segunda-feira, 3 de novembro de 2014

HOMENAGEM AOS SOLDADOS PORTUGUESES QUE COMBATERAM NA Iª GRANDE GUERRA HÁ 100 ANOS

Foto: HOMENAGEM AOS SOLDADOS PORTUGUESES QUE COMBATERAM NA Iª GRANDE GUERRA HÁ 100 ANOS
Corpo Expedicionário Português (CEP) é o nome do contingente militar enviado pela República Portuguesa para combater ao lado dos aliados durante a Iª Grande Guerra como forças expedicionárias para África, Europa e ilhas atlânticas, num total de cerca de 105.542 homens.
Ao contrário da Divisão do Exército que em África defendia as colónias contra os avanços alemães, a expedição para a Frente Ocidental europeia foi uma opção política isolada do governo republicano do Partido Democrático de Afonso Costa - consecutivamente à implantação da república, Afonso Costa nomeado Ministro da justiça do governo provisório (sem eleições) de 5 de Outubro de 1910 a 4 de Setembro de 1911, anuncia novo programa político do partido republicano em 29 de Agosto de 1911, considerado como o partido único da República -, contra quase todo o resto da sociedade portuguesa dividida entre ‘guerristas’ e ‘antiguerristas’ – a maioria -, com propósitos de afirmação e legitimação do novel regímen republicano. Também, em território nacional, a guerra, provocara um agravamento das condições de vida, com aumento galopante dos preços dos bens essenciais, gerando uma escalada de violência que se traduziu em ataques bombistas, greves e motins quase diários, e como tal para evitar um derrube do regime houve a necessidade de meter o País na Grande Guerra para desta forma afastar os possíveis ‘golpistas’.
Para o Teatro de Operações da Europa seguiram 55.165 militares portugueses para combater um inimigo técnica e tacticamente superior.
Desde 1814 que Portugal não actuava operacionalmente naquele território europeu nem num ambiente de guerra intensa. Mas em Março de 1916 a República portuguesa, deliberadamente, requisitou os navios alemães detidos no Tejo, criando o ‘casus belli’ com o qual o Império Alemão declarou guerra a Portugal entrando assim o País na Guerra de duvidosas causas, mas como veremos de perniciosos efeitos.
Assim começou a preparação das forças do Exército Português que combateram em França. Foram instruídas, equipadas e armadas pelos britânicos, porém, o comando do CEP foi português, embora submetido ao caixilho britânico durante a instrução militar, o transporte em navios britânicos e o seu gradual ingresso em sector e, uma vez, instalado na frente, subordinado hierarquicamente ao comando do I Exército Britânico.
A guerra das trincheiras era uma novidade para os militares portugueses. Assim, em La Lys, no dia 9 de Abril, os alemães elegeram propositadamente o sector português sabendo que este seria o ponto mais frágil. Os alemães atacaram justamente no dia em que o contingente português se preparava para a rendição.  Na Batalha, embora, existissem extraordinários actos de bravura – como o de Milhões – o saldo de mortandade foi enorme com cerca de seis centenas de mortos e bem mais de seis mil prisioneiros. Ao meio dia, os últimos esforços de resistência terminavam e com eles a Divisão Portuguesa deixava de contar como unidade militar. Os que não tinham sido mortos ou feitos prisioneiros retiravam desorganizadamente para a retaguarda.
Depois disso, o Comando Britânico dispensou da operacionalidade o contingente português remanescente, remetendo-o para trabalhos de organização do terreno, transformando os militares portugueses em ‘batalhões de trabalhadores’.
A 11 de Novembro de 1918 foi assinado o Armistício entre os Aliados e a Alemanha pondo um terminus  àquela que fora até à altura a mais mortífera guerra da humanidade. Depois do Desfile da Vitória, entre Abril e Junho de 1919, o contingente português regressou à Pátria.
Tirem-se as respectivas conclusões, mas não se esqueça a HEROICIDADE DOS JOVENS PORTUGUESES ATIRADOS PELA REPÚBLICA PORTUGUESA PARA UMA GUERRA QUE NÃO ERA A SUA.
Autor: Miguel Villas-Boas - Plataforma de Cidadania Monárquica


Corpo Expedicionário Português (CEP) é o nome do contingente militar enviado pela República Portuguesa para combater ao lado dos aliados durante a Iª Grande Guerra como forças expedicionárias para África, Europa e ilhas atlânticas, num total de cerca de 105.542 homens.

