quinta-feira, 31 de julho de 2025

Dia de Santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas

Santo Inácio foi uma conversão tardia, como acontece hoje a tantas pessoas, mas entregou o resto da sua vida pela Igreja. Podemos ver algumas das exortações que fazia frequentemente aos outros jesuítas nesta carta de 1555:

Parece-me que deveríeis decidir-vos a fazer calmamente o que podeis. Não vos inquieteis com o resto, mas deixai nas mãos da divina Providência o que não podeis cumprir por vós mesmos. São agradáveis a Deus a solicitude e o cuidado que, com razoabilidade, pomos nas tarefas que nos competem, para conseguirmos concretizá-las da melhor maneira. 

Não Lhe são agradáveis a ansiedade e a inquietação do espírito: o Senhor quer que os nossos limites e fraquezas encontrem apoio na sua fortaleza e omnipotência, quer que tenhamos confiança em que a sua bondade suprirá a imperfeição dos nossos meios. 

Os que se ocupam com muitos assuntos, mesmo que o façam com boas intenções, devem resolver-se a fazer apenas o que está ao seu alcance. Se tivermos de deixar de lado certas coisas, há que ter paciência, e não pensar que Deus espera de nós o que não podemos fazer. 

Ele não quer que o homem se atormente com as próprias limitações; não é preciso cansarmo-nos excessivamente. Quando de facto nos esforçámos por dar o melhor de nós, podemos deixar o resto nas mãos daquele que tem o poder de realizar tudo o que quer. 

Que a bondade divina nos comunique sempre a luz da sabedoria, para que possamos ver com clareza e realizar a sua vontade com profunda convicção, em nós e nos outros […], para que das suas mãos aceitemos o que nos envia, considerando o que é de maior importância: a paciência, a humildade, a obediência e a caridade.

Carta de 17/11/1555


quarta-feira, 30 de julho de 2025

Recordar O Infante D. Afonso de Bragança Que Nasceu A 31 de Julho de 1865

Dom Afonso Henriques de Saxe-Coburgo-Gota e Bragança nasceu às 2 horas da manhã de 31 de Julho de 1865, no Paço Real da Ajuda, em Lisboa, com a titularia de Infante de Portugal e 3.º Duque do Porto (título real de cortesia dos filhos secundogénitos do Rei de Portugal).

Sua Alteza Sereníssima O Senhor Infante Afonso Henriques Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando Inácio de Bragança era filho D’El-Rei Dom Luís I e da Rainha Dona Maria Pia, e irmão mais novo de Dom Carlos, Duque de Bragança e Príncipe Real. Ao contrário do irmão não lhe eram pedidas responsabilidades para reinar pelo que enveredou por uma carreira militar na arma de Artilharia.

O 3.º Duque do Porto foi ainda 24.° e último Condestável de Portugal, 109.º governador e 51.º e último Vice-Rei da Índia Portuguesa – que pacificou, já no reinado do irmão, enquanto Tenente-Coronel de Artilharia à cabeça de apenas 22 oficiais e 567 praças frente a milhares de Maratas e Ranes, nas Campanhas da Expedição de 1895/96. ‘Abraço-te do coração pelos serviços que, com risco da própria vida, prestaste à nossa querida Pátria e peço-te que comuniques aos oficiais e praças debaixo do teu comando quanto me é grato saber o modo como soldados portugueses têm continuado a honrar o nome do seu País.’, escreveu El-Rei Dom Carlos ao Infante Dom Afonso.

Regressado à metrópole e à capital, era um reconhecido entusiasta dos automóveis, sendo o organizador das primeiras corridas de automóveis em Portugal, sendo a primeira corrida, em Agosto de 1902, no hipódromo de Belém, onde o Fiat de D. Afonso, ao despique, com um Locomobile conduzido pelo norte-americano Abott, um Panhard et Levassor conduzido pelo francês Beauvalet e um Darracq conduzido por Alfredo Vieira, e deram 10 voltas num disputada corrida com Abbot a vencer. Fundou ainda o Real Automóvel Club de Portugal.

Deve-se, ainda, ao Infante Dom Afonso Henriques de Bragança a fundação, em 10 de Abril de 1880, da Real Associação de Bombeiros Voluntários da Ajuda, da qual foi o seu primeiro comandante. A RABVA recebeu o alvará de Real Associação em 2 de Maio de 1881 e funcionava como sede numa parte do próprio Palácio da Ajuda.

