segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Ladainha a São Miguel Arcanjo

Senhor, tende piedade de nós 
Jesus Cristo, tende piedade de nós 
Senhor, tende piedade de nós 

Jesus Cristo, ouvi-nos 
Jesus Cristo, atendei-nos 

Pai do Céu, que sois Deus, tende piedade de nós. 
Filho Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós. 
Espírito Santo que sois Deus, tende piedade de nós. 
Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de nós.  

Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós, 
São Miguel rogai por nós, rogai por nós
São Miguel, cheio de graça de Deus, rogai por nós
São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino rogai por nós
São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós
São Miguel, poderosíssimo Príncipe dos exércitos do SENHOR, rogai por nós
São Miguel, porta e estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós

São Miguel, guardião do Paraíso rogai por nós,
São Miguel, guia e consolador do povo Israelita, rogai por nós
São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós
São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós
São Miguel, luz dos Anjos, rogai por nós
São Miguel, baluarte da verdadeira fé, rogai por nós
São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da Cruz, rogai por nós

São Miguel, baluarte da verdadeira fé rogai por nós
São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da Cruz, rogai por nós
São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida, rogai por nós
São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós
São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós
São Miguel, mensageiro da sentença eterna, rogai por nós

São Miguel, consolador das almas do Purgatório, Vós a quem o SENHOR incumbiu de receber as almas depois da morte, rogai por nós
São Miguel, nosso Príncipe, rogai por nós
São Miguel, nosso Advogado, rogai por nós.

Cordeiro de DEUS que tirais o pecado do Mundo, perdoai-nos Senhor 
Cordeiro de DEUS que tirais o pecado do Mundo, ouvi-nos Senhor 
Cordeiro de DEUS que tirais o pecado do Mundo, tende piedade de nós, Senhor 

Jesus Cristo ouvi-nos. 
Jesus Cristo atendei-nos. 

Rogai por nós glorioso São Miguel, Príncipe da Igreja de Jesus Cristo. 
Para que sejamos dignos das Suas promessas. Ámen

Oremos:

Senhor Jesus Cristo, santificai-nos por uma bênção sempre nova e concedei-nos, por intercessão de São Miguel, a sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas no Céu e a trocar os bens do tempo presente pelos bens eternos. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Ámen.

 Fonte: Senza Pagare

domingo, 29 de setembro de 2024

Oração tradicional a São Miguel Arcanjo

Latim:

In Nomine Patris, et Filii et Spiritus Sancti. Amen.

Princeps gloriosissime caelestis militiae, sancte Michael Archangele, defende nos in proelio et colluctatione, quae nobis adversus principes et potestates, adversus mundi rectores tenebrarum harum, contra spiritualia nequitiae, in caelestibus.

Veni in auxilium hominum, quos Deus creavit inexterminabiles, et ad imaginem similitudinis suae fecit, et a tyrannide diaboli emit pretio magno. Proeliare hodie cum beatorum Angelorum exercitu proelia Domini, sicut pugnasti contra ducem superbiae Luciferum, et angelos eius apostaticos: et non valuerunt, neque locus inventus est eorum amplius in coelo. Sed proiectus est draco ille magnus, serpens antiquus, qui vocatur diabolus et satanas, qui seducit universum orbem; et proiectus est in terram, et angeli eius cum illo missi sunt.

En antiquus inimicus et homicida vehementer erectus est. Transfiguratus in angelum lucis, cum tota malignorum spirituum caterva late circuit et invadit terram, ut in ea deleat nomen Dei et Christi eius, animasque ad aeternae gloriae coronam destinatas furetur, mactet ac perdat in sempiternum interitum.

Virus nequitiae suae, tamquam flumen immundissimum, draco maleficus transfundit in homines depravatos mente et corruptos corde; spiritum mendacii, impietatis et blasphemiae; halitumque mortiferum luxuriae, vitiorum omnium et iniquitatum.

Ecclesiam, Agni immaculati sponsam, faverrimi hostes repleverunt amaritudinibus, inebriarunt absinthio; ad omnia desiderabilia eius impias miserunt manus. Ubi sedes beatissimi Petri et Cathedra veritatis ad lucem gentium constituta est, ibi thronum posuerunt abominationis et impietatis suae; ut percusso Pastore, et gregem disperdere valeant.

Adesto itaque, Dux invictissime, populo Dei contra irrumpentes spirituales nequitias, et fac victoriam.

