sexta-feira, 30 de novembro de 2012

"NÃO DEIXES QUE NOS TIREM ESTE DIA"

 
Eu digo sim às comemorações do dia 1.º de Dezembro, dia da restauração de Portugal como país independente, dia em que se comemora não a vontade de um homem mas de todos os que contribuíram para o que nos faz diferentes dos outros: a especificidade da nossa cultura, com uma literatura belíssima, numa das línguas europeias que primeiro se afirmou pela sua riqueza e resiliência, servindo a todos, dos discursos mais populares, aos mais eruditos e sofisticados, espalhando-se por todo o mundo, como uma esponja, fazendo do que encontrava o seu próprio corpo e saber.
Por isso deveria também ser comemorado neste dia o dia de Portugal, de Camões e de todos os autores reconhecidos e também dos anónimos que, com o seu trabalho e serviço, contribuíram para sermos o que somos.
 
Fonte: PPM Braga

« Digo Sim Ao 1º De Dezembro »

No ano de 1940, em Guimarães, lembrava-se o 1º de Dezembro, sem que sequer passasse na cabeça de quem assim o fazia, que num futuro não muito longínquo novos Vasconcelos iriam pugnar pelo fim do Feriado Nacional.
" Portugal, passando em revista o seu passado grandioso, não pode deixar de tirar dele uma proveitosa lição para orientar o seu futuro de nação livre. O passado, que se comemora, é um motivo forte de orgulho da nossa Raça. ( ... )
Durante o cativeiro filipino o " sebastianismo " era a esperança da Raça que desejava voltar a ser livre; era a mística que enchia os corações de uma nova fé no resgate e no ressurgimento da Pátria. Mantinham-se a esperança num novo Rei português, a fé no novo Desejado, e delas resultou o novo milagre da Restauração. Foi com D. João IV que os portugueses se reüniram para soltar bem alto o grito de libertação. ( ... ) .
Tornava-se possível, junto de vizinho poderoso a existência livre de um povo livre. ( ... ) "

Cristina Ribeiro

Fonte: Estado Sentido

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

NATAL EM FAMÍLIA COM DOM AFONSO


Revista VIP de 27 de Novembro de 2012
Para ler, clique
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Obviamente, demita-se!

Manifesto de um imaginário esquerdista ululante, presidente de um não menos imaginário Banco Alimentar a Favor da Fome:
"Sou a favor da demissão da presidente do Banco Alimentar Contra a Fome pelas seguintes razões:

1.º - Por causa do nome. Isabel é nome de rainha e, pior ainda, de santa: duas inconveniências numa só palavra! À frente de uma instituição social exige-se um nome laico e republicano. Em política, o que parece é. Ainda por cima, a santa homónima fez o milagre errado: o que se quer é que as flores se convertam em pães, e não estes em rosas!
Se o nome próprio não ajuda, o apelido muito menos: Jonet! Soa francês e é parecido com Junot, de tão má memória. Além disso, é queque, e os pobres precisam de pão e não de bolos. Uma estrangeirada não pode comandar uma legião de voluntários que, periodicamente, nos assalta à entrada dos supermercados. Os pobres querem francesinhas e não afrancesadas!

2.º - Porque é presidente de um banco, ou seja, é banqueira! Portanto, faz parte da oligarquia que explora os pobres. Os bancos só ajudam quem não precisa e nunca serviram sopas aos pobres. Banqueira foi só uma, a do povo e mais nenhuma! E - note-se! - a D. Branca acabou na prisão! Nada de banco, a não ser o dos réus. O Banco Alimentar tem de passar a ser um sindicato e dar bifes, todos os dias, ao povo. Abaixo o Banco Alimentar e viva o Bitoque de Esquerda! Porque, afinal, se a banca é da direita, é da esquerda o monopólio do social.

3.º - Porque fez umas declarações incríveis: foi à televisão dizer coisas sensatas e, pior ainda, verdadeiras! E se o Governo dissesse toda a verdade sobre a crise, a oposição não prometesse o que sabe que não poderá dar e as centrais sindicais não aldrabassem sobre as greves?! Com verdades e bom senso não se vai a lado nenhum! Além disso, como muito bem explicou Orwell, a liberdade de pensamento e de expressão não servem para isso, nem são para todos!

4.º - Porque é contra a fome. Mas um banqueiro não pode ser contra o dinheiro, nem a presidente do Banco Alimentar contra a fome! Até porque a fome é necessária: as revoluções fazem-se em jejum. Com a barriga farta, não há quem proteste! Os obesos não apedrejam polícias! As sopinhas do Banco Alimentar querem dar cabo da raiva proletária, em nome da resignação cristã, mas, com conformismo, fica entornado o caldo revolucionário. É preciso ler Marx - não o Groucho! - e aprender que o que faz falta é exasperar a malta, para que seja carne de canhão para a revolução.

5.º - Porque é católica, o que é um insulto para a laicidade das instituições sociais. Há muito que os pobres foram nacionalizados, antes até dos bancos. Por sinal, capitães de Abril, por que raio é que o Alimentar ainda o não foi?! Já não há pobrezinhos paroquiais: agora são todos do Estado, são todos do povo, são nossos. Se a Igreja quer ter os seus próprios pobres, para promover bazares e canastas de senhoras bem, que os arranje à sua custa, mas os pobres nacionais não são de nenhuma religião, porque estão ao serviço das ambições políticas da esquerda! É que, se nos tiram os pobres, que nos resta?! Se já nem valores ou ideologia temos ...

6.º - Porque faz caridade. Para que, depois de um lauto banquete, já não lhe doa a consciência por ter comido à tripa forra, em uma hora, o que dava para alimentar, durante um mês, cem crianças. Mas esta caridade é a mordaça da hipocrisia que sufoca, na garganta do pobre, o grito da justiça. Quem quiser solidariedade social que deixe de brincar à caridadezinha e pugne pelos direitos dos proletários. É verdade que o marxismo não trouxe a justiça social, nem encheu as barrigas dos explorados, mas encheu de arrogância moral uma certa esquerda que fez da pobreza, que não conhece senão como abstracção, a sua bandeira e a sua razão.

Concluindo e resumindo: que se demita a presidente do Banco Alimentar! Bem sei que, se o fizer, as dezenas de seus colaboradores, as centenas de voluntários, os milhares de dadores e as dezenas de milhares de pobres a quem ajuda, discreta e eficazmente, através de tantas instituições maioritariamente cristãs, ficarão a perder. Mas seria uma atitude muito politicamente correcta, que ganharia o aplauso de meia dúzia de sujeitos bem-pensantes, que nunca fizeram nada por quem tem fome.
Já agora ... alimente esta ideia!"

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Fonte: Povo

Plano C - O Combate da Cidadania


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

S.A.R., DONA ISABEL DE BRAGANÇA NO LANÇAMENTO DA CAMPANHA "ACHAR QUERIDO NÃO CHEGA"


 Realizou-se na 2ª feira a Conferência de Imprensa de Lançamento da Campanha de Natal do Banco do Bebé em parceria com os CTT. O Banco do Bebé foi muito bem representado pela Senhora. Dona Isabel de Bragança e a Sra. D. Marina Arnoso. Da parte dos CTT estiveram presentes o Dr. Francisco Lacerda, Presidente dos CTT, Dra. Dionísia Ferreira, Administradora dos CTT.
O Banco do Bebé tem como missão assegurar que todos os recém-nascidos e famílias tenham a dignidade necessária no início da sua vida.
 
Os representantes dos CTT: Dr. Francisco Lacerda, Presidente, Dr. Miguel Salema Garção, Diretor de Comunicação e Dr. Luís Fragoso, responsável pelo Projecto das Embalagens Solidárias. Os CTT são um apoio fundamental nesta campanha. Serão responsáveis por toda a logística de recolha e entrega dos bens doados sem custos quer para quem entrega quer para o Banco do Bebé. — CTT Restauradores.
 