Fruto da mal-intencionada campanha republicana que visava denegrir os membros da Família Real Portuguesa ficou injustamente conhecido como «O Arreda». O que não conta essa estória é que Dom Afonso como comandante dos Bombeiros Voluntários da Ajuda  percorria as ruas de Lisboa num carro de bombeiros – pago do próprio bolso – a alta velocidade para levar o auxílio a quem tinha os seus bens a serem consumidos pelo fogo ou para combater incêndios nas matas adjacentes, perigando a própria vida, e como não havia sirenes nesse tempo fazia-o com uma palavra de ordem, o grito, de ‘Arreda, Arreda!’ para que os hipomóveis e os peões saíssem da frente, o que lhe valeu o cognome pouco abonatório, pois como era entusiasta de carros e foi o responsável pela organização das primeiras corridas de automóveis em Portugal, a propaganda anti-monarquia pretendeu passar a ideia que era por conduzir o seu automóvel Fiat a alta velocidade – uns ‘estonteantes’ 20 km/hora -, pelas ruas da Capital aos gritos de ‘Arreda!’, para as pessoas se afastarem e não serem atropeladas.

Com o Regicídio, no qual o terrorismo da Carbonária e dos republicanos ceifaram a vida d’el-Rei Dom Carlos e do Príncipe Real Dom Luís Filipe de Bragança, no reinado do sobrinho El-Rei Dom Manuel II, o Infante Dom Afonso foi jurado herdeiro da coroa e designado 6° Príncipe Real de Portugal.

Após a golpada revolucionária que implantou a república, D. Afonso exilou-se em Itália, com a sua mãe. Foi um exílio muito isolado e solitário, especialmente a partir da morte da mãe a quem era muito dedicado. Com o casamento de D. Manuel II com Dona Augusta Vitória, o afastamento de tio e sobrinho aumenta, e contrariando a posição da Família Real Portuguesa e Italiana, acaba por casar-se, em Madrid em 1917, tornando-se o 4° marido de Nevada Stoody Hayes Chapman, uma cidadã norte-americana; desse casamento morganático – quando alguém de sangue real se casa com pessoa de condição inferior não transmitindo prerrogativas – não houve descendência. Com o afastamento da Família passa a viver modestamente numa aldeia italiana, Posilippo, onde a saúde do Infante se deteriora rapidamente, perdendo inclusive a memória, acabando por falecer hemiplégico, em Nápoles, em 21 de Fevereiro de 1920, com apenas 54 anos.

A 2 de Março de 1922, os restos mortais do Infante Dom Afonso de Bragança são desembarcados na Pátria, com honras militares, velado na capela do Arsenal e depois percorrendo o caminho até S. Vicente ao som da Marcha Fúnebre de Chopin, num armão que carregou a urna de prata maciça, onde sob uma almofada no mesmo metal repousava uma coroa Real, cobertos pelo Pavilhão de Vice-Rei da Índia. Retirada a urna do armão, esta foi carregada pelos seus companheiros bombeiros ao som de uma salva de 13 tiros da artilharia do campo de Santa Clara, sendo sepultado com honras de Estado no Panteão dos Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.

Por todos os seus feitos ao serviço da Pátria, enquanto Infante de Portugal, é, portanto, impreterível fazer a devida Honra e Justiça à Memória do Infante Dom Afonso Henriques de Bragança que com galhardia tanto honrou a divisa da sua corporação de bombeiros: ‘Vida por Vida’.

Miguel Villas-Boas

Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

terça-feira, 29 de julho de 2025

Quem quer expulsar os cristãos e porquê?

Sandro Magister escreve hoje sobre a questão de Gaza: "Quem quer expulsar os cristãos e porquê?" Um dos episódios que descreve é o dos sucessivos ataques por parte de colonos judeus aos cristãos na cidade de Taybeh (chamada Efraim no capítulo XI do evangelho de São João):

«No dia 7 de Julho, após dias de escalada de violência, alguns colonos incendiaram a antiga Igreja de São Jorge, do século V, e o cemitério próximo. O pároco latino da aldeia, [Bashar Fawadleh], relata: “Mais de vinte jovens correram comigo para o local e conseguiram apagar o fogo, enquanto os atacantes permaneciam a observar.

Eles também bloquearam as estradas com os seus carros, impedindo-nos de as usar, enquanto as principais vias de acesso a Taybeh permaneciam bloqueadas por postos de controlo militar”.»