Te custodem et patronum sancta veneratur Ecclesia; te gloriatur defensore adversus terrestrium et infernorum nefarias potestates; tibi tradidit Dominus animas redemptorum in superna felicitate locandas. Deprecare Deum pacis, ut conterat satanam sub pedibus nostris, ne ultra valeat captivos tenere homines, et Ecclesiae nocere.

Offer nostras preces in conspectu Altissimi, ut cito anticipent nos misericordiae Domini, et apprehendas draconem, serpentem antiquum, qui est diabolus et satanas, ac ligatum mittas in abyssum, ut non seducat amplius gentes. Amen.


Português:

Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amen.

Ó gloriosíssimo Príncipe da milícia celeste, Arcanjo S. Miguel, defendei-nos na nossa luta e nosso combate contra os principados e as potestades, contra os governantes deste mundo tenebroso, contra a perversidade espiritual em lugares elevados.

Vinde em auxilio do homem, que Deus criou imortal, à sua imagem e semelhança, e resgatou por grande preço da tirania do diabo. Combatei neste dia a batalha do Senhor, junto com os santos anjos, como já haveis combatido o líder dos anjos orgulhosos, Lúcifer, e o seu exército apóstata, que não tinham poder para vos resistir, nem tinham mais lugar no Céu. Mas aquela antiga e cruel serpente, chamada de demónio ou Satanás, que seduz todo a orbe, foi mandada para o abismo com todos os seus anjos.

Eis que o primordial inimigo e assassino do homem se ergueu veementemente. Transformado em anjo da luz, ele vagueia com toda a multitude de espíritos malignos, invadindo a terra em ordem a extirpar dela o nome de Deus e do Seu Cristo, para, deleitando-se, matar e atirar para a perdição eterna as almas destinadas à coroa da eterna glória.

Este malvado dragão derrama, como torrente imunda, o veneno da sua malícia sobre o homem de mente depravada e coração corrompido; o espirito da mentira, da impiedade e da blasfémia; o odor pestilento da luxúria e de todo o vício e iniquidade.

Estes astutos inimigos encheram e inebriaram com ódio e amargura a Igreja, a esposa do Cordeiro Imaculado, e deitaram as suas mãos impiedosas sobre as suas posses mais sagradas. Onde se encontra a Sede do Santo Apóstolo Pedro e Cátedra da Verdade para ser luz do mundo, eles elevaram um trono da sua abominável impiedade, com o desígnio iníquo de que quando o Pastor é abatido, as ovelhas se dispersam.

Erguei-vos então, ó General invencível, auxiliai o povo de Deus contra os ataques que irrompem dos espíritos perdidos e trazei-nos a vitória.

A Santa Igreja venera-vos como protector e patrono; glorifica-vos como a sua defesa contra os poderes malignos deste mundo e do inferno; a vós Deus confiou as almas do homem para serem estabelecidas na beatitude celeste. Intercedei junto do Deus da paz para que Ele esmague Satanás sob os nossos pés, tão conquistado que não consiga mais prender os homens em cativeiro e magoar a Igreja.

Oferecei as nossas orações à vista do Altíssimo, para que elas possam rapidamente alcançar-nos as misericórdias do Senhor; e derrubando o dragão, a antiga serpente, que é o demónio e Satanás, tornai-o novamente cativo no abismo, para que ele não possa mais seduzir as gentes. Ámen

sábado, 28 de setembro de 2024

Comemoração dos 400 anos da Canonização de Santa Isabel de Portugal - Ciclo Coral e Instrumental "São Rosas, Senhores!"- 4.º concerto


No próximo Domingo, dia 29 de Setembro, às 18h, a Confraria da Rainha Santa Isabel retoma Ciclo Coral e Instrumental, integrado na comemoração dos 400 anos da Canonização de Santa Isabel, Infanta de Aragão, Rainha de Portugal e Padroeira da cidade de Coimbra.

Assim, realiza-se na Igreja da Rainha Santa Isabel, o 4.º concerto do referido Ciclo Coral e Instrumental, com a participação do "Coimbra Gospel Choir".

Recorda-se que este Ciclo Coral e Instrumental "São Rosas, Senhores!é pessoalmente coordenado pelo Maestro Doutor Paulo Bernardino.

A entrada é livre.

A Confraria da Rainha Santa Isabel conta com a participação atenta de todos!

