A Casa Real considera útil esclarecer as pessoas que leram o artigo do Dr. Antonio Lobo Antunes na revista Visão de 17 de Dezembro 2015, para que não fiquem com uma imagem distorcida da missão desempenhada pelo Senhor Dom Duarte a favor da libertação de Timor, quando este antigo território ultramarino Português estava sob ocupação da Indonesia.
Assim, publicamos abaixo o texto da carta enviada ao director da revista Visão
Exmo. Senhor
Director da Visão
O prestígio do Dr. António Lobo Antunes como escritor leva-me a pedir a amabilidade de publicar este esclarecimento ao artigo “A Monarquia” publicado na Visão de 17 de Dezembro último, em que ele me acusa de ter pretendido “declarar guerra à Indonésia”
A realidade das declarações e apelos que então proeri publicamente consistiram em chamar à atenção para o facto da invasão e ocupação Indonésia de Timor serem um acto de guerra para com Portugal, o que deveria levar os nossos aliados a apoiar a luta pela desocupação do território e pela liberdade dos timorenses. Acto de guerra que veio de facto a ser reconhecido como tal, o que levou à libertação do povo de Timor.
Felizmente não fui o único português a envolver-me profundamente na questão. Pessoas e instituições de todos os quadrantes políticos participaram nessa luta a partir de certa altura.
A minha luta a favor da liberdade de Timor durante a ocupação Indonésia foi reconhecida pelo Parlamento Timorense que me concedeu por voto unanime a sua nacionalidade, "por relevantes serviços prestados à Pátria”.
Não tenho o hábito de avaliar as qualidades morais das pessoas com base nos meus conceitos pessoais de beleza, mas é de salientar a existência de um laivo de esperança para o Dr. Antonio Lobo Antunes, uma vez que o próprio afirma que "a causa monárquica começa a seduzi-lo "...
Com os meus melhores cumprimentos,
Dom Duarte de Bragança
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