sábado, 19 de setembro de 2015

Há 150 Anos D. Luís Inaugurou O Palácio De Cristal

 


Com Dom Luís I, Portugal ganha a estabilidade política e social necessária para o progresso material.
Assim, há precisamente 150 anos, em 18 de Setembro de 1865, S.M.F. El-Rei Dom Luís I de Portugal inaugurava a 1.ª Expo realizada em Portugal, a Exposição Internacional do Porto, inaugurando simultaneamente o lendário Palácio de Crystal Portuense. Situado no campo da Torre da Marca, o Palácio – como é comummente conhecido – foi projectado pelo arquitecto britânico Thomas Dillen Jones, tendo por modelo oCrystal Palace de Londres que em 1854 tinha sido reinstalado em Sydenham Hill.
Como fora planeado para acolher a grande Exposição Internacional do Porto, Palácio de Crystal Portuense era uma espécie de gloriosa e gigante vitrina, e a sua dimensão era de 150 metros de comprimento por 72 metros de largura estando dividido em três naves. No decorrer dos seus 86 anos, o Palácio recebeu a Exposição Agrícola de 1903 e a Exposição Colonial de 1934 para além de outras centenas de importantes exposições. Mas o Palácio era mais do que um escaparate tendo funcionado de igual modo como um relevante espaço cultural, podendo orgulhar-se de possuir, inclusive, um dos maiores órgãos de tubos do mundo, pelo que foi palco de inúmeros concertos e performances dos mais consagrados músicos enquanto existiu.
Dom Luís I de Portugal foi um Monarca ilustrado e o seu reinado lançou Portugal na senda do progresso e desenvolvimento material, social e cultural que haveria de continuar com a Sua Augusta descendência.
Já em tempos republicanos, o modelo cultural – a exemplo dos restantes – adulterou-se e o Palácio de Crystal Portuense foi demolido em 1951 com a justificação de que se devia construir sob os seus escombros um Pavilhão para albergar o Campeonato Mundial de Hóquei em Patins no Porto; e assim foi erguido no seu lugar uma nave – ovni – de betão armado, a que foi dado o nome de Pavilhão dos Desportos, e, ulteriormente, Pavilhão Rosa Mota. O mamarracho nunca conseguiu fazer vingar o novel nome, e todos continuam a referir-se carinhosamente ao local como O Palácio.
Miguel Villas-Boas

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