 

S.A.R., Senhora Dona Isabel de Bragança, presidente da assembleia geral do Banco do Bebé, com a Sra. D. Marina Arnoso, presidente da direcção do Banco do Bebé .— CTT Restauradores.
Senhora Dona Isabel de Bragança com Dr. Francisco Lacerda, Presidente dos CTT e Sra. D. Marina Arnoso do Banco do Bebé.
 
S.A.R., Dona Isabel com Bárbara Guimarães a cara da campanha de recolha de bens essenciais para os bebés do Banco do Bebé.
Fotos: Banco do Bebé
Fonte: Família Real Portuguesa

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Lançamento do livro "Plano C"

 
No dia 28 de Novembro às 19,00 é lançado no Palácio Galveias o livro Plano C, sobre o combate que nos falta travar: o da Cidadania. Ideias para uma democracia participada. Com prefácio de S.A.R. o Duque de Bragança o e colaboração de Luís Lavradio, presidente da Causa Real.
 
Fonte: Causa Real

Reiterando a minha fidelidade a um ideal de sempre


Se há algo que para mim, desde muito cedo, nunca foi discutido, é a capacidade de S. A. R. o Senhor D. Duarte para sensibilizar muita gente para as enormes vantagens e virtudes de uma Monarquia em Portugal.

O tempo vai dando razão aos que sempre defenderam o regresso à Monarquia, com as adaptações inerentes a uma sociedade completamente diferente e em transformação constante (muitas vezes, infelizmente, não para melhor).
 
Creio firmemente que o Duque de Bragança é a Pessoa de que Portugal precisa para um futuro mais consciente da sua Grandeza Histórica. E nunca coloco em causa a Sua indiscutível REPRESENTAÇÃO HISTÓRICA DOS REIS DE PORTUGAL, bem como os seus DIREITOS SUCESSÓRIOS. Fazê-lo é, na minha opinião (como sempre tenho afirmado pública e sistematicamente) um péssimo serviço aos ideais monárquicos e, além do mais, estúpido porque perverso e fracturante.
 
Quem defende certos "ditos pretendentes" nada mais faz do que colocar-se na posição dum "taliban": destruir sem olhar a meios e a consequências, defendendo "valores" sem qualquer consistência ou base pragmática.
 
Podemos (e devemos) afirmar a nossa discordância com o Chefe da Casa Real (desde que com sentido de elegância, educação e respeito pela Figura que Ele representa), desde que a nossa discordância tenho um sentido de consciência de cidadão livre e responsável. Já o fiz várias vezes. Mas isso não altera em nada a confirmação diariamente afirmada da minha Fidelidade à Pessoa que para mim, como para a maioria avassaladora dos portugueses (bem assim como para a totalidade das Casas Reais reinantes e Chefes de Estado estrangeiros), é hoje o CHEFE INCONTESTÁVEL DA CASA REAL PORTUGUESA.
 
Aqui reitero o meu total empenhamento na contínua defesa desta realidade cultural, histórica e ideológica, mantendo-me fiel aos valores e ideais que sempre me nortearam desde muito novo: a superioridade da Monarquia para o Portugal do futuro, como o foi no Portugal do passado em que a História nos fez Grandes no Mundo.
Fernando de Sá Monteiro
 

Amnésia colectiva


A “memória colectiva” é um peculiar conceito alimentado pelas oligarquias do regime com a tralha politicamente correcta e a espuma dos dias que anima os vencedores na sua mesquinha luta pelo poder. Curiosamente nessa “memória selectiva” os heróis e os símbolos são escolhidos criteriosamente de um cardápio ideológico com o horizonte máximo de três ou quatro gerações. Acontece que, para grande contrariedade dos “nossos senhores” não existe uma coisa dessas de “memória colectiva”; resultando os seus porfiados esforços num fenómeno de “amnésia colectiva”, um assunto afinal com que ninguém se preocupa porque, mesmo atreitos ao entretenimento e à fancaria o mais das vezes se vive apoquentado com o pão e o vinho à mesa.
No próximo dia 1 de Dezembro o calendário assinala pela última vez como Feriado Nacional o Dia da Restauração Independência, assunto que na verdade a poucos comove e cuja exumação acontecerá com o recato que inevitavelmente um Sábado impõe a uma data festiva há muitos anos ameaçada pela indiferença dum regime apátrida e sem memória. Uma terrível parábola que nos deveria afligir a todos se é que, sem darmos conta não estaremos já em profundo estertor como Nação.

Foto do autor - Efeitos Instagram


João Távora
 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Aquário Vasco da Gama resiste aos anos e à crise

Aquário centenário em Oeiras
 
Com mais de um século, o Aquário Vasco da Gama, em Oeiras, tem resistido ao tempo, à crise económica e à concorrência de outros espaços, ainda que os visitantes sejam hoje um terço do número registado há 20 anos.
 
Inaugurado em 1898, impulsionado pelo rei D.Carlos, o Aquário Vasco da Gama, em Algés, é um dos mais antigos aquários do mundo e ali residem milhares de espécies marinhas.

Há quem tenha a ideia de que o espaço já não é o que era e que os corredores estão cada vez mais vazios, mas a direcção assegura que o aquário continua a manter o seu prestígio e a despertar o interesse das pessoas.

Segundo a responsável pelo Gabinete de Divulgação Cultural, o equipamento, apesar dos seus 114 anos, "está bem vivo, cheio de saúde e recomenda-se".

"O Aquário Vasco da Gama, apesar da sua antiguidade e crises que tem passado ao longo da sua existência, é uma instituição que tem bastante para oferecer a todos os visitantes a preços muito acessíveis", disse à Lusa Paula Leandro.

Ainda assim, o aparecimento do Oceanário de Lisboa, em 1998, e de outras ofertas culturais, bem como a crise económica, contribuíram para uma quebra de visitantes na última década.

"O Oceanário em si não constitui um factor, por si só, que tenha provocado uma diminuição de visitantes, mas coincidiu com o ‘boom’ de outros equipamentos. Claro que há 20 anos existia só o Aquário Vasco da Gama e o Jardim Zoológico em Portugal e hoje em dia há uma imensa oferta cultural, portanto é natural que as pessoas se dispersem e que tenhamos menos visitantes", sustentou a responsável.

Com cinco salas, cerca de 90 aquários e tanques, um vasto espólio oceanográfico do rei, mais de 300 espécies marinhas vivas e outros milhares em museu, o aquário regista uma média de 70 mil visitantes por ano, número que contrasta com o que era registado em 1992 (218 mil visitantes).

Para Paula Leandro, a grande mais-valia, além da riqueza na mostra da vida do oceano, são os preços praticados, com o valor da entrada a não ultrapassar os quatro euros.

Com apenas 35% das visitas a serem feitas por escolas, são os jovens estudantes o público que mais procura aquele espaço, que muitas vezes lhes serve para base de estudo e a elaboração de trabalhos.

Desde 1901 que o aquário pertence à Marinha Portuguesa, que disponibiliza uma verba do seu orçamento para a manutenção do equipamento, sendo a restante despesa de funcionamento coberta pelas receitas próprias que advêm da bilheteira.

O Aquário Vasco da Gama inclui uma parte de museu, com a coleção oceanográfica do rei D.Carlos, e o aquário, que tem uma mostra alargada de espécies de água doce e salgada.

Fonte: Sol e Notícias Sapo

Ontem e hoje

Há muito que os monárquicos sabem que a república não prima exactamente pela solidariedade, respeito pela vida e dignidade humana ou mesmo pelas leis fundamentais! Como podem os monárquicos pensar o contrário quando sabem perfeitamente que a república nasceu do desrespeito pela ordem pública instituída (democrática) através do vil assassinato de um Chefe de Estado e do seu filho? Sim, os monárquicos há muito que conhecem a verdadeira natureza da república e, ao longo de décadas, têm vindo a alertar os seus compatriotas para isso. Por algum motivo que parece ainda estar por explicar a generalidade das pessoas não via, por mais provas que se lhes apresentassem, esta dura realidade.
 