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

PORTVGAL pela mão e no coração de Paulo Teixeira Pinto

Tenho na mão mais do que um livro e tenho dificuldade em caracterizá-lo. A sua capa esclarece que se trata de uma visão mística e poética dividida em oito testemunhos, oito itinerários e oito arcanos e os editores sublinham a circunstância de esta ser uma narrativa pessoal acerca de episódios da história de Portugal. Que me perdoe a edição, mas encontro nele muito mais.

Fosse esta apenas uma narrativa pessoal e não ressoaria nela tanta gente, não seriam percorridos tantos sítios já (des)conhecidos, não nos encontraríamos subitamente connosco e diante de outros. Foi uma alegria especial poder lê-lo, aprender tanto e recordar muito.

Na afonia colectiva em que tristemente decaímos, Paulo Teixeira Pinto ofereceu a sua voz a muitas das melhores que compõem a que deveria ser a nossa e que contribuíram para nos unir no destino octogonal – sincreticamente temporal, espiritual e infinito - que extravasou fronteiras e as eras e rompeu resolutamente “as arcas e os odres”, como a Malta das Naus de António Gedeão, que também ali surge, ortonimamente, para nos recordar o mar e a barca que fomos e que se (a)fez àquele.

De todos os testemunhos na primeira pessoa, tocou-me o desejo de desprendimento do Desejado, cansado de o ter sido e de deambular, Encoberto, na periferia da morte eterna onde Deus (ainda) o não quis receber. Terá o Senhor D. Sebastião finalmente conhecido a cor do medo, já que se terá mantido resolutamente acrómico enquanto morria devagar? Terão as guitarras jazentes - dez mil segundo Catherine Clément -, tangidas pela areia e pelo vento que primeiramente  amortalharam a El-Rei, trinado alguma nota dolorida e elegíaca em sua memória? Terá alguma embalado o eterno sono acordado daquele que fechou a coroa portuguesa e reclamou para si a capitania dos exércitos de Deus? 

A imagem errante e impetrante por terras da não-vida da fatal Alteza que se fez Majestade recordou-me a mais comezinha, mas não menos dramática, figura do Judeu no Auto da Barca do Inferno. A este, nem o Diabo queria, mas, até a este, foi-lhe permitido seguir à toa - atrelado à Barca onde não podia sequer pôr pé - rumo ao castigo infindo. D. Sebastião apenas pede a condição de servo, o perpétuo esquecimento e um fim definitivo.  

Paulo Teixeira Pinto revisitou a “gentileza”, «requisito e pressuposto mandatório para se poder vir a ser ordenado cavaleiro» constante das Ordenações Afonsinas, e os três modos de a alcançar: «a primeira, por linhagem; a segunda, por saber; a terceira, por bondade».

Talvez uma das nossas maiores imperfeições colectivas tenha sido a de, historicamente, termos privilegiado a palavra “fidalgo” como designação indutora de reverência enquanto relegámos “gentil-homem” para os ofícios da Corte: escolhemos para os Grandes o caminho pessoalmente menos exigente - limitado à ascendência - e essa aparente dispensa do dever, a que felizmente nem todos cederam, ter-se-á reflectido num menor esforço generalizado de aperfeiçoamento.

Deambulei por entre as páginas e encontrei nelas sons, cheiros, sabores e luz, e não só velas expiatórias; luz que vislumbro poucas vezes na maioria dos olhos daqueles com quem me cruzo. Desconfio que  estejam resignados ao reino contrito e exangue, que Teixeira Pinto também e tão bem descreveu, em vez de sonharem e construírem aquele que deveria ser o nosso: vencida «a ânsia que aguarda a espera», percorrida a «distância que resguarda a esfera. A esfera onde todos somos um só em comum. E em que nenhum está só perante um outro algum». E que ainda pode vir a sê-lo.

Talvez porque nunca conheceram outro. Talvez porque nunca se deixaram maravilhar pela vida, pelo espaço e pelo horizonte desse PORTVGAL sem fim. Talvez porque nunca navegaram em alto mar revolto ou ajoelharam no Convento de Cristo e no Campo de São Jorge ou algum dia falaram em seu nome. Talvez porque não tocaram as pontas do Império desfeito e nem sentiram vontade de se enlaçar nelas armilarmente. Talvez porque nunca se acolheram ao cuidado do seu Anjo Custódio, o único no mundo especialmente encarregado da protecção de um Reino, como nos recorda o autor.

