça divina pode ainda tolerar tal deformação da Sua imagem e dos Seus desígnios, tal abuso dos Seus dons, tal desprezo da Sua vontade e, sobretudo, tal escárnio do sangue inocente do Seu Filho.

Vigário daquele Jesus que derramou a última gota do Seu sangue para reconciliar o género humano com o Pai celeste, Cabeça visível daquela Igreja que é o Seu Corpo Místico para a salvação e santificação das almas, exortamos-vos a sentimentos e obras de penitência, para que seja dado por vós e por todos os Nossos filhos e filhas do mundo inteiro o primeiro passo para a efectiva reabilitação moral da humanidade. Com todo o ardor do Nosso coração paterno, pedimos-vos o arrependimento sincero dos pecados passados, a plena detestação do pecado e a firme resolução de vos arrependerdes; suplicamos-vos que alcanceis o perdão divino pelo sacramento da confissão e pelo testamento de amor do divino Redentor; suplicamos-vos, enfim, que alivieis a dívida da pena temporal devida aos vossos pecados pelas múltiplas obras de satisfação: orações, esmolas, jejuns, mortificações, de que o próximo Ano Santo oferece fácil oportunidade e convite».

Professor Roberto de Mattei in Corrispondenza Romana (publicado em atrevimentos.pt)

Fonte: Senza Pagare

sábado, 29 de março de 2025

O SISTEMA POLÍTICO E O COMPORTAMENTO DOS PARTIDOS

 “O público, como todos os soberanos, como os reis, os povos e as mulheres, não gosta que se lhes diga a verdade”. 

Alexandre Dumas 

O Governo caiu. Com um encolher de ombros. 

O sistema político democrático – como é entendido no Ocidente e em Portugal – assume na sua doutrina, que os Partidos Políticos (PP) são “estruturantes” da Democracia. Ou seja sem PP não há Democracia. Não vamos hoje discutir este “entendimento”, mas observar o comportamento dos ditos partidos, um nome, aliás, assaz infeliz. 

Devemos começar por fazer uma pergunta e responder-lhe: para que servem os PP, qual o seu objectivo primordial? Pois o objectivo número um – e ao qual todos os demais se subordinam – é tomar o Poder e mantê-lo.  

Como o Poder – nas democracias – é legitimado pelo voto popular, segue-se que a maioria, senão a totalidade, do esforço de qualquer PP se resume a tentar convencer o eleitorado a votar no seu programa e nas suas figuras de proa.  

E se, porventura, os partidos existentes que se reclamam da doutrina marxistaleninista, ou outros – que prevêem a via revolucionária para a tomada do poder (na verdade qualquer via…) – se dedicam à subversão da sociedade ou do Estado e mantêm capacidades para serem usadas nesse âmbito, tal é assunto de especulação, normalmente à boca pequena, pois raramente estes temas são abordados nos liberalíssimos órgãos de comunicação social, ou no Parlamento, etc. 

E, de facto, se o objectivo primeiro dos PP, não fosse conseguir o Poder, não se justificava a sua existência. Manter o Poder é, a seguir, a tarefa fundamental, pois permite alargar a sua influência e distribuir lugares e prebendas pelos seus filiados (de que existe uma sofreguidão insaciável), condição sine qua non para garantir alguma lealdade canina nas hostes, sem o que despontarão “tendências”, “dissidências”, “alas críticas”, “renovadores”, etc., sempre efusiva e democraticamente saudadas, mas que constituem uma dor de cabeça que enjoa qualquer dirigente partidário, só de pensar nelas. 

Ora quem está no Poder, não o quer abandonar e, por isso, fará tudo por lá se manter. A primeira coisa que faz é ocupar o maior número de lugares possível; depois tenta arranjar maneira de condicionar a comunicação social e arranjar uma parafernália enorme de propaganda e relações públicas; na sequência distribuem negócios pelos amigos, verdadeiros ou putativos – isto é fundamental para garantir apoios e aumentar os réditos do saco azul partidário; a seguir começam a mentir - leia-se Alexandre Dumas – até porque as pessoas, de um modo geral, gostam que se lhes minta (só aceitam a verdade em tempos de catástrofes extremas…). O início das promessas começa aqui. Como é preciso garantir o voto, é só facilidades, mais direitos, mais obras, mais subsídios, quiçá a lua. Ninguém quer ouvir falar em sacrifícios, deveres, trabalho, disciplina, organização, hierarquia, restrições, etc.  

Pelo meio vasculham-se mutuamente para ver quem denuncia, por cima, ou por baixo da mesa, os podres existentes reais ou inventados, para solapar a credibilidade dos diferentes actores que se digladiam na “arena” política. 

A partir daqui a economia definha, os costumes relaxam-se, o crime aumenta, a corrupção instala-se. As crises internacionais e os “azares” que sempre acontecem agravam o descalabro.  

Resulta de tudo uma espécie de guerra civil larvar e omnipresente que impede qualquer governo da cidade… O ambiente fede. 

Finalmente, como não sabem fazer mais nada senão isto – o sistema parece que não se regenera – começam a pedir dinheiro emprestado. A partir daqui está tudo estragado e é uma questão de tempo para ser o próprio regime a ser posto em causa. 

Vejamos agora os partidos que estão na oposição. Como o objectivo é, recorda-se, chegar ao Poder, têm que ser contra (até por princípio!), o governo em funções, suportado por um ou mais partidos (o sistema tende para cada vez haver mais partidos, pois eles não são “inteiros”…); têm que o desacreditar, apresentar soluções diferentes, etc. Tudo isto resume-se, por norma, numa política de bota abaixo e em fazer demagogia, abusando das promessas. Quem tem meios para isso, provoca greves, cortes de estrada, manifestações nas ruas e campanhas de propaganda. Os mais fundamentalistas põem bombas. 

Quando, após mais uma campanha eleitoral, longa, desgastante e cara (e com o uso e abuso, as pessoas já não as suportam!), a oposição chega ao Poder, faz exactamente o que os anteriores fizeram com algumas nuances de circunstância, ou novidades de marketing. A seguir pedem mais dinheiro emprestado. 

Andamos nisto desde 1820, com um intervalo de 48 anos (onde também verdadeiramente só houve uns nove anos de acalmia), e várias guerras civis, pelo meio. E muitas bancarrota. 

Quando o dinheiro emprestado, normalmente usado no pagamento da dívida e não em investimento reprodutivo, atinge uma certa soma, o descalabro financeiro passa do endividamento na razão aritmética, para a geométrica e a seguir para o crescimento exponencial. Ora nenhum partido está em condições de inverter esta tendência não só porque é contra a lógica de funcionamento do sistema (como se pagariam as promessas?), como a oposição não permitiria. Só haveria “solução” se houvesse um amplo consenso partidário e aceitassem governar juntos. Ora isso é, justamente aquilo que, novamente, a lógica do sistema mais repele, porque uma vez (por hipótese), isso conseguido, deixariam de ser necessários os partidos… Os tais que são estruturantes da Democracia. 

Como casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão, e a fome é má conselheira, diz o povo, não o Dumas, podem os leitores facilmente ajuizar, onde é que tudo isto se arrisca sempre a descambar, após uma palete de confusões e desgraças, que hão-de (estão) a suceder no entretanto. 

E, ao contrário do que convencionaram, não é certo, que em Democracia, há sempre solução para tudo. E, pelo que se tem visto, não tem sido solução para nada, pois não há sossego nem se resolve um único problema do país. 

João José Brandão Ferreira, Oficial Piloto Aviador (Ref.)  


Fonte: O Adamastor