No entanto, se alguma coisa boa resulta dos últimos acontecimentos políticos é que a máscara republicana está a cair permitindo que todos possam não só ver mas também sentir na pele a ausência de valores e princípios da república. A todos os portugueses é importante perguntar, hoje mais que nunca, onde é que encontram a liberdade, a igualdade e a fraternidade que a republica tanto apregoa!
 
A história ensina-nos que desde a Fundação os Reis de Portugal estiveram sempre sujeitos às leis fundamentais do Reino não podendo altera-las à sua livre vontade. Na história mais recente do Reino de Portugal os Reis cumpriram sempre a Constituição. A este respeito S. M. o Rei D.Manuel II ficou conhecido, entre outras coisas, por actuar sempre, mesmo em exílio, de acordo com o mais profundo respeito pela Carta Constitucional. Nem poderia ter sido de outra maneira pois Ele, como os seus antecessores juraram, aquando da Aclamação, cumprir e fazer cumprir as leis fundamentais do Reino. Essas leis garantiam o regular funcionamento das instituições (democráticas) assim como os direitos e garantias de todos os cidadãos do Reino. Os Reis, por sua vez, entre outras funções, tinham como obrigação garantir que todas as instituições cumpriam a Constituição de modo a que esta não fosse violada. E é sabido que os Reis levavam muito a sério esse juramento!
 
Hoje em dia, contudo, os tempos parecem ser outros. Tempos onde a Constituição, verdadeiro garante dos direitos da população, parece não ter qualquer valor. Tempos onde o incumprimento das leis fundamentais parece ser visto como algo banal e de pouca importância! Onde ficam, então, salvaguardados os direitos da população? Aqueles que têm o dever de cumprir a Constituição, não a cumprem. Os que têm como dever regular a constitucionalidade das leis aceitam incumprimento da Constituição e aqueles que têm como dever honrar o seu juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição ficam em silêncio. Se a Constituição não é cumprida então para que serve? Se as instituições que deviam garantir o seu cumprimento não o fazem então para que servem? O que se pode dizer de um regime que permite e aceita que isto aconteça? E onde fica a democracia no meio disto tudo? Quem a assegura?
 
A certa altura (Novembro de 1907) o Rei D.Carlos, numa entrevista ao jornal Le Temps, disse ‘Nunca esqueci, um instante sequer, quais são os meus deveres para com a minha coroa e para com o meu querido País’. Numa outra ocasião também El-Rei D.Carlos terá dito ‘Eu cumpro o meu dever, os outros que cumpram o seu!’ Estas palavras ganham ainda mais força quando se percebe que eram postas em prática por S.M D.Carlos I.
 
Perante o que foi exposto só se pode pensar quanta diferença entre a Monarquia e a república!
 
A Constituição (ou leis fundamentais) deve ser vista como um ponto de partida e sob ela devem ser escritas e aplicadas todas as outras leis que regem a sociedade. Nenhuma lei se pode sobrepor à Constituição em vigor. Pelo menos assim deveria ser assim numa Real Democracia!
 
Perante isto o que se pode dizer de um regime que fala em alterar a Constituição de modo a retirar direitos e garantias à população? Se sabe que são aquelas as regras do jogo por que é que não actua em conformidade? Por que não segue o exemplo de S.M D.Manuel II e de todos os Reis que lhe precederam? O que é que isso nos diz a respeito da competência da república?
 
No mínimo diz-nos a todos nós, Portugueses, que a República não sabe o que anda a fazer. Usando uma expressão que está muito em moda nos últimos tempos: só sabe fazer navegação à vista. A República não tem um projecto a médio/longo prazo para Portugal. Nunca o teve! No entanto, ainda que o tivesse (e destruir a Nacionalidade não conta!), seria completamente incapaz de o seguir e o levar a bom porto. Há mais de 100 anos que é assim e os monárquicos sempre alertaram para tal. A bem da Nação esses alertas não podem continuar a ser ignorados. Os monárquicos têm do seu lado provas concretas da incapacidade republicana para gerir os destinos do País: se não conseguem cumprir as leis que eles próprios aprovaram …
 
Caros compatriotas é urgente perceber que a república, em poucos mais de 100 anos, praticamente só soube destruir a nossa Nação. Que grande projecto têm os republicanos para Portugal? Nenhum! É urgente regressar ao regime monárquico que, pela continuidade que o caracteriza, é capaz de levar a bom termo projectos de grande escala para Portugal. E que melhor exemplo que os descobrimentos que foram sendo preparados e executados ao longo de vários reinados?
 
Ontem como hoje Portugal não só merece como precisa de um regime que valorize o Povo Português, que O conheça e que saiba mobilizar o melhor das capacidades nacionais! Ontem como hoje, Portugal precisa de uma monarquia que defenda verdadeiramente o Povo Português, Portugal e as suas leis mais básicas.
 
Viva a Monarquia!
 
Viva Portugal!
 

domingo, 25 de novembro de 2012

13º ANIVERSÁRIO DE S. A. O INFANTE D. DINIS DE SANTA MARIA



Para o nosso Infante Bem-Amado, que hoje celebra o seu aniversário, pedimos a Deus que lhe dê longa Vida, Saúde, Sucesso, Felicidade e muito Amor e desejamos que todos os dias o Seu Anjo da Guarda O proteja e guie.
Cada ano que passa sentimos mais orgulho e alegria pelo crescimento dos nossos Queridos Infantes, felicitando os nossos Bem-Amados Duques de Bragança pela Esperança que nos transmitem para um Futuro melhor.

VIVA A FAMÍLIA REAL!
VIVA PORTUGAL!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Conferência "Portugal e o Futuro da Europa"

Para a comemoração dos seus 20 anos, a Real Associação de Viseu convida todos os Portugueses a participarem nas conferências programadas para o dia 29 e Novembro:

- Portugal e o Futuro da Europa, pelo Professor Doutor Rui de Carvalho Araújo Moreira, às 18h na Associação de Comerciantes de Viseu

- Apresentação do livro Plano C, o Combate da Cidadania, pelo Professor Doutor Mendo Castro Henriques, às 20h no Hotel Grão Vasco (Viseu):

Após estas conferências, realizar-se-á um jantar no Hotel Grão Vasco.

Sua Alteza Real o Duque de Bragança e o Senhor Dom Miguel, Duque de Viseu, honrar-nos-ão com a sua presença.

 Contamos convosco!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

46º ANIVERSÁRIO DE S.A.R., A SENHORA DONA ISABEL DE BRAGANÇA

Neste dia abençoado por Deus, desejamos a Vossa Alteza Real longa Vida, Saúde, Paz, Amor e Alegria junto da Vossa Real Família, Bem-Amada por todos nós.
Que Deus A Guarde, Ilumine e Guie!

Feliz Aniversário.

VIVA A RAINHA!
VIVA A FAMÍLIA REAL!
VIVA PORTUGAL!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Na rua também se vota



Em 1908, para demonstrar que a maioria esmagadora do país estava com a Carta e com o legítimo governo do Rei, Lisboa saiu pacificamente à rua em defesa da normalidade e das liberdades políticas ameaçadas pelos grupos terroristas republicanos.