Talvez porque ainda não encontraram nos outros, que também somos nós, aquilo que nos falta para o sermos efectivamente: «A verdadeira essência de um povo» é sobretudo definível «pela intenção e pela intensidade do que seja capaz de partilhar.»

Talvez porque nunca viram militares, antigos inimigos, abraçarem-se, em português, entre lágrimas, gargalhadas e vinho. Talvez porque, depois do lamento de saber como se morre por nada, de Couto Viana, já não se saiba sequer por que se vive.

PORTVGAL de Paulo Teixeira Pinto não é apenas uma narrativa pessoal, é um breviário, um mapa, um descodificador e uma romagem polifónica ao Reino que se recusa a morrer. Um lúcido e encantado «mergulho no fundo do sonho» - para regressar a Gedeão -, saudade feita clamor… pelo futuro.

João Vacas, in Correio Real nº 29


Fonte: Real Associação de Lisboa

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

A choldra

Portugal em 1969 tinha 150 mil funcionários públicos » (8,5 milhões de habitantes)


Portugal em 2024 tem 800 mil funcionários públicos » (10 milhões, + a nossa diáspora, + os novos invasores)

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Crítica XXI - NÚMERO 8 . VERÃO 2024

Crítica XXI é uma revista que procura olhar e entender o mundo com a independência, a liberdade e a verdade de quem não tem de ceder a narrativas de conveniência. Assim, à beira de um Outono que vai ser marcado pela eleição norte-americana, essencial também para o futuro do mundo e da Europa, a América, os valores da América e a análise do actual confronto de valores na América mereceram-nos especial atenção.

Neste número 8, em “A atribulada História do GOP”, Lívia Franco traça a história do Partido Republicano, do Great Old Party, dos primórdios ante-bellum até ao reaganismo. O que vem depois, Trump, o trumpismo, o nacional-populismo identitário e o novo “populismo intelectual” pós-liberal de J.D. Vance, fica em “O fim de um outro Mundo de Ontem – a nova direita americana” de Jaime Nogueira Pinto.

E porque a cultura americana se faz também de formas outrora “novas”, como a banda desenhada, os quadradinhos, Carlos Maria Bobone analisa na História e na história política a pátria dos comics e dos “super-heróis”.

Outra característica importante da América – hoje em profundo contraste com uma Europa ocidental descristianizada – é a religiosidade. E os Evangélicos, particularmente militantes e conservadores, são ali determinantes. Tiago Cavaco, em “As Urnas dos Evangélicos”, explica como e porquê.

Rui Ramos continua neste número a sua crónica sobre a Guerra Civil em Portugal. “Terá de haver sangue: A guerra longa” conta-a desde o cerco do Porto, explicando porque é que os miguelistas não conseguiram tomar a cidade e como é que, depois, com a expedição ao Algarve e a marcha sobre Lisboa, os liberais venceram.

Em Portugal a narrativa oficial dos 50 anos do 25 de Abril celebra a efeméride como a abertura a todas as liberdades, sobretudo a de expressão. Em “Se o Bandarra fosse vivo”, Miguel Freitas da Costa diz que não terá sido bem assim e conta como é que entre Abril e Outubro as publicações dissonantes, entre elas a revista Bandarra, foram neutralizadas.

Em “Poética neo-romântica e moderno lusitanismo de António Sardinha”, José Carlos Seabra Pereira estuda a poesia do mestre do Integralismo Lusitano, que morreu prematuramente aos 37 anos, em 1925. (A E-Primatur acabou, entretanto, de publicar a obra poética de António Sardinha, Poesia, com organização de José Manuel Quintas e Manuel Vieira da Cruz e posfácio de José Carlos Seabra Pereira. Saiu agora, em Setembro).

Nas Notas Críticas, Teresa Nogueira Pinto escreve sobre J.D. Vance, o seu livro Hillbilly Elegy e as convicções pós-liberais do candidato a vice-presidente americano.

A sátira da burocracia é uma tradição do humor ocidental. Utopia -Dreamland é uma série das Working Dog Productions para a televisão australiana. Eurico de Barros explica o que são e o que valem estas criações de Rob Sitch.

O padre Duarte da Cunha e o economista João César das Neves tiveram a ideia de explicar São Tomás de Aquino aos mais novos e ao comum dos leitores. O livro é GPS Aquino: Pequeno guia para a leitura de São Tomás e José Maria Cortes escreve sobre a empreitada e o volume que dela resultou.

