sábado, 5 de outubro de 2024

5 DE OUTUBRO DE 1143 – INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL

Em 5 de Outubro de 1143 foi realizada a Conferência de Zamora, na cidade leonesa homónima.


Tratou-se de uma conferência de paz organizada pelo Arcebispo de Braga Dom João Peculiar e que teve como intervenientes Dom Afonso Henriques e o seu primo D. Afonso VII de Leão e Castela, sob os auspícios do enviado papal, o Cardeal Guido de Vivo.


Desta Reunião, vulgarmente conhecida por Tratado de Zamora, resultou a INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL!


De facto e de direito, Portugal faz 875 anos e como tal não começou há 114 anos, isso foi a república portuguesa! Antes, durante 771 anos existiu o Reino de Portugal e dos Algarves. Portugal, País forjado à espadada e valentia por Reis e heróis extraordinários. O Reino de Portugal e depois, também, dos Algarves, e depois, também, d’Aquém e d’Além-Mar, com o seu desejo oceânico fruiu o Mundo e esses tempos de Glória de Portugal, não podem ser encarados como meras recordações, ecos ensurdecidos, pois em Monarquia ultrapassamos sempre as crises: granjeamos a Nação Portucalense, expulsamos os sarracenos, sobrevivemos à ocupação castelhana, às Invasões Napoleónicas com a sua política de delapidação e terra-queimada, sobrevivemos a Ultimatos e guerrilhas.


Por isso, hoje, 5 de Outubro, os Monárquicos, e os Portugueses em geral, celebram o nascimento do Reino de Portugal, em 1143.


Neste Acordo de Zamora, ficou assente que Afonso VII de Castela e Leão concordava com a transformação do Condado Portucalense em Reino de Portugal com Dom Afonso Henriques com o título de ‘Rex Portucalensis’– Rei de Portugal, embora continuasse, apesar do reconhecimento da Independência, como vassalo do Rei de Castela e Leão, que se intitulava Imperador da Hispânia. Porém, caso único entre todos os Reis da Ibéria, Dom Afonso Henriques nunca prestou essa vassalagem. A partir desta data, Dom Afonso Henriques passou a enviar ao Papa remissórias declarando-se vassalo lígio e comprometendo-se a enviar anualmente uma determinada quantia em ouro, pelo que, em 1179, o Papa Alexandre III, através da Bula Manifestis Probatum, reconheceu Dom Afonso Henriques como Rex.


Alexandre Herculano escreveu que “o imperador reconheceu o título de rei que seu primo tomara, e que este recebeu dele o senhorio de Astorga, considerando-se por essa tenência seu vassalo. Não é menos provável que, ainda como rei de Portugal ficasse numa espécie de dependência política de Afonso VII, o imperador das Espanhas ou de toda a Espanha, como ele se intitulava nos seus diplomas”. Todavia, na Bula acima referida, o Papa ao aceitar que Dom Afonso Henriques lhe preste vassalagem directa, reconhece não só, definitivamente, a independência do Reino de Portugal, como o Rei de Portugal fica livre de prestar vassalagem ao Rei de Leão e Castela, imperador de toda a Espanha, porque nenhum vassalo podia ter dois senhores directos.


Assim sendo, tendo ganho a sua Independência e soberania enquanto Estado naquele 5 de Outubro de 1143, Portugal encontra-se a 25 anos de completar 900 anos de existência – que celebre a data já novamente como Reino é o nosso desejo.


Viv’ó Rei! Viv’á Monarquia!
VIVA PORTUGAL Independente e Soberano!

Miguel Villas-Boas

Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

São Francisco de Assis nas Cruzadas para converter os Sarracenos

São Francisco participou numa Cruzada, que o levou até ao Egipto. Quando, movido pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, que via ser repudiado pelas hordas de infiéis muçulmanos, combatidos pelos cruzados, aproveitando uma trégua entre os terríveis combatentes, partiu para o deserto com o fito de convertê-los à Fé verdadeira, não pela espada, mas pelo amor a Deus e ao próximo.

