Hoje, Domingo de Pascoela, era o dia de distribuição dos Agnus Dei. Estes tinham sido benzidos na Quarta-Feira anterior. O Papa fazia-o, habitualmente, no primeiro ano de pontificado e, depois, de 7 em 7 anos.
O Agnus Dei é um antiquíssimo sacramental (talvez o mais antigo da Igreja), com referências históricas até pelo menos o séc. VI, feito da cera de Círios Pascais passados, tendo de um lado a imagem do Cordeiro de Deus, donde lhe vem o nome, e no reverso uma imagem pia. Um dos conhecidos efeitos associados a esta devoção é a protecção contra doenças e contra pestes e epidemias (algo que até nos parece apropriado, hoje).
Não se trata dum qualquer amuleto ao qual associamos superstição. Trata-se dum sacramental, cuja primeira função é lembrar-nos de Deus e do Seu lugar nas nossas vidas, podendo assim ser veículo de Graça, através das bênçãos concedidas ao Agnus Dei e das orações do Papa que o consagrou.
Como no Círio Pascal, a cera tipifica a carne virginal do Senhor, o cordeiro com a cruz a ideia da vítima oferecida em sacrifício e, como o sangue do cordeiro pascal protegeu cada casa do anjo da morte, também o propósito deste sacramental é proteger quem o tem de toda a influência maligna. Nas orações de bênção encontramos referência directa ao perigo das tempestades, da peste, dos incêndios, das cheias e ainda dos perigos a que as mulheres estão expostas na gravidez e parto.
Na imagem, o meu Agnus Dei (oferecido por um caro amigo), consagrado pelo Papa Leão XIII (tanto quanto se consegue perceber) em 1894.
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