Desde que Portugal se começou a desconjuntar, ou seja, em 1820, que a violência tem sido aplicada com uma regularidade quase geracional, com o argumento de que as mudanças, a ocorrerem, só se podem produzir mediante ruptura. Seria ocioso enumerarmos a sucessão de acontecimentos que desde o século XIX ao presente exprimem essa constante adesão de minorias a soluções expeditas. Para os adeptos da violência como instrumento da acção política, o derramamento de sangue anula ipso facto a legitimidade de quem governa e o império das leis, justificando o momento excepcional. Há, latente ou expresso em alguns sectores da vida política portuguesa, um desprezo quase epidérmico pela crença básica da cultura e do método democrático (como do liberalismo) que se funda na aceitação da vontade da maioria como premissa para o consenso/ contrato social. Hoje, calcando resultados eleitorais que datam de há pouco mais de um ano, essa tentação putchista, esse desrespeito pela voz das urnas e da representação saída das eleições de 2011 assume proporções quase indecorosas. Há gente que só aceita a legalidade se tiver por si a maioria. Há gente que se considera democrática, conquanto os outros se lhes submetam. Os resultados de 2011 são trocados ao desbarato por sondagens, os deputados da maioria desrespeitados por comentadores pagos e sem qualquer mandato, o governo e os seus ministros permanentemente insultados por gente que nada é.
O governo parece não se ter dado conta que os seus adversários já passaram da acção parlamentar para o escrutínio das ruas. Seria interessante saber se as forças que apoiam a maioria estão dispostas a uma prova de força nas ruas e, assim, neutralizar uma escalada que poderá vir a justificar uma ruptura anti-democrática em nome da "vontade geral" de partidos e grupos, que juntos, não ultrapassam 1/5 do eleitorado.
 
Miguel Castelo-Branco
 
Fonte: Combustões

Uma questão de alma

Três são as principais matrizes da identidade europeia: a filosofia grega, o direito romano e a espiritualidade cristã. Mas, se as duas primeiras são relevantes em termos culturais e políticos, respectivamente, a terceira é, por assim dizer, a alma da Europa.
É um lugar-comum afirmar a crise institucional do país e do continente europeu. Portugal, e também a Europa, parecem-se a uma família desavinda onde, à míngua de pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Os portugueses, em geral, não querem o desprestígio das suas instituições, nem dos seus governantes, por eles democraticamente eleitos, muito embora certas forças sectárias, com a cobertura de alguns órgãos de contra-informação, trabalhem em sentido contrário. Mas são apenas a excepção que confirma a regra e a que não se deve dar, por isso, demasiada atenção.
A refundação nacional, seja ela o que for, não pode ser feita contra a Europa, que é, quer se queira ou não, a pátria da nossa pátria. E é também de onde, nesta hora difícil, nos vem a ajuda necessária para um ressurgimento nacional.
O povo é sereno e brandos são os seus costumes, graças a Deus. Mas não basta. É urgente que renasça, das cinzas dos egoísmos individuais e nacionais, uma nova cultura humanista e uma política verdadeiramente solidária, ou seja, um renovado espírito cristão. Porque «esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé» (1Jo 5,4).

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Fonte: Povo

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Jantar de Debate da Juventude Monárquica do Porto

Não à Constituição, pela revolução




Há dois anos, preparando um dos capítulos da minha dissertação, ao consultar a tratadística birmanesa sobre cosmologia e filosofia do Estado e da política - sobretudo os textos de Maung Maung Tin, académico de envergadura intelectual agigantada - deparei com surpreendentes analogias entre o pensamento tradicional budista theravada e a teoria da história europeia pré-revolucionária. Para os budistas, o progresso não existe nem pode existir, dado haver uma ordem sócio-cósmica que se aplica à natureza e ao homem - daí a existência de conhecimento - e, como tal. inalterável. Os europeus têm, desde o século XVIII, exorbitado a importância das rupturas e das perturbações, tomando-as como nucleares. Ora, as perturbações são, sempre, conjunturais. No pensamento pré-moderno, as convulsões indicavam doença no organismo, pelo que exigiam reformas, o que quer dizer cura, recuperação do equilíbrio, retorno à normalidade.
 
Em Portugal, esse retorno (essa "revolução" / revolutio, acto de re-volver) chamava pelo nome de Regeneração. Foi em nome da Regeneração que os homens de 1640 sacudiram a monarquia dual, foi em nome da Regeneração que os vintistas exigiram no preâmbulo à Constituição de 1822 o restabelecimento das leis fundamentais da monarquia, foi em nome da Regeneração que Dom Miguel voltou de Viena para devolver aos portugueses a Lusitana antiga liberdade.
 
Depois, caiu sobre Portugal o progressismo. Há uma clara distinção entre ser-se progressivo e progressista. O progressivo exprime continuidade, ajustamento ao tempo, recuperação da vitalidade perdida. O progressismo, por seu turno, implica alienação, criação ex-nihilo (a partir do nada), perigo, ruptura, engenharia, experimentalismo. Onde antes, na monarquia, havia empirismo da Constituição histórica fundada em leis produzidas pela necessidade, passou a haver essa coisa programática, normativa, limitadora, imobilista e cronofóbica que dá pelo nome de Constituição (de 1822, de 1826, de 1838, de 1911, de 1933, de 1976).
 
Por alguma razão, o único país europeu que não tombou no progressismo - o Reino Unido, que não tem outra Constituição que a Constituição histórica - é o mais estável, adaptável e bem sucedido regime numa Europa assolada por revoluções, pela cultura da "indignação" e pela rabugice inconsequente. É tempo de, nós portugueses, voltarmos à tradição da revolução e das leis históricas. É tempo de voltarmos à monarquia.
 
Miguel Castelo-Branco
 
Fonte: Combustões

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Saudades de Jerusalém [Crónica espiritual de uma peregrinação portuguesa à pátria de Jesus]


Ainda na cidade santa das três grandes religiões monoteístas e eu já sentia saudades de Jerusalém. Este lugar, que Jesus Cristo santificou com a sua paixão, morte e ressurreição, é como que um sacramental da sua presença. Aqui e além, sente-se impressionantemente viva essa personalidade divina e humana, porque entranhada nos sítios onde se verificaram historicamente tão importantes feitos da sua história. Que é, afinal, a nossa história, a história da humanidade.

Voltei a Jerusalém por ocasião de uma numerosa peregrinação da Lugar-Tenência da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém, que culminou com a investidura de novos Cavaleiros e Damas, junto ao túmulo vazio do ressuscitado. Antes de pisar e beijar o solo da pátria de Jesus Cristo, tivemos a graça de receber a bênção apostólica do Santo Padre, em Roma, que nos dispensou um especial acolhimento na audiência geral, sublinhando-se deste modo a muito particular obediência, efectiva e afectiva, desta Ordem pontifícia ao Vigário de Cristo.

Já na Terra Santa, os mais de setenta peregrinos lusitanos calcorrearam, com piedosa emoção, os santos lugares – Belém, Nazaré, Ain Karem, Caná, Cafarnaum, Jericó, Emaús, Jerusalém, etc. – venerados pela tradição cristã. Na basílica da Anunciação, em cujo interior já consta um mosaico de Nossa Senhora de Fátima, foi inaugurado e benzido, na arcada exterior, um bonito painel de azulejos de Nossa Senhora da Conceição, rainha e padroeira de Portugal, oferta da Lugar-Tenência lusitana da Ordem.

Com espírito de penitência e oração, os Cavaleiros e Damas do Santo Sepulcro, na companhia dos seus familiares e amigos, propuseram-se seguir os passos de Nosso Senhor, com aquele espírito e unção de gerações e gerações de outros muitos seus irmãos na fé, que foram à Terra Santa com este salutar propósito. Como recentemente recordou o Papa, a viagem àquela bendita terra não pode deixar de revestir um carácter particularmente espiritual: «Terra da revelação bíblica, o Médio Oriente tornou-se muito cedo uma meta privilegiada de peregrinação para muitos cristãos, vindos de todo o mundo para consolidar a sua fé e viver uma experiência profundamente espiritual. Tratava-se então dum caminho penitencial, que exprimia uma sede autêntica de Deus. A peregrinação bíblica actual deve voltar a esta intuição inicial: concebida como penitência para a conversão e como busca de Deus e propondo-se palmilhar os passos históricos de Cristo e dos Apóstolos, a peregrinação aos lugares santos e apostólicos, se for vivida com fé profunda, pode constituir um autêntico seguimento de Cristo» (Bento XVI, A Igreja no Médio Oriente, 14-9-2012, nº 83).

