quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
BALANÇO 2014 – Um Ano Monárquico!
Neste Ano de 2014 que agora finda, a Causa da Monarquia cresceu como não há memória. Para muitos portugueses consumou-se o seu desquite com o passado, o mesmo é dizer com o republicanismo, quebrando o seu pacto com o Estado das Coisa republicano.
Deliberadamente ou não, seja por má-fé ou simples e gritante ignorância, os roteiristas do sistema continuam a confundir formas de Estado com regímenes políticos.
Deliberadamente ou não, seja por má-fé ou simples e gritante ignorância, os roteiristas do sistema continuam a confundir formas de Estado com regímenes políticos.
Estranha educação, esta, que tutela os cérebros das crianças e dos jovens portugueses, que num sintoma – esse sim - de tique ditatorial confunde democracia com república, englobando-as como se fossem uma mesma coisa, e equipara monarquia às restantes opções como se não fossem tão díspares como o rico azeite do fel vinagre. Querem os escrivães porventura insinuar que o Reino Unido não é uma democracia, ou a Noruega, ou Espanha, ou os Países Baixos, ou a Suécia, ou…, ou… - podia dar 45 exemplos!
Desconhecem muitos escribas os mais elementares rudimentos da ciência política: com a Restauração da Monarquia não se pretende um regresso ao passado, mas uma novel Monarquia que assentará numa autoridade régia ajustada ao tempo e realidade dos nossos dias. Será um regímen político que concilia a forma de governo monárquico - em que a Chefia do Estado se transmite por via hereditária - com a subsistência de uma Constituição. Será uma Monarquia Constitucional sobre a forma de governo de uma Monarquia Parlamentar, que assenta na legitimidade democrática, pois os órgãos que efectivamente exercem o poder político conquistam a sua legalidade e legitimidade das eleições por sufrágio directo e universal. Assim sendo, originariamente, o poder reside no Povo, contudo exerce-se sob a forma de governo monárquico. O Parlamento será democraticamente eleito, e o primeiro-ministro deterá o poder executivo, pois o Monarca adjudica o poder e permanece apenas com a posição de titular. O Rei será a chave de toda a estrutura política, pois como Chefe de Estado e Chefe Supremo da Nação com o Poder Moderador, incansavelmente guardará a manutenção da independência e estabilidade dos mais Poderes Políticos. O Rei será o “defensor do equilíbrio da Nação” – como foi estatuído nas Cortes de 1211.
Se, os ideólogos do regime republicano, não desconhecem a teoria política e tem antes missão sombria, tal confusão mal-intencionada só pode ser carpo do desespero ou melhor da desesperança perante o modelo republicano falido que as flanelas da imprensa do sistema continuam a defender sem procuração. A esta aflição republicana não é estranha, naturalmente, a acção do movimento da Causa Monárquica que tem demonstrado as virtudes e vantagens de se voltar a chamar o Rei – esse sim livre de estranhas tutelas!
Mas não foi um ano só de vitórias para a Monarquia, pois vimos partir o Amigo David Garcia para a Casa do Senhor. O falecimento do companheiro de luta na Causa da Monarquia foi uma fatalidade marcante, pois era nosso amigo e colega da Plataforma de Cidadania Monárquica. Lembramos a sua incansável dedicação à Causa Monárquica como um exemplo e a sua amizade como uma memória sem preço: - DAVID GARCIA NUNCA SERÁS ESQUECIDO!
Miguel Villas-Boas
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
ALMOÇO DOS CONJURADOS 2014 - PISÕES (MONTALEGRE)
Hino da Restauração (versão instrumental e versão cantada), e Hino da Maria da Fonte - interpretados pelo Grupo de Cantares de Salto, sob a direcção do Maestro António Soares, durante o Almoço comemorativo do 374º Aniversário da Restauração da Independência, organizado pelo Núcleo de Montalegre da Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro, no dia 6 de Dezembro de 2014.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
O Natal e os Herodes
No âmbito da acção política, os cristãos são livres de agir e de escolher como agir, se a tanto o exigir a sua consciência, mas a nenhum é lícito não defender a vida humana desde a altura da concepção
Era uma audiência de crianças da infantil e, por isso, na minha reflexão sobre o Natal, propositadamente me limitei a contar os aspectos mais felizes da mais bela história de sempre. Falei-lhes de como Maria e José se tinham dirigido a Belém, de como se abrigaram num estábulo e, por fim, de como Jesus veio ao mundo, acompanhado apenas por sua mãe e pelo seu esposo, sem esquecer, como manda a tradição, o burrinho e a vaca. Talvez também tenha referido a adoração dos pastores e a dos magos, aquelas exóticas personagens que, com os seus dons – ouro, incenso e mirra – deram início e fundamento bíblico à tão apreciada tradição dos presentes de Natal.
Estava prestes a dar por terminada a minha intervenção quando uma pequerrucha, que não levantava mais de cinquenta centímetros acima do chão, me puxou pela manga e, em tom de censura e de indignação, me questionou:
– E então o Herodes?!
Pelos vistos, aquela visão romântica não a tinha agradado e, por isso, reclamava a versão integral, que eu tão pudicamente censurara. Esperava, pelos vistos, que eu contasse também o terrível episódio da matança dos inocentes que, pela certa, não ignorava. Já não sei bem o que disse, mas ainda hoje recordo aquela intervenção, porque foi uma lição que nunca mais esqueci.
O Natal é uma festa em que todos, de uma forma ou outra, participamos como protagonistas. É um acontecimento de que ninguém é mero espectador. Para além dos burros, que olham a cena e dela nada aprendem, mas que zurram muito se os tirarmos de lá, há pastores que adoram o Deus menino e gentes sabedoras e abastadas que, como os magos, honram Jesus com a sua caridade generosa. Mas também há estalajadeiros mal-humorados, moradores insensíveis às necessidades daquela jovem mãe, respostas desabridas a um marido suplicante e tiranos que matam crianças inocentes, às vezes ainda por nascer.
