segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Arcebispo Viganò sai em defesa do Cardeal Müller

 



O portal Dies Iræ publica, em exclusivo para língua portuguesa e a pedido do próprio, uma declaração que o Arcebispo Carlo Maria Viganò, antigo Núncio Apostólico, publicou, ontem, em defesa de Sua Eminência o Cardeal Gerhard Ludwig Müller, antigo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que tem sido ferozmente perseguido pelas suas posições contra a presente farsa pandémica.

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16 de Dezembro de 2021

«“Effathá”, que quer dizer “abre-te”».
Mc 7, 34


Não me admira que a verdade provoque reacções descompostas naqueles que propagam o erro que a essa se opõe. As reacções dos fariseus às palavras de Nosso Senhor – começando com os gestos teatrais de Caifás na proclamação da própria divindade da parte do Messias – traem sempre a raiva dos mentirosos e das pessoas de má-fé diante da afirmação da verdade e da honestidade intelectual. E esta indignação, que é tão forçada como desmotivada, uma vez que não existem argumentos para rebater a refutação, é frequentemente transferida para o interlocutor, numa tentativa de o ridicularizar, de o fazer parecer louco ou um perigoso criminoso. Os exemplos a que pudemos assistir de quem tenha colocado em questão qualquer uma das pedras angulares da narrativa oficial sobre o COVID são a confirmação de uma atitude intolerante por parte daqueles que mentem e, ao mesmo tempo, da acusação de intolerância contra aqueles que se limitam a declarar a verdade óbvia.           

O virologista que afirma a ineficácia da vacina e evidencia os graves conflitos de interesse nos funcionários responsáveis pela autorização dos fármacos ou das terapias; o deputado que se opõe à oportunidade de impor bloqueios depois de estes se terem revelado inúteis para conter a pandemia e desastrosos para a economia da Nação; o jurista que critica as normas impostas pelo Governo em violação da Constituição; o pároco que, desde o púlpito, questiona a moralidade de um soro experimental produzido com células de fetos abortados; o intelectual que assinala que o plano criminoso do Great Reset, promovido pelo World Economic Forum e a Agenda 2030 das Nações Unidas, está a ser pontual e perturbadoramente implementado precisamente devido à emergência pandémica auspiciada, desde 2009, por Jacques Attali, no semanário francês L’Express, são considerados, pelo Sinédrio globalista, como hereges, indignos de fazer perguntas sobre os novos dogmas da religião sanitária definidos ex cathedra pelos especialistas pagos pela BigPharma. Podemos imaginar que honestidade e imparcialidade podem ser asseguradas pelos controladores pagos pelos controlados.    

De nada serve citar os escritos dos expoentes do deep state em que confessam descaradamente o seu projecto criminoso. Tomemos como exemplo a citação de Jacques Attali: «A história ensina-nos que a humanidade só evolui significativamente quando tem verdadeiramente medo: depois desenvolve inicialmente mecanismos de defesa; por vezes intoleráveis (dos bodes expiatórios e totalitarismo); por vezes inúteis (da distracção); por vezes eficazes (das terapias que negam, se necessário, todos os princípios morais precedentes). Então, uma vez terminada a crise, o medo transforma estes mecanismos para os tornar compatíveis com a liberdade individual e para os inscrever numa política de saúde democrática» (aqui).      

Estas palavras foram proferidas em 2009, no período que antecedeu o surto de gripe suína, por cuja falsa emergência foi depois denunciada a OMS. Nelas podemos obter a confirmação de um quadro exacto acerca das modalidades de gestão da emergência sanitária, ou mesmo do planeamento da própria emergência, com a previsão das possíveis respostas por parte dos cidadãos. Há apenas alguns dias, Attali foi entrevistado, sem máscara, por dois jornalistas propensos, a quem repreendeu por terem a máscara abaixo do nariz. A anedota – que se pode encontrar num vídeo na internet – é a “prova provada” do absurdo da narrativa pandémica, que se aplica aos súbditos e aos escravos do sistema, mas não aos responsáveis. Biden, Johnson, Merkel, Draghi, Bergoglio e todos os “grandes da terra” ostentam desprezo pelas massas, impondo-lhes normas absurdas, que esses em primeiro infringem precisamente para demonstrar que a adesão a este culto pandémico requer um consentimento fideísta e não é nada de científico.