Duarte Branquinho faz a recensão da tradução para português de uma obra importante – État Civil, de Drieu La Rochelle. Estado Civil é a biografia da infância do maior dos “escritores malditos” franceses.

No fim, uma leitura de Dedico-lhe o meu silêncio, o anunciado “último romance” de Mário Vargas Llosa. Carlos Maria Bobone rompe o silêncio para dizer que o prémio Nobel peruano já teve dias e obras melhores.

DIRECÇÃO JAIME NOGUEIRA PINTO E RUI RAMOS


Fonte: Crítica XXI

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Caso de um assédio republicano ao Padre Cruz

«Uma vez em Alfama...»
E o Padre Cruz não nos deixou acabar a frase.
«É uma nuvem, dolorosamente negra, na paisagem da minha vida! Já lá vão tantos anos. A República chegara, num alvoroço. Vivia-se a hora trágica da indecisão. Nas ruas da cidade, numa esquina, do escuro de um portal, a cilada, o atentado, espreitavam sinistramente.
«Eu vinha dos lados da Sé. Nunca deixei de vir à rua – mesmo quando as bombas rebentavam à porta das igrejas. Meti ali ao coração de Alfama – ia ver um doente, coitadinho. Levava-lhe qualquer coisa... Nisto, oiço uma gritaria. Eu não percebia bem. Era de noite e as luzes estavam apagadas. A algazarra avizinhou-se e, em alta grita, ecoou sonora esta sentença: Mata-se o padre! Mata-se o padre!
«O resto – diz o Padre Cruz, com a voz ainda trémula da emoção – toda a gente sabe... e não tem importância!»
O leitor que se não recorde, deve querer saber. Por isso contamos esse episódio do 14 de Maio [de 1915]. A turba cresceu. Havia furor – o ódio à Igreja era tremendo. Faias gingando, ébrios, abeiraram-se do Padre Cruz. Fizeram-lhe um cerco. Mas nenhum, dominado por aquele olhar de doçura, se resolvia a tocar-lhe. Padre Cruz, no meio deles, sereno, esperava com resignação a hora do seu sacrifício. Neste entretanto, um mais afeito, gritou: «Estamos a adorá-lo!?». A turba animou-se, pareceu despertar de ódio. Passaram, neste momento, uns marinheiros, de espingarda, na busca pelos bairros suspeitos. Viram a aglomeração, chegaram-se mais ao pé, mais ainda, até descobrirem o rosto do Padre. E logo gritaram: «Alto! É o Padre Cruz!»
Então os ébrios, debaixo da cegueira do álcool, tiveram um «Ah!» de espanto.
E mesmo ali pediram perdão – alguns a chorar. Todos o conheciam [da cadeia] do Limoeiro!

«Vida Mundial Ilustrada: Semanário Gráfico de Actualidades», Ano II, Nº 56, 11 de Junho de 1942

Fonte: Veritatis

domingo, 22 de setembro de 2024

Novena a São Miguel Arcanjo

Rezar diariamente durante 9 dias (de 20 a 28 de Setembro) estas orações: 

Glorioso São Miguel Arcanjo, o primeiro entre os Anjos de Deus, guarda e protector da Igreja Católica, lembrando de que Nosso Senhor vos confiou a missão de velar pelo seu povo, em marcha para a vida eterna, mas rodeado de tantos perigos e ciladas do dragão infernal, eis-me prostrado a vossos pés para implorar confiadamente o vosso auxílio, pois não há necessidade alguma em que não possais valer. Sabeis a angústia por que passa a minha alma. Ide junto a Maria, nossa Mãe muito amada, ide a Jesus e dizei-lhe uma palavra em meu favor, pois sei que Eles nada vos podem recusar. Intercedei pela salvação da minha alma e, também agora, por aquilo que tanto me preocupa:

(Fazer o pedido)

E se o que peço não é para glória de Deus e o bem da minha alma, obtende-me paciência e que eu me conforme com a Vontade Divina, pois sabeis o que é mais do agrado de Nosso Senhor e Pai.  Em nome de Jesus, Maria e José, atendei-me. Ámen.

Rezar, depois, 9 Glória-ao-Pai em acção de graças por todos os dons concedidos por Deus a São Miguel e aos Nove coros de Anjos:

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos. Ámen.

