14 março 2012

É claro

É claro que um Presidente da República, seja ele quem for, nunca poderá ser um representante consentâneo pela simples razão de que foi eleito por vários e díspares critérios. Uns votam pela cor dos olhos, outros pela cor partidária, outros pela promessa de emprego, outros por ódio aos restantes candidatos. Depois, há uns palermas que acham que se deve votar útilmente. As desavenças que o chefe de estado Silva anda a colher partem destes pressupostos. Ter um chefe de estado, que nunca representará o país mas parte dele, por via dos votos dá neste folclore. O estado devia ser representado por alguém que não se vendesse em campanha, não comprasse favores, não tivesse estado envolvido em negócios materiais e políticos, alguém que unisse. O estado devia ser representado por um Rei. Mas isso é muita areia para a camioneta esfrangalhada em que se tornou este país.


João Amorim

Fonte: Os Carvalhos do Paraíso

1 comentário:

Carlos Gomes disse...

Sugiro que não se empregue depreciativamente o termo "folclore" para retratar tais situações... o folclore é a sabedoria popular, os seus usos e costumes. A sua utilização indevida é muito mal aceite por centenas de milhares de pessoas que estão de algum modo ligadas ao folclore em todo o país.
Recordo que, por ocasião do casamento de SAR D. Duarte e D. Isabel, estiveram em Belém a saudá-lo 32 agrupamentos folclóricos de todo o país, iniciativa que tive o prazer de organizar cuja responsabilidade foi-me então transmitida pelo sr. Gonçalo da Câmara Pereira.
Respeitemos, pois, o folclore do nosso povo!