sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A Portugalidade em pedra – Forte Português do Bahrein

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Durante o século XVI, o Império Português impunha respeito a todas as outras forças no Oceano Índico. Os Portugueses eram, portanto, uns verdadeiros senhores dos mares, ainda que estivessem a milhares de quilómetros da sua metrópole. Para além de rotas comerciais, o Reino também controlava diversos pontos estratégicos como, por exemplo, o Estreito de Ormuz.

Em 1521, a ilha do Bahrein é invadida pelos portugueses, que nomeiam Badr al Din como administrador da praça. As forças portuguesas ocupam, assim, o território, ficando em seu poder o forte mais importante da ilha, situado no topo de uma elevação com cerca de doze metros de altura.

Porém, ainda que tenham nomeado um governador local – talvez numa atitude de boa-vontade e simpatia para com a população nativa -, a permanência lusitana não é de todo pacífica. O próprio administrador, Badr al Din, promoverá uma revolta contra aqueles que o nomearam, revolta essa que é esmagada por D. Simão da Cunha, no ano de 1529. Mais tarde, em 1559, D. Antão de Noronha, Capitão de Ormuz, vê-se obrigado a responder a um ataque turco, sendo que o forte anteriormente conquistado revela-se fundamental na vitória portuguesa contra as tropas turcas.

Por conseguinte, a fortificação, localizada na actual capital do Bahrein – Manama-, é então remodelada, no ano de 1561, por obra do arquitecto Inofre de Carvalho – reputadíssimo homem que também trabalhara na concepção do Forte de Ormuz.

Graças à modernização efectuada pela mão de Inofre de Carvalho, o forte passa a estar dotado de uma área com baluartes – estrutura assaz importante em contexto defensivo.
Não há, no entanto, certezas quanto à configuração do forte nessa altura. Segundo alguns registos, a estrutura seria quadrangular, com torres de planta circular em cada um dos vértices.

Em 1602, os portugueses acabam por ser expulsos pelo Xá Abbas I. Ainda que a presença portuguesa não tenha sido tão prolongada como fora noutras partes do globo, o legado sobreviveu até aos nossos dias e, em 2005, o forte foi considerado Património Mundial da UNESCO sofrendo, inclusive, obras de conservação e restauro com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

Mamede Broa Fernandes

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