Em meados do século XIX, o Rei-consorte Dom Fernando II - nascido Prinz Ferdinand August von Sachsen-Coburg-Gotha-Koháry -, marido de Sua Majestade Fidelíssima a Rainha Senhora Dona Maria II de Portugal, e primo do Príncipe Alberto - o Príncipe germânico marido da Rainha Vitória do Reino Unido -, foi o primeiro a introduzir o costume de armar e enfeitar a Árvore de Natal, no Reino de Portugal, país onde a tradição natalícia decorativa abrangia apenas o Presépio de que eram expoentes os de Machado de Castro, Barros Laborão e António Ferreira.
Com o nascimento do Príncipe Real Dom Pedro e dos infantes, Dom Fernando II – já Rei-consorte - começou a festejar o Natal segundo o costume germânico que experimentara durante a infância na gélida Alemanha. Assim, cortou uma árvore nórdica em Sintra e armou, no Palácio da Pena, a Árvore de Natal que enfeitou com bolas de vidro translúcidas de variadas cores e guloseimas, das coroas de advento. Além disso o próprio monarca se fantasiou de São Nicolau e distribuiu prendas à família, conforme o confirmam as inúmeras gravuras a carvão ilustradas pelo próprio Rei-artista, onde aparece vestido de São Nicolau ou onde o jovem Príncipe Real D. Pedro se encontra a enfeitar a Árvore.
Depois, até o costume se difundir pela nobreza foi um passo; disseminar-se-ia, então, pela burguesia e, finalmente, pelo Povo, para durar até aos dias de hoje.
só com a intervenção da realeza – sempre no momento certo -, no século XIX, é que esta tradição de enfeitar o Pinheiro de Natal, assim como demais decorações, se estendeu à restante Europa.
Preponderante na dispersão europeia do costume foi quando, em 1846, o Príncipe germânico Albert de Saxe-Coburgo-Gotha (Dinastia Wettin), marido de Sua Majestade A Rainha Vitória do Reino Unido, armou uma árvore de Natal no Castelo de Windsor. A enfeitar o Pinheiro de Natal, foram pendurados nos ramos, nozes pintadas de dourado, bolas coloridas, frutas cristalizadas diversas e de múltiplas cores cobertas de açúcar, pacotes de doces, enfeites de correntes de papel colorido. Flores e laços de tecido, também coloriam a árvore. Por fim, como iluminação, penduraram pequenas velas em potes de vidro cuja luz reflectia no pó de vidro espalhado para dar mais luminosidade e efeitos e contrastes de luz à árvore. Depois, bastou uma gravura da família real junto do pinheiro de Natal, e que haveria de ser publicada na revista Illustrated London News, para a tradição se estender por todo o domínio do Império Britânico e por toda a Europa cristã.
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