 

Fonte: Senza Pagare

segunda-feira, 28 de julho de 2025

A glória e o prestígio das instituições

A motivação para a disputa política (em termos latos) na assunção de cargos de relevo público é um tema que me vem merecendo reflexão. O que atrai um individuo a ir à luta dentro de um partido ou organização cívica? É possível a criação de incentivos para envolver “os melhores” da nossa comunidade para as maçadas e sacrifícios que implicam as causas públicas?

Sou daqueles que considera ser importante uma justa remuneração dos altos cargos políticos, algo que não acontece nos nossos dias. Actualmente a assunção de um cargo de responsabilidade num governo ou autarquia implica, para uma pessoa habilitada e perfil para as funções, um sacrifício pessoal em matéria de vencimento. Mal comparado, como no séc. XIX em que só aqueles que tinham fortuna familiar podiam ambicionar a uma carreira política. Esse facto provavelmente afastava muita gente com muito mérito e apetência.

Mas confesso que não acredito que o dinheiro tenha assim tanto peso na discriminação dos “melhores”. A vida tem-me demonstrado que a grande maioria das pessoas que alcançaram cargos de relevância pública o fizeram movidas por um instinto de combatividade, um “bichinho” indomável, acompanhado por mais ou menos idealismo. Algo que nasce com as pessoas. Ou seja, parece-me que a principal motivação, para diferentes funções e graus de responsabilidade e escala de relevância pública, quem na sociedade civil se envolve neles o faz por inconformismo. Por causa duma inquietação existencial inata, que na maior parte das vezes vai conduzir o individuo a funções de liderança ou de relevância social. Não me parece de todo que a motivação material seja o factor preponderante na escolha dum percurso desses.

Naquilo em que eu acredito é no peso do prestígio das instituições para a atracção dos melhores. A escolha de despender energias, de devotar e sacrificar a vida num determinado cargo público, tem principalmente a ver com a autoridade que emana dessa função. Definitivamente a atracção da glória, do reconhecimento social, é um factor muito mais determinante que o material.

Daí que, antes de tudo o mais, o mais importante, e, no entanto, o mais difícil para a atracção dos melhores, seja o prestígio das instituições a que se concorre. Sei bem como é difícil inverter a lógica da “má moeda que afasta a boa moeda”, da rampa deslizante em que se vêm desgastando o prestígio das mais importantes funções do Estado.

E como bem sabem V. Exas., quanto a mim devíamos salvaguardar desta lógica mesquinha e imponderável o mais alto magistrado da Nação.

João Távora


Fonte: Real Associação de Lisboa

domingo, 27 de julho de 2025

SS. AA. RR. Os Senhores Duques de Bragança na festa nacional do dia da Bélgica a convite do Embaixador da Bélgica


SS.AA.RR. os Duques de Bragança estiveram presentes na festa nacional do dia da Bélgica a convite de S.E. o Senhor Embaixador da Bélgica, Bart Lammens. A cerimónia decorreu na passada segunda-feira 21 de Julho.

sábado, 26 de julho de 2025

Sant'Ana, Mãe de Nossa Senhora e Avó de Jesus

Santa Ana, ou Sant'Ana - do hebraico Hannah: Graça - foi a Mãe de Maria Santíssima e pertencia à família do sacerdote Aarão. O seu marido, São Joaquim, homem pio, fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos. Segundo narra a Tradição, Rubén parou Joaquim quando este estava para entrar no Templo para levar a sua costumeira oferenda anual em dinheiro e disse: “Tu não tens o direito de ser o primeiro, porque não geraste prole”. 

Sant’Ana já era idosa e estéril, e São Joaquim não queria tomar outra mulher para gerar filhos, segundo os costumes hebraicos, porque amava a esposa. Confiando no poder divino, São Joaquim retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência. Ali um anjo do Senhor apareceu-lhe e disse que Deus havia ouvido as suas preces. Tendo voltado a Jerusalém, ambos se encontraram na Porta Áurea. 

Algum tempo depois Sant’Ana, a quem também aparecera concomitantemente um anjo (“Ana, Ana, o Senhor ouviu a tua prece e tu conceberás e parirás e falar-se-á da tua prole em todo o mundo”), ficou grávida. A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade deu-lhes o prémio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe de Jesus. 

O santo casal residia em Jerusalém, perto da Porta dos Leões, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Sant'Ana, construída pelos Cruzados e cuidada pelos Padres Brancos (Sociedade dos Missionários da África). Num Sábado, 8 de Setembro do ano 20 a.C., nasceu-lhes uma filha que recebeu o nome de Miriam - do hebraico: "Senhora da Luz", passado para o latim como Maria. 