Jerusalém é uma cidade dividida por muitos muros de lamentações. Aí vê-se e sofre-se a tensão de atávicos preconceitos étnicos e religiosos, como se a paixão de Jesus fosse uma realidade perene no local em que ocorreu, há dois mil anos. Agora, a agonia do Senhor é sofrida pela Igreja, que é o seu corpo, sobretudo na carne dos seus conterrâneos que lá professam a fé cristã: «esta terra bendita e os povos que nela habitam sofrem, de forma dramática, as angústias humanas. Quantas mortes, quantas vidas ceifadas pela cegueira humana, quantos temores e humilhações! Parece não haver freio ao crime de Caim (cf. Gn 4,6-10; 1Jo 3,8-15), entre os filhos de Adão e Eva criados à imagem de Deus (cf Gn 1,27) … O pecado de Adão, consolidado pela culpa de Caim, não cessa de produzir espinhos e abrolhos (cf. Gn 3,18) ainda hoje. Como é triste ver esta terra bendita sofrer nos seus filhos, que encarniçadamente se destroçam uns aos outros, e morrem!» (Idem, nº 8).

A saudade não é apenas a nostalgia de alguém ou de algum sítio, nem uma simples recordação, mas algo que se evoca com emoção, em função de uma pertença que perdura para além do tempo e do espaço, porque se afirma no contexto de uma relação existencial. Para qualquer cristão, Jerusalém é a cidade santa a que, com necessidade, se reporta a sua fé que, nesse santo lugar, tem o seu fundamento histórico. Portanto, a perda do sentido de pertença à pátria de Jesus significaria um dramático empobrecimento da Igreja e da própria identidade cristã. Por isso, a Sagrada Escritura reprova, com justificado ênfase, a falta de comunhão com a Igreja hierosolomitana: «Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que a minha mão direita paralise! Que a minha língua se apegue ao paladar, se eu não me lembrar de ti, (…) Jerusalém» (Sl 136, 5-6).

Queira a Igreja portuguesa ouvir este apelo! Queiram os cristãos de Portugal responder com a sua oração, os seus sacrifícios, as suas esmolas e o seu trabalho, às lágrimas de Jesus pela cidade santa de Jerusalém! (cf. Lc 19, 41).

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Fonte: Voz da Verdade

Ainda sobre a república

Durante a I República, os monárquicos queriam restaurar a Monarquia contra o Governo. Na II República, a maioria pretendia a Monarquia através do Governo. Nesta III República, a posição dos monárquicos, pelo menos a dos mais significativos, que são os que aparecem agrupados em instituições, em forças políticas, é completamente diferente: defendemos que a Monarquia deve ser restaurada, ou instaurada, quando e da forma que o Povo Português quiser.

Mas a partir de 1974 foi visível, creio que cada vez mais visível, a degenerescência da República.

Durante o consulado de Salazar ela mantivera-se com a estabilidade que todos conhecemos, e de certo modo lhe censurámos, que era uma estabilidade artificial, mas que lhe dava uma certa respeitabilidade. Depois do 25 de Abril voltou-se em grande parte à I República, à balbúrdia, não tão sanguinolenta, mas sem deixar de ter aspectos de violência – não podemos fechar os olhos ao que se passou no Ultramar. Mesmo na Metrópole, a existência de formas larvadas de violência, de ódios de classe, é qualquer coisa de muito forte, e a própria intriga palaciana dentro e fora dos partidos, à volta dos Governos, em torno dos Presidentes, constituem outros tantos argumentos a favor da Monarquia.

Quer dizer, a República está a afundar-se. É um espectáculo deprimente, degradante. É preciso encontrar uma forma de equilíbrio que só pode estar para além do próprio jogo dos interesses em presença, quer económicos quer outros.

Contudo, penso que o facto de as características desta III República serem muito diferentes não nos deve deixar esquecer que o principal para a Restauração da Monarquia é a reforma da mentalidade. Sem uma verdadeira e profunda reforma não faz sentido instaurar a Monarquia, pois as diversas reformas do Estado perdem-se, e hoje é muito fácil destruir num dia o que se construiu na véspera.

Portanto, sem uma reforma profunda da atitude mental das populações é muito pouco valiosa qualquer reforma estrutural.

Henrique Barrilaro Ruas, Portugueses. Revista de Ideias, 6-7, Fevereiro-Março de 1989, pp. 39-40

Fonte: O Ouriço


domingo, 18 de novembro de 2012

Género e mentira

Só a imensa crosta de ignorância pode desculpar atrevimentos e mentiras que, de tão propaladas e repetidas, servidas para apascentar mitos e agendas ideológicas contemporâneas, teimam em ferir de morte a verdade histórica. Sim, porque aqui nesta casa, longe de efabulações e filosofices, somos estritamente adeptos de história descritiva, fundada em factos, acontecimentos, gente de carne e osso e documentos. Aqui não há Kants nem Hegéis nem Marxs: há factos. Ora, na imensa galeria de mentiras, mentirinhas e mentironas que se espalham como fogo no restolho cultural da sociedade portuguesa avulta, desonesto, impenitente e desavergonhado, o mito da inferioridade da mulher na sociedade portuguesa antiga. Há dias, foi em boa hora nomeada uma senhora para relevante cargo na diplomacia portuguesa. Muito bem. As mulheres portuguesas são, na sua generalidade, muitíssimo mais esforçadas, capazes e empreendedoras que as suas caras-metades masculinas. Porém, no foguetório de panegíricos e ditirambos que então se produziu na imprensa, não havia quem não afirmasse mais esta conquista.

 
Descartando com gosto a breve, pelicular mas teimosa cinta de convenções burguesas, que não ultrapassam os 100 anos e escondem a frondosa floresta da história nacional, a verdade é que as mulheres foram, nesta terra, do nascimento da nacionalidade até meados do século XIX, um poderoso pilar da sociedade portuguesa. Estiveram ou foram decisivas em momentos axiais da nossa vida colectiva, dominaram o poder político, tiveram lugar cimeiro na vida cultural e tiveram, até, parte activa nas mais relevantes decisões. O mito mais glosado - uma mentirona - afirma que as mulheres estavam apartadas da actividade cultural no Portugal Antigo. Então, porque razão em todas as cidades portuguesas havia sempre, sem excepção, uma "Rua das Mestras" ? Mestras, sim , professoras. Então, ninguém se lembra de Públia Hortênsia de Castro, prodígio da Universidade de Coimbra, um dos vultos que maior sulco deixou no Renascimento português ? Então ninguém se dá conta, nos índices de nomes e profissões dos livros de portarias da Torre do Tombo que por ali há centos de mulheres que se dedicavam ao ensino ? Ninguém se lembra do rol interminável apresentado por Frei Luís dos Anjos no seu Jardim de Portugal em que se da noticia de alguas sanctas & outras molheres illustres em virtude (...), ou dessa imensa figura que foi Bernarda Ferreira de Lacerda, expoente da Restauração, latinista, poetisa, panfletária influentíssima ? E, porque não, lembrar também D. Leonor de Almeida Portugal (Alcipe) e a sua Sociedade da Rosa, um verdadeiro cripto-partido no Portugal pré-revolucionário do fim do Antigo Regime.
Se os entusiastas da mentira pedem mais, ora, atirem-lhes à cara as heroínas de Diu (Isabel Madeira, Isabel Fernandes, Catarina Lopes e Isabel Dias), mulheres soldados do batalhão feminino que empurraram muralha fora os atacantes, batendo-os em terreno descampado ? Ou ainda, porque não, de Antónia Rodrigues, agraciada e condecorada por D. Filipe II por feitos de armas realizados em Mazagão.

Compreenderá então o(a) caro(a) leitor(a) esse reles ódio machista e burguesito que o século XIX votou a Dona Carlota Joaquina, chefe de partido, mulher de armas, de sim e não que, enquanto viva, impediu o que se seguiu: uma guerra civil que destruiu para sempre o país.É fácil fazer filosofice. Mais difícil é queimar as pestanas. Ora, tratem de estudar.
 
