Batalha de Aljubarrota
As forças em Aljubarrota (à esquerda, o dispositivo organizado por Nuno Álvares Pereira)
“Parece-nos haver dois tipos de nomina para a designação das batalhas em ambientes medievais e mesmo para além deste período cronológico. Um deles, o mais vulgar, é o da apropriação da toponímia do lugar onde se desenrolou a batalha. Assim, por exemplo, recordaremos nomes como Ourique, (…) ou Poitiers (1356) (…). Uma outra via, passa pelo baptismo dessas batalhas com nomes de natureza simbólico-religiosa. Versão mais erudita, mais entroncada, aliás, no quadro referencial de matriz helénica. É a este domínio que pertence a nossa Batalha Real, de 14 de Agosto de 1385, como foi designada longos anos por parte da cronística e do poder régio portugueses de há 500 e 400 anos atrás.
Batalha Real [por nela tomarem parte dois reis: D. João I e D. Juan I] foi, de facto, o nome por que a conheceram os seus contemporâneos, aqueles que a travaram e venceram. Batalha de Santa Maria da Vitória, foi a linha baptismal prosseguida no campo da sua significação religiosa e simbólica, num processo de apropriação da mesma ao culto mariano de tão significativa implantação em solo hispânico.”
GOMES, Saul António (2007), A Batalha Real 14 de Agosto de 1385, Fundação Batalha de Aljubarrota
O artigo reproduzido foi publicado no nº 187 da revista “Azimute” (Agosto-Setembro de 2009). Reproduz a comunicação do Tenente-Coronel Lemos no colóquio promovido pela Escola Prática de Infantaria sobre Nuno Álvares Pereira, patrono da Infantaria.
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