sábado, 15 de março de 2025

“EXPULSAR MIGRANTES”, AGORA APLICADO A PORTUGAL

“E prouvera a Deus que os Reyes tiverão homens livres e pouco ambiciosos em seus conselhos…”. 

Carta de Cyprian de Figueiredo de Vasconcelos, Governador das Ilhas dos Açores a el-rei  Filipe I, em 13 de Março de 1581

Portugal nunca foi um país de imigrantes. O que se passou neste âmbito na História do País, teve a ver com alguns cruzados, que por cá ficaram, e que ajudaram a popular o país, ainda em formação e alguns migrantes pontuais como foi o caso daqueles que vieram do sul de França, ao tempo da heresia dos “Cátaros” ou “Albigenses”, e se fixaram na zona fronteiriça entre Castelo Branco e Niza. Ainda hoje há por lá características próprias desta gente. 

A partir do século XV, passaram a entrar em Portugal muitos migrantes apelidados de “ciganos”, que sempre deambularam, de ambos os lados da fronteira, e nunca se integraram na nacionalidade.1  

Aparentemente fugiram do nordeste da Índia, por volta do ano 1050 e viraram apátridas. Daí ser difícil deportá-los seja para onde for e ninguém sabe o que há-de fazer com eles.

Sempre deram problemas sociais e nunca gozaram de boa fama. Enumero factos, não opiniões ou adjectivos. Assim, à falta de uma ilha qualquer deserta para onde os enviar, e pondo de lado decisões que a Moral Cristã condena, a única coisa a fazer é pôr a PSP e a GNR a vigiá-los… 

A ordem da Coroa Espanhola em expulsar os judeus e muçulmanos, em 3 de Agosto de 1492 - curiosamente a data em que Cristóvão Colon (e não Colombo) partiu para a sua 1ª viagem em que dizia querer descobrir a “Índia” - após a tomada do Reino de Granada, fez afluir a Portugal dezenas de milhares de futuros marranos (50.000?). 

Só Castelo de Vide, por exemplo, vila na altura com cerca de 700 habitantes (e já tendo muitos judeus) recebeu cerca de 4.000 indivíduos. Ninguém aguenta uma coisa destas… 

Acresce que os judeus que havia na Península Ibérica, apelidados de sefarditas, eram descendentes daqueles oriundos da “Terra Santa”, depois de expulsos ou fugidos aos Romanos, depois da destruição do II Templo, e que também se comportam como os ciganos, isto é, não se integram. Têm no entanto, duas particularidades que lhes dão inegável vantagem relativamente aos hoje apelidados de “nómadas”: tinham dinheiro e uma religião fortíssima que se confundia com a nacionalidade, ou seja, não existia um português que fosse judeu, mas sim um judeu que era português - ou vivia simplesmente por cá - por circunstância. 

A questão religiosa inquinava as relações; o facto de muitos serem ricos, provocava inveja e os casos de acusações de usura e de especulação de preços, bem como o facto de haver monarcas e nobres que os usavam como cobradores de impostos (devido ao seu saber em lidar com o dinheiro) fizeram deles odiosos em camadas populares cada vez maiores. 

A oportunidade surgiu quando D. Manuel I quis casar com a sua sobrinha viúva, espanhola, que se tinha metido num convento em Madrid, após a morte do seu primeiro marido, o esperançoso príncipe D. Afonso.  

Veio a exigência dos Reis Católicos de expulsar os judeus de Portugal, a contrapartida era além da mão da noiva, acordar que o herdeiro de ambos pudesse ser monarca de toda a Península, caso não houvesse descendente macho, na Corte espanhola. E lá houve ordem de os mandar embora caso não se convertessem ao catolicismo. 

Em 1536 surgiu a Inquisição, que só foi extinta em 1821 mas, nessa altura, judeus já havia poucos. 

A História é controversa desde então, e as coisas não ficaram melhor mesmo com o bom acolhimento dado a milhares de refugiados judeus, durante a II Guerra Mundial (e não, o maior papel nisto tudo, não se deve ao cônsul Aristides Sousa Mendes, entretanto transformado numa enorme mentira de Estado). Hoje, com a desculpa de remediar erros passados, determinou uma Assembleia da República algo desmiolada, atribuir a nacionalidade portuguesa a descendentes de judeus supostamente portugueses que o requeiram. O que tem acontecido algo atrabiliariamente. Já foi distribuída (é o termo) a esmo, a cerca de 100.000, seguramente…3 

O País atraiu muitos estrangeiros, nomeadamente europeus de países ribeirinhos, sobretudo no século XVI e XVIII, sobretudo com o fito de comercializar, por causa das riquezas que nos chegavam do Oriente e depois do Brasil. Mas poucos se estabeleciam definitivamente por cá.  

