A lenda sebastianista que dá o nosso malogrado D. Sebastião, como sobrevivente á fatídica batalha de Alcácer Quibir, lançou o mito do seu regresso, sendo, por isso o desejado. E desejado duas vezes, a primeira foi enquanto nascituro, pois a sucessão dinástica era premente, para afastar a gula castelhana, e a segunda com a refrega nas terras de África, que da Lei da Morte o libertou, para uns não pelos melhores motivos, para outros, patriotas, como ele, que deu a vida pela nação, pelos melhores e mais sublimes motivos.
A forma como morreu D. Sebastião, encontra denominadores comuns com a morte de um verdadeiro templário. Veremos mais á frente.
Em Portugal, tem vindo a ser uma realidade, a desconstrução de toda uma história clássica, eivada de erros intencionais, com objectivos inconfessados, graças a um escol de pessoas, investigadores, cientistas socais, etc.
Rainer Daehnhardt é felizmente um deles. A sua obra dedicada á revelação de aspectos desconhecidos, alguns até escondidos, da nossa história ultrapassa tudo quanto se exige a um português de gema.
Aliás actualmente existem dois tipos de portugueses, os aqui nascidos em solo pátrio, e aqueles que sentem a portugalidade até ao mais profundo do seu ser. O que equivale a dizer que existe gente, não nascida em Portugal, mais portugueses que alguns, aqui nado e criados. Enfim em todos os países existem imbecis, e Portugal não podia ser excepção.
Voltemos ao Rainer Daehnhardt, autor que pessoalmente muito admiro. Este homem descobriu que algures em Londres um elmo, do tempo de D. Sebastião, estava prestes a ser licitado num leilão. A sua portugalidade levou-o a licitar o objecto, mesmo sem ter assegurada os respectivos recursos financeiros.
Amigos de Rainer conhecedores do facto deram as mãos no sentido de formar á volta do elmo uma plataforma que assegurasse o êxito da licitação. SAR D. Duarte foi dos primeiros a falar com Rainer. Mas Rainer não quis dinheiro, antes sugerindo a formação de um grupo informal de amigos do elmo, o que viria a acontecer.
No passado dia 7 de Agosto de 2011, domingo, foi feita na quinta Wimmer, em Belas, uma extraordinária apresentação do elmo, alegadamente pertencente a D. Sebastião. Foi um momento único, ao qual assistiram muitos cidadãos, entre eles SAR D. Duarte, e seu irmão D. Miguel.
A apresentação esteve a cargo de três pessoas, o embaixador Doutor Jorge Preto, o próprio Rainer Daehnhardt, e o Tenente-Coronel João José Brandão Ferreira.
Segundo a explicação de Rainer Daehnhardt, o ELMO, exposto numa redoma de vidro, é indubitavelmente o elmo de D. Sebastião.
Perante a reprodução do quadro retratando D. Sebastião, em tópico, com a sua armadura de guerra, coisa que para nossa felicidade, existe abundantemente graças ao facto de sua mãe, estando longe dele e não podendo acompanhar o seu crescimento, ter feito várias encomendas do retrato do filho, ao longo da sua vida, explicou que TODAS as armaduras feitas em Milão eram únicas, em cada uma o fabricante colocava sinais distintivos, os quais estavam presentes em todas as peças amovíveis da respectiva armadura (braços, pernas, peitoral, elmo, etc), permitindo, assim, rastrear cada peça e identificar a que conjunto uma dada peça pertenceria.
A armadura que D. Sebastião ostenta no quadro, foi fabricada num dado fornecedor de Milão, que fornecia, em exclusivo o Duque de Saboia, pertencente á casa Dinástica de D. Sebastião – os habsburgos – o qual a ofereceu a D. Sebastião.
No entanto, sendo esta uma armadura de guerra, oferece-se como válida a tese de que quando o Duque de Saboia encomendou a armadura seria já com a intenção de a ofertar ao Rei Português. Como se chega a esta conclusão ? Rainer explicou que o ELMO em presença tinha uma inovação técnica, que permitia um arejamento de ar no seu interior no dobro dos habituais artefactos do género … por exemplo para climas especialmente quentes, ou seja, para terras africanas.
Ora não tendo o Duque de Saboia nenhuma intenção de ir guerrear em África, e tanto quanto se sabia, na Europa, só D. Sebastião insistia nessa proeza, está bem de ver quem seria o destinatário final da encomenda do Duque.
Este ELMO para além da inovação tecnológica, tinha outra característica que o torna único – é feito em aço temperado (uma novidade para a época, e só em Milão o faziam) e pesa cerca de 5 quilos. Rainer um dos maiores especialistas em armas antigas do mundo atesta que nunca tinha visto um elmo pesar assim tanto. Aquele artefacto foi feito para o seu detentor sobreviver a qualquer impacto dirigido á cabeça.
Deste modo, concluindo-se, com tanta certeza, sobre o fabricante do ELMO, sobre quem o encomendou (existindo ainda a factura do mesmo), sobre quem o usou, o nosso D. Sebastião, é simplesmente extraordinário que o mesmo tenha regressado a solo pátrio pelas mãos do providencial RAinier.
É simbólico, porque se trata “apenas” do ELMO, mas Portugal é um País de simbologias pátrias, e sobretudo mátricas, iniciáticas e esotéricas, que, ou muito me engano, ou este símbolo não surge hoje, em Portugal por mera casualidade.
A “leitura” do ELMO diz-nos que armas brancas o espadeiraram cerca de 89 vezes, todas elas na parte dianteira do mesmo, significando que D. Sebastião nunca virou a cara á luta (tal como os templários faziam) e de estocada em estocada, foi avançando até á morte (a qual, para um Templário era mais bela que a vida obtida por covardia).
Portugal “morre” em Alcácer Quibir, porque D. Sebastião deixa para tráz um tio, que viria a sucedê-lo, traidor da Nação.
Para muitos a obstinação de D. Sebastião foi um suicídio infantil.
Eu vejo nisso uma acção esotérica, através da qual Portugal tinha de “morrer” para, qual Fénix, renascer das cinzas e atingir o seu esplendor de outrora. D. Sebastião terá sido o intérprete desse processo. Poucos portugueses se sacrificariam como D. Sebastião o fez.
A vida deste Rei de excepção, cujas acções poucos a compreenderam, tanto no passado, como no presente, está cheia de anti-factos cuja utilidade foi o denegrir de um homem ciente do seu papel, como português, no mundo.
O renascimento da Fénix Portugal conduzirá ao quinto império, previsto pelo imperador da língua portuguesa o Padre António Vieira, profetizado por Bandarra e cantando por Fernando Pessoa.
Quando Camões, o maior poeta lusitano, de todos os tempos, cantou pessoalmente perante D. Sebastião, a gesta da lusa gente, vertida nos seus Lusíadas, mal saberia que aquele Rei, que lhe fixaria uma tença anual pelos Lusíadas, haveria de entrar na galeria dos imortais, míticos, lendários, e históricos de Portugal, e do Mundo.
O Elmo já cá está …
Oliveira Dias
Fonte: Odivelas.com
S.A.R. Dom Duarte de Bragança na apresentação do Elmo de El-Rei D. Sebastião
Fonte: Facebook
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