 
Miguel Castelo-Branco
 
Fonte: Combustões

Lançamento da biografia de "D. LUÍSA DE GUSMÃO - Restaurar, Reinar e Educar"

sábado, 17 de novembro de 2012

Caricatura e original – o presidente e o rei



Não é fácil ser Presidente da República. Apesar de monárquico empedernido, por vezes dou comigo a ter pena do actual inquilino do Palácio de Belém. Ora é acusado de falar demais ora é acusado de não falar. Ora de dar cobertura ao Governo – foi-o durante o mandato do Partido Socialista e é-o durante o da coligação PSD/CDS – ora de fazer oposição, por críticas e por “escutas”. Ora de ser solidário com os governos legitimados pelo sufrágio dos cidadãos, ora por, criticando-os mais ou menos abertamente, ser uma nova força de bloqueio, do que ele acusou o então Presidente Mário Soares, quando era Primeiro-Ministro. É verdade que o economista que foi catapultado para a “suprema magistratura” da república – designação que tanto agradava à nomenclatura da II República – tem uma tendência inata para falar quando devia estar calado e ficar calado quando devia intervir. E para dizer coisas impensáveis a qualquer pessoa de senso comum. Mas, coitado, as forças vivas do regime, ainda não se aperceberam que o que está errado não é o senhor A ou mesmo o B, mas as funções que lhes atribuíram, embora uns sejam mais talhados para as funções do que outros.

Os partidos que formam governo, em cada ocasião e sobretudo se o presidente é da mesma área ideológica ou da mesma casa política, vêem sempre no chefe da república, um potencial aliado e esperam dele apoio, defesa, aconchego, para as decisões mais polémicas e mais difíceis. As oposições vêem sempre no presidente, seja ou não da sua cor, uma forma de amplificar a oposição que fazem e, de preferência, fazer aquela que não fazem e deveriam fazer. Mas todos, forças no poder ou forças da oposição, querem à viva força que as palavras da Constituição que definem a sua magistratura, particularmente a sua independência face às forças políticas, sejam aplicadas a cada presidente, independentemente de saberem que quem é apoiado, senão mesmo proposto, por uma força política, ou provém de uma determinada área ideológica, nunca pode ser independente, porque tem uma visão da governação que não é compaginável com a de outras áreas e, mesmo não lhe competindo o poder executivo, tem poderes constitucionais, aliás lidos como consequência da sua perspectiva política pessoal e ideológica, suficientes para interferir a favor ou contra as políticas dos governos, subvertendo essa independência que se lhe quer impor e que, mesmo que a pessoa que ocupa a chefia da república pretenda exercer, nunca é verdadeira porque influenciada pela sua formação ideológica e sempre alvo da suspeição geral.

A crise económica e social que estamos a atravessar – esperando que a estejamos a atravessar e não a viver com carácter mais ou menos intemporal – é uma das melhores ocasiões para cotejar o papel da chefia do Estado em república e em monarquia. Porque, num momento como este que vivemos, em que cada decisão que o governo tome ou cada posição que as oposições assumam é fortemente contestada pelos seus contrários, é irrelevante que o Chefe do Estado, por mais que seja sabedor de economia e finanças, emita opiniões que terão a sua matriz ideológica ou actue contra a sua génese política. Quer-se um presidente que seja árbitro, quando ao mesmo tempo se pretende que arbitre vestindo a camisola de cada uma das equipas em confronto.

Se é verdade, que em termos de um pensamento ou de uma proposta de acção, o papel do Chefe do Estado não deve ser, nem pode ser, nos próprios termos constitucionais, determinante para resolver a crise profunda com que o País se debate, a verdade também é que o que se esperaria de quem está no vértice do Estado é que fosse uma figura institucional de unidade entre todos os portugueses em torno dos valores perenes que enformam a Nação Portuguesa, que prefigurasse a certeza da continuação da Pátria para além de crises conjunturais, que sendo todos os governos eleitos os governos do País, não lhe competindo derrubá-los e muito menos apoiá-los contra as oposições, mas ouvindo todos, usar as suas competências para fazer chegar a consensos ou ao menos ao diálogo democrático, que só pode beneficiar o País e a prossecução do bem comum nacional. Esse Chefe do Estado, que é também naturalmente, o chefe da Nação, é o Rei. E o Rei seria, neste momento de aflição colectiva, uma incomensurável mais-valia para todos nós.

Por isso tenho pena do Presidente da República. Deste concretamente e de qualquer outro que se debate com o facto, de que talvez nem se aperceba no seu republicanismo genético, de não passar de uma caricatura grotesca do rei.


João Mattos e Silva

Fonte: Real Associação de Lisboa

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

D. Manuel II encheu auditório da Biblioteca Nacional



Um quarto de hora antes da sessão, sala cheia para prestar tributo a Dom Manuel II

Não houve cadeiras para todos quantos, em hora de ponta, contrariando o derrotismo, o quebranto e as lamúrias de um tempo de cinzas, acorreram esta tarde à Biblioteca Nacional de Portugal para ouvir o Professor Artur Anselmo discorrer com graça, erudição e precisão sobre a figura do Rei Dom Manuel II, patriota, homem limpo, bibliófilo e bibliógrafo de renome internacional, cuja obra continua, oitenta anos após a sua morte, a reunir a aclamação de quantos se interessam pelo livro antigo português. Apresentado pelo Professor Nuno Pombo, presidente da Real Associação de Lisboa, Artur Anselmo riscou o retrato psicológico de um homem que dedicou a vida a servir Portugal. Como monarca empurrado para o doloroso exílio; logo como estudioso da história portuguesa, colecionador de incunábulos e autor de Livros Antigos Portugueses - ainda hoje referência obrigatória para a história do livro e dos alvores da imprensa em Portugal - D. Manuel II foi um modelo de seriedade, ponderação e serviço.
 

A primeira parte da exposição dedicou-a o conferencista à biografia do Rei. Servindo-se de copiosos exemplos retirados da epistolografia trocada entre D. Manuel II e nomes de primeiro plano da vida académica portuguesa do primeiro quartel do século XX, ofereceu a imagem de um homem prudente, que nunca se imiscuiu na intriga política, sempre protestou lealdade ao seu país e colocou acima dos seus direitos a paz, a unidade nacional e os supremos interesses da pátria. D. Manuel, disse Anselmo, é hoje unanimemente reconhecido por monárquicos e republicanos como um fiel intérprete do interesse colectivo. No exercício, como no exílio, foi um monarca sempre em busca do equilíbrio. Fiel ao juramento como monarca constitucional, compreendeu que a Restauração - a ocorrer - só poderia ter origem no apaziguamento e extinção dos ódios velhos que dilaceram a sociedade portuguesa desde 1820. Em 1916, quando Portugal interveio na Grande Guerra, D. Manuel II pediu a união de todos os portugueses, decretou trégua política, pediu aos seus apoiantes que se alistassem no Exército e foi intermediário entre o governo português e os Aliados.
 

Mas a biografia intelectual de D. Manuel II foi, talvez, ainda mais rica e perdurável. Homem cultíssimo, fez avant la lettre estudos de história do livro, num tempo em que tal área do saber ainda mal dera os primeiros passos. Intuitivo e certeiro nas questões que levantou na vasta obra historiográfica que deixou, infelizmente inconclusa, D. Manuel II determinou as condições para um conhecimento seguro sobre a instalação da arte negra (tipografia) em Portugal. Anselmo acrescentou que, ainda hoje, a obra deixada por D. Manuel II emparceira com os nomes mais marcantes da história do livro - Vitorino de Pina Martins, Francisco Leite de Faria, João Alves Dias - e que, sem uma ruga, é repositório de saber que exige a atenção dos historiadores da cultura portuguesa. D. Manuel II gastou o que tinha e não tinha para reunir a segunda maior coleção de obras de tipografia portuguesa dos séculos XV e XVI, apenas superada pela existente na Biblioteca Nacional. Deixou-a em testamento ao seu país e hoje a livraria do Rei encontra-se em Portugal, à guarda da Fundação da Casa de Bragança.
Um fim de tarde de grande elevação cívica e patriótica, quase fazendo esquecer a decadência do Portugal de hoje. Se o país tivesse seguido o exemplo daquele bom, honesto, inteligente e sensato jovem monarca, hoje estaríamos certamente mais cultos, mais serenos, prósperos e civilizados.
 