Com a fama do vinho do Porto a partir do século XVIII e também devido às invasões francesas, alguns ingleses (nunca se souberam quantos) ficaram por cá e foram-se integrando. Mas nunca houve qualquer vaga de imigração para o território europeu português, excepção feita para umas dezenas (ou centenas?) de famílias francesas e da Flandres que se fixaram nas ilhas atlânticas e ajudaram a povoar as mesmas quando o Reino estava depauperado de gente. Tais influências são ainda visíveis em várias localidades. 

Mas tudo isto foi ocorrendo com o tempo, regradamente, mantendo-se a coesão nacional portuguesa e não afectando a sua matriz cultural.4 

***** 

Diz-se, porém, que Portugal é um país de emigrantes. Não me parece que tenha sido assim e a questão necessita de um mínimo de enquadramento. 

Enquanto durou todo o período das Descobertas e até à independência do Brasil, não houve praticamente emigração alguma, salvo casos pontuais de comerciantes que se fixavam em países europeus; “exilados políticos” por desavenças havidas em Portugal (a maioria das quais ia para Espanha, o que se prolongou até aos nossos dias…); ou o caso de alguns portugueses que eram contratados pelas suas competências específicas, como foi o caso dos pilotos de navios, apesar da Coroa o ter proibido.  

A população era escassa, só tendo aumentado minimamente a partir da década de 30 do século passado (estamos a falar da população na parte europeia de Portugal), a mortalidade era grande, havia falta de braços para a agricultura, para a navegação e para a guerra. Ou seja, os portugueses não precisavam de emigrar até porque, migravam entre territórios portugueses espalhados pelas quatro partes do mundo. 

A situação mudou com a independência do Brasil em 1822/5.  

Em primeiro lugar porque nos 250 anos anteriores o foco estratégico da vida portuguesa tinha sido o Brasil. Mesmo com a independência, muitos laços sociais continuaram a ser mantidos. O Brasil precisava de pessoas e o território metropolitano estava devastado pelas invasões napoleónicas e pela agitação política derivada das sementes jacobinas deixadas pelas baionetas da Revolução Francesa (de 1789). 

Só que, quebrados os laços políticos, português que fosse para o Brasil, passava a estrangeiro, logo a emigrante. 

Com a pobreza reinante derivada do estado da economia, algumas ilhas dos Arquipélagos da Madeira e dos Açores deixam de “conseguir alimentar” os seus habitantes (a Madeira pode considerar-se o único território português que até hoje, teve uma densidade populacional elevada, seguida pelo Minho), o que levou um cada vez maior número deles a sair para outros destinos, nomeadamente o Canadá e os EUA, sobretudo dos Açores e depois a Venezuela e a África do Sul, por parte dos madeirenses. 

Portugal entra, entretanto, em guerra civil, “quente e fria”, a partir da Revolução Liberal, de 1820, seguida da implantação da República, o que durou cerca de 130 anos, e nos fez perder as duas revoluções industriais e destroçou o país política, social, económica e financeiramente, e que é mais importante, psicologicamente. 

Tudo isto favoreceu a saída do país de muitas centenas de milhares de compatriotas. 

A situação equilibrou-se durante o “Estado Novo”, que adequou e estabilizou o sistema político, pôs ordem nas ruas e nas finanças, o que permitiu, finalmente, ao fim de quase século e meio, retomar o crescimento económico e melhorar o nível de vida da população; evitar a contaminação da guerra civil de Espanha; manter a neutralidade na Segunda Guerra Mundial e preservar a soberania e integridade de todos os seus territórios. E inverter a desmoralização colectiva que vinha do anterior. 

Conseguiu-se ainda lançar verdadeiramente e pela primeira vez, em 800 anos, a implantação da indústria em Portugal, a partir de 1953, e de um modo sustentado. Reforço o termo sustentado. 

Até que o ataque à escala mundial, montado fora de portas, como não se assistia desde a Guerra da Aclamação/Restauração, contra o Estado/Nação dos portugueses, foi posto em marcha, primeiro na Índia, em 1954, e em movimento uniformemente acelerado, depois de 1961 em África, e em quase todo o lado, e desabou sobre Portugal. 

Tal não teve porém, ao contrário do que se diz (acrescido de fuga ao regime político) influência maior na emigração - já que imigração não havia, a não ser alguns turistas que mais tarde vinham reformar-se para cá - que teve um pico grande entre meados dos anos 60 e princípio dos setenta.

Tal deveu-se sobretudo a haver ainda manchas de pobreza, sobretudo no mundo rural, em que a agricultura não acompanhou o desenvolvimento devido, e tudo no país se fazer para não pôr em causa o equilíbrio orçamental, havendo aversão à dívida e à especulação fiduciária, que permite salários elevados, mas artificiais, que alimentam a demagogia da luta político-partidária, que é o fulcro das chamadas democracias representativas. 

