sábado, 6 de dezembro de 2025

A história invulgar de São Nicolau, o verdadeiro Pai Natal

São Nicolau nasceu na cidade de Patras, de pais santos e ricos. O pai, Epifânio, e a mãe, Joana, geraram-no na primeira flor da juventude e viveram a partir de então em continência, levando uma vida de celibatários.

Diz-se que no primeiro dia em que o lavavam se pôs de pé na bacia; além disso, às Quartas e Sextas-Feiras só mamava uma vez. Chegando à juventude, evitava as lascívias dos outros jovens, preferindo entrar nas igrejas e decorar o que lá podia ouvir acerca da Sagrada Escritura. Quando os seus pais morreram, começou a pensar em como haveria de gastar as suas enormes riquezas, não para os louvores dos homens, mas para a glória de Deus.

Então, certo nobre, seu vizinho, pensou prostituir as suas três filhas virgens por falta de recursos, para, com o infame comércio delas, se poder sustentar. Quando o santo homem soube, ficou horrorizado com o crime e atirou uma quantidade de ouro envolvida num pano através de uma das janelas da casa onde ele morava e regressou à sua às escondidas.

Quando chegou a manhã, o homem encontrou aquela quantidade de ouro e, dando graças a Deus, celebrou o casamento da filha mais velha. Não muito tempo depois, o servo de Deus voltou a realizar obra semelhante. Voltando a encontrar o ouro e dando muitas graças, aquele homem decidiu vigiar para saber quem socorria a sua miséria. Passados alguns dias, Nicolau atirou o dobro do ouro para a casa do vizinho, que acordou com o barulho e seguiu São Nicolau que fugia, dizendo-lhe em alta voz:

‒ Pára, por favor, e não escondas o teu rosto do meu!

E, correndo mais depressa que Nicolau, reconheceu-o. Logo se prostrou e queria beijar-lhe os pés, mas ele, evitando-o, exigiu que nunca tornasse público aquele acontecimento.

Depois disto, tendo morrido o Bispo da cidade de Mira, combinaram os bispos nomeá-lo para aquela igreja. Havia entre eles um de grande autoridade de quem todos dependiam para aquela eleição. Depois de ter aconselhado todos a fazerem jejum e orarem, ouviu naquela noite uma voz a dizer-lhe que de manhã cedo observasse as portas da igreja e quando visse chegar o primeiro homem cujo nome fosse Nicolau, olhasse bem para ele, para consagrá-lo bispo.

Revelou isto aos outros, aconselhando-os a insistirem na oração enquanto ia observar as portas da igreja. Admirou-se muito ao ver que, àquela hora matinal, o homem enviado por Deus antes de todos os outros era Nicolau; chamando-o a si, o bispo disse-lhe:

‒ Como te chamas?

Ele, com uma simplicidade de pomba, respondeu, de cabeça inclinada:

‒ Nicolau, servo de vossa santidade.

Levaram-no para a igreja e, embora ele a isso muito se opusesse, colocaram-no na cátedra episcopal.

Mas ele em tudo continuava a observar a humildade e a seriedade da sua conduta anterior: passava as noites em oração, mortificava o corpo, fugia do convívio com mulheres; era humilde com quantos recebia, eficaz no falar, entusiasta no exortar e severo no corrigir. 

Bem-aventurado Jacques de Voragine in 'Légende Dorée'


sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Ao serviço dos portugueses

A Real Associação de Lisboa junta-se à editora By the Book e ao autor Vasco Medeiros Rosa para o lançamento da Fotobiografia de Dom Duarte de Bragança “Ao serviço dos portugueses”. Em modo de homenagem, a apresntação, que contará com a presença da Família Real, realizar-se-á no próximo dia 18 de Dezembro no Palácio Nacional da Ajuda, às 18:30hs.
 
Convidamos os nossos associados e simpatizantes a divulgar e participar nesta importante acontecimento, estando a apresentação da obra a cargo do Professor José Miguel Sardica.
 
Este elegante livro, que relata com profusas imagens o percurso de vida do Chefe da Casa Real Portuguesa, conta com prefácio de S.A.R. D. Isabel de Bragança, e estará à venda no local com um preço especial de lançamento. A entrada é livre.
 
Brevemente à venda aqui

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Família Real Portuguesa na cerimónias do Dia da Restauração da Independência


SS.AA.RR. os Duques de Bragança e S.A.R. o Príncipe da Beira estiveram presentes na cerimónia evocativa do 1.º de Dezembro de 1640, dia da Restauração da Independência de Portugal.
A cerimónia teve lugar no Monumento aos Restauradores, em Lisboa, e contou também com a presença do Presidente da Câmara de Lisboa, entre outras individualidades.
A restauração marcou o fim de 60 anos de ocupação espanhola e a recuperação da soberania nacional.


Família Real Portuguesa no Jantar dos Conjurados 2025


S.A.R. o Duque de Bragança e a Família Real no discurso do 1º de Dezembro, no Jantar dos Conjurados, que se realizou no Hotel Palácio, no Estoril. A cerimónia contou com cerca de 400 pessoas, tendo sido seguida de jantar.
No discurso S.A.R. fez referência à imigração, às presidenciais que se aproximam e às recentes visitas que realizou a Timor, Hungria e Bangladesh, bem como à audiência que teve com Sua Santidade o Papa Leão XIV.
 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

No coração de Vila Viçosa: Portugal ajoelha-se aos pés da Padroeira a 8 de Dezembro!

Vila Viçosa prepara-se, uma vez mais, para celebrar com grande solenidade o Dia de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, no próximo 8 de Dezembro. As festividades, profundamente enraizadas na tradição religiosa e cultural do país, reúnem peregrinos, confrarias e fiéis de todo o território, que acorrem ao Santuário da Imaculada Conceição para um dia repleto de devoção e celebração.

