O incómodo com o facto de a Petição para alteração do Protocolo ter atingido as 4000 assinaturas é visível entre os defensores da Instituição Republicana, mas o incómodo não explica o porquê de a Petição ter alcançado a obrigação de subir ao Parlamento para discussão e aprovação em apenas 8 dias. Em boa verdade a República tornou-se um cancro de dívidas, despotismos, processos penais e degradação das Instituições Nacionais e os governantes eleitos são os únicos que se recusam a ver a realidade.
Durante as Conferências “O Renascer do Poder Local”, organizadas pelo Instituto de Democracia Portuguesa em Mirandela (IDP) a 1 de Dezembro de 2011, Dom Duarte de Bragança alertou que a democracia não são apenas direitos têm também deveres. Apontou a urgência de uma maior proximidade entre a Assembleia da República e as populações. O alerta de D. Duarte com 6 anos não podia ser mais premonitório , o mais recente escândalo que atinge o ultimo reduto de soberania financeira nacional (Caixa Geral de Depósitos) revela tudo o que tem corrido mal na governação em Democracia. A predominância do caciquismo e da corrupção Institucional sobre aquilo que deveria ser o Interesse Comum da Comunidade, a única proximidade que existe é entre o Poder eleito e os poderes instalados.
O grande preconceito que envolve a convivência entre as Instituições da República e a Casa Real Portuguesa pode-se resumir à incompatibilidade entre diferentes visões do que deveria ser a Sociedade politicamente organizada e a mais recente Petição para alterar o Protocolo de Estado veio apenas reforçar o incómodo com que a República encara a existência de uma Instituição que permanece como permanente crítica aos governantes eleitos após a Implantação da República. A revolução de 1910 não foi uma revolução de mentalidades mas um retrocesso ao caciquismo do Antigo Regime que vai ganhando novas camadas de despotismo a cada decisão tomada sem qualquer debate, como a mais recente proposta de eleição directa para Áreas Metropolitanas .
Fonte: o manto do rei
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