E, sobretudo, por se ter tornado uma espécie de “moda ” que se espalha entre a população, como a “febre do ouro” na Califórnia, dos anos 1840. 

E como passou a ser, há poucos anos a esta parte, com a saída em massa, agora não de gente pobre do campo ou indiferenciados das cidades, mas de jovens universitários, que despovoam a República, de um modo semelhante (embora antagónico) quando o “cheiro da canela, o reyno despovoa”, no dizer de Sá de Miranda. 

E agora, que se saiba, não há “guerra dita colonial” nem “Ditadura Fascista” como apregoavam (e ainda apregoam) os ignorantes malévolos de serviço. 

Só uma nota final: os portugueses quando emigram portam-se, por norma, bem, dão boa conta de si e não deixam mal o seu país. Portam-se normalmente até melhor no país alheio, do que no seu. E o seu desejo de regressar ou voltar às origens é proporcional à distância para onde vão. Independentemente das “saudades”; e saudade, hoje é um sentimento que os jovens não sabem o que é, pois os laços históricos e a memória colectiva têm sido destruídos. 

Por outro lado, o bem ou o mal que por lá possam provocar passam a ser problema dos governos locais. 

A inversa também é verdadeira.

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Ora tudo isto mudou (o paradigma mudou) radicalmente de há uns anos a esta parte.

Começou com o que se convencionou chamar a “globalização”, com muitas das ideias oriundas do “Fórum de Davos” onde se realizam umas cimeiras mal escrutinadas pela comunicação social e pelos órgãos estruturantes do Estado. 

A Globalização começou pela Economia, pois é a parte mais atractiva (e fácil) da questão.

É claro que está a dar com os burrinhos na água e agora tais ideias já estão em recessão. Porém, infelizmente, o que se passa é que das duas três: ou algo é posto em  marcha com objectivos ínvios e de Poder, ou não são devidamente pesadas as consequências, ou uma combinação das duas. 

Entretanto já se tinha pensado em pôr, não só a economia, mas tudo em comum (sobretudo depois de Maastricht), nos vários países que vão constituindo a União Europeia – uma entidade política difusa juridicamente algo indefinida - a caminho de se escaqueirar, depois da saída da Grã-Bretanha (e lá andam novamente os franceses e alemães - o que resta deles - muito inquietos); até que alguém pensou pôr todos os povos em “comum”, talvez os promotores da Agenda 20-30 da ONU (convindo saber quem são), não fora a aspiração número um daquela organização babilónica, vir a ser a sede da governança mundial. 

Ora colocar todos os povos a viverem misturados apesar das suas diferenças de toda a ordem e apenas considerar o facto de serem humanos e terem funções ou características naturais idênticas - assim como se fossemos todos da classe dos mamíferos, sem haver 13 ordens diferentes (como a Biologia os classificou e o liceu ensinava no meu tempo) à revelia da realidade e evolução histórica dos humanos desde que habitaram a terra, como se houvesse uma Humanidade única, com mais tipos (quem?) no topo (qual e onde) a tudo governar, não fosse uma utopia irrealizável. 

É claro que poderão dizer, todas as utopias são por definição irrealizáveis (até o serem) pois, mas esta é por demais estúpida.

E um estúpido não deve (embora possa) ser considerado ao mesmo nível de um cidadão que tem uma opinião “diferente”. 

Lembra-se, porém, que tanto quanto se conhece, a ideia mais antiga de se misturar gente às pazadas, veio de um senhor chamado Coundenhove-Kallergi, fundador do Movimento Pan-Europeu, em 1922, em Viena de Áustria, e que se pode considerar verdadeiramente o “pai” da União Europeia, ao contrário do que é propagandeado na “história oficial”.  

Escreveu até, um livro assaz perturbador e muito raro de se encontrar, intitulado “Prakticher Idealismus” (Idealismo Prático), o que é tido pelo “main stream” por uma cabala anti-semita de extrema-direita.

***** 

Por tudo isto é necessário parar a entrada em Portugal desta invasão de pessoas que nada tem a ver com o país, de que nós não precisamos (e mesmo que precisássemos) - ao contrário do que alguns comentadores afirmam - que em nada vão ajudar a economia nem a Segurança Social (sugam até muito mais do que dão), que está falida há muito tempo, e que vão estoirar com a nação portuguesa em meia geração. 

A vida no centro das cidades, para já Lisboa e Porto, vai ficar caótica, a criminalidade vai aumentar em flecha (e sim, está relacionada com todo este descontrole criminoso (embora não só), mais que não seja por simples dedução estatística e aparecimento de “máfias” que os transportam e exploram, por mudança da matriz social e cultural, derivada das diferenças abissais de costumes, etc. 