As celebrações, organizadas pela Régia Confraria de NSA SRA da Conceição, com o apoio do município e da junta de Freguesia de Conceição, entre outras entidades, começam com a Novena preparatória, de 29 de Novembro a 7 de Dezembro, pelas 21 horas, com transmissão em directo na Rádio Campanário.

Dia 29 de Novembro, pelas 20h15, haverá catequese nocturna com inicio na Igreja de São Bartolomeu e confissões no Santuário. Dia 3 de Dezembro, pelas 15h00, realizar-se-á a celebração da Santa Unção.

Dia 4, um dos momentos altos acontece com o encontro das crianças com Nossa Senhora e à noite haverá confissões durante a novena assim como no dia 5 de Dezembro.

Dia 6 de Dezembro, o programa conta com uma inovação. A Régia Confraria programou um concerto com a Banda Carlista de Montemor-o-Novo, pelas 16 horas, e às 21 horas, o terço e celebração e Bênção de fiéis com nome “conceição”, um momento que também se realiza pela primeira vez. Neste contexto, a Régia Confraria apela à participação de todos os que tenham o referido nome.

No dia 7, dia que antecede as comemorações oficiais, realiza-se a eucaristia dominical pelas 11 horas e à tarde, pelas 18 horas a eucaristia com Bênção das Grávidas, este ano com cânticos com fados, outra das novidades apresentadas este ano. Pelas 21 horas desse mesmo dia, realiza-se o encerramento da novena e a Procissão das velas à volta do Castelo e a vigília de Oração.

No dia 8 de Dezembro, o Dia da Imaculada Conceição, realiza-se às 09h30 o Acolhimento dos peregrinos seguido da Recepção dos fiéis no Santuário, com recitação do Terço a cargo das Confrarias de Nossa Senhora da Conceição.

Pelas 11h00 realiza-se a Eucaristia da Solenidade da Imaculada Conceição, celebração presidida por S. Exa. Reverendíssima D. Francisco Senra Coelho, Arcebispo de Évora. Um dos momentos centrais do dia, reunindo a comunidade em oração pela Padroeira do país.

Pelas 15h00 terá lugar a Procissão em Honra de Nossa Senhora da Conceição, que percorrerá as ruas de Vila Viçosa, um dos actos mais significativos e participados da celebração.

Pelas 17h00 , no final da Procissão , terá lugar a Eucaristia da tarde e a celebração de Investidura de novos confrades, presidida por D. Sérgio Dinis, Bispo das Forças Armadas e de Segurança.

As celebrações terminam às 18h30 , com o acto de Consagração e Encerramento das Solenidades, momento final de entrega espiritual a Nossa Senhora da Conceição, encerrando com elevação e recolhimento um dia marcado pela fé e pela tradição.

As celebrações de 8 de Dezembro em Vila Viçosa são, todos os anos, um marco religioso de enorme significado nacional, recordando o voto histórico que fez de Nossa Senhora da Conceição a Padroeira de Portugal. A vila alentejana transforma-se, assim, num ponto de encontro entre fé, identidade e memória colectiva.

Fonte: Rádio Campanário

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Mensagem de 1º de Dezembro de S.A.R. Senhor D. Duarte de Bragança 2025

 

Tradicional mensagem de S.A.R. o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança aos portugueses no âmbito das celebrações do 385 aniversário da Restauração da Independência de Portugal.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

♔ | 1° de Dezembro de 1640 – Restauração da Independência

Não fora o facto de a ânsia de liberdade ir fazer eclodir, por fim, a revolta na capital, aquele dia 1 de Dezembro do ano de 1640, em tudo se assemelhava a um normal dia de Outono, pois a cidade de Lisboa acordara para o rame-rame habitual: os coches a rolarem com as senhoras da nobreza que se dirigiam para a missa, os operários das diversas guildas a desempenharem os seus mesteres, as tabernas com os habitués. Mas sentia-se o odor a mistério e a conspiração no ar! E os avisados, de quando em vez, desligavam-se da rotina dos seus afazeres e olhavam em volta procurando desenvolvimentos.
Assomaram então no Paço da Ribeira, como que surgidos de uma bruma que nem havia, o grupo patriótico dos 40 e tal Conjurados, entre eles, D. Antão de Almada – Conde de Avranches -, D. Miguel de Almeida – o de maior idade -, Francisco de Mello e seu irmão Jorge de Mello. Também, além de outros, António Saldanha, Pedro de Mendoça Furtado, Fernão Telles de Menezes, D. Manrique da Silva, Bernardim de Távora e o Dr. João Pinto Ribeiro.
Às 9h15m certas, invadiram o palácio da Duquesa e dominaram-lhe, facilmente a Guarda Alemã, subiram a escadaria e assomaram Francisco Soares de Albergaria e António Correia que perante a arrogante resistência foram despachados a chumbo; o Povo, que entretanto se juntara por passa a palavra e que desemborcara serpenteando de todos os lados, seguindo o Crucifixo do Padre Nicolau, ficou a aguardar no Terreiro do Paço o sinal de que a revolução tinha sido bem-sucedida, o que ocorreria com a defenestração de Miguel de Vasconcellos.
Miguel de Vasconcellos e Brito, Senhor do Morgado da Fonte Boa, era um oportunista político, tornando-se odiado pela nobreza e pelo povo por, sendo português, trair a sua Pátria e colaborar com a representante real servindo assim por interposta pessoa um Príncipe estrangeiro, Miguel de Vasconcellos seria a última e justa vítima da Restauração.
Aproximando-se o Natal do ano 1640, como a maioria dos castelhanos partira para Espanha, na capital portuguesa, ficaram a Duquesa de Mântua, a espanhola que, desde 1634, ocupava o cargo de Vice-Rei de Portugal, e o seu Secretário de Estado, o português Miguel de Vasconcellos e Brito. Margarida de Sabóia, Duquesa consorte de Mântua, era filha de Carlos Emanuel I, Duque de Sabóia e da Infanta Catarina Micaela de Espanha o que fazia dela neta materna de Felipe II – Felipe III de Espanha, o Rei-planeta – e prima direita de Felipe III – IV de Espanha. Esse parentesco fazia da Duquesa de Mântua um importante membro da família imperial dos Áustria ou Habsburgos, e por meio de uma aliança matrimonial casou com o futuro duque Francisco IV de Mântua e de Montferrat. Para esta nomeação na qual exerceu as funções de vice-rei de Portugal, em dependência do rei de Espanha, valeram-lhe as relações de parentesco real, mas, pela sua importância, devem ser reconhecidos os esforços de Diogo Soares, do Conselho de Portugal na capital espanhola, valido do Conde-Duque de Olivares e parente de Miguel de Vasconcellos que, em 1635, foi nomeado Secretário de Estado de Portugal, encarregando-se do governo do Reino.
Após, penetrarem no palácio, os patrióticos Conjurados procuraram pelo insidioso traidor, mas do secretário de estado nem sinal. E por mais voltas que dessem, não encontravam Miguel de Vasconcellos. Já tinham percorrido os salões, os gabinetes de trabalho, os aposentos do ministro, e nenhum sinal da criatura.
Ora acontece que Miguel de Vasconcellos, espantadiço, quando se apercebeu que não podia fugir, encolhera-se num armário fechado por dentro, com uma arma em riste. Mas o tamanho do armário era diminuto e o fugitivo, ao tentar posição mais confortável, remexeu-se lá dentro, restolhando a papelada lá guardada, denunciando-se. Foi quanto bastou para os Conjurados patriotas rebentarem a porta e o crivarem de balas. Era hora de dar o sinal ao Povo atirando o traidor pela janela fora!
Ainda antes, os Conjurados proclamaram “Rei” Dom João II de Bragança, aos gritos de:

