É um lugar-comum afirmar a crise institucional do país e do continente europeu. Portugal, e também a Europa, parecem-se a uma família desavinda onde, à míngua de pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Os portugueses, em geral, não querem o desprestígio das suas instituições, nem dos seus governantes, por eles democraticamente eleitos, muito embora certas forças sectárias, com a cobertura de alguns órgãos de contra-informação, trabalhem em sentido contrário. Mas são apenas a excepção que confirma a regra e a que não se deve dar, por isso, demasiada atenção.
A refundação nacional, seja ela o que for, não pode ser feita contra a Europa, que é, quer se queira ou não, a pátria da nossa pátria. E é também de onde, nesta hora difícil, nos vem a ajuda necessária para um ressurgimento nacional.
O povo é sereno e brandos são os seus costumes, graças a Deus. Mas não basta. É urgente que renasça, das cinzas dos egoísmos individuais e nacionais, uma nova cultura humanista e uma política verdadeiramente solidária, ou seja, um renovado espírito cristão. Porque «esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé» (1Jo 5,4).
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Fonte: Povo
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