segunda-feira, 20 de maio de 2024

Algumas Vantagens da Monarquia

🔹 A continuidade do monarca, que garante a estabilidade, a unidade e a identidade nacional, evitando conflitos e disputas pelo poder.
🔹 A neutralidade do monarca, que permite que ele seja um árbitro imparcial e um mediador entre os diferentes interesses e grupos sociais, políticos e económicos.
🔹 A representatividade do monarca, que faz dele um símbolo da nação, da cultura, da história e dos valores do povo, além de um embaixador e um defensor dos interesses nacionais no cenário internacional.
🔹 A preservação da história, da tradição e da cultura do país, valorizando o património e a memória nacional.
🔹 A promoção da coesão, da harmonia e da solidariedade social, fortalecendo o sentimento de pertencimento e de identidade nacional.
🔹 A garantia da ordem, da segurança e da paz, evitando golpes, revoluções, guerras civis e crises institucionais.
🔹 A protecção da democracia, da liberdade e dos direitos humanos, assegurando o respeito à constituição, às leis, às instituições e à vontade popular.
🔹 A atracção de investimentos, de turismo e de prestígio, gerando desenvolvimento económico, social e cultural para o país.
🔹 O baixo custo das Monarquias face às receitas que geram, e ao escrutínio constante do orçamento real. As Famílias Reais ficam muito mais baratas do que os Presidentes: a dotação orçamental do Rei de Inglaterra é de 47 milhões de euros, a do Presidente da República Italiana é de 228 milhões de euros, e no último caso, fora de Itália, quase ninguém sabe quem ele é. Um estudo feito pela consultora Brand Finance, a marca da realeza britânica está avaliada em quase £ 44,5 biliões, isso porque tudo o que envolve a monarquia britânica é altamente rentável, como por exemplo os Casamentos Reais, os eventos em torno dos Jubileus de 60 e 70 anos de Reinado da Rainha Elizabeth II, agora a Coroação do novo Rei, tornando-se parte importante para o equilíbrio e mesmo crescimento da economia britânica.
A Monarquia belga custa 13,7 milhões de euros ao erário público do país. Tanto as Monarquias do Reino da Dinamarca e do Reino da Suécia têm, cada uma, o mesmo custo anual de 12 milhões de euros e no Luxemburgo a Família Grão-Ducal fica-se pelo custo de 8,7 milhões de euros anuais. A dotação orçamental da Casa d’el Rey de Espanha é de 8 milhões de euros, já o Presidente da República Francesa tem um orçamento de funcionamento de 103 milhões de Euros, ou seja, custa 13 vezes mais que a Família Real Espanhola. Ressalte-se que o Príncipe do Liechtenstein não recebe dos contribuintes ou do próprio Estado o pagamento das suas funções como Chefe de Estado. O custo total dessa Monarquia, ao contrário dos chefes de estado das repúblicas e de quase todas as outras monarquias, é coberto pelos fundos privados do Príncipe ou da Casa Principesca do Liechtenstein.
🔹 'Rex eris si recte facies, si non facies non eris - serás rei se actuares rectamente, se não actuares, não serás’.
Primeiro foi o grande Horácio (Venúsia, 8 de Dezembro de 65 a.C. — Roma, 27 de Novembro de 8 a.C.), poeta lírico e satírico romano que enunciou a tese acima, depois esta foi recolhida e completada por Santo Isidoro de Sevilha (c. 560, Cartagena - 4 de Abril de 636, Sevilha), "o último académico do mundo antigo”, e depois elevada à categoria de princípio político fundamental na Monarquia Visigótica.
Quando os portucalenses, esse povo calaico e suevo, com idiossincrasias distintas dos visigodos leoneses e castelhanos, quis que o mais valente e insigne de todos os Infantes os conduzisse à independência, não vislumbrou nele uma centelha sagrada, mas uma valentia e nobreza que lhes interessava para seu primus inter pares. Não o viram apenas como um ungido e como tal com o direito divino de reinar, como acontecia nas monarquias absolutas, mas elegeram-no para conduzir a Nação Portucalense e que haveria de unificar os 5 Reinos (Suevos, Visigodos, Lusitanos, Bracos e Alanos), para nascer como Portugal.