É preciso pura e simplesmente fechar as portas, recambiar todos os que estão ilegais, “convidar e convencer” a maioria dos que estão cá já legalizados a irem embora (com um obrigado e desculpe qualquer coisinha); impôr novas regras a quem foi atribuída a nacionalidade portuguesa e “convidá-los” a desistirem da mesma. E só deixar vir para cá imigrantes a conta-gotas, com contratos de trabalho a prazo e sem trazerem família. 

Mudar a nacionalidade não só baseada no “jus soli” mas também no “jus sanguini” e controlar ferozmente as fronteiras impondo penas para os ilegais de tal modo duras, que exerçam efectiva dissuasão. 

Para além disso é necessário sair da ONU, pois esta organização supostamente de Direito Internacional, não serve para nada e nunca serviu os interesses portugueses e é irreformável. Representa uma despesa e é nefasta. 

Abandonar as fantochadas das cimeiras das alterações climáticas e regredir na nossa participação na UE, aos acordos anteriores a Maastricht. Sair do “Pacto de Marraquexe" de 2018, para onde nunca Portugal devia ter entrado. 

Controlar inclusive a posse da terra, impedindo que estrangeiros possam adquirir, mas apenas alugar, propriedade na terra portuguesa. Um dia destes não haverá um m2 de terreno em mãos nacionais. Acabar com os “vistos Gold”, que representam uma verdadeira prostituição da nacionalidade, etc., etc., etc. 

Finalmente dificultar a emigração e criar condições para os portugueses não terem de emigrar, fomentado a demografia e voltar aos padrões morais e éticos que permitam o desenvolvimento da família tradicional cristã. 

É uma questão de sobrevivência. 

E, enquanto não se dá uma volta à organização política do país – que está baseada nos idos da Constituição de 1822 - prática logo na altura errada (mas não se sabia), assente em ideias estranhas à matriz portuguesa – sistema que está a ser tentado implementar pela quinta vez - é fundamental proibir todas as ideologias malsãs que sejam internacionalistas e atentatórias da Portugalidade.7 

E, dentro deste âmbito, torna-se ainda necessário "reaportuguesar" os representantes da Igreja Católica que estão em Portugal, desde que ajudaram à formação do país, a partir da diocese de Braga, nos idos do século XII. Aliás é necessário reaportuguesar tudo. 

Este escrito destina-se, é claro, a todos aqueles meus compatriotas que queiram continuar a ter um Estado/Nação único na sua identidade e livre, na sua individualidade e soberania. Se assim não for, qualquer coisa serve. 

As palavras do grande português que foi Cypriano Figueiredo de Vasconcelos são sempre actuais. 

João José Brandão Ferreira, Oficial Piloto Aviador (Ref.) 

1Também conhecidos por “roma”, “boémios”, “gitanos”, “calons”, “quicos”, “calés” ou “calós”. De cá passaram ao Brasil. Uma das principais zonas de entrada na Europa foi a zona hoje ocupada pela Roménia. 

2Ofereceram-lhes casas sociais; rendimentos sociais de inserção; abriu-se-lhes o acesso a todas as escolas e todas as áreas do Estado, sem terem habilitações para tal; toleram-se comportamentos socialmente condenáveis e, até, ilegais, etc. Tudo em vão. 

3E só sofreu alguma reticência por causa de um tal “Abranovitch”, oligarca conhecido que deambula pelo mundo. 

4Também houve muitos milhares de escravos. Mas estes reproduziam-se normalmente entre si. Grande parte deles está enterrado em valas comuns, na zona da Rua do “Poço dos Negros”, nas “traseiras do Bairro Alto. 

5Houve até muitos jovens portugueses que estavam emigrados e regressaram ao País para cumprirem o serviço militar e depois seguiram a sua vida. 

6O que é certo é que existe um prémio atribuído de dois em dois anos com o seu nome, para quem for considerado grande defensor dos “ideais europeus”. A senhora Merkel, por ex., que abriu as portas da Alemanha às vagas de migrantes, é detentora do prémio. A Sua Santidade o Papa Francisco (também defensor da política de “portas abertas”) também foi atribuído o prémio “Carlos Magno”, semelhante ao Kallergy, mas atribuído na cidade alemã de Aachen. E a muitos outros; convém ver a lista. 

7As tentativas são, de 1822 a 1828; de 1834 a 1851; de 1851 a 1910; de 1910 a 1926 e de 1976 até hoje. Pelo meio houve “interregnos; guerras civis e ditaduras. Período fora deste quadro é representado pelo Estado Novo, 1933-1974.

Fonte: O Adamastor

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