“Liberdade! Liberdade! Viva El-Rei Dom João IV!”

Depois de D. Miguel de Almeida gritar à janela do Paço Real, “o Duque de Bragança é o nosso legítimo Rei!”, ocorreu, então, a célebre defenestração sendo o corpo de Miguel de Vasconcellos arremessado pela janela, caindo, ressupino, no meio de uma multidão enfurecida que acicatou sobre o cadáver todo o ódio acumulado por 60 anos de ocupação, cometendo verdadeiras atrocidades. Depois de ofendido pela turba justiceira, o destroço – que outrora constituiu um corpo – foi deixado in loco na marca da queda para ser desgastado e corroído pelos cães – sinal da mais genuína profanação e destino merecido por todos os traidores da Pátria.
A Duquesa de Mântua, abandonada pela guarnição castelhana, tentou, em vão, aplacar os ânimos do povo amotinado na Praça. Terá sido neste transe que, diante dos Conjurados, tentando assomar à janela do Paço para pedir a lealdade do povo, D. Carlos de Noronha, um dos líderes da sublevação, lhe terá remetido a frase:

“Se Vossa Alteza não quiser sair por aquela porta, terá que sair pela janela…”.

Temendo o mesmo destino, o de ser defenestrada como Miguel de Vasconcellos e Brito, isolada e sem apoios locais, a Duquesa, foi aprisionada nos seus aposentos.
Eram 9h30m do 1.º de Dezembro de 1640 e a Revolução, que pôs fim ao domínio castelhano de seis décadas, durou um curtíssimo quarto de hora e foi imediatamente apoiada por muitas comunidades urbanas e concelhos rurais em todo o país.

A 6 de Dezembro, D. João II, Duque de Bragança, desembarcaria na Casa da Índia e, como um César vitorioso, entraria triunfante, em Lisboa, para o seu desfile perante a ovação e os “Vivas!” de todos.

Viv’á Restauração! Viv’ó 1.° de Dezembro! Viva Portugal Independente!

Miguel Villas-Boas

Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

domingo, 30 de novembro de 2025

O Rei

 « Nos liberi sumus, rex noster liber est et manus nostrae nos libraverunt »



Êles o afirmam com aspeito grave,
- êles o afirmam com profunda voz.
Um côro imenso revoou p'la nave:
- « O Rei é livre e livres somos nós! »

- « O Rei é livre! » E o grito de Almacave
não foi sòmente o grito dos Avós.
Por mais que o tempo em nossas veias cave,
nunca desata êsses antigos nós!

« O Rei é livre! » E com o seu elmo erguido,
é Portugal tornado corpo e alma
na sucessão do tempo indefinido!

O sangue o diz! E o sangue não se engana!
Que ver o Rei na sua fôrça calma,
é ver a Pátria com figura humana!


António Sardinha, in Pequena Casa Lusitana


sábado, 29 de novembro de 2025

Novena da Imaculada Conceição

Rezar estas orações em cada um dos 9 dias da Novena (de 29 de Novembro a 7 de Dezembro), pedindo em cada um deles pelas intenções pelas quais a quer oferecer.

Avé Maria Puríssima, concebida sem pecado!

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ámen.