Miguel Castelo-Branco
 
Fonte: Combustões

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Merkel em Portugal

 
Vestindo um uniforme português, Guilherme II com D. Carlos e D. Amélia (Lisboa, Março de 1905)
 
 
Poderá a muitos parecer paradoxal, mas a Alemanha que esta manhã (12 de Novembro) se apresenta em Portugal, é no todo continental, uma potência europeia bastante mais poderosa que aquela outra que há pouco mais de cem anos chegou em festiva visita a Lisboa. Quando o Kaiser Guilherme II desembarcou no Cais das Colunas, esperava-o o seu primo D. Carlos I, soberano de um país com quem as possessões africanas alemãs delimitavam fronteiras comuns em África. Lisboa engalanou-se a rigor e saiu à rua, apinhando-se a multidão para ver passar D. Carlos e o seu poderoso convidado. Nem o povo agrediu verbalmente aquele que aparentemente ameaçava a integridade do império ultramarino português, nem os dois monarcas temeram desfilar entre muitos milhares de portugueses.
 
 
Vivia-se há muito um período de paz continental numa Europa onde Portugal podia contar com a interessada protecção britânica, potência ciosa da segurança das rotas marítimas e consciente da vital posição geográfica portuguesa. Já naquele alvorecer da Entente Cordiale à qual D. Carlos I ofereceu os seus bons ofícios em Paris e Londres, o nosso país enfrentava as cíclicas crises financeiras, surgindo como um peão no gizar das alianças que uma década depois se digladiariam nos campos de batalha da Flandres, Balcãs e leste europeu. Portugal valia pela sua posição estratégica e sobretudo pelo seu precioso património ultramarino, a isto acrescentando-se a teia de laços familiares que uniam a Casa de Bragança às dinastias reinantes na Alemanha, Grã-Bretanha, Bélgica, Itália, Áustria-Hungria, Espanha e Roménia. Estilhaçado o sistema bismarckiano de segurança, no conjunto europeu o Kaiser encontrava escolhos difíceis contornar, enfrentando o pesadelo da aliança franco-russa e a declarada hostilidade inglesa pelo frenético programa naval desenvolvido por Berlim. Pior ainda, os aliados da Alemanha eram de duvidosa solidez, dados os evidentes problemas internos do Império Austro-Húngaro, a óbvia decadência do Homem Doente da Europa - o Império Otomano - e a tradicional volatilidade da política externa da Itália.
 
 
A Alemanha, de facto o chamado motor europeu, é agora industrialmente tão poderosa como aquela que o Kaiser governava e ao invés dos tempos do II Reich, pode contar com a resignada aquiescência de uma França em acentuado declínio e de uma Grã-Bretanha rotineiramente avessa aos assuntos continentais. O mundo não é o mesmo, já não existem impérios coloniais e a queda do Muro de Berlim precipitou os acontecimentos. Com muito dinheiro e produtos de exportação, a Alemanha do nosso tempo, sem um exército outrora por todos temido, voltou a encontrar a sua parcial unidade e tornou-se no principal actor da chamada União Europeia, ditando por direito e mérito próprio, as políticas que para o bem e para o mal o bloco europeu segue sem alternativa.
 
 
O actual regime colocou Portugal numa situação insustentável. Sem possessões ultramarinas, sem um mercado interno minimamente relevante, sem indústria, agricultura e poupanças, o país mergulhou no vórtice da despesa feita com o único e exclusivo fim de satisfazer as amolecidas clientelas eleitorais. A política faz-se pelo curtíssimo prazo e o país soçobra no descontentamento de uma população nada esclarecida acerca das realidades contratualizadas pelos seus agentes políticos. O desastre é de tal monta que a chegada da Chanceler alemã - formatada pela provinciana mentalidade comunista da felizmente extinta RDA -, deve ser encarada de forma circunspecta, conscientes como deveríamos estar acerca da nossa total dependência em relação à boa vontade das autoridades alemãs, aliás bastante escrutinadas pela opinião pública do seu país. Os irados comentadores que têm passado as últimas duas semanas a vociferar dislates sem nexo, deveriam antes de tudo ter a perfeita consciência acerca do regime que vigora na Alemanha unificada, sem dúvida muito mais democrático, justo e confiável que aquele apresentado pela ignominiosa República Portuguesa. Ainda esta tarde, o visionar do cada vez mais caquético Eixo do Mal (SIC), consistiu num passatempo bem ao nível de certos Big Shows, sendo confrangedora a colecção de imbecilidades grasnadas por gente que não tem a menor ideia daquilo que é um Estado e as correspondentes regras que a diplomacia internacional há muito estabeleceu. Num Portugal que já recebeu Ceausescu, Fidel Castro, Samora e um infindável número de outras criaturas que para a história ficarão pelas piores razões, somos diariamente forçados a escutar uma descarada campanha que antes de tudo, tem como finalidade a desestabilização interna de um regime que sem dúvida vive a sua pior hora. Isto, quando dos portugueses se espera precisamente o oposto, dada a situação em que nos colocaram aqueles que hoje mais se indignam, os conhecidos executores de políticas, "direitos adquiridos", descarada incompetência e loucuras de duas gerações.
 
 
Em 1905, o Kaiser - cujo país, além de inquietante vizinho africano, era um importante credor de Portugal - foi bem recebido em Lisboa. A própria rainha D. Amélia dele conseguiu a promessa de moderação na sua próxima visita a Marrocos, então um ponto crucial no estabelecimento da balança internacional de poderes e por si só capaz de desencadear a guerra geral que todos temiam. Há 107 anos funcionou a boa diplomacia e o cavalheirismo, apresentando-se aqui o soberano alemão como obediente seguidor das regras da etiqueta e insistindo no exercício das suas habilidades poliglotas, confirmou a presença de Portugal nos normais circuitos diplomáticos das potências europeias.
 
 
Durante demasiado tempo a Alemanha despejou centos e centos de milhões nos cofres portugueses, não se sabendo bem quais os montantes exactos e qual o seu preciso destino. Os eleitores alemães disto têm a para nós embaraçosa consciência. Ninguém espera que amanhã a Senhora Merkel desembarque vestindo um qualquer uniforme de coronel honorário de um Regimento de Lanceiros do exército português, ou sequer se digne a ostentar uma condecoração - a propósito, já lhe conferiram alguma? - velha de séculos de passadas glórias de um país setecentos anos anterior à Alemanha unificada em 1871. Não sabemos se tal como Kaiser normalmente fazia, a Chanceler sabe exprimir-se noutra língua que não o alemão. Nesta época de acelerada decadência europeia nada disso é muito importante, exigindo-se apenas uma extrema prudência que como todos sabem, significa precisamente o oposto daquilo que os histéricos comentadeiros hoje descaradamente demonstram nas pantalhas dos noticiários: o medo.
 
 
Esta visita alemã, em muito supera aquelas outras protagonizadas por Schmidt ou Kohl, meros dirigentes de um país então dividido, sob a ameaça da força dos trinta mil panzers soviéticos estacionados desde o Báltico a Praga, totalmente dependente da protecção norte-americana e bem amarrado ao então ainda recente Eixo Paris-Bona.
 