Assim, no Reino de Portugal, nunca a Soberania foi cativada pelos Reis, mas os primeiros Monarcas Portugueses exerciam a Soberania por delegação da Comunidade por intermédio de um pactum subjectionis em que o mandato real era limitado, uma vez que o poder vinha directamente de Deus para o Povo tendo estes súbditos o poder in habitu e os reis apenas o poder in actu.
Assim, desde que o Primeiro Rei de Portugal fundou esta tão grande Nação com o auxílio dos Infanções Portucalenses, foi através de um Alevantamento de todos, que naquela linda manhã do Dia de San’ Tiago, em 1139, foi alçado no Trono El-Rei Dom Afonso Henriques, este reinou sempre de acordo com a vontade expressa de todos os Portugueses e já como Rei de Portugal de acordo com o desejo de todo o Reino. Assim reinaram seus filhos, netos, bisnetos, etc., nos 771 anos da Monarquia Portuguesa: por delegação e vontade da Comunidade portuguesa.
Por que se diz que era de acordo com a vontade expressa de todo o Reino?
Assim acontecia, porque o poder real era legitimado pelas Cortes Gerais da Nação Portuguesa. As Cortes eram assembleias políticas, Gerais ou Extraordinárias, os órgãos políticos de carácter consultivo e deliberativo das Monarquias orgânicas. Eram convocadas pelo Rei, ou em seu nome, para as diferentes classes sociais estabelecidas em três Ordens: o Primeiro Estado, fronde do Clero; o Segundo Estado, fronde da Nobreza; e o Terceiro Estado, braço do Povo.
As Cortes da Monarquia Portuguesa eram uma evolução dos concílios nacionais da monarquia visigótica, e, a designação de Cortes provém do nome de Corte dado a cada uma das várias audiências pelas quais se desenvolviam os trabalhos da Assembleia.
Assim a legitimação dos Reis resulta destes receberem o poder do Povo para governar sob a obrigação implícita de reinar bem. O Rei coloca-se ao serviço da Nação – a servidão de reinar de que falava D. Pedro V - caso contrário, se ele não cumprir quaisquer deveres próprios à função real, a Comunidade pode destroná-lo. A Nação não é obrigada a amargar um Rei despótico e caprichoso ou um incapaz e por isso mesmo o Monarca pode ser deposto por Cortes Gerais. É a repristinação do mandamento do direito visigótico de que o Rei tem de reinar justamente: ‘És Rei se fizeres rectamente, se não fizeres, não és’, que foi plasmado nas leis do Reino e depois nas Constituições do Reino de Portugal.
‘Os Tês Estados destes Reinos de Portugal, juntos nestas Cortes, onde representam os mesmos Reinos e em todo o poder que neles há, consultarão que por princípio delas deviam fazer assento por escrito firmado por todos (…) E pressupondo por cousa certa em direito, que ao Reino somente compete (…) eximir-se também de sua sujeição e domínio, quando o Rei por seu modo de governo se fez indigno de reinar, por quanto este poder lhe ficou, quando os povos a principio transferirão o seu poder no Rei para os governar’, escreveu Ayres de Campos in ‘O poder Real e as Cortes’.
Para castigar o Rei que fazia mau uso do poder ou que não tivesse capacidade para governar e administrar o poder que lhe havia sido conferido pela Comunidade, as Cortes Gerais, e depois, na Monarquia Constitucional – onde entre o Rei e o Povo já existia um pactum unionis - o Parlamento, também chamado de Cortes, dispunham de meios que iam desde a ab-rogação das regalias reais, pela instituição de uma Regência, ou mesmo pela extremada deposição do Rei para por fim ao problema. Isso passavam as Leis da Monarquia Portuguesa e depois na sua vigência Constitucional o Art. 15° da Carta Constitucional de 1826.
Assim, em Portugal, no caso particular de Dom Sancho II, por mau governo, no caso de D. Afonso VI por incapacidade, os Reis foram afastados com base nesse princípio enunciado. Essa é uma das grandes diferenças: em Monarquia quando um Rei era 'tolo' ou injusto era logo afastado.