Louvemos e demos graças à Trindade Augusta de Deus que nos mostrou a Virgem vestida de sol, calçada de lua e coroada de doze estrelas (Pai-Nosso)

Louvemos e demos graças ao Pai Eterno que escolheu Maria para Filha (Glória ao Pai)

1. Louvado seja o Pai Eterno que predestinou Maria para Mãe do Seu Filho (Avé-Maria)
2. Louvado seja o Pai Eterno que preservou Maria de toda a culpa (Avé-Maria)
3. Louvado seja o Pai Eterno que adornou Maria com todas as virtudes (Avé-Maria)
4. Louvado seja o Pai Eterno que deu a Maria por esposo o puríssimo São José (Avé-Maria)

Louvemos e demos graças ao Filho de Deus, que escolheu Maria para Sua Mãe (Glória ao Pai)

5. Louvado seja o Filho de Deus que se encarnou e habitou em Maria Santíssima (Avé-Maria)
6. Louvado seja o Filho de Deus que nasceu de Maria sempre Virgem (Avé-Maria)
7. Louvado seja o Filho de Deus que deu a Maria todo o poder (Avé-Maria)
8. Louvado seja o Filho de Deus que nos deu Maria por Mãe (Avé-Maria)

Louvemos e demos graças ao Espírito Santo que escolheu Maria por sua esposa (Glória ao Pai)

9. Louvado seja o Espírito Santo por Quem Maria foi Virgem e Mãe (Avé-Maria)
10. Louvado seja o Espírito Santo por Quem Maria foi templo da Santíssima Trindade (Avé-Maria)
11. Louvado seja o Espírito Santo por Quem Maria foi assumpta ao Céu (Avé-Maria)
12. Louvado seja o Espírito Santo por Quem Maria foi medianeira de todas as graças (Avé-Maria)

V/ Bendita seja a Santa e Imaculada Conceição.
R/ Da Bem-aventurada Virgem Maria.

V/ Ó Maria concebida sem pecado.
R/ Rogai por nós que recorremos a Vós.

Oração (da Missa de 8 de Dezembro):
Ó Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem preparastes para Vosso Filho digna morada, nós Vos suplicamos humildemente que, assim como, em atenção aos merecimentos desse mesmo Filho, Vos dignastes preservá-la de toda mácula, nos concedais igualmente, por sua intercessão, a graça de chegarmos a Vós limpos do pecado. Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Ámen

Oração (escrita pelo Papa São Pio X):
Virgem santa que agradastes ao Senhor a ponto de vos tornardes Sua Mãe, Virgem Imaculada no corpo, na alma, na fé, no amor, olhai com bondade os infelizes que imploram a vossa poderosa protecção. A serpente infernal contra a qual foi lançada a primeira maldição continua a combater e a tentar os pobres filhos de Eva.

Vós, nossa Mãe abençoada, nossa Rainha, nossa advogada, vós que esmagastes a cabeça do inimigo desde o primeiro instante de vossa Conceição, recebei as nossas orações e, nós vos suplicamos, unidos num único coração, apresentai-as diante do trono de Deus, para que nunca nos deixemos cair nas armadilhas que nos são preparadas, mas que cheguemos todos ao porto da Salvação e que, no meio de tantos perigos, a Igreja e a sociedade cristã cantem mais uma vez o hino da liberdade, da vitória e da paz. Ámen

 Fonte: Senza Pagare

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

♔ | ‘Nossa Senhora da Conceição’, Uma Senha Para A Restauração & O Jantar dos Conjurados


Estava uma noite escura e fria, típica do Outono que já ia adiantado, e a neblina envolvia em segredo aquelas figuras que afundadas em capas e capotes negros se abafavam não só do frio, mas se escondiam de olhares indagantes. Os seus largos chapéus de abas e plumas escuras pareciam bailar enquanto as figuras que mal se recortavam no breu se esgueiravam pela noite adentro, sem outra coisa que os denunciasse que não fosse o brilho nos olhos de quem tinha a razão do seu lado, e os tacões que quando em vez apanhando um solo mais seco troavam, fazendo ladrar um cão na vizinhança. Convergiam todos para uma pequena porta incrustada na velha muralha fernandina.
Um a um, ou às vezes até mais quando o objectivo os fazia convergir ao mesmo tempo, batiam à portinhola e perguntavam-lhes um a um:

– Ao que vem, Vossa Mercê?
Uma voz abafada respondia com a senha que lhe dava direito a entrar:

– ‘Nossa Senhora da Conceição!’

Dita a senha e depois de reconhecidas as caras do outro lado pelo proprietário as figuras que se moviam esguias na noite entravam e desciam, um a um, os estreitos degraus – porque não dava para o fazer de par em par – até desembocar no jardim do que parecia ser um Palácio. Iam entrando numa pequena sala na qual desembocava a escadaria, e que umas velas de luz mortiça teimavam em não se deixar apagar para alumiar os presentes. O encontro tinha que ser assim, no secretismo que aquele lugar possibilitava por estar longe dos olhares curiosos dos demais habitantes do Palácio, especialmente da criadagem – sempre de língua solta! -, até porque aquilo não era uma tertúlia, mas uma Conjura!
Livres dos embuços que serviram para os camuflar na noite, cumprimentaram-se todos efusivamente.
Esta reunião no Palácio dos Almadas, em Lisboa, na noite de 12 de Outubro de 1640, foi a mais importante de todas da Conjuração, pois além de D. Antão de Almada – da tão fidalga e nobre família que tanto já tinha dado à sua Nação e se preparava para ainda mais dar -, incluiu ainda D. Miguel de Almeida – o decano destes Conjurados -, o Monteiro-mor Francisco de Mello e seu irmão Jorge de Mello, António Saldanha, Pedro de Mendoça Furtado e o agente do Duque de Bragança em Lisboa, João Pinto Ribeiro.
Que fazia convergir todos aqueles homens da Nobreza Portuguesa para aquelas reuniões conspirativas? A resposta era a Restauração da Liberdade nacional!
A Conjuração que levaria à Restauração da Independência de Portugal, em 1 de Dezembro de 1640, não foi obrada por aventureiros com agendas pessoais, ou projectos de poder, ou simples romantismo serôdio. Importa enquadrar no tempo e espaço, e fazer um retrato do plano geral. O que levaria aquele escol de homens, que ganharam a posteridade conhecidos como os 40 Conjurados, e, membros da mais distinta Nobreza Portuguesa, à possibilidade de sofrer os perigos que representava a Revolução para resgatar a Pátria Portuguesa às mãos do castelhano?!
Durante o Domínio Filipino da nossa Pátria, sobretudo no de Filipe III (IV de Espanha), Portugal, na prática, tratava-se de província espanhola, governada à distância, por quem não demonstrava qualquer cuidado com os interesses e anseios dos portugueses.

