Como dizia D. Pedro V, " os Reis são homens como os outros " e, consequentemente, como os outros manifestam afectos; disso nos dá mostra Júlio Brandão no livro « Bustos e Medalhas »: " Por 1858, D. Pedro V, a pé e só, visitava muitas vezes Herculano na casa da Ajuda. Chegando ao fim da tapada, um dia - conta-nos Bulhão Pato -encontrou um pequenito, que soltou um gorgeio, como um passarinho na balsa. D. Pedro V, moço, com os reviramentos próprios da idade, voltou-se alegre para a criança, que lhe dizia:
- Sr. Militar, vai para casa do sr. Herculano? Eu bem sei onde ela fica.
E, saltitando, como a arvéloa, no chalrar infantil - teria uns seis anos - lá o foi acompanhando, perguntando-lhe quem era e donde vinha, com o maior desassombro.
Quando D. Pedro voltou, trouxe-lhe um papeliço de bolos. O pequenito que já estava amestrado para o tratar com todo o respeito, exclamou:
- Muito obrigado, senhor rei. Vossemecê quando volta cá?
Nesse dia, à despedida, D. Pedro V disse para Herculano: - Já me tenho demorado muito. Está lá fora, à espera, o meu amigo Caracóis.
- Caracóis? Um pequeno de cabeleira loira?
- Esse mesmo.
E D. Pedro contou, rindo, as suas relações com o pequeno. "
Cristina Ribeiro
Quando D. Pedro voltou, trouxe-lhe um papeliço de bolos. O pequenito que já estava amestrado para o tratar com todo o respeito, exclamou:
- Muito obrigado, senhor rei. Vossemecê quando volta cá?
Nesse dia, à despedida, D. Pedro V disse para Herculano: - Já me tenho demorado muito. Está lá fora, à espera, o meu amigo Caracóis.
- Caracóis? Um pequeno de cabeleira loira?
- Esse mesmo.
E D. Pedro contou, rindo, as suas relações com o pequeno. "
Cristina Ribeiro
Fonte: Estado Sentido
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