Sempre houve abortos, mas talvez nunca na dimensão em que hoje se praticam, um pouco por todo o mundo. Talvez não sejam muitos os entusiastas destas práticas que, à luz da ciência e da tecnologia moderna, já não podem ser entendidas como meros processos de interrupção da gravidez: hoje, com efeito, ninguém duvida de que se trata, infelizmente, de «crianças assassinadas antes de nascer» (Papa Francisco, 25-11-2014). Mas são muitos os que, como eu naquela versão «light» do Natal, não querem ver a dimensão catastrófica deste drama, nem sentir o peso imenso deste «contínuo holocausto de vidas humanas inocentes» (São João Paulo II, 29-12-1997).
Contudo, alguns bravos, sediados em várias instituições de inspiração cristã, ainda resistem. É de uma dessas associações que surgiu uma iniciativa legislativa de cidadãos intitulada “Pelo direito a nascer”. Embora discutível, como todos os projectos políticos, mereceu o apoio formal da Conferência Episcopal Portuguesa e está prestes a alcançar as 35 mil assinaturas necessárias para que possa ser apreciada pela Assembleia da República. No âmbito da acção política, os cristãos são livres de agir e de escolher como agir, até ao limite de não agir, se a tanto o exigir a sua consciência, mas a nenhum cristão é lícito não defender a vida humana desde o momento da concepção.
Em Espanha, um ministro demitiu-se quando o chefe do governo recuou no seu propósito de restringir o aborto, mas talvez a próxima demissão seja a do próprio primeiro-ministro, porque é óbvio que esta é uma medida inadiável, também por imperativos de sobrevivência nacional.
O Natal é uma festa de dramáticos contrastes: se nos entristece saber de tantos Cristos que, também hoje, o despotismo de alguns e a indiferença de tantos assassinam, alegra-nos o mistério daquela vida humana e divina que em Jesus nos é dada, como esperança de salvação e de felicidade para cada um de nós e para todo o mundo.
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Fonte: Observador
sábado, 27 de dezembro de 2014
JANTAR DE REIS BRAGA 2015
Caros amigos
O JANTAR DE REIS vai realizar a sua 6ª edição no dia 17 de Janeiro de 2015, no Meliá Hotel, em Braga.
Como já é tradição deste evento seremos honrados com a notável presença de S.A.R. o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança.
Esta iniciativa, já com tradição na cidade de Braga, assenta numa vontade transversal a muitos actores locais, movimentos e associações monárquicas, bem como a individualidades com relevância política e social na região.
Na continuidade do que já tem sido feito, teremos no JANTAR DE REIS BRAGA 2015 a promoção do património cultural, nomeadamente a gastronomia, o vinho e o artesanato. Serão convidadas confrarias portuguesas, associação de artesãos e empresas de produtos regionais.
São objectivos do jantar de Reis Braga:
- a promoção da cultura portuguesa, nos seus saberes e fazeres mais tradicionais aos seus saberes e fazeres mais empreendedores, nele promovemos os produtos portugueses locais com a presença das Confrarias Portuguesas, tanto gastronómicas como báquicas, para além de outras de cariz muito diversificado. Neste contexto de elevação de Portugal, dos portugueses, da sua produção e dos seus produtos temos sempre como convidado de honra o S.A.R. Dom Duarte de Bragança como símbolo nacional da nossa História, cultura, tradições, língua e fronteiras, diríamos da nossa Identidade.
Também porque o momento histórico que vivemos há uns anos para cá nos tem pedido mais união e cooperação, o JANTAR DE REIS BRAGA 2015, tem como segundo objectivo:
- a solidariedade, apoiando este ano de 2015 os Bombeiros Voluntários de Braga, com todo o proveito material do mesmo.
O contributo Solidário para o JANTAR DE REIS BRAGA 2015 é de 25 € (vinte e cinco euros), por pessoa.
Despeço-me na expectativa de poder contar com a sua presença.
Manuel Beninger
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
UM REI PARA O MOMENTO
Diante da provada tragédia das repúblicas com as suas mais variadas peripécias, a possibilidade da restauração monárquica em vários países coloca-se, essencialmente, no continente europeu, sem dúvida pela acareação entre os diversos modelos de Monarquias Europeias e os maus exemplos das repúblicas. A possibilidade de mudança de regime incita, portanto, os Povos à consideração da bondade do regímen Monárquico.
O declínio presente dos regimes republicanos ajuda a compreender o traço contemporâneo das Monarquias que torna os Países que não as afastaram (à força) os mais evoluídos em todos os aspectos sejam sociais sejam económicos.
Também, no nosso País, sem melindres incita-se os republicanos e as organizações secretas que implantaram o regime e o sustentam, a abandonar a angústia de querer evitar a todo o custo o admirável debate plural e democrático.
A república não pode ser um oratório indiscutível, portanto não lhe dêem um valor dogmático, que domina toda a existência democrática, como se qualquer outra solução de regímen fosse um assombro mitológico que se deve espantar e a Monarquia não fosse um modelo que até é potencialmente mais democrático.
Sem dúvida que a Monarquia em Portugal será uma cura radical, o choque necessário para a desordem do sistema dos últimos 104 anos, estoutro, sim, ultrapassado com pressupostos e premissas anacrónicos que lançaram a sociedade e o País numa condição dramática, onde já ninguém consegue, dentro deste regime, encontrar o caminho certo.
Não existem verdadeiramente ideologias, não passando a política de uma simples conciliação de interesses, onde emerge, como consequência nefasta a corrupção. O motor da política não é o sentido de missão, mas o proveito.
O câmbio de regime parece ser a única alternativa a esta decadência do republicanismo, essencialmente, tecnocrático, com crescimento económico dependente da engenharia financeira.
Defender o regresso da Monarquia é também repudiar os vícios da classe política, pois novas ideias afastarão o bafio das concepções positivistas que negam a ordem política, social e económica.
