terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Restauração da Independência celebrada no concelho de Montalegre

O 374.º aniversário da restauração da independência (1 Dezembro 1640) foi assinalado com um almoço comemorativo numa unidade hoteleira do concelho de Montalegre. Um evento que contou com a presença de D. Duarte, duque de Bragança. A Câmara Municipal de Montalegre esteve representada através do presidente Orlando Alves.

Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, presenteou SAR D. Duarte de Bragança

Uma unidade hoteleira dos Pisões, concelho de Montalegre, recebeu o almoço comemorativo do 374.º aniversário da restauração da independência (1640), promovido pela Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro e pelo núcleo concelhio de Montalegre. A vitória sob o domínio filipino é lembrada, desde essa data, a 1 de Dezembro, outrora feriado nacional e que, ao que tudo indica, caminha para a sua recuperação. O evento contou com a presença de D. Duarte, duque de Bragança, perante um salão repleto de simpatizantes do regime monárquico e outros convidados.
Em representação da Câmara Municipal de Montalegre esteve o presidente Orlando Alves que destacou a importância do acontecimento com estas palavras: «foi uma presença honrosa e simpática, com um objectivo que é nobre e inteiramente nacional. Foi aqui celebrado a restauração de algo que perdemos durante 60 anos, que foi a nossa independência. Hoje estamos novamente mergulhados numa situação de subjugação económica e financeira. É sempre um momento oportuno, todos os dias, pensarmos que não temos nada que hipotecar a nossa soberania nem muito menos a nossa identidade».
«SINTO SIMPATIA PELA CAUSA MONÁRQUICA»
Os anacronismos existentes no actual sistema político-partidário levam o actual presidente da Câmara Municipal de Montalegre a confessar «simpatia pela causa monárquica». Uma confissão que carimba sem complexos ao mesmo tempo que defende um referendo para que o povo «pudesse ser consultado e dizer de sua justiça». Orlando Alves lembra que «a corte portuguesa sempre foi «respeitada e admirada internacionalmente», daí que assuma: «não tenho complexos nenhuns em dizer que sinto simpatia pela causa monárquica porque estou convencido que os valores e os princípios da República podem perfeitamente ser defendidos numa Monarquia constitucional». No mesmo tom, o edil justifica: «o que me leva a dizer a pensar desta maneira é eu não poder aceitar, como cidadão, que a constituição democrática da República Portuguesa proíba a possibilidade de os portugueses se organizarem um dia em referendo para poderem dizer, entre a República e a Monarquia, qual preferimos».
«A REPÚBLICA TEM TRATADO MAL OS SEUS FILHOS»
Orlando Alves faz questão de sublinhar que «a vinda de sua Alteza a Montalegre enche-nos de alegria porquanto é sempre uma presença honrosa, sendo um momento oportuno para refletirmos um pouco nesta democracia que temos em que a República tem tratado sempre mal os seus filhos». O autarca lembra que «Portugal é um país extremamente desigual» onde «a República não conseguiu alterar todas as distorções que vinham da Monarquia». Para Orlando Alves o mau exemplo pode ser encontrado a nível educativo em contraste com «os bons exemplos que temos tido das Monarquias constitucionais reinantes na Europa», onde «nesse contexto dão-nos soberanos exemplos».
O lamento do número um do executivo municipal é repisado com estas frases: «o que me leva a dizer e a pensar desta maneira é eu não poder aceitar, como cidadão, que a constituição democrática da República Portuguesa proíba a possibilidade de os portugueses se organizarem um dia em referendo para poderem dizer, entre a República e a Monarquia, qual preferimos». A reboque, Orlando Alves defende que «o importante é que os monárquicos possam desencadear um processo de referendo para, pelo menos, saberem qual é a simpatia que têm no contexto nacional». Uma proibição, remata, que «não é democrática».
«FALÊNCIA DE PORTUGAL DEVE-SE AO SISTEMA REPUBLICANO»
D. Duarte define Montalegre como «uma terra lindíssima» e com «imenso interesse». Porém, defende que os monumentos e os edifícios históricos deviam ter «uma maior proteção», dando como exemplo a ponte medieval de Montalegre que «não devia ter aquela coisa metálica...fica muito mal», refere. Em relação ao almoço comemorativo realizado, pela primeira vez, no concelho de Montalegre, D. Duarte afirma que «é fundamental lembrar o Dia da Restauração e os 25 anos de luta em que, mesmo aqui, na região de Montalegre, custou a vida e os sacrifícios a tanta gente para preservar e restaurar a nossa independência». Face ao explanado, acrescenta, «o importante é que os portugueses hoje percebam a alternativa que têm entre a democracia portuguesa, estar presidida por um politico, por melhor que ele seja, ou por um Rei». D. Duarte ilustra com o exemplo reinante na Europa: «se olharmos para a Noruega, Suécia, Dinamarca, Holanda, Luxemburgo, onde há tantos portugueses, e compararmos com países como a Itália, França e Portugal, percebemos que os países que têm Reis e Rainhas estão muito melhor, mais desenvolvidos e são mais democráticos que os países que têm sistemas republicanos... é nisto que temos que pensar e é para isto que serve a Real Associação». A fechar, disse: «quem perceber que a falência e miséria de Portugal se deve, em grande parte, ao sistema republicano, pode aderir a este movimento, militar nele e ajudar a que um dia se possa escolher entre os dois regimes».















































Discurso de S.A.R. O Senhor D. Duarte de Bragança


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