Em 1815 escrevia José de Maistre: «A Revolução Francesa é satânica, e a Contra-Revolução é inútil, se não for divina». E na verdade, a divisa da Revolução é a derradeira palavra de Satanás Non serviam! Para quem a seguisse até ao fim, sem parar a meio caminho, nos compromissos que a mesma lógica reprova, conheceria que a Revolução tinha absoluta negação do direito de mandar e do dever de obedecer. Nada mais de governo que falasse em nome das eternas leis da Justiça: a lei suprema era a vontade individual do homem: nada mais de Deus, pelo menos não se quer saber do Deus sindicador dos actos da humanidade: cada indivíduo é o seu próprio Deus.
Pio IX foi o pontífice providencial, o escolhido para opor a esse delírio do espírito moderno as imutáveis afirmativas do Cristianismo. Era ele que devia desmascarar o monstro, arrastando-o à plena luz, e fazendo ver aos povos assombrados o sinal da besta que tinha na fronte. Ora, tornar conhecida a besta era vencê-la; mas não decerto, sem que a luta findasse. Debaixo da sua máscara liberal, Satanás chegou quase a fascinar a humanidade, e a Igreja vê-se na necessidade de reconquistar o mundo como nos séculos pagãos.
Jacques-Melchior Villefranche in «Pio IX: sua vida, sua história e seu século», 1874
Fonte: Veritatis
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