Miguel Villas-Boas

domingo, 19 de maio de 2024

O fogo do Pentecostes deve ser espalhado


Há uma admirável harmonia na obra da salvação do mundo. O povo hebreu teve o seu tempo Pascal, em memória da sua libertação da opressão egípcia, pelo sangue do cordeiro, figura profética da Páscoa cristã que é a libertação da opressão do mundo sob o jugo de Satanás, pelo sangue do verdadeiro Cordeiro, Nosso Senhor Jesus Cristo. Cinquenta dias depois de os hebreus deixarem o Egipto, eles receberam no Monte Sinai a Lei que os governaria e faria deles, no meio dos gentios, o povo de Deus. Foi também a primeira figura profética de Pentecostes do segundo, o pentecostes cristão. 

Mas o Pentecostes Cristão não chama a atenção para o trovão e o relâmpago do Sinai. Ela só lembra que, 50 dias depois da Ressurreição de Nosso Salvador, o Espírito Santo desceu, sob a forma de línguas de fogo, sobre os Apóstolos unidos no Cenáculo. Esta não é mais a promulgação aterradora da Lei que acorrentou o povo hebreu em sua observância pelo medo de castigos; antes, é o dom da luz e da força que deve difundir a caridade de Deus em todo o mundo e, por essa caridade, a prática da lei evangélica.

Com o Espírito Santo, é uma Caridade substancial que toma posse do mundo para trazê-lo de volta a Deus. E uma vez desceu sobre a terra, esta Caridade não a deixará novamente. Ela permeará todos os povos, insinuará a si mesma em todas as almas, conquistador divino e, pouco a pouco, sob seu suave e forte impulso, descobriu-se que o mundo era católico. Obra de Caridade, esta maravilhosa transformação que lançou aos pés de Jesus tantos Povos e os ensinou a dizer a Deus: Pai Nosso! Grito de amor filial, choro do Espírito Santo nas almas.

É esta tomada de posse do mundo pela caridade que celebramos neste dia de Pentecostes. E assim nossos corações se alegram: Profusis gaudiis totus em orbe terrarum mundus exultat, como canta o Prefácio. (Por que o mundo inteiro se alegra com grande alegria?)

Elevemos nossas almas a estas alturas para celebrar com devoção, com gratidão a descida da Caridade sobre a terra.

Aconteceu em Jerusalém, no Cenáculo, onde os discípulos de Jesus estavam reunidos em torno de Sua Santa Mãe. Até a hora é mencionada, porque foi um momento solene, decisivo para a salvação das almas: a hora do terceiro de acordo com a maneira antiga de dividir o dia, o que corresponde às 9 horas da manhã.

Em Sua Liturgia, a Igreja, que vive pelo Espírito Santo, celebra diariamente esta hora de caridade eterna que se tornou seu tesouro, pelo hino que os sacerdotes recitam na Terceira. É a invocação perpétua para a perpétua descida da Caridade Divina.

Surgiu um violento vento ao redor do Cenáculo e em toda a cidade e, ao mesmo tempo, línguas de fogo apareceram sobre os apóstolos.

É a impetuosidade da caridade, que se manifesta por essa rajada de vento. Significa que aqueles que recebem o Espírito Santo, que vivem em Sua presença, que se deixam conduzir por Ele, devem se doar sem reservas. A caridade é sem medida. Se calcula, não é mais Caridade. Ele segue o seu caminho e ninguém pode pará-lo, assim como ninguém pode parar uma tempestade. A Caridade Divina lançaria os Apóstolos num redemoinho irresistível em todo o mundo, como sempre deve lançar em redemoinho todos os que amam a Deus, seja pelo apostolado da pregação, seja pelo da penitência e da oração.