O desaparecimento d’El-Rei D. Sebastião em Alcácer Quibir, em 1578, sem descendência, abriu caminho, em Portugal, a uma crise de sucessão dinástica que interrompeu a linha natural da Dinastia de Avis e, consequentemente, ao risco de União Ibérica. O Cardeal D. Henrique, tio-avô do rei Sebastião, sucedeu ao trono português em 1578, após a morte do Rei, contudo devido à sua idade avançada e à sua condição de religioso, não ofereceu a segurança da descendência, o que levou a uma crise dinástica após a sua morte, em 1580, e à aclamação de Filipe II de Espanha nas Cortes de Tomar, em 1581, como rei Filipe I de Portugal e que culminaria com a constituição da Monarquia Dual.
Todavia, a perda da independência portuguesa não consequência directa da morte do Cardeal-rei D. Henrique, uma vez que após o seu falecimento, apresentaram-se três pretendentes ao trono português, todos eles netos d’El-Rei D. Manuel I. D. António, Prior do Crato, D. Catarina, Duquesa de Bragança, e D. Filipe II de Espanha, este último foi apoiado pela nobreza e pela burguesia – segundo se diz comprou esse apoio.
D. António de Portugal nasceu em Lisboa, em 1531, e morreu, em Paris, a 26 de Agosto de 1595, e ficou conhecido pelo cognome de “o Prior do Crato”.
Era filho legitimado do Infante D. Luís e, desta forma, neto d’El-Rei D. Manuel I, e por isso foi um dos candidatos ao trono português durante a crise sucessória de 1580, resultado das mortes d’El-Rei Dom Sebastião em Alcácer Quibir e do Cardeal-Rei Dom Henrique, sem descendência.
Destinado pelo pai à vida eclesiástica, D. António cedo preferiu a vida mundana, o que terá contribuído, desde cedo, para a animosidade que sempre lhe reservou o seu tio o Cardeal D. Henrique, que sempre lhe negou a dignidade própria a um filho de Infante e neto de Rei.
Encontrando-se o Cardeal-Rei Dom Henrique, 17.º Rei de Portugal, muito doente, e uma vez que não tinha descendentes, pois não lhe fora concedida dispensa Papal para de casar, convocou a 11 de Janeiro, em 1580, as Cortes de Almeirim, para assim se proceder à nomeação de sucessor ao trono de Portugal. D. Henrique havia convidado todos quantos se julgassem nesse direito a exporem por escrito as suas razões, e por sua vez hesitava entre Filipe II de Espanha e D. Catarina de Bragança, filha de D. Duarte de Portugal, 4.º Duque de Guimarães, e neta de D. Manuel I. Por sua vez, o Povo, nos seus vários estratos, queria aclamar D. António, Prior do Crato, neto de D. Manuel I, por recear a perda da independência de Portugal. No final de Janeiro de 1580, D. Henrique faleceu sem ser designado o herdeiro.
A 24 de Julho de 1580, D. António I foi Aclamado Rei pelo Povo no Castelo de Santarém e, depois em Lisboa e Setúbal.
Consequentemente, em Novembro de 1580, Filipe II de Espanha, incumbiu o Duque de Alba de invadir Portugal para reivindicar o Reino à força. Às mãos do mais poderoso exército europeu, à época, após a Batalha de Alcântara, em que num derradeiro acto de heróica resistência D. António comandou o que sobejava da cavalaria e o povo mal-armado de Lisboa, a Capital caiu rapidamente e o rei espanhol foi proclamado Rei de Portugal, sobretudo pela alta nobreza, mas com a condição de que o reino de Portugal e seus territórios ultramarinos não se tornassem províncias espanholas.
D. António decidiu então levar a resistência para Norte – sempre mais desafecto a ceder na sua liberdade e independência – e, juntamente, com um povo armado apenas de paus, pás e foices, libertou Coimbra, a seguir Aveiro, depois o Porto e foi até Viana da Foz do Lima, onde a clara hegemonia das tropas castelhanas se fez sentir, obrigando o 18.° Rei de Portugal a fugir. Filipe de Espanha ofereceu uma recompensa de milhares de ducados a quem capturasse Dom António “vivo ou morto”, mas o “Prior do Crato” refugiou-se no arquipélago dos Açores, e dessa forma Angra (desde o séc. XIX ‘do Heroísmo’) foi capital do reino de Portugal entre 5 de Agosto de 1580 e 6 de Agosto de 1582, enquanto D. António, Prior do Crato, ali estabeleceu o seu governo, onde inclusive cunhou moeda. A estocada final na independência do Reino e no reinado de Dom António, foi a Batalha Naval de Vila Franca, travada no dia 26 de Julho de 1582, em Ponta Delgada, a sul da ilha de São Miguel, Açores, entre uma esquadra aliada luso-francesa, comandada por Filippo Strozzi, e uma armada espanhola, que incluía parte da armada portuguesa afeta a Filipe I (II de Espanha), comandada por Don Álvaro de Bazán, Marquês de Santa Cruz, que utilizou pela primeira vez numa batalha naval, os grandes galeões, Assim, em inferioridade as forças luso-francesas foram derrotadas, seguindo-se um violento massacre dos castelhanos sobre os portugueses, em Vila Franca do Campo – sendo o maior de que há memória nos Açores. A hecatombe causou, entre a batalha naval e a subsequente chacina, um total de 2.500 mortos.
O Determinado, o Lutador ou o Independentista, como, também, foi cognominado, teve de partir para o exílio. Não obstante, e por tudo o explanado, a Plataforma de Cidadania Monárquica, a exemplo, da maioria dos Monárquicos reconhece que Dom António de Portugal, Prior do Crato, foi o 18.° Rei de Portugal, e o último Monarca da Dinastia de Avis, como Sua Alteza Real El-Rei Dom António I de Portugal.
Mas. continuando a crónica dos factos, Filipe II invadiu Portugal e foi aclamado rei, iniciando a União Ibérica que durou até 1640.
A União entre as coroas não teve aprovação homogénea de ambos os lados desde seu início . A Restauração teve apoio de nobres e aristocratas, que se vinham organizando desde 1638 contra as políticas de descentralização e neutralização, administradas pelo duque de Olivares. O novo rei não foi aclamado como o esperado e ainda teve que encarar a desconfiança do povo, que aguardava o retorno do rei encoberto que os libertaria do jugo espanhol.
Durante o Domínio Filipino da nossa Pátria, sobretudo no de Filipe III (IV de Espanha), Portugal, na prática, tratava-se de província espanhola, governada à distância, por quem não demonstrava qualquer cuidado com os interesses e anseios dos portugueses.
No início do reinado de Filipe III, então com 16 anos, em 1621, instalou-se em Madrid a política centralista de Gaspar Filipe de Gusmán, Conde-Duque de Olivares, plasmada no seu “Projecto Instrucción sobre el gobierno de Espanha”, de 1625, apontada à obliteração da autonomia portuguesa, abduzindo por completo o Reino de Portugal.

