Um meio de cretinização social digital propôs um título curioso para descrever as ocorrências de início de semana, “uma derrota para a humanidade, uma vitória para a democracia liberal”.
A “vitória” referia-se ao resultado de um novo embuste eleitoral na Polónia pois, quem quer que ganhasse, ganhava sempre a partidocracia e a democracia liberal; já a “derrota” refere-se à tragédia do bombardeamento de um hospital na faixa de Gaza.
A questão está na adjectivação dada à humanidade, pois ela ao ser um somatório de homens e pela ausência de um fim comum a todos, não tem vitórias, nem derrotas, terá sim mais ou menos elementos na sua contagem.
Contudo o meio de cretinização social partilha uma visão moderna de humanidade:- um extenso aglomerado de pequenos casulos individuais, egoístas e desprovidos de livre-arbítrio, polvilhado em abundância de todos os direitos imagináveis, daqueles que só existem no supermercado dos direitos e que constam naquela publicação fantasiosa que dá pelo nome de declaração dos direitos da humanidade. Lá estará o direito mais importante de todos, segundo o Sr Costa, o direito à habitação e deve até mencionar o relativo e escondido direito à vida, bem abaixo do direito ao aborto e do direito à morte assistida.
Como sempre, esta humanidade só será “boa” e “perfeita” se reduzida à normalização das democracias liberais, que à força de régua e esquadro, impõe os seus imutáveis partidos de poder ilimitado, em sociedades que se querem tolhidas e apáticas e cuja principal preocupação deverá ser o contar os tostões perante o furto tributário justificado por uma qualquer taxa de carbono.
Ora em sociedades desprovidas de um Bem Comum, qualquer guerra longínqua é vista como um grotesco jogo de futebol. Claques ao rubro insultam-se, agitando direitos, na certeza que a guerra seguinte fará esquecer a actual e todos os desesperos, dores e angústias de quem por ela passa, num violento turbilhão encoberto pelo néon em forma de arco-íris, do “vamos ficar todos bem”, essa promessa astrológica das democracias liberais, a que chamam progresso.
Como sempre, alertam-nos que devemos ter medo, muito medo. Não pelo decurso e resultado da guerra, mas pelos “medos” dessas bizarras associações mercantis chamadas “mercados”, que prometem fazer-nos a vida negra, ao mesmo tempo que se vão encher com mais umas montanhas de dinheiro, no fundo a grande e última adoração das democracias liberais.
E quando ganham os mercados, ganham sempre as democracias liberais, nunca as sociedades em que vivemos e muito menos a humanidade.
A humanidade e as suas sociedades maravilhosamente diversas, mergulham em sucessivas e constantes derrotas; hoje uma guerra, amanhã um orçamento e assim vão cedendo, perdendo-se na esperança que a quimera do progresso lhe dê casa, erradique a pobreza, no fundo que lhe traga alguma alegria e a felicidade há muito perdidas.
Por isso, voltemos ao início.
As sociedades naturais existem porque há o homem e ele é sociável por natureza; há uma ordem que a estrutura, estando no seu topo o Rei; há um Fim que é de todos e por sê-lo se sobrepõe a todos, Deus Todo o poderoso, Criador de todas as coisas, Soberano incontestado, detentor de todos os direitos.
É no retomar deste duro mas luminoso caminho, que renovamos as nossas forças, a nossa Fé, a nossa inabalável vontade de manter de pé o alvo estandarte que teimosamente empunhamos. As graças recebidas superam em muita a aspereza do trilho e enganem-se todos aqueles que se acham seguros, fortificados na sua casa e na sua família, aguardando um qualquer milagre que nos salve.
Porém, até para o mais pequeno dos milagres é necessária a matéria e a acção que o justifique.
Por Deus, Pátria e Rei legitimo
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