Foi línguas de fogo que desceu sobre os apóstolos. "Eu vim para lançar fogo sobre a terra", disse Nosso Senhor, "e que tenho eu a desejar se ele já está aceso?" (Lucas 12, 49).

Está feito. O fogo é descendente, foi lançado, a rajada irá acender o fogo em todo o mundo. Quem pode escapar de suas faíscas divinas? Hoje também queimamos com esse fogo quando amamos a Deus; quando, para provar a Ele, resistimos ao mal; quando sentimos em nós o imenso e insaciável desejo de amá-lo mais; quando o fazíamos conhecido, torná-lo amado por aqueles que nos rodeiam, por aqueles distantes de nós e de todos os lugares. Então, é o fogo da Caridade Divina que nos abraça. 

Manter isso para si mesmo não é possível. Quem quer que guarde para si mesmo, tem apenas um pouquinho. Este fogo deseja ser comunicado, para ser espalhado. Quem possui em si mesmo sente a necessidade imperiosa de dar aos outros.

Pe. Mortier O.P. in 'La Liturgie dominicaine' (Paris, DDB, 1922, t. 5, p. 240-241)
Traduzido por: Fr. Vicente Ferrer, T.O.P. 


sexta-feira, 17 de maio de 2024

Duque de Bragança na celebração em honra de S. Miguel promovida pela Real Irmandade da Ordem do Arcanjo S. Miguel


No passado dia 5 de Maio realizou-se a celebração em honra de S. Miguel promovida pela Real Irmandade da Ordem do Arcanjo S. Miguel na Igreja de Santo Antão em Évora. Esteve presente S.A.R. D. Duarte de Bragança, Duque de Bragança e presidiu o Reverendo Sr. Reitor Cónego Manuel Maria Madureira da Silva. Foram investidos novos membros na Ordem.


quinta-feira, 16 de maio de 2024

Agir com nobreza

'Pertencer à aristocracia não significava ter mais privilégios ou gozar de direitos especiais em relação a outras pessoas, mas impor-se mais obrigações, medir-se com uma vara mais alta, ter mais responsabilidades do que outros. Agir com nobreza - independentemente do círculo social de onde venha - significa nunca estar satisfeito de si mesmo e nunca argumentar de forma utilitária. A beleza da abnegação, do desnecessário, dos gestos. A convicção de que se poderia e deveria fazer sempre mais e melhor; que é execrável gabar-se com as conquistas próprias; e que o valor de um ser humano se demonstra na sua capacidade de lutar repetidamente contra os seus próprios interesses'.

✍🏻 Alain de Benoist

quarta-feira, 15 de maio de 2024

79º ANIVERSÁRIO DE S.A.R., O SENHOR DOM DUARTE DE BRAGANÇA


O Chefe da Casa Real Portuguesa, Dom Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança é filho dos Duques de Bragança, Dom Duarte Nuno, Neto de D. Miguel I, Rei de Portugal e Dona Maria Francisca de Orleans e Bragança, Princesa do Brasil, trineta do Imperador D. Pedro I do Brasil, também conhecido como D. Pedro IV de Portugal.

Em período de exílio que atingiu a Família Real, nasceu na Suíça mas em território português: na Embaixada de Portugal em Berna, a 15 de Maio de 1945. Teve por padrinhos Sua Santidade o Papa Pio XII e por madrinha a Rainha Dona Amélia de Orleans e Bragança, então viúva de D. Carlos I, Rei de Portugal.

Permitido o regresso a Portugal da Família Real nos anos 50, estudou no Colégio Nuno Álvares (Caldas da Saúde) em Santo Tirso entre 1957 e 1959.

Em 1960 ingressou no Colégio Militar, prosseguindo, posteriormente, os Seus estudos no Instituto Superior de Agronomia e ainda no Instituto para o Desenvolvimento na Universidade de Genebra.