O conde-duque de Olivares foi um nobre e político espanhol do século XVII, III conde de Olivares, I duque de Sanlúcar la Mayor, I duque de Medina de las Torres, I conde de Arzarcóllar, I príncipe de Aracena e valido do rei Felipe IV da Espanha. Seu nome completo era Gaspar de Guzmán y Pimentel Ribera y Velasco de Tovar. Ele nasceu em 6 de janeiro de 1587 em Roma, Itália, e faleceu em 22 de julho de 1645 em Toro, Espanha . Ele é conhecido por ser o principal conselheiro do rei Felipe IV e por ter desempenhado um papel importante na política espanhola durante o século XVII.
Este documento de intenções apontava três sentidos

1º – Realizar uma cuidadosa política de casamentos, para confundir e unificar os vassalos de Portugal e de Espanha;
2º – Ir o rei Filipe IV fazer corte temporária em Lisboa;
3º – Abandonar definitivamente a letra e o espírito dos capítulos das Cortes de Tomar (1581), que colocava na dependência do Governo autónomo de Portugal os portugueses admitidos nos cargos militares e administrativos do Reino e do Ultramar (Oriente, África e Brasil), passando estes a ser Vice-reis, Embaixadores e oficiais palatinos de Espanha.

A Governação dos Filipes transformara-se em tirania. Como de simples nativos se tratassem, os habitantes serviam unicamente para serem visitados pelo cobrador de impostos. Este confisco em nada beneficiava o País, pois o tributo não era repartido para fruir as necessidades e premências de Portugal e o bem comum dos naturais, mas ajudavam tão só a custear as despesas do Império espanhol.
Foi sobretudo esta política fiscal que abriu o caminho para a Restauração. Ainda, em 1628, aconteceu o Motim das Maçarocas, no Porto, revolta contra o imposto do linho fiado; depois, em Agosto de 1637, foram os protestos e a violência, que ficaram conhecidas por Alterações de Évora, e que tiveram origem no aumento do imposto do real de água e a sua generalização a todo o Reino de Portugal, assim como o aumento do imposto da Sisa elevado para 25%. Apesar da revolta ter sido instigada pelo Procurador e pelo Escrivão do povo – acicatados ainda pelo imposto da meia-anata -, numa manobra para manter o anonimato dos impulsionadores, as ordens para a marcha da insurreição surgiram assinadas pelo ‘Manuelinho’, um pobre demente da cidade alentejana. As Alterações de Évora, contagiariam todo o País e alastraram a Sousel, Crato, Santarém, Tancos, Abrantes, Vila Viçosa, Porto, Viana do Castelo, Bragança, Beira e Algarve.
Vulgarizam-se os panfletos populares contra Filipe III (IV):

‘Que teve em ti Portugal?
Grande mal.
E de seres seu Senhor?
Gram rigor.
Que teve dos castelhanos?
Grandes danos.’