Ao contrário da Divisão do Exército que em África defendia as colónias contra os avanços alemães, a expedição para a Frente Ocidental europeia foi uma opção política isolada do governo republicano do Partido Democrático de Afonso Costa - consecutivamente à implantação da república, Afonso Costa nomeado Ministro da justiça do governo provisório (sem eleições) de 5 de Outubro de 1910 a 4 de Setembro de 1911, anuncia novo programa político do partido republicano em 29 de Agosto de 1911, considerado como o partido único da República -, contra quase todo o resto da sociedade portuguesa dividida entre ‘guerristas’ e ‘antiguerristas’ – a maioria -, com propósitos de afirmação e legitimação do novel regímen republicano. Também, em território nacional, a guerra, provocara um agravamento das condições de vida, com aumento galopante dos preços dos bens essenciais, gerando uma escalada de violência que se traduziu em ataques bombistas, greves e motins quase diários, e como tal para evitar um derrube do regime houve a necessidade de meter o País na Grande Guerra para desta forma afastar os possíveis ‘golpistas’.

Para o Teatro de Operações da Europa seguiram 55.165 militares portugueses para combater um inimigo técnica e tacticamente superior.

Desde 1814 que Portugal não actuava operacionalmente naquele território europeu nem num ambiente de guerra intensa. Mas em Março de 1916 a República portuguesa, deliberadamente, requisitou os navios alemães detidos no Tejo, criando o ‘casus belli’ com o qual o Império Alemão declarou guerra a Portugal entrando assim o País na Guerra de duvidosas causas, mas como veremos de perniciosos efeitos.

Assim começou a preparação das forças do Exército Português que combateram em França. Foram instruídas, equipadas e armadas pelos britânicos, porém, o comando do CEP foi português, embora submetido ao caixilho britânico durante a instrução militar, o transporte em navios britânicos e o seu gradual ingresso em sector e, uma vez, instalado na frente, subordinado hierarquicamente ao comando do I Exército Britânico.

A guerra das trincheiras era uma novidade para os militares portugueses. Assim, em La Lys, no dia 9 de Abril, os alemães elegeram propositadamente o sector português sabendo que este seria o ponto mais frágil. Os alemães atacaram justamente no dia em que o contingente português se preparava para a rendição. Na Batalha, embora, existissem extraordinários actos de bravura – como o de Milhões – o saldo de mortandade foi enorme com cerca de seis centenas de mortos e bem mais de seis mil prisioneiros. Ao meio dia, os últimos esforços de resistência terminavam e com eles a Divisão Portuguesa deixava de contar como unidade militar. Os que não tinham sido mortos ou feitos prisioneiros retiravam desorganizadamente para a retaguarda.

Depois disso, o Comando Britânico dispensou da operacionalidade o contingente português remanescente, remetendo-o para trabalhos de organização do terreno, transformando os militares portugueses em ‘batalhões de trabalhadores’.

A 11 de Novembro de 1918 foi assinado o Armistício entre os Aliados e a Alemanha pondo um terminus àquela que fora até à altura a mais mortífera guerra da humanidade. Depois do Desfile da Vitória, entre Abril e Junho de 1919, o contingente português regressou à Pátria.

Tirem-se as respectivas conclusões, mas não se esqueça a HEROICIDADE DOS JOVENS PORTUGUESES ATIRADOS PELA REPÚBLICA PORTUGUESA PARA UMA GUERRA QUE NÃO ERA A SUA.

Miguel Villas-Boas

Fonte: Plataforma de Cidadania Monárquica

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