Cumpre o serviço militar em Angola como Tenente Piloto Aviador da Força Aérea entre 1968 e 1971. Durante esse período conheceu em profundidade as populações das então Províncias Ultramarinas, estabelecendo relações de amizade, em particular, com chefes tradicionais e lideres espirituais das várias religiões, circunstancias essas que lhe criaram dificuldades acrescidas com as autoridades em Lisboa.

Como Presidente da Campanha “Timor 87”, desenvolveu actividades de apoio a Timor e aos Timorenses residentes em Portugal e noutros países, iniciativa que teve o mérito de dar um maior destaque à Causa Timorense.

Sob a presidência do Senhor Dom Duarte participaram dessa campanha numerosas personalidades notáveis de diferentes quadrantes da sociedade portuguesa da altura, conseguindo-se a construção de um bairro para Timorenses desalojados.

Através da Fundação Dom Manuel II, instituição que preside, deu continuidade a esse empenho através de ajudas financeiras para a concretização de projectos nos domínios da educação, cultura e promoção do desenvolvimento humano em Timor e noutros países lusófonos.

Encetou contactos a vários níveis incluindo uma visita aos Governantes Indonésios, e a Timor Sob ocupação, que contribuiu decisivamente para uma mudança da atitude do Governo Indonésio e para o despertar de consciências em relação ao processo de independência daquele território. O parlamento de Timor-Leste atribuiu-lhe, em 2011, a nacionalidade timorense, por voto unânime, pelos “altos serviços prestados à Pátria”.

É Presidente Honorário e membro de diversas instituições, sendo actualmente membro do Conselho Supremo dos Antigos Alunos do Colégio Militar e Presidente Honorário do Prémio Infante D. Henrique, programa vocacionado para jovens e que tem como Presidente Internacional S.A.R. o Duque de Edimburgo.

Desde muito jovem dedicou a sua atenção á defesa do ambiente, pertencendo desde os dez anos à Liga para a Protecção da Natureza.

Manifestando um profundo interesse e amor por Portugal e por toda a presença de Portugal no mundo, só ou acompanhado da sua Família percorre anualmente várias regiões do País, países lusófonos e comunidades portuguesas no mundo inteiro a convite dos responsáveis locais.

Agraciado por múltiplas ordens honoríficas, o Duque De Bragança está ligado por laços familiares a várias Casas Reais da Europa, nomeadamente: Luxemburgo, Áustria-Hungria, Bélgica, Liechenstein, Itália, Espanha, Roménia, Sérvia, Bulgária Thurn e Taxis, Bourbom Parma, Loewenstein etc.

Visita regularmente países com estreita relação histórica a Portugal frequentemente a convite dos respectivos Governos ou Chefes de Estado com quem mantém laços de amizade, como por exemplo o Brasil, Arábia Saudita, os Emiratos Árabes Unidos, Japão, China, Marrocos, Rússia, Estados Unidos, etc.

Casou a 13 de Maio de 1995, com a Senhora Dona Isabel de Herédia, e é pai de:
Dom Afonso de Santa Maria, Príncipe da Beira, nascido a 25 de Março de 1996 e baptizado em Braga a 1 de Junho de 1996,
Dona Maria Francisca nascida a 3 de Março de 1997 e baptizada em Vila Viçosa em 31 de Maio de 1997
Dom Dinis nascido a 25 de Novembro de 1999 e baptizado no Porto em 19 de Fevereiro de 2000.

 Hoje, S.A.R., O Senhor Dom Duarte Pio de Bragança celebra o seu aniversário.


Os nossos desejos de que esta data seja abençoada por Deus, que a repita por muitos e longos anos na companhia da Família que ama e que a todos nos enche de alegria.

Que Deus O ajude a fazer da Pátria o Reino que todos sonhamos.


VIVA O REI!

VIVA PORTUGAL!

terça-feira, 14 de maio de 2024

Há 14 anos, o Papa Bento disse estas palavras enigmáticas em Fátima

Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída. Na Sagrada Escritura, é frequente aparecer Deus à procura de justos para salvar a cidade humana e o mesmo faz aqui, em Fátima, quando Nossa Senhora pergunta: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele mesmo é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?” (Memórias da Irmã Lúcia, I, 162).