Os pais de Maria nunca foram nomeados nos textos bíblicos; a sua história foi narrada pela primeira vez nos apócrifos¹ Protoevangelho de Tiago e Evangelho do Pseudo-Mateus². Depois foi enriquecida de detalhes hagiográficos no curso dos séculos, incluindo a Legenda Aurea de Jacopo de Varazze. 

A Tradição conta que as relíquias de Sant’Ana foram salvas de serem destruídas pelo centurião Longinho. Os restos foram custodiados na Terra Santa até que, por obra de alguns monges, chegaram a França, onde permaneceram durante anos. Durante as incursões otomanas, o inteiro corpo da Santa foi guardado num caixão de cipreste e murado, por precaução, que se encontrava numa capela escavada sob a nascente catedral de Apt. Muitos anos depois, o corpo foi encontrado, graças a diversos milagres e graças também a uma inscrição em grego. De seguida, o corpo foi desmembrado e as relíquias enviadas por toda parte do Ocidente. Actualmente, o crânio está em Castelbuono, na Sicília, onde no dia 27 de Julho é levado em procissão. Entre os milagres, conta-se o do "lumezinho" que permaneceu aceso ao lado do caixão durante anos, apesar da ausência de ar.

A mãe da Virgem possui os mais diferentes patronatos, quase todos ligados a Maria; por ter levado no ventre a Esperança do Mundo (Maria), o manto de Sant'Ana é verde. Por isso na Bretanha, onde são devotíssimos, é invocada na colheita do feno. Por ter custodiado Maria como uma jóia num cofre, ela é patrona dos ourives e tanoeiros. Protege também os mineiros, os marceneiros, os carpinteiros e os oleiros. 

Por ter ensinado à Virgem a cuidar da casa, tecer e costurar, é a padroeira dos fabricantes de vassouras, dos tecelões, dos costureiros, dos fabricantes e comerciantes de tecidos. É sobretudo a padroeira das mães de família, das viúvas, e, por ter concebido a mais alta das criaturas humanas, sobretudo das parturientes; é invocada nos partos difíceis e nos casos de esterilidade conjugal.

in Pale Ideas


sexta-feira, 25 de julho de 2025

Da Sinagoga de Satanás

Todo aquele que bem compreender o carácter, as tendências e o fim das sociedades secretas, sob qualquer disfarce em que se envolvam, comparando-as com o carácter, a natureza e o desenvolvimento desta guerra declarada à Igreja, quase sobre toda a superfície do globo, não poderá duvidar que todas as calamidades presentes, não devem ser atribuídas, senão à sua causa principal, isto é, às maquinações e aos ardis dessas seitas. São elas que compõem a Sinagoga de Satanás, cujas forças reunidas, como um exército em ordem de batalha, marcham, com as bandeiras desfraldadas ao assalto da Igreja.

Papa Pio IX in encíclica «Etsi multa», 21 de Novembro de 1873


Fonte: Veritatis

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Assinatura de um protocolo com a Montis - Associação para a Gestão e Conservação da Natureza


No âmbito da doação à Real Associação de Lisboa de três prédios rústicos (terrenos) na Serra d’El Rei, decidiu esta associação em AG assinar um protocolo com a Montis - Associação para a Gestão e Conservação da Natureza, para a administração e cuidado com este agora nosso património.

Nesse sentido, convidamos os nossos associados e amigos a presenciar a cerimónia de assinatura do protocolo, no próximo dia 26, pelas 11:30hs, que contará com a presença de SAR o Senhor Dom Duarte de Bragança, que deste modo apadrinha esta jornada de cariz ambiental e ecológico.

Após a cerimónia, decorrerá um almoço convívio.
Para mais esclarecimentos e inscrições, contacte-nos através do endereço secretariado@reallisboa.pt, pelo telefone 213 428 115 ou presencialmente na nossa sede de 2ª a 6ª feira no NOVO HORÁRIO entre as 14:00hs e as 17:00hs.


quarta-feira, 23 de julho de 2025

Comemoração dos 700 anos da Peregrinação da Rainha Santa Isabel de Portugal - 25 de Julho, 17h00, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, Coimbra

 

Na próxima Sexta-feira, dia 25 de Julho, a partir das 17h00, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, comemoram-se os 700 anos da Peregrinação da Rainha Santa Isabel a Santiago de Compostela.