A Restauração da Independência de Portugal foi um processo histórico que procurou a autonomia portuguesa após sessenta anos de União Ibérica (1580-1640). Foi o messianismo Bragantino que acabou por ser utilizado para legitimar a ascensão de D. João IV, baseado na lealdade dos nobres e na dinastia que descendia de D. Manuel. Acompanhado do surgimento do nacionalismo na figura do Quinto Império, procurava relacionar as glórias do passado e vitórias do futuro.
Desta forma, o descontentamento era transversal a toda a Sociedade portuguesa: a Nobreza via os poucos cargos de administração que, ainda, sobejavam no Reino de Portugal – uma vez que a Corte estava em Madrid -, e, que outrora haviam sido dos seus antepassados, ocupados pelos ocupantes estrangeiros. Além disso, eram obrigados a alistar-se no exército espanhol suportando todas as despesas, e os que a sua idade já desobrigava da prestação obrigatória do serviço militar retiraram-se para a província, onde viviam nos seus palacetes e solares subsistindo com o mínimo de dignidade que impunham os pergaminhos de família.
Também, a Burguesia estava desiludida e em rota de colisão com a pobreza, pois em consequência da belicosidade castelhana com as demais nações europeias, os territórios e navios portugueses eram atacados e saqueados, ficando os corsários Ingleses, Franceses e Holandeses, com os produtos originários dessas terras e que outrora, os portugueses, comerciavam proveitosamente. Assim, comércio e respectivo lucro haviam caído a pique.
Apesar da insurreição de Évora, em 1637, não ter derrubado o Governo pró-Castela de Lisboa, consequência da repressão das tropas castelhanas que vieram em seu auxílio e que evitaram logo ali a revolução, já ninguém podia mudar o curso das vontades independentistas.
A Restauração da Independência de Portugal foi um processo histórico que procurou a autonomia portuguesa após sessenta anos de União Ibérica (1580-1640). A União entre as coroas não teve aprovação homogénea de ambos os lados desde seu início . A Restauração teve apoio de nobres e aristocratas, que se vinham organizando desde 1638 contra as políticas de descentralização e neutralização, administradas pelo duque de Olivares. O novo rei não foi aclamado como o esperado e ainda teve que encarar a desconfiança do povo, que aguardava o retorno do rei encoberto que os libertaria do jugo espanhol. Foi o messianismo Bragantino que acabou por ser utilizado para legitimar a ascensão de D. João IV, baseado na lealdade dos nobres e na dinastia que descendia de D. Manuel. Acompanhado do surgimento do nacionalismo na figura do Quinto Império, procurava relacionar as glórias do passado e vitórias do futuro.
Para isso muito contribuiu Gonçalo Annes Bandarra, ou ainda Gonçalo Annes, o Bandarra, um autor, profeta e sapateiro Português, nascido em Trancoso, autor de Trovas Messiânicas que ficaram posteriormente ligadas ao sebastianismo e ao milenarismo português.

‘Se Portugal foi grande,
muito maior há-de ser,
quando um Divino poder,
vier de longe e o mande’.

‘Está a aproximar-se a hora, e o dia da formação,
de uma tão grande nação, que todo o mundo ignora.
Nesta nação nascerá, o Quinto Império do mundo,
quando vier o Segundo, do lugar onde ele está.’

Muitos viram nesta profecia do ‘segundo’ que se referia a D. João II de Bragança, II porque a exemplo dos Reis os Duques de Bragança têm numeração.

As Trovas nas quais Bandarra falava do futuro de um povo que se havia de cumprir, denotava. Em 1603, D. João de Castro editou-as e comentou-as numa obra impressa em Paris e intitulada Paráfrase e Concordância de Algumas Profecias de Bandarra. As Trovas foram interpretadas como uma profecia ao regresso do Rei D. Sebastião após o seu desaparecimento na Batalha de Alcácer–Quibir em Agosto de 1578.
Em 1639, D. João, o 8.° Duque de Bragança, recém-nomeado Governador de Armas do Reino, instalou-se em Almada onde começou a receber a visita da nobreza e fidalguia, entre os quais D. Francisco de Mello que lhe começa a incutir as ideias da Restauração da independência.
Escrevera, o Bandarra:

‘Saia, saia esse Infante bem andante,
O seu nome é D. João
Tire, e leve o pendão, E o guião
Poderoso e triunfante.
Vir-lhe-ão novas num instante
Daquelas terras prezadas,
As quais estão declaradas
E afirmadas pelo Rei dali em diante.’

Após sessenta anos de jugo castelhano, Portugal estava exaurido pelo imposto, com a economia de rastos, sem a outrora Marinha de causar admiração, despovoado pela mobilização de recrutas para combater as guerras de Filipe III e do Conde-Duque de Olivares e, também, uma outra vez os Três Estados estavam unidos no mesmo desiderato. Crescia a crença do Sebastianismo a que ajudavam as visões feitas profecias do sapateiro Bandarra; elevado a áugure. Tudo confluía para a necessidade e possibilidade de um novo Rei Português. Para Coroar o Reino com sangue portucalense como futuro Rei Dom João IV de Portugal. quem melhor do que o trineto de Dom Manuel I, o Venturoso: Dom João II de Bragança, Duque de Bragança, Conde-Duque de Barcelos, Duque de Guimarães e Marquês de Vila Viçosa.
Então, os acontecimentos precipitam-se, pois eclode uma revolta na Catalunha, também, contra o centralismo do Conde-Duque de Olivares. A 7 de Junho de 1640, O rei Filipe III (IV de Espanha) convoca Dom João (II) de Bragança para o assistir na viagem à Catalunha e colaborar na campanha de repressão que ia empreender. O Duque de Bragança enjeitou a convocação de Filipe IV, no que foi seguido por muitos nobres portugueses que receberam idêntica intimação, recusando-se também a obedecer a Castela.
Foi, então, que, secretamente, se congregou um grupo de Nobres – que viriam a ser denominados de Conjurados. Nas suas reuniões, no Palácio dos Almadas, propriedade de Dom Antão de Almada, 7.º Conde de Avranches, o grupo patriótico português nascido clandestinamente, começou a analisar e engendrar a melhor forma de revolta contra o domínio castelhano. Principiaram então a tecer uma revolta que desse garantia de êxito.
Na segunda quinzena de Outubro acontece um encontro entre Pedro de Mendoça Furtado e Dom João II de Bragança onde o Duque é instigado a assumir o seu dever de defesa da autonomia portuguesa, assumindo o Ceptro e a Coroa de Portugal: segundo o direito consuetudinário do País, pelo direito da representação Dom João II de Bragança era o candidato natural e legítimo, pois era filho varão primogénito do 7.º Duque de Bragança, D. Teodósio II, e como tal neto de D. João I de Bragança e da Infanta Dona Catarina, Duquesa de Bragança, e tal como Filipe I, neta d’ El-Rei Dom Manuel I de Portugal. Filipe I, sendo um Príncipe estrangeiro, não tinha direito ao trono português, tanto mais que havia, segundo estas leis do País um candidato natural e legítimo: Dona Catarina, Duquesa de Bragança, pois a Lei portuguesa não afastava as mulheres da sucessão ao trono.
Por tudo isto, já em 1635, por altura do casamento de Dom Francisco de Mello, 3.º Marquês de Ferreira, D. João II de Bragança foi recebido como um Rei a ser, em Évora.
Eclode, então, uma revolta na Catalunha, também, contra o centralismo do Conde-Duque de Olivares. A 7 de Junho de 1640, o Rei Filipe IV convoca Dom João II de Bragança para o assistir na viagem à Catalunha e colaborar na campanha de repressão que ia empreender. O Duque de Bragança enjeitou a convocação de Filipe IV, no que foi seguido por muitos nobres portugueses que receberam idêntica intimação, recusando-se também a obedecer a Castela.
No Palácio dos Almadas, na noite de 12 de Outubro de 1640, os Conjurados decidiram indigitar um deles para se encontrar com o Duque de Bragança, no Paço Ducal de Vila Viçosa.
Como ficara decidido, na famosa reunião que agregara os célebres Conjurados, o encontro entre Pedro de Mendoça Furtado e o ainda hesitante Dom João II de Bragança acontece na segunda quinzena de Outubro, e o Duque é instigado a assumir o seu dever de defesa da independência portuguesa, assumindo a Coroa de Portugal sob pena da Restauração seguir em frente e Portugal se tornar uma República Aristocrática, a exemplo da, então, República de Veneza. Dom João II de Bragança mostra-se favorável a assumir a Coroa e o Ceptro do Reino e o Trono dos seus Maiores, mas reserva uma resposta definitiva para depois de umas consultas com o Marquês de Ferreira, o Conde de Vimioso, o secretário António Paes Viegas e a própria Duquesa de Bragança, D. Luísa de Gusmão. Todos se mostrando favoráveis, Dom João II de Bragança decide apoiar incondicionalmente o coup.