A Monarquia Constitucional surgiu pela primeira vez na Europa continental, brevemente, nos primeiros anos após a Revolução Francesa - Napoleão Bonaparte é considerado o primeiro Monarca proclamando-se como uma encarnação da Nação, ao invés de um governante divinamente escolhido -, tendo-se depois amplamente difundido. Mas, foi Hegel que lhe deu uma fundamentação lógica concertante com a evolução da teoria política contemporânea e da visão cristã da lei natural: um Monarca constitucional, com poderes limitados, cuja função é personificar o carácter nacional e dar continuidade constitucional em tempos de emergência, e que pode mesmo ser visto como profético, pois as repúblicas parlamentares modernas e contemporâneas na Europa são na maior parte cerimoniais e os presidentes, embora eleitos, podem ser comparados a versões do Monarca constitucional de Hegel.
O conceito actual de uma Monarquia Constitucional foi desenvolvido no Reino Unido, onde os parlamentos são democraticamente eleitos, e o seu líder, o primeiro-ministro detém o poder executivo, pois o monarca cedeu o poder e permaneceu apenas com a posição de titular. O Monarca constitucional seguirá o princípio de Montesquieu da separação de poderes.
Ao contrário da república sempre imutável pode-se verificar que a Monarquia tem acompanhado sempre os tempos e procurado o melhor modelo adaptado a cada época.
Como notou o historiador francês Jacques Bainville: «a Monarquia é o mais maleável dos regimes, o mais pronto a se renovar, aquele que tem menos medo das ideias e o que menos se encerra na rotina».
O Rei, no cume da estrutura política nacional, será sempre um símbolo vivo do equilíbrio pelo exercício do seu Poder Moderador, mas também emblema do rigor e da honestidade – honeste vivere.
Só um Rei é independente e suprapartidário não se submetendo à ‘tirania’ das campanhas eleitorais e ao açambarcamento de donativos que necessariamente vão condicionar o exercício do seu mandato pela assumpção de clientelas – no sentido romano.
Também, só um Rei permite uma evolução na chefatura de Estado fruto da substituição geracional. Como, facilmente, se verifica a um presidente advém outro da mesma geração e idade próxima e senatorial, mantendo normalmente, mesmo que de facções ideológicas diversas, a mesma linha de pensamento e acção. Já a um Rei sucede um Rei, que até à hora da sucessão foi um Príncipe herdeiro, de uma geração diferente, educado no seu tempo e nas novas ideias da sociedade. É, assim, preparado para Reinar na altura certa, compreendendo as mudanças da sociedade, pois viveu-as - a conjuntura é a sua! Será sempre um Rei para o Momento!
Miguel Villas-Boas
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
O Natal não é uma história de faz-de-conta
Quando uma família vive a generosidade que é própria do amor cristão, o Natal não é uma história faz-de-conta, nem uma mera evocação, mas algo encantador que acontece. Santo Natal!
Quando o João passou pela esquadra do bairro, o subchefe, baixote e barrigudo, como a função exige, apresentou-lhe o Manuel, um rapaz de cinco anos.
A sua história era breve, como breves são sempre as desgraças. Órfão de mãe, vivia com o pai, conhecido traficante de drogas que, apanhado em flagrante delito, recolhera, por ordem do juiz, ao calabouço, deixando só aquele único filho, que também não tinha parentes próximos que o pudessem acolher.
Era já a antevéspera do Natal e, como depois se metia o fim de semana, o subchefe não tinha tempo para, antes das festas, pedir à segurança social que providenciasse o destino do menor.
João, pai de numerosa e barulhenta prole, teve então uma feliz ideia:
– Pois olhe, subchefe, se quiser, eu levo o miúdo para casa, porque, onde estão dez, também cabem onze e depois logo se vê para onde vai o rapaz. Assim, pelo menos passa estes dias em família, enquanto se arranja melhor solução.
Ao agente da autoridade a ocorrência pareceu óptima, sobretudo porque assim ficava aliviado daquele imbróglio. Por outro lado, sendo o João um bom médico e excelente pai, o Manuel não poderia ficar em melhores mãos.
Dito e feito. Era já hora de jantar e o João ligou pelo telemóvel para a sua mulher, para a advertir da demora e do novo comensal. Mal chegou a casa, apresentou o Manuel à Luísa e aos filhos:
– Este é o Manuel e vai ficar connosco uns dias. É como se fosse um presente de Natal para toda a família! Como só tem um ano a menos que o Miguel, o mais novo cá de casa, fica no seu quarto.
O benjamim ficou radiante com a responsabilidade de acolher o Manuel e fez questão de que se sentasse ao seu lado, na ampla mesa da casa de jantar. Para o Manuel toda aquela algazarra era algo insólito, pois nem sequer os nomes deles conhecia. Mas, como todos o tratavam com tanta naturalidade, parecia que se conheciam desde sempre.
Foi preciso improvisar uma cama, o que se conseguiu armando um divã que estava no sótão, e arranjar um pijama e uma escova de dentes para o Manuel, que não trazia nada com ele. Para vestir no dia seguinte, a Luísa foi buscar algumas roupas antigas do Miguel, que já não lhe serviam e que tinha guardado para dar na paróquia.
Os dias foram passando e Miguel continuava a ser o seu mais próximo amigo, com quem partilhava o quarto, a roupa e os brinquedos. A integração do Manuel era tão perfeita que era difícil distingui-lo dos filhos: todos conviviam em absoluta igualdade.
A bem dizer, era mais do que perfeita, ou perfeita demais, porque parecia quase irreversível, tal o apego de parte a parte. Por isso, João aproveitou uma saída da Luísa com o Manuel, para se reunir com os filhos, a quem explicou a situação. Depois de recordar que o levara para casa porque o pai dele fora detido e depois se evadira, advertiu que era provável que o Manuel tivesse de ir para alguma instituição, ou fosse entregue a algum seu familiar. Terminada a exposição, só o Miguel fez uma observação, com uma não contida raiva:
– O pai – disse – é pior do que o pai dele!
Dito isto, saiu porta fora, com cara de poucos amigos. Os outros filhos sorriram com aquela atitude do mais novo, que tinha tido a coragem de dizer, em alto e bom som, o que todos, de algum modo, intuíam. Ninguém se lembrou de que já eram muitos, que o espaço era escasso e remediada a economia familiar. O Manuel era da família, ponto final parágrafo.
Esta história verídica, com já mais de dez anos, aqui transcrita com nomes e circunstâncias fictícias, teve um final feliz: o Manuel foi adoptado por aqueles pais, que já o tinham como seu, e pelos filhos deles, que já eram, de facto, seus irmãos.