A Confraria da Rainha Santa Isabel preparou um programa para assinalar dignamente a celebração deste VII Centenário da Peregrinação a Santiago de Compostela da Padroeira da cidade de Coimbra e que é o seguinte:

 

1) às 17h00, ocorrerá a apresentação pública de medalha comemorativa  dos 700 anos da Peregrinação da Rainha Santa Isabel a Santiago de Compostela, que será acompanhada por exposições alusivas ao evento comemorado;


2) às 17h30, serão apresentados objectos do espólio pessoal do Doutor António de Vasconcelos, antigo Presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel e um dos maiores estudiosos da vida, obra e santidade da Padroeira da cidade de Coimbra, espólio que foi recentemente doado à Confraria pelos herdeiros de um outro ilustre Presidente da Confraria, o Dr. Abel de Mendonça Machado de Araújo;

 

3) às 18h00, celebração de Missa de Acção de Graças pela exemplar vida acontecida de Santa Isabel de Portugal, presidida pelo Senhor Padre Francisco Prior Claro, ilustre Confrade da Confraria da Rainha Santa Isabel.



A Confraria da Rainha Santa Isabel convida todos os devotos da Rainha Santa Isabel a participarem nesta comemoração.


Pela Mesa Administrativa da Confraria da Rainha Santa Isabel,

Joaquim Leandro Costa e Nora

terça-feira, 22 de julho de 2025

Para ilusão benigna, escolha-se uma realista

A cena repete-se a cada cinco anos, com mais ou menos despudor, mais ou menos confrangedora, o posicionamento dos putativos candidatos à disputa eleitoral para a corrida a Chefe de Estado de Portugal. Este ano a particularidade é a candidatura de um militar que concorre à margem dos partidos, numa clara aproximação à estética monárquica, suprapartidária. E entende-se bem porquê.

Se os partidos constituem alicerces fundamentais, reguladores das diferentes tendências ou concepções ideológicas rivais que despontam da sociedade, sempre conflitual e competitiva, no modelo constitucional português, herdado do liberalismo monárquico, parece-me redundante, e até equívoco, o costume de o Chefe de Estado emanar dum partido político. Tirando o caso de Ramalho Eanes tem sido assim sempre desde o 25 de Abril. Tal acontece na ingénua presunção de que, no dia seguinte às eleições, os portugueses adiram à ilusão de que o mais alto magistrado da Nação tenha fechado as suas convicções sectárias a sete chaves num baú atirado à Fossa das Marianas. E que as suas pretéritas actuações no palco das quezílias partidárias não tenham passado de dramatizações artificiais para a conquista do poder. Mais um prego para o caixão do sistema.

A natureza humana é aquilo que é, e pouco haverá a fazer para a domesticar, sem ser com muita violência. Uma sociedade saudável é inevitavelmente conflituosa, competitiva, inquieta, combativa. As disputas emergem a cada momento nas famílias, nas empresas, em qualquer organização social. Aquilo a que chamamos “civilização” é a regulação eficiente dessa conflitualidade e a mitigação dos perigos inerentes aos excessos que essa violência implícita comporta, às vezes com pulsões de morte. É neste âmbito que se compreende a estruturante eficácia dos partidos, que são instrumentos de conquista de poder, um dos mais letais instintos humanos. Por isso, quando vejo deputados no parlamento à beira do histerismo a esgrimir argumentos, a disparar palavras e frases bombásticas com os seus antagonistas no lugar de espadeiradas ou rajadas de metralhadora, fico contente com esses sinais de civilidade. As fúrias ficam-se por palavras, e as razões revestem-se em ideais, mais ou menos sofisticados, mais ou menos nobres. Mas no início, lá bem no fundo, está um inevitável instinto guerreiro, uma propensão existencial para o conflito e para a contenda, uma inquietação voraz de poder. É inegável a eficácia das democracias liberais na mitigação destas autofágicas pulsões humanas.

Já não entendo é a necessidade que se proclama no espaço público de que o chefe máximo da nação participe e provenha desse teatro de guerra. Somos, como seres humanos, criaturas únicas e irrepetíveis, muito mais do que as nossas crenças e convicções. Por isso é que acredito, que um país antigo como o nosso merecia, no topo da pirâmide do Estado, em contrapeso com a restante arquitectura, uma instituição mais representativa da nossa identidade, mais agregadora, realmente independente das inevitáveis refregas entre os grupos de interesses e pertenças sectárias. A Pátria em figura humana.