Então eram só três, cujo exemplo de vida irradiou e se multiplicou em grupos sem conta por toda a superfície da terra, nomeadamente à passagem da Virgem Peregrina, que se votaram à causa da solidariedade fraterna. Possam os sete anos que nos separam do centenário das Aparições apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima Trindade.

Papa Bento XVI, 13 de Maio de 2010

segunda-feira, 13 de maio de 2024

29º ANIVERSÁRIO DO MATRIMÓNIO DE SS. AA. RR., OS SENHORES DUQUES DE BRAGANÇA

Hoje, dia 13 de Maio, dia de Nossa Senhora de Fátima, comemora-se o aniversário de Matrimónio de SS.AA.RR., Os Senhores Duques de Bragança, Dom Duarte Pio e Dona Isabel.

Desejamos a Vossas Altezas as maiores felicidades e que Deus Vos Abençoe.

Que Nossa Senhora de Fátima esteja sempre presente no Amor, na Alegria e na Caridade dos Nossos Reis e Infantes.

VIVA O REI! VIVA A RAINHA!
VIVA A FAMÍLIA REAL!

Nossa Senhora de Fátima

 

domingo, 12 de maio de 2024

SAR O Príncipe D. Afonso de Bragança vai marcar presença no primeiro Concerto aberto da Real Orquestra do Porto


No dia 18 de Maio, às 18h00, na Igreja de São João Novo, no Porto, realiza-se o primeiro Concerto aberto da Real Orquestra do Porto, uma iniciativa cultural que a Real Associação do Porto destina a promover o entusiasmo vivo pela Música junto dos seus Associados, Simpatizantes e da comunidade em geral.


O Concerto Solidário “Do Barroco ao Contemporâneo” para Coro e Orquestra, organizado pela Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto, traz as vozes dos seus Coros Experimental e Clássico até à Igreja de São João Novo, acompanhadas por um ensemble da Real Orquestra do Porto para um concerto invulgar com obras de J.S. Bach, Mozart, Schubert, G.F. Handle, Marco Frisina, entre outros compositores (e algumas surpresas!).

Numa cerimónia própria que antecederá o evento, o Senhor Dom Afonso de Bragança, em representação da Família Real e da Casa Real, apadrinhará formalmente a Real Banda do Porto e a Real Orquestra do Porto.

sábado, 11 de maio de 2024

Portugal não é devedor a povos "colonizados"

Portugal é um Reino Católico por definição e essência, fundado por Deus em Ourique. A República não é Portugal, nem representa Portugal, é ilegítima e usurpadora. Daí que não são vinculativas, nem válidas, as declarações proferidas pelo Presidente dos Republicanos em Portugal acerca das "reparações históricas". São afirmações abusivas e vãs de legitimidade.

Contudo, aproveitando-se das criminosas declarações do Presidente dos Republicanos, o (des)governo da ilegítima República Democrática de São Tomé e Príncipe vem exigir compensações pelo chamado "colonialismo". Uma exigência tão infundada quanto injusta, não só porque não há nenhum mal para compensar, como a ilegítima República Democrática de São Tomé e Príncipe, que se diz independente há 50 anos, recebe inúmeras ajudas monetárias provindas dos excessivos impostos cobrados pelos (des)governos republicanos em Portugal:


Por outro lado, quando navegadores portugueses a serviço d'El-Rei Dom Afonso V descobriram o arquipélago de São Tomé e Príncipe, em 1470, este estava desabitado. Só em 1493 é que se iniciou o povoamento das ilhas, para onde afluíram alguns portugueses, mas sobretudo negros provenientes do continente africano; sucedendo-se várias vagas de colonização africana ao longo dos séculos. Os actuais habitantes de São Tomé e Príncipe são os descendentes desses colonizadores africanos que vieram a povoar ilhas desabitadas. Ora, se a ilegítima República Democrática de São Tomé e Príncipe pretende que se "repare a colonização", então, em coerência, deveria proceder à desocupação populacional das ilhas, regressando os seus habitantes ao continente africano, dando conclusão à "descolonização exemplar" iniciada em 1974/1975.