Quando uma família vive a generosidade que é própria do amor cristão, o Natal não é uma história faz-de-conta, nem uma mera evocação, mas algo encantador que acontece. Santo Natal!
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Fonte: Observador
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
SS. AA. RR., Os Senhores Duques de Bragança na inauguração do Bazar de Natal da Ordem de Malta
O Bazar que apresenta uma imensa variedade de produtos, destina-se à angariação de meios para a concretização de obras assistenciais em Portugal.
Fonte: Ordem Soberana Militar de Malta
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
CONTO DA REAL ÁRVORE DE NATAL
Apesar de originária das culturas e religiões pagãs que celebravam a fertilidade da natureza recorrendo a árvores enfeitadas, a árvore de Natal, tout cour, que chegou aos nossos dias, germinou nos costumes dos povos germânicos cristãos, a partir do século XVI.
Porém, só com a intervenção da realeza – sempre no momento certo -, no século XIX, é que esta tradição de enfeitar o Pinheiro de Natal, assim como demais decorações, se estendeu à restante Europa.
Preponderante na dispersão europeia do costume foi quando, em 1846, o Príncipe germânico Albert de Saxe-Coburgo-Gotha (Dinastia Wettin), marido da Rainha Vitória do Reino Unido, armou uma árvore de Natal no Palácio de Windsor. Depois, bastou uma gravura da família real junto do pinheiro de Natal, e que haveria de ser publicada na revista “Illustrated London News”, para a tradição se estender por todo o domínio do Império Britânico e por toda a Europa cristã.
Corria, ainda, o mesmo século XIX, quando o Rei consorte Dom Fernando II, marido da Rainha Dona Maria II, e primo do Príncipe Albert, pois nascera Prinz Ferdinand August von Sachsen-Coburg-Gotha-Koháry, introduzir o mesmo costume no Reino de Portugal, país onde a tradição natalícia decorativa abrangia apenas o Presépio. Com o nascimento do Príncipe Real Dom Pedro e os infantes, Dom Fernando II – já Rei-consorte - começou a festejar o Natal segundo o costume germânico que experimentara durante a infância na gélida Alemanha. Para além da Árvore de Natal que enfeitava com bolas de vidro translúcidas de variadas cores e guloseimas, das coroas de advento, o próprio monarca se fantasiava de São Nicolau e distribuía prendas à família – conforme o confirmam gravuras a carvão ilustradas pelo Rei-artista. Depois, até o costume se difundir pela nobreza foi um passo, disseminar-se-ia, então, pela burguesia e, finalmente, pelo Povo, para durar até aos dias de hoje.
Miguel Villas-Boas
Porém, só com a intervenção da realeza – sempre no momento certo -, no século XIX, é que esta tradição de enfeitar o Pinheiro de Natal, assim como demais decorações, se estendeu à restante Europa.
Preponderante na dispersão europeia do costume foi quando, em 1846, o Príncipe germânico Albert de Saxe-Coburgo-Gotha (Dinastia Wettin), marido da Rainha Vitória do Reino Unido, armou uma árvore de Natal no Palácio de Windsor. Depois, bastou uma gravura da família real junto do pinheiro de Natal, e que haveria de ser publicada na revista “Illustrated London News”, para a tradição se estender por todo o domínio do Império Britânico e por toda a Europa cristã.
Corria, ainda, o mesmo século XIX, quando o Rei consorte Dom Fernando II, marido da Rainha Dona Maria II, e primo do Príncipe Albert, pois nascera Prinz Ferdinand August von Sachsen-Coburg-Gotha-Koháry, introduzir o mesmo costume no Reino de Portugal, país onde a tradição natalícia decorativa abrangia apenas o Presépio. Com o nascimento do Príncipe Real Dom Pedro e os infantes, Dom Fernando II – já Rei-consorte - começou a festejar o Natal segundo o costume germânico que experimentara durante a infância na gélida Alemanha. Para além da Árvore de Natal que enfeitava com bolas de vidro translúcidas de variadas cores e guloseimas, das coroas de advento, o próprio monarca se fantasiava de São Nicolau e distribuía prendas à família – conforme o confirmam gravuras a carvão ilustradas pelo Rei-artista. Depois, até o costume se difundir pela nobreza foi um passo, disseminar-se-ia, então, pela burguesia e, finalmente, pelo Povo, para durar até aos dias de hoje.
Miguel Villas-Boas
domingo, 21 de dezembro de 2014
PRINCÍPIOS GERAIS DE MORAL EM 1870
Deveres do Rei ou Chefe de Estado e dos seus Ministros - Dar aos povos o exemplo de todas as virtudes privadas e públicas e principalmente da piedade e rectidão; da boa fé, dos bons costumes; fazer observar e respeitar as leis, que eles próprios devem ser os primeiros a observar e respeitar escrupulosamente; castigar o crime, recompensar o mérito e a virtude; manter os homens em paz; fazer-lhes justiça; prover à educação religiosa, moral e intelectual do povo; contribuir para o tornar feliz, desenvolvendo e favorecendo a agricultura, o comércio e a indústria, fazendo florescer as Letras, as Ciências e as Belas Artes; e sobretudo inspirando-lhe sentimentos religiosos, o amor dos seus deveres, da ordem, da economia, da obediência às leis, e a dedicação à Pátria.
(pena que isto agora não esteja assim escrito... mas parece que "evoluímos" para a República... dos Bananas).
Fonte: Amor a Portugal
sábado, 20 de dezembro de 2014
SER MONÁRQUICO – A NOSSA IDENTIDADE
Ou se é Monárquico ou se é republicano!
Assim face ao risco que é a aparência do conhecimento das intenções e do convite a que se permaneça adormecido, embevecido por falsas ilusões, é hora de todos tomarem a decisão: Ou Querem Um Rei ou querem um presidente!
Não se balouça entre Rei e presidente, mesmo que o primeiro tarde demasiado em regressar, mesmo que o segundo seja, quando comparado com outro candidato, um mau menor! Lembremo-nos do sábio Pensamento do Imperador romano Marco Aurélio: “O Isto é da mesma família do Aquilo”.