E não me conformo que esta discussão não desponte no espaço público, viciado no degradante circo, na despudorada hipocrisia que consiste a disputa das putativas candidaturas a Presidente da República. Uma tristeza muito grande.

 João Távora


Fonte: Real Associação de Lisboa

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Um Rei Não Toma Partido

A Monarquia não é uma ideologia, os partidos são ideológicos!

O Rei não toma partido, não é de nenhum partido! ‘Partido é uma parte, sê inteiro’, escreveu Agostinho da Silva; ora inteiro só um Rei, pois um monarca não tem partido nem toma partido, pois é supra-partidário. Assim, o único partido do Rei é o interesse nacional. O Rei é português por inteiro.

Por muito marcante que, por vezes, possam ser a personalidade e carácter de um presidente, existe uma falha original na chefatura de estado republicana, que melhor não podia ser descrita do que como fez Ramalho Ortigão:

‘Um Rei é Presidente de todos os cidadãos. Um Presidente é apenas o Rei dos seus correligionários’.

Assim só um Rei será o “defensor do equilíbrio da Nação”, como foi estatuído nas Cortes de 1211.

Miguel Villas-Boas

Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

domingo, 20 de julho de 2025

SS. AA. RR. Os Senhores Duques de Bragança nas celebrações do Dia da Independência dos Estados Unidos da América em Lisboa


SS.AA.RR. os Duques de Bragança, estiveram presentes nas celebrações do Dia da Independência dos Estados Unidos da América, que tiveram lugar na Embaixada dos EUA em Lisboa, na passada quarta-feira.
O evento, que assinala o 4 de Julho, foi organizado pelo Encarregado de Negócios, Doug Koneff, e contou com a presença de distintas personalidades da diplomacia, cultura e sociedade civil portuguesa.
Foi uma honra marcar presença neste momento de amizade entre Portugal e os Estados Unidos da América.

sábado, 19 de julho de 2025

A igualdade defendida pela Revolução Francesa não é católica

I. A sociedade humana, tal qual Deus a estabeleceu, é formada de elementos desiguais, como desiguais são os membros do corpo humano; torná-los todos iguais é impossível; resultaria disso a destruição da própria sociedade humana.

II. A igualdade dos diversos membros da sociedade consiste somente no fato de todos os homens terem a sua origem em Deus Criador; foram resgatados por Jesus Cristo e devem, segundo a regra exacta dos seus méritos e deméritos, ser julgados por Deus e por Ele recompensados ou punidos.

III. Disto resulta que, segundo a ordem estabelecida por Deus, deve haver na sociedade príncipes e vassalos, patrões e proletários, ricos e pobres, sábios e ignorantes, nobres e plebeus, os quais, todos unidos por um laço comum de amor, se ajudam mutuamente para alcançarem o seu fim último no Céu e o seu bem-estar moral e material na terra (Encíclica Quod apostolici muneris).

São Pio X in Motu Proprio ''Fin dalla prima'' (18 de Dezembro de 1903)


quinta-feira, 17 de julho de 2025

Sobre a limpeza do Sangue

É a limpeza do sangue a coisa de que se deve fazer maior estimação, porque da mesma sorte que o humor do tronco se comunica aos ramos, o sangue dos pais se comunica aos filhos, como escreve Ovídio, bebendo estes nele as boas ou más inclinações que têm os pais, de que raras vezes discrepa a natureza dos filhos; e por isso falando Ezequiel no cap. 16 de alguns costumes perniciosos de muitos moradores de Jerusalém, herdados de seus pais, lhes diz: Bem parece que vossa geração é da terra de Canaã e que foram vossos pais Amorreus, vossas mães Teteias; e daqui nasceu o adágio: De mau corvo, mau ovo. Teodorico, segundo escreve Cassiodoro, lib. 9Epist. 22, em o título de Conselheiro, no conselho que deu a Paulino, de pais limpos, lhe diz que em os frutos de seus bons costumes campeia o sangue de seus pais, porque de pais puros nascem filhos puros, disse Aristóteles, 3Rhetoricor., e mais depressa se empioram do que melhoram os filhos, escreve Homero in Odiss.
É pois a limpeza do sangue uma qualidade que vem de pais e avós, a qual procede de não haver memória que algum deles traga sua origem de Judeu, ou Cristão-Novo, Mouro, ou Mulato. É um quase resplendor que nasce de haverem os pais, avós, e mais ascendentes, sempre tido e confessado a Fé Católica Romana, sem fama em contrário, derivado aos descendentes, de que se deve fazer o maior apreço, por ser o fundamento único e sólido em que se afiançam às maiores venturas, e sem o qual se fecham as portas a todas as melhoras; porque em todas as Repúblicas bem ordenadas anda junto o ser honrado com o ser puro; de maneira que ainda que possa haver limpeza sem honra, não pode haver honra sem limpeza. A Nobreza é uma opinião moral que se tem de cada um de nós, e não pode ser boa a opinião, quando no sangue se conhecem defeitos. Vícios no sangue são o defeito do material; e de material defeituoso não se podem fabricar edifícios duráveis; antes é tão certo ameaçarem ruína, quanto infalível o vício na matéria. Vícios no sangue são vícios na causa; e causa viciosa necessariamente produz efeitos viciosos; porque tal é a causa, tais são os efeitos; e por isso com discreto acordo são excluídos os Judeus, os Mouros, os Mulatos, e sobre todos com maior razão os Judeus e os Cristãos-Novos, que deles trazem sua origem.