Ia Francisco pelo deserto quando soldados do Sultão local, ávidos de sangue, caíram sobre ele, mas, ao notarem os trajes andrajosos e a pobreza do peregrino, e que não trazia armas, mas somente um tosco bornal e um cajado, decepcionaram-se e, maior que ainda foi a surpresa quando ele lhes disse quem era, bradando altaneiro: “Sou arauto do grande Rei, sou a trombeta do Imperador”.

Diante disso, os soldados levaram São Francisco à presença do Sultão que, informado de quem se tratava, mas muito desconfiado e como que querendo divertir-se, indagou-o com descrença:

"Então, és arauto de um Rei. E que Rei é esse, e quais os seus objectivos ao enviar-te a nós assim, desta forma vestido e sem aparato militar que demonstre o seu poder?"

Tirando uma das mãos do seu cajado e apontando para o alto, ao mesmo tempo em que, com grande enlevo, fitava o imenso céu crepuscular do deserto, São Francisco respondeu calmamente:

"Sou arauto do grande Rei, o Deus de Amor, Senhor de todas as coisas que nos enviou o Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós numa cruz. Mas que vencendo a morte pela morte, ressuscitou e subiu aos Céus, onde está à direita de Seu Pai. E todo aquele que n'Ele crer não morrerá, mas terá a vida eterna. Eu vim para trazer-vos esta boa nova, a fim de que vos torneis seus súbditos."

Os mulás presentes indignaram-se e com fortes brados protestaram pela morte do insolente. O Sultão, percebendo que São Francisco era um cristão, e admirado com a sua coragem e pura intenção, retorquiu:

"Com um arauto tão solene e convincente nas palavras e actos, esse Rei não poderia também, já que é tão grande Senhor, demonstrar o seu poder e riqueza com um séquito mais poderoso? Pois as tuas palavras também me servem para designar Alá, e, ao invés de Cristo, por que tu não crês no profeta Maomé, o verdadeiro enviado de Deus, e não obedeces aos seus mulás que aqui estão?"

Fitando a enorme fogueira que ardia ao lado da tenda, inspirado por Deus, e, vendo que de outra forma não poderia penetrar naqueles corações endurecidos com o suave e salutar dardo do Amor Divino, São Francisco propõe:

"O que é o séquito senão a escolta que protege o emissário, por mais indigno que este seja? Ora, façamos pois uma prova e depois ireis me dizer qual é o verdadeiro emissário, Jesus Cristo ou Maomé. Entremos todos, os mulás e eu, nesta flamejante fogueira. Aquele que detiver o verdadeiro mandato, por mais indigno que seja, sairá ileso e demonstrará com isso a verdade que deve guiar o Homem."

O desafio era entre Cristo e Maomé. E São Francisco deixou de lado o bornal e o cajado e preparava-se para entrar no fogaréu, quando, desesperadamente, o líder dos mulás se lança de joelhos ante o Sultão clamando em prantos loucos de pavor e pedindo suspensão da prova, enquanto os outros se amontoavam assustados num canto da tenda. O sultão, conformado, exclama:

"É, parece que Alá não foi bem servido hoje!" E, voltando-se para São Francisco, suplica-lhe que não entre no fogo, louva-lhe a confiança que depositava em Cristo e, respeitoso e encantado, diz-lhe: "Se outros cristãos dessem o exemplo que tu dás, eu não hesitaria em fazer-me cristão também."

Depois disso, faz com que São Francisco seja conduzido em segurança de volta às linhas cristãs.

Conta-se que no leito de morte, o Sultão, recebeu uma miraculosa visita de São Francisco, que se encontrava ao mesmo tempo na Europa, e se fez baptizar cristão, tendo morrido no seio da Santa Igreja.


quinta-feira, 3 de outubro de 2024

A REAL ASSOCIAÇÃO DE COIMBRA CELEBRA O 881.º ANIVERSÁRIO DE PORTUGAL


EM 5 DE OUTUBRO DE 1143 NASCEU PORTUGAL!