Recordemos, ainda mais próximas, as fiéis palavras do 2.º Conde de Alvellos:
«Ou Monárquicos. Ou republicanos.
As duas coisas juntas e ao mesmo tempo, faz lembrar aquelas criadas que se anunciam “boas para todo o serviço” e que são péssimas para o mínimo trabalho…»
É preciso ser firme nas convicções, nunca soçobrar para passar a ideia certa:
- Ser Monárquico é a Nossa Identidade!
Miguel Villas-Boas
Assim face ao risco que é a aparência do conhecimento das intenções e do convite a que se permaneça adormecido, embevecido por falsas ilusões, é hora de todos tomarem a decisão: Ou Querem Um Rei ou querem um presidente!
Não se balouça entre Rei e presidente, mesmo que o primeiro tarde demasiado em regressar, mesmo que o segundo seja, quando comparado com outro candidato, um mau menor! Lembremo-nos do sábio Pensamento do Imperador romano Marco Aurélio: “O Isto é da mesma família do Aquilo”.
Recordemos, ainda mais próximas, as fiéis palavras do 2.º Conde de Alvellos:
«Ou Monárquicos. Ou republicanos.
As duas coisas juntas e ao mesmo tempo, faz lembrar aquelas criadas que se anunciam “boas para todo o serviço” e que são péssimas para o mínimo trabalho…»
É preciso ser firme nas convicções, nunca soçobrar para passar a ideia certa:
- Ser Monárquico é a Nossa Identidade!
Miguel Villas-Boas
O medo da lógica!
Com a serenidade habitual o Duque de Bragança disse há pouco tempo na televisão uma verdade indesmentível: - os portugueses sofrem da falta de lógica! São deseducados (desde a escola) nesse sentido e quando perante todas as evidências se avizinha a conclusão inevitável, fogem e refugiam-se em argumentos mais do que pueris. No fundo não acreditam na verdade mas naquilo em que querem acreditar.
Eu tenho a minha opinião que isto não funciona assim por acaso. Mais, acredito, com toda a lógica, que este tipo de mentalidade interessa sobremaneira aos manipuladores de opinião que vêm sustentando o regime republicano. Veja-se por exemplo o caso da bandeira dita nacional e nas patranhas, facílimas de desmontar, que lhe andam associadas! Patranhas que atravessaram as três repúblicas que já levamos!
Toda a gente sabe e percebe que a cor verde e rubra não tem nada a ver com a esperança nem com o sangue derramado, mas sim com as cores da bandeira da carbonária, braço armado da maçonaria que ajudou a implantar a república. Mesmo assim os portugueses não querem saber disso para nada e preferem acreditar numa qualquer história da carochinha!
Sintomática também é a perspectiva geral sobre o artigo 288 da constituição que impõe o regime republicano para a eternidade! Um absurdo democrático que os portugueses aceitam como natural sem se aperceberem sequer (como bem lembrou o Senhor Dom Duarte) que isso equivale (em termos lógicos) à condenação de todos os regimes monárquicos! Nem mais nem menos que os regimes dos países mais democráticos e mais desenvolvidos da Europa! Para não falar do regime que nos fez e estruturou como povo independente!
Mas isto os portugueses não percebem ou têm medo de perceber!
Saudações monárquicas
Fonte: Interregno
Eu tenho a minha opinião que isto não funciona assim por acaso. Mais, acredito, com toda a lógica, que este tipo de mentalidade interessa sobremaneira aos manipuladores de opinião que vêm sustentando o regime republicano. Veja-se por exemplo o caso da bandeira dita nacional e nas patranhas, facílimas de desmontar, que lhe andam associadas! Patranhas que atravessaram as três repúblicas que já levamos!
Toda a gente sabe e percebe que a cor verde e rubra não tem nada a ver com a esperança nem com o sangue derramado, mas sim com as cores da bandeira da carbonária, braço armado da maçonaria que ajudou a implantar a república. Mesmo assim os portugueses não querem saber disso para nada e preferem acreditar numa qualquer história da carochinha!
Sintomática também é a perspectiva geral sobre o artigo 288 da constituição que impõe o regime republicano para a eternidade! Um absurdo democrático que os portugueses aceitam como natural sem se aperceberem sequer (como bem lembrou o Senhor Dom Duarte) que isso equivale (em termos lógicos) à condenação de todos os regimes monárquicos! Nem mais nem menos que os regimes dos países mais democráticos e mais desenvolvidos da Europa! Para não falar do regime que nos fez e estruturou como povo independente!
Mas isto os portugueses não percebem ou têm medo de perceber!
Saudações monárquicas
Fonte: Interregno
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
"POR QUE É QUE A MONARQUIA É COISA BOA?" PELO PROFESSOR LESLIE MITCHELL, ESPECIALISTA EM HISTÓRIA NA UNIVERSIDADE DE OXFORD.
“1) A Tradição e constância. A monarquia representa algo que existe à volta de 1000 anos. Uma república nunca pode ter isso, já que qualquer chefe de estado que tenha é relativamente novo. A monarquia também é iminente, o que significa que teve tempestades e ultrapassou, inclusivamente, as maiores crises. Por exemplo, a ameaça do “pequeno homem com um bigode estranho" (Hitler) é realmente muito pequena quando comparada com o peso histórico e constância da monarquia Inglesa.
2) A monarquia não custa muito. Sua Majestade a Rainha é apenas a 50ª pessoa mais rica do Reino Unido, e custa ao contribuinte apenas 57p por ano. O Primeiro-Ministro custa ao contribuinte mais. Embora riqueza da família real tenha vindo originalmente do facto deles possuírem e taxarem todas as terras de Inglaterra, actualmente, a "lista civil" é votada no Parlamento todos os anos. Esta lista basicamente, concorda que o país irá financiar a rainha, seu marido, o príncipe
Filipe, e, enquanto ela estiver viva, a Mãe Rainha, o Príncipe Charles é financiado pelas receitas das rendas agrícolas, no ducado da Cornualha, (País de Gales), tal como a sua posição como Príncipe de Gales. E, a monarquia na verdade, traz muito dinheiro porque é uma grande atracção turística.
