quarta-feira, 7 de junho de 2023

Crianças expostas a fetiches sexuais?

Vem aí o mês do único colectivo que, além dos dias da visibilidade – trans (29 de Janeiro), lésbica (26 de Abril), pansexual (8 de Dezembro), bissexual (23 de Setembro) intersexo (26 de Outubro), etc. –, tem direito a um mês inteiro de celebração. Ou seja, o orgulho na forma como alguém decide relacionar-se sexualmente – que passou da esfera privada para as políticas públicas – além de ter um dia no calendário para cada letra do abecedário colorido, como têm o pai, a mãe, as crianças, etc., tem mais um mês.

Junho, é o mês em que todos têm de se ajoelhar à bandeira colorida, hasteá-la, ser alfabetizados com o alfabeto colorido, ver e ouvir propaganda lgbtqia+, ver os seus filhos a serem abusados com fetiches pornográficos e nudez nas marchas do orgulho gay (caso não os fechem em casa nesses dias), e, caso ousem recusar-se a servir a bandeira e a fazer propaganda ao movimento político-ideológico da nova esquerda, correm o sério risco de serem suspensos das suas actividades profissionais. Tipo: ou nos celebras e fazes propaganda ao nosso orgulho, ou não comes!

Assim, todos os anos, no mês dedicado à comemoração do orgulho lgbtetc., algumas das principais cidades do nosso país envolvem-se numa orgia de desfiles – com bandeiras para cada letra do abecedário colorido a agitar-se ao vento – exibindo publicamente todos os comportamentos sexuais imagináveis, fetiches sexuais, nudez e todo um cardápio que atenta contra o pudor. E, por favor, não venha com a conversa de «ai e tal, estão a marchar por direitos», pois há muito que os desfiles do orgulho evoluíram de marchas políticas para marchas comemorativas em que os políticos (não todos, veja-se o exemplo da CMP) se ajoelham perante a bandeira que ameaça subjugar tudo e todos.

E, antes que alguém me acuse de ser qualquer-coisa-fóbica e de não ter nada que ver com o que pessoas adultas decidem fazer (desde que o façam em privado e não me obriguem a ver poucas vergonhas na via pública), quero deixar claro que a minha maior preocupação é com as crianças, que são levadas a ver conteúdos impróprios para a sua idade.

Eu sei que há pais, com a mente demasiado aberta, que fazem questão de levar os seus filhos a esses eventos e que não vêm nada de mais em expô-los a pornografia e nudez, mas defendo que qualquer adulto que leve crianças a ver esses espectáculos, independentemente do parentesco, está a abusar delas. As crianças devem ser protegidas e mantidas afastadas da pornografia e da imoralidade sexual. E, penso eu, este meu posicionamento só deveria ser controverso para aqueles que desejam ver as crianças erotizadas e preparadas para os pedófilos desde a mais tenra idade.

Ouvir “pais” a defenderem a presença dos mais novinhos nas marchas lgbtetc., a sugerir que tais marchas são um bom divertimento para toda a família e a aconselharem os outros pais a terem a mente aberta e a levarem os filhos a ver mamas, pénis e simulações de actos sexuais, é, no mínimo, preocupante.

Na Fatherly (uma marca digital líder para pais homens, que os ajuda a educar e a levar uma vida mais preenchida, através de reportagens e de conselhos de especialistas em educação), Heather Tirado Gilligan, que escreve numa coluna de conselhos intitulada Should You Take Your Kids to a Pride Parade? (Deve levar os seus filhos a uma marcha do orgulho?) defende que os desfiles estão «cheios de coisas que podem ser novas para as crianças, como a nudez pública e as perversões» e pergunta: «Assim, será que os pais devem levar os seus filhos quando estes vão estar expostos a genitais de adultos e a comportamentos sexuais fetichistas, na rua?». A resposta de Gilligan é um inequívoco sim.

Segundo ela, os pais devem usar as marchas do “orgulho” como uma oportunidade para apresentar aos seus filhos a história do movimento lgbtetc., comprar-lhes alguns livros infantis lgbtetc., e garantir que, caso sejam “cisgénero” (heterossexuais), os seus filhos saibam que têm de respeitar as pessoas queer.

Será que a colunista também defende que se atire uma criança do quinto andar, para lhe explicar a lei da gravidade?

Voltando à autora, ela cita uma especialista, activista do movimento lgbtetc., pois claro, que assegura aos pais que não há nada de errado em levar os seus filhos às marchas do orgulho gay:

Jenifer McGuire, professora associada de ciências sociais da família na Universidade do Minnesota, já participou em celebrações do Orgulho em todo o mundo com a sua família. McGuire, uma mãe lésbica, prepara sempre os seus filhos para possíveis conteúdos para adultos. Após alguns eventos, as crianças sabiam que deviam esperar nudez e outras surpresas. «Só tiveram de aprender a rir e a divertir-se com as coisas. Por exemplo, havia uns Beanie Babies [Beanie Babies são peluches para crianças, muitos dos quais são animais bebés] com pénis gigantes», diz McGuire. «Para miúdos do quarto e do quinto ano, isso é muito engraçado.»

A sério? Quem é que não quer que os seus filhos – dos 6 aos 10 anos – vejam “Beanie Babies com pénis gigantes”?

A resposta é: qualquer pai minimamente são.

Quando é que se tornou moda levar as crianças a exibições pornográficas de adultos?

Será que só uma conservadora, como eu, considera que submeter uma criança a esses conteúdos é ABUSO INFANTIL?

Será que já é normal ver crianças da escola primária – dos 6 a 10 anos – a apontar na direcção de carros alegóricos onde se exibem práticas de BDSM (Bondage, Dominação, Sadismo, Masoquismo), enquanto o irmão ainda mais novo aplaude?

O que será que pretendem os “especialistas” que aconselham os pais a levar crianças tão pequenas a ver marchas onde pervertidos se exibem praticamente nus, vociferam palavrões, dão beijos de língua uns aos outros e simulam actos sexuais?

Há uma palavra que descreve adultos que levam crianças a eventos como este: “ABUSADORES”. Expor crianças a actos sexuais e levá-las a espectáculos públicos onde vão ver adultos nus e fetiches pornográficos é vil e repugnante, e é uma loucura que isso seja permitido, promovido e tão concorrido.


Maria Helena Costa

Fonte: Inconveniente

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