Diogo Guerreiro Camacho de Aboim in «Escola moral, política, cristã, e jurídica», 1733


Fonte: Veritatis

quarta-feira, 16 de julho de 2025

A promessa de Nossa Senhora do Carmo

A ordem dos Carmelitas tem como modelo o profeta Elias e caracteriza-se por uma profunda devoção a Maria. A Sagrada Escritura fala da beleza do Monte Carmelo, onde o profeta Elias defendeu a fé do povo de Israel no Deus vivo e verdadeiro. Carmelo em hebraico significa "vinha do Senhor".

Ali Elias enfrentou os profetas de Baal. Segundo o Livro dos Reis, Elias teve uma visão em que a Virgem lhe apareceu sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia ao Carmelo.

Em 93, os monges construíram sobre o Monte Carmelo uma capela em honra à Virgem Maria. As gerações de monges sucederam-se através dos tempos. Em 1205, o patriarca de Jerusalém deu-lhe uma Regra baseada no trabalho, na meditação das Escrituras, na devoção a Nossa Senhora, na vida contemplativa e mística.

Entretanto, ainda no séc. XIII, os muçulmanos invadiram a Terra Santa. Os eremitas do Monte Carmelo fugiram para a Europa. Nesta época, tinham como superior geral São Simão Stock. Enquanto rezava, pedindo a Nossa Senhora que fosse a protectora da Ordem dos Carmelitas, recebeu das mãos de Nossa Senhora do Carmo o escapulário: «Eis o privilégio que te dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: "todo o que for revestido desse hábito será salvo".

Clicar aqui para saber como receber e usar o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo

in Evangelho Quotidiano


terça-feira, 15 de julho de 2025

SAR A Duquesa de Bragança nas Cerimónias da Rainha Santa, no Convento de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra


No passado dia 4 de Julho - dia da Rainha Santa Isabel - S.A.R. a Duquesa de Bragança, participou, como habitualmente, nas Cerimónias da Rainha Santa, que se realizaram no Convento de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, cidade que celebra neste dia o seu feriado municipal.

S.A.R. esteve presente na qualidade de Grã-Mestre da Real Ordem de Santa Isabel, acompanhada por várias Damas.

As cerimónias contaram com a Santa Missa, presidida pelo Rev.º Pe. Francisco Prior Claro, que proferiu uma homilia alusiva à vida e exemplo da Rainha Santa Isabel, neste ano em que se comemoram os 400 anos da sua canonização (em 25 de Maio de 1625).

A Real Ordem de Santa Isabel é uma ordem dinástica honorífica, privativa da Casa Real Portuguesa, com a natureza de Associação Privada de Fiéis da Igreja Católica, que tem por finalidade manter viva a devoção à Rainha Santa Isabel. - mais info em: https://realordemsantaisabel.pt/

segunda-feira, 14 de julho de 2025

D. Afonso, D. Dinis e os Duques de Coimbra na corrida de 45 anos de alternativa do Cavaleiro Paulo Caetano


O Príncipe da Beira, o Duque do Porto e os Duques de Coimbra, estiveram presentes na corrida de 45 anos de alternativa de Paulo Caetano, que se realizou no Campo Pequeno, em Lisboa.