 

         É em 5 de Outubro de 1143, com o Tratado de Zamora e na presença do Legado Pontifício, Cardeal Guido de Vico, que D. Afonso VII de Leão reconhece a existência de um novo Estado, PORTUGAL.

 

Esta declaração de PORTUGAL como REINO INDEPENDENTE infelizmente não é comemorada oficialmente no próprio País.

 

PORTUGAL deve ser o único País do Mundo que não celebra oficialmente a data da sua INDEPENDÊNCIA.

 

A REAL ASSOCIAÇÃO DE COIMBRA tem comemorado todos os anos, em cada dia “5 de OUTUBRO”, o ANIVERSÁRIO da FUNDAÇÃO da NACIONALIDADE, mandando celebrar no Mosteiro de SANTA CRUZ, em Coimbra, MISSA sufragando a alma de D. Afonso Henriques e dos seus Descendentes e prestando homenagem junto ao túmulo do Rei Fundador.


Neste ano de 2024, a Missa celebrar-se-á pelas 11:15 horas, na Igreja do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.    

 

Na mesma Cerimónia será igualmente sufragada a alma de todos os associados e simpatizantes da Real Associação de Coimbra falecidos no último ano.

 

       Antes da Eucaristia, pelas 11h00 realizar-se-á a evocação da efeméride junto aos túmulos dos Reis Fundadores (D. Afonso Henriques e D. Sancho I), conjugando-se neste acto as comemorações da Conferência de Zamora de 1143 promovidas pela Câmara Municipal de Coimbra e pela Real Associação de Coimbra.

 

Convidam-se todos os Portugueses a participar nas Comemorações do 881.º ANIVERSÁRIO da INDEPENDÊNCIA de PORTUGAL, em Coimbra.

 

FAÇAMOS DO ANIVERSÁRIO DE PORTUGAL uma data que UNA OS PORTUGUESES!

 

VIVA PORTUGAL! 


O Presidente da Real Associação de Coimbra,

Manuel Barata Tovar

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Infante Dom Miguel de Bragança, Duque de Viseu, na missa da Orden Constantiniana de San Jorge - Comisión del Reino de España

Realizou-se na passada semana em Lisboa, uma missa da Orden Constantiniana de San Jorge - Comisión del Reino de España em que esteve presente Sua Alteza Real o Senhor Dom Pedro de Borbón-Dos Sicílias, Duque de Calábria, Chefe da Real Casa di Borbone Due Sicilie e Presidente de Honra do Real Circolo Francesco II di Borbone/Royal Club Francis II of Bourbon.

Na ocasião o Real Circolo - Portugal, foi oficialmente convidado e fez-se representar pelo seu Secretário Dr. Martim Marques da Costa e pelo Senhor Duque da Terceira e Conde de Azarujinha, Professor Doutor Dom Lourenço Vila Flor. Também estiveram presentes muitos outros Membros Efectivos do Real Circolo como os Capelães de Honra, Reverendísso Cónego Armando Duarte, Prior da Basílica dos Mártires, Reverendo Pe Tiago Ribeiro Pinto, da Paróquia Miratejo que concelebraram a Santa Missa e Madalena Jordão, Ester, Artur e Alexandra Pereira de CastroNuno BurgueteNuno De Albuquerque Gaspar, Benito Martinez, Segismundo PintoJC Ramalho Batista e Sua Alteza Real o Senhor Infante Dom Miguel de Bragança, Duque de Viseu, o Presidente de Honra Emérito, entre outros.


