"Por Portugal, sejamos rumo:
À luz dos infundados ódios, a Monarquia é o papão no imaginário contemporâneo. Aquela que s’escondendo debaixo da cama do comodismo e calidez corrupta, vai atemorizando os olhos dos que s’embalam pelos cantos da demagogia; aquela que oprime os povos do mundo e não oprime nada; aquela que não se compromete com a democracia nem com nada entre outras acusações que são mito… E, parafraseando Fernando Pessoa, o mito é o nada que é quase tudo.
Deduz-se facilmente, por consequência, que o republicanismo mais não é que um laivo da infantilidade das gentes. Isto, porque preferem a versão do nada à verdade do quase tudo.
Assumamo-nos, todavia, como papão, que incomoda e se assim o faz, é porque cumprimos a nossa missão de formação político-cívica e de construção do progresso social. É, sobretudo, sinal de que somos uma causa viva! É tempo de deixarmos de sermos a condição fantasmagórica de um fantasiado espectro político apagado pelo pó dos anos! É tempo, sim, de abraçarmos orgulhosamente a ameaça dinâmica que somos a este estatismo perverso, a este martírio de sonhos, mantido e fomentado pelos polutos interesses das elites republicanas que tão contrárias são à liberdade e às virtudes seculares desta grei! Afinal, é, pois, mais do que um desígnio histórico, um imperativo moral que nos deverá mover nesta batalha.
Não olvidemos os filhos que foram sacrificados pela república com a fome, a sevícia das guerras e o subdesenvolvimento e precariedade das vidas em prol de um tão cínico e falso patriotismo, de uma bandeira que não exprime a nossa História nem os nossos costumes mais ancestrais. Esses sejam os ecos, os motes de nosso alento refundador do que se deseje para Portugal! Esses, sim, sejam a expressão máxima da lusitanidade e seus valores mais intrínsecos! É bastante de vermos partir o que nos fazem falta em favor do decadentismo, sustentado pela manipulação dos legítimos receios do Homem, dessa classe de necrófagos, de traidores inqualificáveis da pátria e abjuradores confessos do luzente humanismo! É bastante de constatar tristemente que as nossas crianças chegam famigeradas às nossas escolas e, como se não fosse suficiente, ainda são privadas do verdadeiro conhecimento dos factos, sendo vendadas com os cantos de uma medusa pérfida!
Ergamo-nos, então, sem temor do que se nos afronte, que há muito que deixou de ser um mero combate político! A nossa inacção poderá ser tragicamente uma das balas que craveja o flagelado corpo da nação portuguesa, assim se permanecermos num silêncio que consente ou numa resistência que se não experimente. Povoemos os decrépitos muros de nossa revigorante voz. Guiemos a cegueira dos iludidos humildes à revelação derradeira de um próspero caminho. Sejamos a flor que brota nos aprilinos campos de esperança, a torrencial fonte que irrompe do áspero granito e sacia a sede da Terra. Não sejamos tão-somente saudade, sejamos futuro!
Pinte-se um novo e idílico quadro, porquanto é já assaz de negativismos que coagem sobre os portugueses, forçando-os a abdicar de seus mais elevados e nobres objectivos, como o da dignidade humana, em função da ganância dos politicastros que nos vão desnorteando. Sejamos serviço, jamais clientelismo! Sejamos soberania e independência, jamais subordinação! Sejamos ordem em liberdade, jamais desordem sob a anarquia e anomia! Sejamos tolerância, jamais rancor! Sejamos a paz, como fruto da maturidade, da estabilidade, da concórdia e da boa vontade! Sejamos democracia, tal como esta veio ao orbe, sob a generosidade e fidelidade dos mantos que protegem os povos em detrimento, por vezes, da própria vida.
Por Portugal e pela virtude da lusofonia no globo, sejamos monárquicos convictos!"
Bernardo Marinho da Mata
Fonte: Juventude Monárquica Portuguesa
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