domingo, 13 de julho de 2025

Ir a Banhos - A Moda Que O Rei Lançou

A actividade ao ar livre agradava sobremaneira ao Rei Dom Carlos I de Portugal e uma das suas predilecções era nadar sozinho e relaxadamente na baía de Cascais, em frente à praia – onde não raras vezes salvou de se afogarem alguns banhistas, que o procuravam imitar, até porque o Monarca português era dos muito poucos que à época sabiam nadar.
Em Portugal o costume de fazer férias à beira-mar foi introduzido pela Família Real Portuguesa em finais do séc. XIX, costume que se estendeu à Aristocracia que até aí fazia a habitual vilegiatura nos seus solares e propriedades rurais. Era na Praia da Ribeira – oficiosamente designada de Praia do Rei - que o Rei possuía a sua barraca de banho, facilmente identificável, pois a bandeira do Reino apresentava-se hasteada quando o Monarca estava presente. Então este costume de ir à praia estendeu-se à Aristocracia, depois à burguesia e transversalmente a toda a sociedade, e não raras vezes, em reconhecimento do lançamento da real moda, se dava o nome dos Reis às praias que se ‘inauguravam’ um pouco por todo o País, como na Foz do Douro, onde, aquando da visita ao Porto D’El-Rei Dom Manuel II de Portugal, em 1909, foi baptizada uma Praia (que comporta hoje as Praias dos Ingleses, da Senhora da Luz, do Ourigo e de Gondarém) com o nome do jovem Monarca.
Esse costume introduzido por Dom Carlos e respectiva Família passou a denominar-se de ‘Ir a Banhos’, e com que dignidade o faziam.

‘D. Carlos tomava banho no seu fato de malha às riscas, que cobria os ombros e chegava aos joelhos. Depois de dar as suas braçadas, numa altura em que a maioria das pessoas não sabia nadar, saía do mar e ia a pingar até à barraca real, onde mudava de roupa – na barraca, sempre que o Rei estava na praia, era hasteada a bandeira nacional.’

Miguel Villas-Boas

sábado, 12 de julho de 2025

SAR D. Duarte, Duque de Bragança, e SAR D. Afonso foram convidados de honra na “4ª Conferência das Comunidades Luso-Asiáticas”


SS.AA.RR. o Senhor Dom Duarte de Bragança e Dom Afonso de Bragança foram convidados de honra na “4ª Conferência das Comunidades Luso-Asiáticas”, em Díli, Timor-Leste.
Sob o mote “Unidos na Diversidade – Desafios e Oportunidades de um Legado Secular”, a 4ª Conferência das Comunidades Luso-Asiáticas teve lugar em Díli, Timor-Leste, nos dias 27, 28 e 29 de Junho do presente ano. S.A.R. o Senhor Dom Duarte de Bragança foi um dos convidados de honra do evento, no qual participou acompanhado por S.A.R. o Senhor Dom Afonso de Bragança, Príncipe da Beira.

A Conferência pretendeu reunir em Díli os representantes das comunidades luso-descendentes ainda presentes em diversas nações do continente asiático, dando a conhecer não apenas as suas origens histórias, mas também aferir sobre a sua presente condição e, acima de tudo, procurar compreender que contributos poderão vir a ser dados no futuro, de forma a apoiar o desenvolvimento das mesmas, em seus contextos específicos.

S.A.R. o Senhor Dom Duarte de Bragança vem sendo uma presença assídua junto de várias destas comunidades, procurando revalidar e fortalecer os laços que as ligam a Portugal, sendo por elas reconhecido como figura preponderante na chamada de atenção que é preciso continuar a fazer, particularmente junto da opinião pública e das autoridades portuguesas.

Após as primeiras três edições desta conferência – todas ocorridas em Malaca, por iniciativa dos luso-descendentes do Bairro Português de Malaca – o Governo de Timor-Leste, liderado por Xanana Gusmão e com o apoio institucional da CPLP, quis fazer desta edição um ponto de viragem na centralidade que estas comunidades merecem por parte dos países de língua oficial portuguesa, comprometendo-se a apoiar a criação da Associação das Comunidades Luso-Asiáticas, a sedear em Díli.

A conferência contou com a presença de cerca de 80 participantes oriundos das comunidades luso-descendentes de Goa (Índia), Sri Lanka, Myanmar, Malaca (Malásia), Macau, Tailândia, Oecusse (Timor-Leste), Flores e Jacarta (Indonésia), tendo mobilizado várias centenas de estudantes universitários, corpos diplomáticos e sociedade civil de Timor-Leste.