Na verdade, as ilhas de São Tomé e Príncipe são por legítimo direito, reconhecido em bulas papais, um domínio da Coroa Portuguesa. E mesmo que os republicanos tenham usurpado esses domínios reais, eles não têm qualquer direito para desapossar um bem que não lhes pertence. A chamada "independência" de São Tomé e Príncipe foi um crime de lesa-pátria e lesa-majestade, cuja pena tradicionalmente aplicada seria a morte.

Mas quando Portugal foi traído e espoliado dos seus territórios ultramarinos, a ilegítima República Democrática de São Tomé e Príncipe herdou um arquipélago fertilíssimo e de águas abundantes, que chegou a ser o maior produtor mundial de cacau e cana-de-açúcar, assim como toda uma estrutura moral e civilizacional, onde as escolas, as igrejas, as estradas e os hospitais são disso expressão material. E não há ouro no mundo que pague a obra civilizadora, a Fé e os bons costumes legados.


Fonte: Veritatis

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Dom Dinis, O Rei Poeta e Trovador

O Rei Dom Dinis de Portugal foi renomado poeta e patrono de trovadores e jograis, e por isso, também, foi apelidado de 'O Rei Poeta' ou 'O Rei Trovador' pelas cantigas que compôs e que o distinguiram como um dos mais famosos trovadores da lírica medieval galego-portuguesa.
Depois dos primeiros Reis da Dinastia Afonsina, com preocupações marcadamente geopolíticas de formação e manutenção do território, chega-se ao Reinado de Dom Dinis, que transforma Portugal num dos mais famosos focos da poesia europeia da Idade Média, e que ficou conhecido como o Período Trovadoresco ou Galego-Português. Neste período eram sobretudo o “Amor” e a “Amizade” os temas sobre o que os poetas escreviam e que os trovadores cantavam, mas não exclusivamente, debruçando-se ainda em temas políticos sobretudo feitos guerreiros e até mesmo assuntos satíricos.
Mas dominam sobretudo dois estilos de lirismo: as Cantigas d’Amor – de influência Provençal – e as Cantigas d’Amigo, completamente nativo português.
As primeiras, recatada e requintadamente platónicas, focam-se no enaltecimento das qualidades da mulher amada ou na expressão da saudade do ente amado.
D. Dinis, Trovador e Poeta, era um amante das artes e letras e compôs 137 poemas/cantigas distribuídas por diferentes gêneros: 73 Cantigas de Amor, 51 Cantigas de Amigo e 10 Cantigas de Escárnio e Maldizer. Assim a sua paixão pela poesia e seu apoio aos trovadores e jograis renderam-lhe o epíteto de 'O Trovador'. Foi, também, o primeiro monarca português verdadeiramente alfabetizado, pelo que foi o primeiro rei português a assinar os seus documentos com o nome completo.
Na sublimação da figura feminina participou el-Rei Dom Dinis com a sua mestria e indiscutível talento poéticos:
«Quer’ eu en maneira de poençal
Fazer agora un cantar d’amor
E querrei muit’ i loar mnha senhor’a,
A que prez nem fremusura non fal,
Nem bondade, e mais vos direi en:
Tanto a fez Deus comprida de bem
Que mais que todas las do mundo val.»
'O que vos Nunca Cuidei a Dizer' é uma cantiga de amor do rei D. Dinis, onde o eu lírico expressa seus sentimentos de amor e sofrimento, revelando que nunca havia falado sobre o quanto o amor do destinatário o afligia numa linguagem directa e emocional, revelando a intensidade dos sentimentos do trovador, onde todos os ímpares da cantiga são setessílabos graves, enquanto os pares são octossílabos agudos.
«O que vos nunca cuidei a dizer,
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer;
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabe Deus bem que doutra senhor,
que eu nom havia, mi vos chamei.