 
Embora hoje devessemos estar a discutir outro assunto, não tenhamos medo e saibamos receber a Chanceler, tal como há 107 magistralmente o país soube acolher o temperamental imperador alemão. Infelizmente já não podemos contar com a impecável competência de D. Carlos e de D. Amélia. Se vivêssemos noutro tipo de regime, a Chanceler seria hoje conduzida por um ou dois empregados trajados de libré, apresentando os obrigatórios cumprimentos ao Chefe de Estado "sem poder", calmamente a aguardando no seu escritório. Tal não acontecerá, esperam-na transitórios e nervosos subalternos. Temos o que temos e tal como a catastrófica crise é de única e exclusiva culpa deste regime - dos bem conhecidos e inamovíveis gatunos, corruptos, incompetentes e devoristas de serviço em Belém, S. Bento, bancos e certas empresas -, o facto de não termos anfitriões à altura do momento e capazes de manterem uma certa distância protocolar, é também da nossa inteira responsabilidade. O "tu cá-tu lá" com que Merkel decerto tratará Cavaco Silva e Passos Coelho, seria completamente impossível no caso de contarmos outro tipo de pessoas em Belém e sobretudo, uma outra instituição que a todos orgulhosamente representasse. Com um pouco de desejável arrogância dinástica postada ao cimo de uma escadaria de aparato, sempre se salvariam as aparências.
 
 
Nuno Castelo-Branco
 

Palestra e debate no Colégio S. João de Brito

 
Com o patrocínio da Causa Real decorreu no passado dia 8 a convite do Colégio S. João de Brito uma palestra apresentada por João Távora, subordinada ao tema da Instauração da República para os alunos do 12º ano, a que se seguiu um vivo e participado debate. A Causa Real aproveitou o ensejo para oferecer ao departamento de história uma bandeira portuguesa da monarquia constitucional.
 
 
Fonte: Causa Real

terça-feira, 13 de novembro de 2012

SAR, O Duque de Bragança visita Cabo Verde e troca impressões com Jorge Carlos Fonseca


Em legítima defesa

Foi com surpresa que li alguns dos inflamados comentários contra a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome. Mas, nas declarações de Isabel Jonet, que não conheço pessoalmente, não encontrei nenhuma afirmação que explique esta espécie de guerra santa.

É verdade que a pobreza de muitos e as dificuldades que tantos padecem no nosso país devem ser respeitadas e, portanto, seria inaceitável a insensibilidade de quem a elas se referisse com desdém, ou indiferença. Mas não é o caso, até porque, mais alto do que as palavras de Isabel Jonet, fala o seu serviço à causa dos mais necessitados, sem qualquer proveito pessoal, nem sequer a remuneração que, pela mais elementar justiça, lhe é devida.

Mas talvez seja este o principal pecado da Presidente do Banco Alimentar, a culpa pela qual está a ser apedrejada na praça pública: a caridade.

O tempo moderno não só abastardou o amor, agora reduzido ao mais ínfimo prazer, como também conspurcou a caridade, reduzida a esmola aviltante. Por isso, um furioso sindicalista – passo o pleonasmo – vociferava na televisão: «Não queremos caridade!». Mas, onde estaria ele – e nós – sem a caridade dos que nos deram o ser e a vida e tantos outros bens que jamais poderíamos reivindicar?!

Quando a irmã de Lázaro jorrou, sobre os pés do Mestre, um nardo puro de grande preço, Jesus aprovou aquele gesto sublime de amor, mas houve quem, em nome dos pobres, se indignasse.
Foi Judas Iscariotes, um dos Seus discípulos, aquele que O havia de entregar.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Fonte: Povo

sábado, 10 de novembro de 2012

Jantar dos Conjurados 2012


Irá realizar-se no próximo dia 30 de Novembro o tradicional Jantar dos Conjurados, promovido pela Causa Real, na presença de SS.AA.RR. os Senhores Duques de Bragança.

Este evento é aberto a todo os associados da Causa Real e aos seus convidados, assim como a todos aqueles que se queiram associar à evocação de uma data marcante da nossa História que assinala o Aniversário da Restauração da Independência de Portugal.

O jantar terá lugar no Hotel Palácio, Rua Particular, Estoril (junto ao Casino do Estoril),
com parte da receita a reverter a favor da Associação Vale de Acór.

Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte lerá a tradicional Mensagem aos Portugueses pelas 19h00, seguindo-se o jantar.

O Secretariado da organização do Jantar funcionará na Sede da Real Associação de Lisboa
Praça Luís de Camões, 46 2º Dto 1200-243 Lisboa (ao Chiado)
Tel.: 213 428 115 – secretariado@reallisboa.pt

Os ingressos têm o valor de:
Adultos – 40€
Jovens – 15€ (os primeiros 100 jovens até 25 anos de idade)

De Segunda a Sexta das 11:00 às 13:00 e das 15:00 às 18:00
As reservas e o pagamento poderão ser feitos também online em www.reallisboa.pt até às 18:00 do dia 26 de Novembro.

Não é permitido o levantamento de bilhetes no local do jantar.
 
CONTAMOS COM A SUA PRESENÇA!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

SAR D. Duarte: República arrisca 'falência fraudulenta'

 
O duque de Bragança, D. Duarte Pio, considerou hoje que a III República em Portugal está "quase a entrar em falência fraudulenta" por "actos de grande incoerência e irresponsabilidade" de vários governos.
 
Falando aos jornalistas na Cidade da Praia, após ter sido recebido em audiência pelo chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o também presidente da Fundação D. Manuel II culminava a síntese do percurso económico de Portugal desde a instauração da República, em 1910.

"A I República começou em 1910 e terminou em 1926 com uma falência muito grave, a II República teve uma economia boa, mas viveu em ditadura e a III República está quase a entrar em falência fraudulenta, com actos de grande incoerência e irresponsabilidade de vários governos", afirmou.

"Agora temos de pagar. O problema é saber como pagar, como evitar sacrifícios, embora todos tenhamos de os fazer. Eu próprio tenho situações em que tenho de rever os planos de acção da Fundação D. Manuel II", afirmou.

D. Duarte Pio defendeu, porém, que a crise que está a afectar Portugal "pode também ser criativa", exemplificando com o desenvolvimento da solidariedade.

"Esta crise pode ser também criativa. Está a desenvolver-se muito a solidariedade, novas ideias e novas iniciativas, e também se corta uma quantidade de despesas inúteis que estavam a ser feitas tanto pelo Governo como pelas empresas. Dentro do drama que vivemos, há algumas coisas positivas aproveitáveis", defendeu.

Questionado sobre um eventual alargamento do prazo da 'troika', o duque de Bragança considerou que tal seria "pior", defendendo que o ideal era o Banco Central Europeu (BCE) avançar com dinheiro a taxas de juros inferiores.

"Tanto quanto sei, pelo que me dizem os economistas, a medida mais positiva e mais eficiente era conseguir pagar juros mais baixos pelos empréstimos que recebemos, como o Banco Central Europeu (BCE), que empresta dinheiro a 1 por cento. Se o BCE empresta dinheiro com essa taxa de juro, porque temos de pagar os juros que temos a pagar?", questionou.

"Essa seria a maior ajuda para diminuir a dificuldade que estamos a passar em Portugal. Em relação à dilatação do prazo, dizem-me os economistas que não vai ajudar muito, porque vai sair mais caro. Além disso, mostrar que não somos capazes de pagar vai criar ainda maior dificuldade nos mercados internacionais", justificou.

D. Duarte Pio lembrou que Portugal está a pedir empréstimos para "pagar as despesas correntes do Estado", que ainda hoje não consegue cobrir os custos com os seus próprios rendimentos.

"Não é preciso ser um economista genial para perceber que isso não pode funcionar e qualquer dona de casa percebe que não se pode gastar mais do que se ganha", sublinhou o duque de Bragança, lembrando que mais de 80 por cento dos custos destina-se ao pagamento de salários na Função Pública.

"(Os funcionários públicos) Passaram de 200 mil, em 1974/75, para 700 mil e 50 por cento do rendimento nacional é para pagar o funcionamento do Estado. Isso não é sustentável", concluiu.

Fonte: Sol