3) A rainha não pode ser corrompida, porque ela é demasiado rica para ser subornada ou intimidada. Ela tem cerca de 500 milhões de libras de fortuna pessoal. Assim, enquanto um o primeiro-ministro ou funcionário eleito pode ser corrompido, pelo menos, o chefe de estado não pode ser.
4) A monarquia é a base da Commonwealth. Há 83 países actualmente na Comunidade Britânica, e a Rainha é a chefe da Commonwealth. De quatro em quatro anos, todos os 83 países enviam representantes para uma se fazer uma reunião de partilha intelectual. A rainha, é claro, uma política muito experiente, que está no poder à cerca de 60 anos. É muito útil ter um fórum para discussão internacional, e por isso a Commonwealth é uma coisa positiva.
5) A Monarquia é um dos poucos factores de união do Reino Unido. Poucas as coisas realmente unem a Irlanda, Escócia, Inglaterra e País de Gales, e a monarquia é uma delas. A união é uma coisa boa.
Uma das principais objecções à monarquia é que é o pináculo de um sistema de classes. Se alguém se sente desconfortável com a ideia de um sistema de classes, especialmente um sistema de classes flagrante com coisas tais como títulos e títulos de nobreza, então sente-se desconfortável com a monarquia. Americanos tolos!”
Fonte: Amor a Portugal
Sua Majestade a Rainha Fabíola dos Belgas
A Missa de Corpo Presente teve lugar sexta 12 de Dezembro em Bruxelas, na Catedral de S. Miguel e S. Gudule, na presença de representantes de várias Famílias Reais , do Governo e numerosas personalidades nacionais e estrangeiras.
Seguiu -se um almoço no Palácio de Laken, reservado aos Chefes de Estado e as Famílias Reais.
Os Reis da Bélgica descendem de uma das filhas do Rei de Portugal Dom Miguel I, o mesmo acontecendo com os Grão Duques do Luxemburgo e com o Príncipe Reinante do Liechtenstein, descendentes de outras filhas desse Rei, que se casou com a Princesa Adelaide de Loewenstein quando já se encontrava exilado.
É interessante notar que esses três Chefes de Estado recusaram-se a aprovar com a sua assinatura uma lei legalizando o aborto "a pedido ", argumentando que não podiam aceitar o genocídio das crianças que queriam nascer (em Portugal foram mortas legalmente mais de 150.000 em cinco anos).
Fonte: Casa Real Portuguesa
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
ACLAMAÇÃO DE D. JOÃO IV, O RESTAURADOR
A aclamação D’El-Rei Dom João IV de Portugal ocorreu a 15 de Dezembro de 1640.
A cerimónia aconteceu num grande teatro de madeira erguido e guarnecido de magníficos e ricos panejamentos, adjacente à engalanada varanda do Paço da Ribeira. Dom João IV usava pela primeira e derradeira vez a Coroa dos Reis de Portugal que haveria de oferecer a Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, pela protecção concedida durante a Restauração, coroando-a Rainha de Portugal – nas coroações de outros monarcas que haveriam de se seguir, durante a Cerimónia de Coroação a Coroa Real seria sempre acomodada numa almofada vermelha (cor real) ao lado do novo Rei, como símbolo real, e não na cabeça do monarca.
Nesse décimo quinto dia do mês de Dezembro de mil seiscentos e quarenta, as honras começaram pelas cortesias e salvas dos 40 Conjurados e mais alguns membros da nobreza e clero que haviam ajudado na Conjura patriótica: D. Afonso de Menezes, D. Álvaro Coutinho da Câmara, D. Antão Vaz d’Almada (7.º Conde de Avranches), D. António de Alcáçova Carneiro (Alcaide-mor de Campo Maior), D. António Álvares da Cunha (17º Senhor de Tábua), D. António da Costa, D. António Luís de Menezes (1º Marquês de Marialva), D. António de Mascarenhas, António de Melo e Castro, António de Saldanha (Alcaide-mor de Vila Real), António Teles da Silva, António Telo, D. Carlos de Noronha, D. Estêvão da Cunha, Fernando Teles de Faro, D. Fernão Teles de Menezes (1º Conde de Vilar Maior), Francisco Coutinho, D. Francisco de Melo Francisco de Melo e Torres (1º Marquês de Sande), Francisco de Noronha, D. Francisco de São Paio, D. Francisco de Sousa (1º Marquês das Minas) Gaspar de Brito Freire, Gastão Coutinho, D. Gomes Freire de Andrade. Gonçalo Tavares de Távora, D. Jerónimo de Ataíde (6º Conde de Atouguia), D. João da Costa (1º Conde de Soure), João Pereira, D. João Pinto Ribeiro, Dr. João Rodrigues de Sá, D. João Rodrigues de Sá e Menezes (3º Conde de Penaguião), João de Saldanha da Gama, João de Saldanha e Sousa, Jorge de Melo, Luís Álvares da Cunha, Luís da Cunha, D. Luís da Cunha de Ataíde (Senhor de Povolide), Luís de Melo (Alcaide-mor de Serpa), D.Manuel Rolim (Senhor de Azambuja), Martim Afonso de Melo (Alcaide-mor de Elvas), D. Miguel de Almeida (4º Conde de Abrantes), Miguel Maldonado, D. Nuno da Cunha de Ataíde (1º Conde de Pontével), Paulo da Gama, D.
Pedro de Mendonça Furtado (Alcaide-mor de Mourão), D. Rodrigo da Cunha (Arcebispo de Lisboa), D. Rodrigo de Menezes, Rodrigo de Resende Nogueira de Novais, Rui de Figueiredo (Senhor do morgado da Ota), Sancho Dias de Saldanha, D. Tomás de Noronha (3º Conde dos Arcos), Tomé de Sousa (Senhor de Gouveia), Tristão da Cunha e Ataíde (Senhor de Povolide) e Tristão de Mendonça.
Em seguida, Dom João IV jurou manter, respeitar, e fazer cumprir os tradicionais foros, liberdades e garantias dos Portugueses, violados pelo seu antecessor estrangeiro, diante dos Três Estados: Nobreza, Clero e Povo de Portugal.