Sua Eminência o Cardeal Müller, que é uma pessoa intelectualmente honesta, disse coisas já denunciadas pelo Cardeal Burke, por D. Athanasius Schneider e por mim, entre outros; coisas que Klaus Schwab, George Soros, Bill Gates e todos os adeptos do Great Reset sempre declararam publicamente, até mesmo produzindo documentos oficiais e imprimindo livros nos quais explicam em pormenor os diferentes cenários que podem ser hipotéticos, desde a pandemia até à emergência climática. E as palavras do Purpurado são a confirmação de que o seu nome colocado no meu Apelo para a Igreja e para o Mundo, em Maio de 2020, foi meditado e desejado. Por esse gesto, por certos aspectos corajoso, agradeço a Sua Eminência.   

E lamento que, na Alemanha, os meios mainstream tenham acusado o Cardeal Müller de anti-semitismo, pelo simples facto de George Soros e Klaus Schwab terem origens judaicas, ao mesmo tempo que evitaram escrupulosamente entrar no mérito da questão. E, no entanto, análogas denúncias contra a elite globalista e, em particular, contra Schwab, Gates, Soros, os Rothschild e os Rockefeller são feitas por rabinos ortodoxos e por judeus sobreviventes dos campos de concentração nazis. São também eles, portanto, anti-semitas? Mas, mais uma vez, fazer perguntas razoáveis a quem é desconfiado não serve para nada. Como na fábula de Esopo, o lobo no topo do ribeiro acredita que tem o direito de não ter a sua água turvada pelo cordeiro a jusante.           

Posso imaginar que, para um Cardeal que também foi Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, é algo desafiante e não tão simples tomar uma posição sobre uma questão que vê Bergoglio do lado oposto a propagandear as vacinas Pfizer e a apoiar a green economy e o capitalismo inclusivo com os Rothschild e os Rockefeller. Mas também penso que se Sua Eminência teve a honestidade de denunciar a conspiração anti-humana da Nova Ordem Mundial e a interferência dos multimilionários Gates e Soros no destino das nações, com base nas provas e na consentaneidade das suas declarações, saberá com igual lucidez de análise reconhecer a mesma consentaneidade à ideologia globalista no inquilino de Santa Marta, que precisamente nestes dias abençoou um parque inter-religioso na Argentina e aprovou a Fundação Fratelli Tutti e a sua “formação holística” para o diálogo com as religiões. Se são evidentes as interferências de Soros e Gates no governo das Nações, é inegável a responsabilidade de Bergoglio em dar dignidade e legitimidade aos cúmplices do WEF e da ONU, aos seus planos e àqueles que com eles cooperam; porque o ecumenismo, a divinização da Mãe Terra, a dimensão “amazónica” da Igreja, o “synodal path”, o transumanismo da Fundação para a Inteligência Artificial e todas as infelizes inovações deste pontificado são perfeitamente coerentes com este quadro, são a ele instrumentais e prosseguem o mesmo fim, ou seja, o estabelecimento daquela Religião da Humanidade, que é a meta necessária da Nova Ordem Mundial. 

Embora a emergência sanitária tenha causado danos incalculáveis, tem, no entanto, o mérito de ter aberto os olhos a muitos cegos, de ter curado muitos surdos e mudos, que tornam a ouvir e a falar. Esta graça deve ser para todos nós uma ocasião para podermos avaliar com um olhar sobrenatural o que está a acontecer diante dos nossos olhos, discernir os princípios inspiradores e os objectivos não declarados, denunciar os responsáveis e avisar os simples, que esperam justamente que sejam os seus Pastores a dar-lhes salutares indicações e não a empurrá-los para o abismo. E para compreender quão verdadeiras são as palavras do Senhor: «Sem mim nada podeis fazer» (Jo 15, 5).        

 Carlo Maria Viganò, Arcebispo


Fonte: Dies Iræ

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