segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

A Tradição do Presépio Português

No Reino de Portugal, a tradição natalícia decorativa abrangia, desde o século XVI até meados do XIX, apenas o Presépio – até porque a celebração do Natal é a festa do Nascimento do Rei dos Reis, o Salvador Jesus Cristo – e de que eram expoentes os de Machado de Castro, Barros Laborão e António Ferreira.

Entre estes artistas, é Machado de Castro (séc. XVIII) o responsável pela realização dos mais conhecidos e emblemáticos Presépios o que o tornou imensamente famoso, não obstante ser ainda da sua autoria, como escultor, a Estátua equestre do Rei D. José I e a fachada da Basílica da Estrela, em Lisboa. Embora a sua Oficina fosse responsável pela idealização de inúmeros presépios encomendados pelos maiores da época, os mais afamados são aqueles que burilou para a Sé Patriarcal de Lisboa, datado de 1776, e o da Basílica da Estrela, realizado em 1782.
O Presépio da Basílica da Estrela, composto por quase 500 figuras, foi encomendado por Sua Majestade Fidelíssima A Rainha D. Maria I de Portugal. É o maior Presépio português, onde figuram 500 peças, e um conjunto escultórico religioso composto por figuras de barro ou terracota policromada e sendo as figuras maiores em pasta "encolata" suportadas numa estrutura de madeira e cortiça, e cuja construção dirigida pelo escultor Machado de Castro durou cerca de cinco anos a ser concluída, de 1781 a 1786, e que tendo sido destinado ao Convento das Carmelitas Descalças anexo à Basílica da Estrela é, nesta última, onde hoje permanece.

O presépio é de estilo barroco em terracota e cada personagem foi talhado com detalhes admiráveis, elevando-o à condição de verdadeira obra-prima escultórica.
Só em meados do século XIX, o Rei-consorte Dom Fernando II von Sachsen-Coburg-Gotha-Koháry, marido de Sua Majestade Fidelíssima a Rainha Senhora Dona Maria II e primo do Príncipe Alberto - o Príncipe germânico marido da Rainha Vitória do Reino Unido -, introduziu o costume de armar e enfeitar a Árvore de Natal, tal como o seu primo o havia feito, em 1846, no Reino Unido, costume da sua terra de origem.

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