Então, D. Francisco de Mello, de Estoque desembainhado, e levantado com ambas as mãos, como competia ao Condestável, gritou: ‘Real, Real, Real! Pelo mui alto e muito poderoso e excelente Príncipe, Rei e Senhor Dom João IV de Portugal!’ Ao que se lhe seguiram todos os outros presentes fazendo um coro que fez vibrar o palanque e até as pedras da calçada.
Finalmente, Dom João IV foi erguido e aclamado solenemente!
No Assento ficou expresso: “Apenas a Comunidade de portugueses reunida na instituição das Cortes pode conferir legitimidade suprema ao poder do Rei, por isso o juramento do rei será legitimado pelo juramento de Fidelidade dos três Estados: Clero, Nobreza e Povos; o Juramento dos Povos terá de ser confirmado pelos legítimos representantes do estado dos Povos, os procuradores dos Concelhos em Cortes. O Rei identifica a vontade expressa de todo um reino. Não se defende a teoria medieval da origem divina do poder régio, mas reside na legitimação da supremacia do Reino de Portugal ao afirmar que os reis recebem o poder do povo para governar sob a condição tácita de reger bem e direitamente. É a tradição portuguesa de autodeterminação a partir da base social dos Três Estados. É a consciência de serviço ao Reino, que nunca será extirpado sequer pelas formas mais extremas de absolutismo. “
Era bom que o regime e sistema de governo que vigoram em Portugal tivessem nem que fosse um assomo dessa responsabilização dos dirigentes políticos enquanto governantes.
VIV’Á RESTAURAÇÃO!
Miguel Villas-Boas
A cerimónia aconteceu num grande teatro de madeira erguido e guarnecido de magníficos e ricos panejamentos, adjacente à engalanada varanda do Paço da Ribeira. Dom João IV usava pela primeira e derradeira vez a Coroa dos Reis de Portugal que haveria de oferecer a Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, pela protecção concedida durante a Restauração, coroando-a Rainha de Portugal – nas coroações de outros monarcas que haveriam de se seguir, durante a Cerimónia de Coroação a Coroa Real seria sempre acomodada numa almofada vermelha (cor real) ao lado do novo Rei, como símbolo real, e não na cabeça do monarca.
Nesse décimo quinto dia do mês de Dezembro de mil seiscentos e quarenta, as honras começaram pelas cortesias e salvas dos 40 Conjurados e mais alguns membros da nobreza e clero que haviam ajudado na Conjura patriótica: D. Afonso de Menezes, D. Álvaro Coutinho da Câmara, D. Antão Vaz d’Almada (7.º Conde de Avranches), D. António de Alcáçova Carneiro (Alcaide-mor de Campo Maior), D. António Álvares da Cunha (17º Senhor de Tábua), D. António da Costa, D. António Luís de Menezes (1º Marquês de Marialva), D. António de Mascarenhas, António de Melo e Castro, António de Saldanha (Alcaide-mor de Vila Real), António Teles da Silva, António Telo, D. Carlos de Noronha, D. Estêvão da Cunha, Fernando Teles de Faro, D. Fernão Teles de Menezes (1º Conde de Vilar Maior), Francisco Coutinho, D. Francisco de Melo Francisco de Melo e Torres (1º Marquês de Sande), Francisco de Noronha, D. Francisco de São Paio, D. Francisco de Sousa (1º Marquês das Minas) Gaspar de Brito Freire, Gastão Coutinho, D. Gomes Freire de Andrade. Gonçalo Tavares de Távora, D. Jerónimo de Ataíde (6º Conde de Atouguia), D. João da Costa (1º Conde de Soure), João Pereira, D. João Pinto Ribeiro, Dr. João Rodrigues de Sá, D. João Rodrigues de Sá e Menezes (3º Conde de Penaguião), João de Saldanha da Gama, João de Saldanha e Sousa, Jorge de Melo, Luís Álvares da Cunha, Luís da Cunha, D. Luís da Cunha de Ataíde (Senhor de Povolide), Luís de Melo (Alcaide-mor de Serpa), D.Manuel Rolim (Senhor de Azambuja), Martim Afonso de Melo (Alcaide-mor de Elvas), D. Miguel de Almeida (4º Conde de Abrantes), Miguel Maldonado, D. Nuno da Cunha de Ataíde (1º Conde de Pontével), Paulo da Gama, D.
Pedro de Mendonça Furtado (Alcaide-mor de Mourão), D. Rodrigo da Cunha (Arcebispo de Lisboa), D. Rodrigo de Menezes, Rodrigo de Resende Nogueira de Novais, Rui de Figueiredo (Senhor do morgado da Ota), Sancho Dias de Saldanha, D. Tomás de Noronha (3º Conde dos Arcos), Tomé de Sousa (Senhor de Gouveia), Tristão da Cunha e Ataíde (Senhor de Povolide) e Tristão de Mendonça.
Em seguida, Dom João IV jurou manter, respeitar, e fazer cumprir os tradicionais foros, liberdades e garantias dos Portugueses, violados pelo seu antecessor estrangeiro, diante dos Três Estados: Nobreza, Clero e Povo de Portugal.
Então, D. Francisco de Mello, de Estoque desembainhado, e levantado com ambas as mãos, como competia ao Condestável, gritou: ‘Real, Real, Real! Pelo mui alto e muito poderoso e excelente Príncipe, Rei e Senhor Dom João IV de Portugal!’ Ao que se lhe seguiram todos os outros presentes fazendo um coro que fez vibrar o palanque e até as pedras da calçada.
Finalmente, Dom João IV foi erguido e aclamado solenemente!
