sábado, 5 de agosto de 2023

5 de Agosto, o dia em que nevou em Roma por causa de uma Basílica

 

Roma. Segundo a Tradição, caiu neve em plena seca, delimitando o lugar onde deveria ser edificada uma igreja dedicada à Virgem Maria. É a maior basílica mariana de Roma, por isso conhecida como Santa Maria Maior. 

A Basílica de Santa Maria Maior (Santa Maria Maggiore), também conhecida como Basílica de Nossa Senhora das Neves, ou Basílica Liberiana, é uma das basílicas patriarcais (representada o Patriarcado de Antioquia) de Roma. Foi construída entre 432 e 440, durante o pontificado do Papa Sisto III, e dedicada ao culto de Maria, Mãe de Deus, cujo dogma da Divina Maternidade acabara de ser declarado pelo Concílio de Éfeso (431). Entretanto, a data da fundação da Basílica remonta ao pontificado do Papa Libério (352-366).   

O título de Maria como Nossa Senhora das Neves surgiu por volta do ano de 352, em Roma, onde viviam Giovanni Patritio (João Patrício) e a sua esposa, que não podiam ter filhos. Conformados com a vontade de Deus, pensavam, certo dia, a quem deixariam a fortuna. Por serem muito devotos de Nossa Senhora, queriam torná-lA herdeira de todos os seus bens. E para que Ela aceitasse a oferta fizeram muitas orações, deram muitas esmolas, fizeram muitas penitências. 

Nossa Senhora ouviu a prece desse bondoso e fiel casal e numa noite particularmente quente de Agosto apareceu-lhes num sonho para avisá-los que no dia seguinte fossem ao Monte Esquilino e lá encontrariam tudo coberto de neve. Naquele local deveriam erguer um Templo onde pudesse ser honrada pelos seus devotos. Na manhã seguinte, comentaram o sonho - ou revelação - que ambos tiveram e mandaram comunicar ao Papa Libério, ao qual a Virgem havia feito a mesma revelação. Foi convocado o clero e o povo, e fez-se uma procissão. Quando chegaram no Monte, encontraram coberto de neve um espaço suficiente para uma Igreja bem ampla. O local foi marcado, e o casal erigiu a basílica, adornando-a sumptuosamente.  

Primeiro, foi chamada Santa Maria das Neves, pelo milagre ocorrido. E também Basílica ou Templo de Libério, porque foi no seu tempo que ocorreu o milagre. Depois, foi chamada Basílica de Sisto, por haver Papa Sisto III, sucessor do Papa Celestino, renovado e reedificado a igreja, adornando-a de excelentes imagens e sagradas pinturas. Também foi chamada de Santa Maria do Presépio, por causa do da manjedoura do presépio, na qual Cristo Nosso Senhor fora colocado quando nasceu em Belém, que foi posta numa das capelas. Mas, tendo sido edificadas muitas e muitas igrejas a Nossa Senhora, e sendo esta a maior, ficou o nome de Santa Maria Maggiore, para diferenciá-la das outras e mostrar a excelência desta igreja sobre as demais em Roma.  

Nela, o Senhor operou muitos milagres pela intercessão de Sua bendita Mãe. A esta igreja (fiéis) ordenou São Gregório Magno que andasse em solene procissão, de todos os status, de todas as condições de pessoas que se encontrassem em Roma, quando aquela cruel e horrível peste a infestava e destruía. Desta igreja, ordenou o Papa Estevão II que saísse outra procissão para aplacar a ira de Deus. E Papa Leão IV, no tempo do Imperador Lotário, com outra procissão, da Igreja de Santo Adriano Mártir à de Santa Maria Maior, libertou a Cidade de uma cruel e venenosa serpente que a ameaçava. E São Martinho Papa, celebrando nela, e querendo Olímpio Efsarco matá-lo, por ordem do Imperador seu patrão, que era herético, ficou cego e não conseguiu seu intento, não permitindo a Santíssima Virgem que no seu Templo fosse cometida tão grande maldade. Muitos outros milagres o Senhor operou naquele Templo, por intercessão de sua puríssima Mãe.  

A Basílica de Santa Maria, em Roma, foi consagrada em honra a Nossa Senhora pouco depois do Concílio de Éfeso (431) que proclamara a Divina Maternidade de Maria.

Somos devotos desta Rainha dos Anjos, sirvamo-la com afeição e solicitude, recorramos a Ela em todas as nossas tribulações e necessidades com grandíssima confiança, imitemos as suas virtudes e os exemplos, que nenhum dos que assim fizerem restará confundido. 


Pe. Pietro Ribadeneira in 'Flos sanctorum, historia das vidas, e obras insignes dos santos'


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