domingo, 5 de dezembro de 2021

Os sintomas de um coronavírus ideológico

 



A 25 de Outubro de 2021, o economista americano Jeffrey Sachs foi nomeado, pelo Papa Francisco, como membro ordinário da Pontifícia Academia das Ciências Sociais. Este militante incansável da redução da população mundial através do aborto, entre outras coisas, torna-se, assim, um colaborador ordinário de uma instituição romana que supostamente deve trabalhar para o desenvolvimento da doutrina social da Igreja.   

Jeffrey Sachs é um propagandista do “desenvolvimento sustentável”, a teoria de que a pressão populacional é um factor de degradação ambiental e um fardo para o desenvolvimento.         

Segundo ele, é a superpopulação que polui e impede o desenvolvimento. Daí a sua admiração pela política chinesa do “filho único”, que fez com que 400 milhões de seres humanos desaparecessem em 40 anos.         

Mas como Riccardo Cascioli observa na Nuova Bussola Quotidiana de 27 de Outubro, não é esta nomeação que é surpreendente, mas a justificação dada pelo Chanceler da Pontifícia Academia de Ciências Sociais, Mons. Marcelo Sánchez Sorondo.    

O facto de Jeffrey Sachs ter sido nomeado membro de uma instituição onde já se encontrava em casa apenas torna oficial uma estreita colaboração com o Papa, quer na redacção da encíclica Laudato si’ (24 de Maio de 2015), quer na organização do congresso The Economy of Francesco, realizado, em Assis, de 19 a 21 de Novembro de 2020.  

Mas o escândalo é que o Chanceler da Academia das Ciências Sociais, quando questionado várias vezes por jornalistas sobre a presença deste ideólogo neomalthusiano no Vaticano, deu sempre a mesma resposta.      

De facto, segundo Mons. Sorondo, Jeffrey Sachs mudou e o objectivo do Vaticano é que a ONU e os seus representantes mais influentes ouçam as prioridades estabelecidas pela Santa Sé, o que – de acordo com este ingénuo ou desonesto prelado – está a acontecer...           

Riccardo Cascioli está justamente indignado: «Eles gostariam de nos convencer que foi a ONU que mudou as suas prioridades nas suas decisões a fim de se adaptar ao que a Igreja – e especialmente o Papa Francisco – gostaria. Quando, pelo contrário, foi precisamente a Igreja que se mobilizou para as posições das agências da ONU e dos grupos de pressão ambiental».  

«Na prática, não foi o Mundo a ser contaminado pelo pensamento da Igreja, mas a Igreja que está à mercê dos poderes do Mundo. O exemplo mais óbvio é a integração do conceito de “desenvolvimento sustentável” no magistério da Igreja, que teve lugar oficialmente com a encíclica Laudato si’ e que se tornou agora um refrão constante».     

aggiornamento conciliar tem sido tão bem-sucedido que os seus artífices já nem sequer se apercebem de que estão servilmente alinhados com o espírito do Mundo. Eles acreditam – ou querem fazer crer – que é o Mundo que está a converter-se à doutrina católica.          

Estes homens da Igreja, que deveriam ser o «sal da terra», tornaram-se tão doutrinariamente obsoletos que pensam – ingenuamente ou desonestamente – que a sua insipidez é uma “presença” e um “testemunho” no Mundo de hoje. Não percebem que esta presença e este testemunho são incolores, inodoros e sem sabor.    

Entre os sintomas do coronavírus está a perda do olfacto e do paladar. Mons. Sorondo e os seus confrades deveriam ser testados.                      

P. Alain Lorans          

Através de La Porte Latine


Fonte: Dies Irae

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