No Assento ficou expresso: “Apenas a Comunidade de portugueses reunida na instituição das Cortes pode conferir legitimidade suprema ao poder do Rei, por isso o juramento do rei será legitimado pelo juramento de Fidelidade dos três Estados: Clero, Nobreza e Povos; o Juramento dos Povos terá de ser confirmado pelos legítimos representantes do estado dos Povos, os procuradores dos Concelhos em Cortes. O Rei identifica a vontade expressa de todo um reino. Não se defende a teoria medieval da origem divina do poder régio, mas reside na legitimação da supremacia do Reino de Portugal ao afirmar que os reis recebem o poder do povo para governar sob a condição tácita de reger bem e direitamente. É a tradição portuguesa de autodeterminação a partir da base social dos Três Estados. É a consciência de serviço ao Reino, que nunca será extirpado sequer pelas formas mais extremas de absolutismo. “
Era bom que o regime e sistema de governo que vigoram em Portugal tivessem nem que fosse um assomo dessa responsabilização dos dirigentes políticos enquanto governantes.
VIV’Á RESTAURAÇÃO!
Miguel Villas-Boas
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Restauração da Independência celebrada no concelho de Montalegre
O 374.º aniversário da restauração da independência (1 Dezembro 1640) foi assinalado com um almoço comemorativo numa unidade hoteleira do concelho de Montalegre. Um evento que contou com a presença de D. Duarte, duque de Bragança. A Câmara Municipal de Montalegre esteve representada através do presidente Orlando Alves.
Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, presenteou SAR D. Duarte de Bragança
Uma unidade hoteleira dos Pisões, concelho de Montalegre, recebeu o almoço comemorativo do 374.º aniversário da restauração da independência (1640), promovido pela Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro e pelo núcleo concelhio de Montalegre. A vitória sob o domínio filipino é lembrada, desde essa data, a 1 de Dezembro, outrora feriado nacional e que, ao que tudo indica, caminha para a sua recuperação. O evento contou com a presença de D. Duarte, duque de Bragança, perante um salão repleto de simpatizantes do regime monárquico e outros convidados.
Em representação da Câmara Municipal de Montalegre esteve o presidente Orlando Alves que destacou a importância do acontecimento com estas palavras: «foi uma presença honrosa e simpática, com um objectivo que é nobre e inteiramente nacional. Foi aqui celebrado a restauração de algo que perdemos durante 60 anos, que foi a nossa independência. Hoje estamos novamente mergulhados numa situação de subjugação económica e financeira. É sempre um momento oportuno, todos os dias, pensarmos que não temos nada que hipotecar a nossa soberania nem muito menos a nossa identidade».
«SINTO SIMPATIA PELA CAUSA MONÁRQUICA»
Os anacronismos existentes no actual sistema político-partidário levam o actual presidente da Câmara Municipal de Montalegre a confessar «simpatia pela causa monárquica». Uma confissão que carimba sem complexos ao mesmo tempo que defende um referendo para que o povo «pudesse ser consultado e dizer de sua justiça». Orlando Alves lembra que «a corte portuguesa sempre foi «respeitada e admirada internacionalmente», daí que assuma: «não tenho complexos nenhuns em dizer que sinto simpatia pela causa monárquica porque estou convencido que os valores e os princípios da República podem perfeitamente ser defendidos numa Monarquia constitucional». No mesmo tom, o edil justifica: «o que me leva a dizer a pensar desta maneira é eu não poder aceitar, como cidadão, que a constituição democrática da República Portuguesa proíba a possibilidade de os portugueses se organizarem um dia em referendo para poderem dizer, entre a República e a Monarquia, qual preferimos».
«A REPÚBLICA TEM TRATADO MAL OS SEUS FILHOS»
Orlando Alves faz questão de sublinhar que «a vinda de sua Alteza a Montalegre enche-nos de alegria porquanto é sempre uma presença honrosa, sendo um momento oportuno para refletirmos um pouco nesta democracia que temos em que a República tem tratado sempre mal os seus filhos». O autarca lembra que «Portugal é um país extremamente desigual» onde «a República não conseguiu alterar todas as distorções que vinham da Monarquia». Para Orlando Alves o mau exemplo pode ser encontrado a nível educativo em contraste com «os bons exemplos que temos tido das Monarquias constitucionais reinantes na Europa», onde «nesse contexto dão-nos soberanos exemplos».
O lamento do número um do executivo municipal é repisado com estas frases: «o que me leva a dizer e a pensar desta maneira é eu não poder aceitar, como cidadão, que a constituição democrática da República Portuguesa proíba a possibilidade de os portugueses se organizarem um dia em referendo para poderem dizer, entre a República e a Monarquia, qual preferimos». A reboque, Orlando Alves defende que «o importante é que os monárquicos possam desencadear um processo de referendo para, pelo menos, saberem qual é a simpatia que têm no contexto nacional». Uma proibição, remata, que «não é democrática».
«FALÊNCIA DE PORTUGAL DEVE-SE AO SISTEMA REPUBLICANO»
D. Duarte define Montalegre como «uma terra lindíssima» e com «imenso interesse». Porém, defende que os monumentos e os edifícios históricos deviam ter «uma maior proteção», dando como exemplo a ponte medieval de Montalegre que «não devia ter aquela coisa metálica...fica muito mal», refere. Em relação ao almoço comemorativo realizado, pela primeira vez, no concelho de Montalegre, D. Duarte afirma que «é fundamental lembrar o Dia da Restauração e os 25 anos de luta em que, mesmo aqui, na região de Montalegre, custou a vida e os sacrifícios a tanta gente para preservar e restaurar a nossa independência». Face ao explanado, acrescenta, «o importante é que os portugueses hoje percebam a alternativa que têm entre a democracia portuguesa, estar presidida por um politico, por melhor que ele seja, ou por um Rei». D. Duarte ilustra com o exemplo reinante na Europa: «se olharmos para a Noruega, Suécia, Dinamarca, Holanda, Luxemburgo, onde há tantos portugueses, e compararmos com países como a Itália, França e Portugal, percebemos que os países que têm Reis e Rainhas estão muito melhor, mais desenvolvidos e são mais democráticos que os países que têm sistemas republicanos... é nisto que temos que pensar e é para isto que serve a Real Associação». A fechar, disse: «quem perceber que a falência e miséria de Portugal se deve, em grande parte, ao sistema republicano, pode aderir a este movimento, militar nele e ajudar a que um dia se possa escolher entre os dois regimes».
Discurso de S.A.R. O Senhor D. Duarte de Bragança
Fonte: Município de Montalegre
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