terça-feira, 1 de outubro de 2024

29 de Setembro de 1402 - Nasce D. Fernando, O Infante Santo

D. Fernando, o Infante Santo, nasceu em Santarém, em 29 de Setembro de 1402, como o oitavo filho do Rei D. João I de Portugal e de sua mulher a Rainha Filipa de Lencastre, e faleceu em Fez a 5 de Junho de 1443. Ele era o mais novo dos membros da Ínclita Geração, o notável escol de príncipes da então recente Dinastia de Avis que se destacaram na cultura, nas artes e nas conquistas militares e foi Senhor da vila de Salvaterra de Magos e de Atouguia da Baleia e administrador e governador perpétuo da Ordem de Avis. D. Fernando foi criado com mais cuidados que os irmãos, pois a mãe achava-o mais sensível, pois era muito religioso. D. Fernando, o mais novo dos Altos Infantes, dedicava-se a obras de piedade e à decência da sua capela em conformidade com os mais altos padrões morais e éticos de dignidade, correção e decoro, sendo um homem de grande cultura e religiosidade.

'Le bien me plaît - O Bem agrada-me', era a sua divisa.

O Infante foi indicado como 2º Administrador da Ordem de Avis por seu pai e recusou o título de cardeal oferecido pelo papa Eugênio IV, pois preferiu participar na cruzada contra os mouros em Marrocos.

Assim, em 1437 integrou a expedição militar ao Norte de África, comandada pelo irmão, o Infante D. Henrique, e cujo objetivo era conquistar a cidade de Tânger, mas que não obstante parecer inicialmente que ia ser um sucesso, revelou-se um desastre quando o Vizir marroquino veio em socorro dos vizinhos magrebinos. Para impedir a carnificina dos portugueses, na capitulação acordou-se que a troco da permissão de retirada do contingente português, o Infante ficava como penhor da devolução de Ceuta, que havia sido conquistada pelos portugueses, em 1415.

D. Fernando ficou, assim, como refém dos mouros, que exigiam a devolução de Ceuta em troca da sua libertação.

‘Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!’, despediu-se assim o Infante do irmão D. Henrique, pressentido o seu destino. D. Fernando foi então trancado numa torre, onde esteve alguns dias, e em seguida transferido para Arzila onde esteve aprisionado 7 meses.

Depois o cativeiro continuou em Fez, ora com o protesto de todas as honras, ora vilipendiado como um condenado de baixa condição, especialmente após uma tentativa de evasão frustrada, financiada por Portugal.

No entanto, a divisão na metrópole entre os que queriam entregar Ceuta e os que queriam mantê-la impediu um acordo: o irmão D. Duarte convocou Cortes extraordinárias para decidir o que fazer; existiam dois partidos: o primeiro, liderado pelos infantes D. Pedro e D. João, quid pro quo, defendia a entrega imediata de Ceuta e a libertação de D. Fernando, sem mais. No lado oposto, o grupo encabeçado pelo filho mais novo do Rei, D. Fernando, herdeiro universal do Infante D. Henrique, afirmava que a entrega de Ceuta estava fora de causa. Os Três Estados decidiram-se pela não devolução da cidade do Norte de África em troca do refém. D. Fernando foi levado para Fez, onde sofreu muitas humilhações e maus tratos.

Então, escreveu ao seu irmão D. Pedro, o Infante das Sete Partidas, já Regente do Reino, num apelo desesperado, rogando a sua libertação a troco de entrega de Ceuta aos Almorávidas. Sem qualquer avanço na resolução da questão, D. Fernando aceita o seu cativeiro com resignação cristã e morre no cárcere de Fez, em 5 de Junho de 1443, aos 40 anos de idade, após 7 anos de cativeiro.

Pela sua resignação cristã e pelo seu sofrimento, ele ficou conhecido pelo cognome de "Infante Santo" e foi beatificado em 1470. Ele é venerado pela Igreja Católica e é considerado um dos patronos de Portugal.

O sacrifício do Beato D. Fernando de Portugal, em proveito do interesse nacional, granjeou-lhe o cognome de ‘Infante Santo’. O corpo de D. Fernando foi transportado para Portugal, no reinado do sobrinho El-Rei Dom Afonso V, ficando no convento do Salvador, em Lisboa, até ser transladado para o Mosteiro da Batalha, onde jaz sepultado na Capela do Fundador, ao lado dos reais pais e irmãos.

Miguel Villas-Boas