E tod [o] aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei,
e des i por vos dar a entender
que por outra morria — de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oi mais, fremosa mha senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.
E creede que averei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que ei de viver,
que nenhum prazer nunca veerei;
e porque sõo d' esto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo [eu] terrei.»
Outra Cantiga de Amor muito conhecida é:
«A mia senhor, que eu por mal de mi
vi e por mal daquestes olhos meus,
e por que muitas vezes maldezi
mi e o mund'e muitas vezes Deus,
des que a nom vi, nom er vi pesar
d' al, ca nunca me d'al pudi nembrar.
A que mi faz querer mal mi medês
e quantos amigos soía haver
e de [s]asperar de Deus, que mi pês,
pero mi tod'este mal faz sofrer,
des que a nom vi, nom ar vi pesar
d'al, ca nunca me d'al pudi nembrar.
A por que mi quer este coraçom
sair de seu logar, e por que já
moir'e perdi o sem e a razom,
pero m'este mal fez e mais fará,
des que a nom vi, nom ar vi pesar
d'al, ca nunca me d'al pudi nembrar.»
Mas mais conhecidos e enaltecidos são os seus poemas no estilo de Cantigas d’ Amigo, e a mais célebre Cantiga d’ Amigo D’el-Rei Dom Dinis – escrito sobre a perspectiva de uma personagem feminina, como era comum à mestria da época - foi certamente o célebre: AI FLORES, AI FLORES DO VERDE PINO.
«Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
Ai Deus, e u é?»
Neste poema, o eu lírico expressa a saudade e a busca por notícias do amigo e do amado. As flores do verde pino e do verde ramo simbolizam a natureza e a esperança, enquanto o apelo a Deus reflecte a angústia e a incerteza do eu lírico. A repetição das perguntas cria um ritmo melancólico e nostálgico, característico da poesia trovadoresca.
Já as 'Cantigas de Escárnio e Maldizer' eram veículos para críticas sociais e políticas. Enquanto as cantigas de escárnio apresentavam críticas subtis, as cantigas de maldizer eram vulgares, com o uso de palavrões e explícitas. Elas frequentemente serviam como armas de combate entre diferentes grupos e interesses sociais e políticos.
Uma das suas cantigas de escárnio e maldizer é intitulada “De Joam Bol’and’eu maravilhado”. Nela, D. Dinis expressa a sua surpresa diante das acções de João, criticando-o de maneira humorística:
«De Joam Bol'and'eu maravilhado
(u foi sem siso, d'home tam pastor)
e led' e ligeiro cavalgador,
que tragia rocim bel'e loução,
e disse-m'ora aqui um seu vilão
que o havia por mua cambiado.
E deste câmbio foi el enganado,
d'ir dar rocim [a]feit' e corredor
por ũa muacha revelador
10 que nom sei hoj'home que a tirasse
fora da vila, pero o provasse
- se x'el nom for, nom será tam ousado.
Mais nom foi esto senom seu pecado
que el mereceu a Nostro Senhor:
ir seu rocim, de que el gram sabor
havia, dar por mua mal manhada,
que nom queria, pero mi a doada
dessem, nem andar dela embargado.
Melhor fora dar o rocim dõado
ca por tal muacha remusgador,
que lh'home nom guardará se nom for
el, que x'a vai já quanto conhocendo;
mais se el fica, per quant'eu entendo,
sem cajom dela, est aventurado.
Mui mais queria, besta nom havendo,
ant' ir de pé, ca del'encavalgado.»
As Cantigas de Amor e de Amigo do rei D. Dinis são pois uma colecção de poesias líricas medievais que expressam os sentimentos e experiências das mulheres da época. Essas cantigas são caracterizadas por sua simplicidade, melodia e temas amorosos, tesouros da literatura medieval e que nos permitem vislumbrar as emoções e experiências das mulheres da época.

Miguel Villas-Boas