sexta-feira, 2 de junho de 2023

II Encontro da Família Conservadora – uma reflexão

 


Neste último sábado, dia 20, tive a oportunidade de ir ao II Encontro da Família Conservadora, organizado pela Associação Família Conservadora (AFC). Este ano, o tema do encontro foi “O pensamento conservador sobre a Família e os seus desafios na Educação”.

Contou com um painel de luxo, desde a Abel Matos Santos a Gabriel Mithá Ribeiro, passando por Artur Mesquita Guimarães. Todas as intervenções foram excelentes e pude aprender bastante, tanto nas intervenções dos oradores, quer nas do público. Inclusive, pude aprender com um casal que conheci e que partilhou a sua experiência de ter os seus filhos em homeschooling e deu-me algumas referências. Pude, assim, perceber algumas coisas.

A primeira é a que, como conservadora, não estou sozinha. Há mais conservadores por aí – e conservadores que querem dar uma boa educação para os seus filhos, seja em casa, numa escola pública ou numa escola privada. Independentemente do tipo de ensino que pretendem para os seus filhos, querem a educação livre de ameaças da cultura woke, dos parasitas arco-íris e da sexualização das crianças e jovens.

Além de haver um conservadorismo vivo, existe um conservadorismo cristão vivo. Como conservadora e cristã, alegra-me saber que não estou sozinha num mundo em que parece que os valores e a matriz judaico-cristã da nossa sociedade se estão a perder. E que há mais pessoas a querer preservar a nossa sociedade. Tal como o senhor professor Ibsen Noronha tão bem referiu, talvez seja preciso mais do que o conservadorismo para tal – e precisamos de implementar o tradicionalismo.

O pastor Tito Pereira referiu na sua intervenção que a educação dos nossos filhos não terá sido um direito que o Estado lhe terá dado, mas uma obrigação que Deus lhe concedeu. Um pouco mais tarde, Artur Mesquita Guimarães referiu que os filhos são do Senhor e que o nosso papel será o de os educar honrando-O. Infelizmente ainda não tenho uma família constituída e ainda não sou mãe. No entanto, espero guiar os meus filhos nos caminhos de Deus e da preservação da nossa pátria e dos nossos valores enquanto Portugal. No fim do dia, eles serão um bastião no meio de uma sociedade degradada. Se quem estiver a ler estas minhas palavras tiver filhos, espero que saibam que terem os vossos filhos num lar conservador e com valores judaico-cristãos – independentemente de ser religiosos ou não – fá-los-ão exemplos de retidão e esperanças nestes tempos sombrios em que vivemos.

Retomando as sábias palavras do professor Ibsen Noronha, atualmente vivemos num contexto de amputação do saber – ou seja, numa revolução cultural – cujo objetivo é a destruição da doutrina judaico-cristã. E isso vê-se claramente na educação que se recebe hoje em dia: desde as crianças e jovens que aprendem que os Descobrimentos e a expansão portuguesa foram motivos de opressão, colonização e todo um outro conjunto de barbaridades, ou crianças que têm sessões de leitura de livros de cariz duvidoso com drag queens até ao ensino superior, onde sobretudo a área das letras e ciências sociais é bombardeada com teorias e autores marxistas (e nunca com um ponto de vista contrário para estimular o pensamento crítico). Precisamos de mais professores conservadores, de mais currículos que ensinem a verdade (e não uma deturpação marxista da realidade) e de mais investigadores no ensino superior – e que estes últimos não sejam marginalizados, tal como Gabriel Mithá Ribeiro revelou ter sido.

Ainda no ensino, de ressaltar a perversidade das aulas de educação sexual. Contrariamente ao que muitos poderão pensar, não se foca em aspetos biológicos – e, sim, em todo um conjunto de barbaridades que deviam caber às famílias ensinar. O dr. Abel Matos Santos, psicólogo e sexólogo, pôde ensinar-nos o prejudicial que é a exposição precoce a temas sexuais das nossas crianças e que devem ser ensinados pelos pais e famílias, conforme as necessidades de cada jovem. E a degradação do ensino da sexualidade viu-se recentemente, onde alunos de onze anos foram expostos a uma aula a roçar o pornográfico, sobre sexo oral e anal. Não deixemos que isto aconteça e protejamos as nossas crianças contra a sexualização precoce.

A família deve ser protegida porque é o centro da virtude – e um país sem virtude não é nada. E tendo sido Portugal um país pequeno que conquistou meio mundo, devemos unir-nos em Deus novamente para reerguer a nossa grande nação. E claramente que isso passará pela educação. Através da exigência de professores para todos os alunos, de uma promoção dos valores que nos construíram como nação e de currículos de qualidade.

Além de ter saído edificada e ter aprendido imenso, também saí deste encontro com uma certeza que reitero: de que não estou sozinha e que, a um conservador de cada vez, voltaremos a reerguer Portugal.

Cátia Borges

Fonte: Inconveniente

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