Nas suas reuniões, no Palácio dos Almadas, propriedade do então titular, Dom Antão de Almada, 7.º Conde de Avranches, o grupo patriótico português nascido clandestinamente, que secretamente, começou a congregar-se, quando a noite já ia alta, que viria a ser denominado de ’40 Conjurados’, começou a analisar e engendrar a melhor forma de revolta contra o domínio castelhano.
A 10 de Novembro, o Duque entrega a João Pinto Ribeiro duas cartas com instruções: uma para D. Miguel de Almeida e outra para Pedro de Mendoça Furtado, que as recebem em 21 desse mês.
Era necessário apoio do Povo e também do Clero! Ora, os novos impostos lançados sem a autorização das Cortes empobrecia a população, e isso, também, se repercutia nos donativos à Igreja. Assim, a restauração seria do interesse dos Três-Estados. Faltava escolher o dia certo.
Somavam-se hesitações quanto ao dia perfeito para o golpe da Restauração, mas a 30 de Novembro, Dom João II de Bragança confirma a data do dia seguinte para a revolta: ‘A sua vida, sendo necessária, havia de ser a primeira que se desse pela liberdade da Pátria’, disse o futuro Rei Dom João IV, O Restaurador.
Foi, então, agendada a revolução para o 1.º de Dezembro.

Miguel Villas-Boas

Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Dia da Medalha Milagrosa

Hoje é dia de Nossa Senhora das Graças, também conhecido por dia da Medalha Milagrosa. Quando Nossa Senhora das Graças apareceu a Santa Catarina Labouré (1830) pediu-lhe que fizesse uma medalha, através da qual teria muitas graças para dar a quem a usasse com devoção.

Na visão, a Virgem Maria aparecia com os braços estendidos, e as mãos voltadas para a terra. Tinha vários anéis de pedras preciosas dos quais saiam raios de luz, e disse: "Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem."

À sua volta apareceu a frase: "Ó Maria concebida sem pecado rogai por nós que recorremos a vós".

Foram tantos os milagres que hoje em dia essa medalha é conhecida como 'Medalha Milagrosa'.


quarta-feira, 26 de novembro de 2025

25 de Novembro 1975: O Dia em que Portugal Disse ‘Não’ ao Abismo

Na companhia de Brandão Ferreira, vamos revisitar o 25 de Novembro de 1975, o dia que salvou Portugal de uma guerra civil, travou a tentativa de imposição de um regime totalitário e restituiu ao povo a liberdade que lhe estavam a tentar tirar.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

26º ANIVERSÁRIO DE S. A. O INFANTE D. DINIS DE SANTA MARIA, DUQUE DO PORTO


SUA ALTEZA SERENÍSSIMA O INFANTE Dom Dinis de Santa Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco João nasceu no dia 25 de Novembro de 1999, em Lisboa, sendo o terceiro filho de SS. AA. RR. Dom Duarte Pio e Dona Isabel, os Duques de Bragança.


Para o nosso Infante Bem-Amado, que hoje celebra o seu aniversário, pedimos a Deus que lhe dê longa Vida, Saúde, Sucesso, Felicidade e muito Amor e desejamos que todos os dias o Seu Anjo da Guarda O proteja e guie.


VIVA O DUQUE DO PORTO!

VIVA A FAMÍLIA REAL!

VIVA PORTUGAL!

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Correio Real nº 32


Para distribuição no final do mês está prestes a seguir para a gráfica mais um número da revista Correio Real. A edição inclui uma entrevista ao Duque do Porto, o Infante Dom Dinis, a cumprir um programa Erasmus em Milão; um ensaio sobre o Rei Dom Dinis nos relatos de viajantes estrangeiros no âmbito dos 700 anos da sua morte da autoria de Xavier Reis; e um artigo de António Pinheiro Marques sobre a educação das princesas de Espanha, além de diversos textos de opinião, notícias das actividades do Movimento Monárquico e da Família Real Portuguesa.