Invocação a São Miguel Arcanjo (pequeno Exorcismo):

São Miguel Arcanjo, defendei-nos neste combate, sede o nosso auxílio contra as maldades e as ciladas do demónio. Instante e humildemente vos pedimos que Deus sobre ele impere. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com esse poder divino, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perdição das almas. Ámen.


sábado, 21 de setembro de 2024

Golegã recebe XVI Concurso Internacional de Atrelagem de Tradição com a presença dos Duques de Bragança


O município da Golegã vais ser palco do XVI Concurso Internacional de Atrelagem de Tradição, no sábado, 5 de Outubro. 

A prova, com um percurso de 12 quilómetros vai contar com a participação de alguns dos melhores conjuntos da atrelagem de tradição. 

O percurso tem início pelas 10h30, junto à Igreja Matriz e termina do Largo do Arneiro, passando por vários pontos característicos da Golegã.

A prova será presidida por SS. AA. RR. os Senhores Duques de Bragança.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

12 de Setembro de 1297 - Assinatura do Tratado de Alcanizes (definiu a fronteira entre Portugal e Castela)

O tratado de Alcanizes ou Alcanises (em castelhano, Alcañices), que fixou os limites geográficos de Portugal, foi celebrado entre o Reino de Portugal e o Reino de Leão e Castela assinado entre o soberano português D. Dinis, Rei de Portugal, e a regente Rainha-mãe Maria de Molina (viúva do Rei Sancho IV), em nome de Fernando IV, Rei de Leão e Castela, ainda menor, na povoação leonesa-castelhana que lhe deu o nome (Alcanises), na província de Zamora, a dois quilómetros de Miranda do Douro.
Pelo tratado se restabeleceu a paz entre os dois reinos ibéricos, fixando-se os seus limites fronteiriços. Em troca de direitos portugueses nos termos raianos de Aroche e de Aracena, passaram para a posse definitiva de Portugal: Campo Maior, Olivença (hoje administrada por Espanha, o que originou a Questão de Olivença), Ouguela, São Félix dos Galegos (hoje na posse de Espanha).
E em troca de direitos portugueses nos domínios de Aiamonte, Esparregal, Ferreira de Alcântara e Valença de Alcântara, e outros lugares nos Reinos de Leão e de Galiza, era reconhecida a posse portuguesa de povoações beirãs, chamadas terras de Ribacôa, que compreendiam as seguintes povoações e respetivos castelos: Almeida, Alfaiates, Castelo Bom, Castelo Melhor, Castelo Rodrigo, Monforte, Sabugal e Vilar Maior. Foi ainda acordado pelo tratado uma aliança de casamento em que Fernando IV casaria com D. Constança, filha de D. Dinis; e D. Beatriz, irmã de Fernando IV, com D. Afonso, príncipe herdeiro de Portugal. Estabeleceu-se, ainda, um acordo eclesiástico, pois alguns lugares das regiões supracitadas estavam situados em território português e ao mesmo tempo pertencer a uma circunscrição eclesiástica castelhana e vice-versa. O tratado definiu os limites do território continental português, que não teve alteração posterior, exceptuando a perda de Olivença, em 1801, através do Tratado de Badajoz, denunciado em 1808 pelo Reino de Portugal, mas que não evitou a anexação do território por Espanha. Em 1817, quando subscreveu o diploma resultante do Congresso de Viena (1815), Espanha reconheceu a soberania portuguesa sobre Olivença, comprometendo-se à devolução do território o mais rapidamente possível. No entanto, tal nunca chegou a acontecer.
Não obstante, pelo articulado, o Tratado de Alcanizes foi um dos tratados mais importantes celebrados por Portugal até aos dias de hoje.

Miguel Villas-Boas

terça-feira, 17 de setembro de 2024

São Pio X denuncia os inimigos da Igreja

Nestes últimos tempos cresceu sobremaneira o número dos inimigos da Cruz de Cristo, os quais, com artifícios de todo ardilosos, se esforçam por baldar a virtude vivificante da Igreja e solapar pelos alicerces, se dado lhes fosse, o mesmo reino de Jesus Cristo. Por isto já não Nos é lícito calar para não parecer faltarmos ao Nosso santíssimo dever, e para que se Nos não acuse de descuido de nossa obrigação, a benignidade de que, na esperança de melhores disposições, até agora usamos.

