sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Censura do “Bem”

 O dono do Facebook divulgou uma carta onde admite formalmente que, a pedido do governo americano, exerceu censura contra terceiros nas redes sociais. Mark Zuckerberg identifica explicitamente a Casa Branca como origem das pressões censórias a que foi repetidamente sujeito e a que cedeu. Note-se que Kamala Harris é vice-presidente dos Estados Unidos e dada a fragilidade cognitiva de Biden, é muito plausível que as ordens para censurar conteúdos no Facebook tenham vindo directa ou indirectamente desta ultra-esquerdista muito apreciada na bolha mediática portuguesa. É curioso que um censor seja hoje visto como um democrata por largos sectores da sociedade…

A carta que Zuckerberg escreveu vai ainda mais longe, divulgando que além da Casa Branca e da Administração Biden-Kamala, o próprio FBI deu, na prática, instruções ao Facebook para remover conteúdos online por supostamente serem considerados desinformação, quando não passavam de notícias politicamente inconvenientes para o governo de Biden e Kamala.

Já em França, o dono do Telegram, concorrente do Facebook e do X, foi preso pelas autoridades locais que se queixam da falta de moderadores de conteúdos nesta rede social e acusam a empresa de permitir atividades criminosas na plataforma, nomeadamente de espalhar informações falsas e propaganda pró-Kremlin. É argumento equivalente a mandar prender o presidente dos CTT por não vasculhar todo o correio que circula em Portugal, algum do qual, certamente, com conteúdo nada recomendável. Ou então mandar prender o presidente da Estradas de Portugal pelo facto de um condutor ter propositadamente provocado um acidente mortal.

Ironicamente, o dono do Telegram foi obrigado a fugir da Rússia há 10 anos depois de se recusar a entregar dados dos utilizadores pró-Ucrânia às agências de segurança russas e se recusar a bloquear a conta do falecido líder da oposição Alexei Navalny. Aliás, o Telegram é especialmente popular nos países da antiga união soviética, amplamente utilizado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, e pelos cidadãos russos que desejam aceder a informações não censuradas sobre a guerra Rússia-Ucrânia.

Numa declinação mais pitoresca da bufaria e pulsão para a censura que graça no nosso país, o hospital de Santa Maria ameaça com processos judiciais os utentes que façam críticas nas redes sociais aos serviços ou profissionais do hospital.

As liberdades individuais vão-se esvanecendo pouco a pouco e uma sociedade totalitária acaba por se impôr com o consentimento paulatino da população. Os casos que referi nesta crónica são apenas simbólicos capítulos de um caminho para a servidão.



Fonte: Blasfémias

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