E o que exige que sem demora falemos, é antes de tudo que os fautores do erro já não devem ser procurados entre inimigos declarados; mas, o que é muito para sentir e recear, se ocultam no próprio seio da Igreja, tornando-se destarte tanto mais nocivos quanto menos percebidos.

Aludimos, Veneráveis Irmãos, a muitos membros do laicato católico e também, coisa ainda mais para lastimar, a não poucos do clero que, fingindo amor à Igreja e sem nenhum sólido conhecimento de filosofia e teologia, mas, embebidos antes das teorias envenenadas dos inimigos da Igreja, vangloriam-se, postergando todo o comedimento, de reformadores da mesma Igreja; e cerrando ousadamente fileiras se atiram sobre tudo o que há de mais santo na obra de Cristo, sem pouparem sequer a mesma pessoa do divino Redentor que, com audácia sacrílega, rebaixam à craveira de um puro e simples homem.

Pasmem, embora homens de tal casta, que Nós os ponhamos no número dos inimigos da Igreja; não poderá porém, pasmar com razão quem quer que, postas de lado as intenções de que só Deus é juiz, se aplique a examinar as doutrinas e o modo de falar e de agir de que lançam eles mão. Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos; e por isto, é por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes que são a Fé e suas fibras mais vitais, é que  meneiam eles o machado.

Batida pois esta raiz da imortalidade, continuam a derramar o vírus por toda a árvore, de sorte que coisa alguma poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contaminar. E ainda vão mais longe; pois pondo em obra o sem número de seus maléficos ardis, não há quem os vença em manhas e astúcias:  porquanto, fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto; e sendo ousados como os que mais o são, não há consequências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos. 

Acrescente-se-lhes ainda, coisa aptíssima para enganar o ânimo alheio, uma operosidade incansável, uma assídua e vigorosa aplicação a todo o ramo de estudos e, o mais das vezes, a fama de uma vida austera. Finalmente, e é isto o que faz desvanecer toda esperança de cura, pelas suas mesmas doutrinas são formadas numa escola de desprezo a toda autoridade e a todo freio; e, confiados em uma consciência falsa, persuadem-se de que é amor de verdade o que não passa de soberba e obstinação. Na verdade, por algum tempo esperamos reconduzi-los a melhores sentimentos e, para este fim, a princípio os tratamos com brandura, em seguida com severidade e, finalmente, bem a contragosto, servimo-nos de penas públicas.

Papa São Pio X in Carta Encíclia 'Pascendi dominici gregis'


Fonte: Senza Pagare

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

À moda das Rainhas: a história da moda na coleção do Museu do Tesouro Real

VISITA ESPECIAL | 22 SETEMBRO

JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO 2024

À moda das Rainhas: a história da moda na colecção do Museu do Tesouro Real.

22 Setembro | 10h30

Os objectos que fazem parte do Tesouro não são apenas incríveis exemplos de técnicas e materiais, mas são, também, resultado dos gostos e das modas do período em que estavam inseridos.
Venha, nesta experiência única e exclusiva para as Jornadas Europeias do Património, conhecer as modas que fizeram parte do quotidiano da família real portuguesa, do rococó do século XVIII, com D. Mariana Vitória e D. Maria I, à Belle Époque dos finais do século XIX, período da moda tão bem representado por D. Maria Pia e D. Amélia.

Duração: 90 min

Público: Geral

Valor: gratuito mediante a aquisição de bilhete de entrada no Museu do Tesouro Real (50% desconto em toda a tipologia de bilhetes).

Lotação: 30 participantes

Marcação Prévia: servicoeducativo@tesouroreal.com ou 211 160 992


domingo, 15 de setembro de 2024

Dia de Nossa Senhora das Dores

Para fazer companhia à nossa querida Mãe é tradição rezar um Pai-Nosso e sete Avé-Marias por cada uma das 'dores' de Maria:

1. A profecia de Simeão (Lc 2, 34-35)
2. A fuga para o Egipto (Mt 2, 13)
3. O Menino Jesus perdido e encontrado no Templo (Lc 2, 43-45)
4. Maria encontra Jesus a caminho do Calvário (Lc 23, 26)
5. Jesus morre na Cruz (Jo 19, 25)
6. Maria recebe o corpo de Jesus nos braços (Mt 27, 57-59)
7. O corpo de Jesus é colocado no Sepulcro (Jo 19, 40-42)