Uma grande parte dos nossos jornalistas genuinamente não se apercebe da sua falta de categoria profissional, da sua preguiça intelectual e do enviesamento ideológico de que padece. Seja por livre opção pessoal ou mera inércia, os jornalistas são em geral uma classe comprometida com uma indisfarçável agenda política de esquerda, que em vez de informar convive mal com factos e pessimamente com opiniões livres e desalinhadas da narrativa dominante.
Desde que Javier Milei foi eleito presidente da Argentina, é certo e sabido que os nossos jornais e televisões boicotam as muitas notícias positivas que vêm daquele país, mas são rapidíssimos a dar destaque a notícias desfavoráveis ao espaço da direita liberal que Milei representa na Agentina e que é hoje fonte de inspiração para outras geografias.
No passado Domingo houve eleições regionais para a Província de Buenos Aires e em Portugal os títulos da comunicação social davam nota de uma pesadíssima derrota para Milei. O ton das peças jornalísticas oscilava entre o regozijo pela esquerda corrupta e cleptomaníaca ter ganho as eleições, e o júbilo de ver o candidato a que chamavam «louco» a não vencer.
Simplesmente, se é verdade que face às expectativas e sondagens de há um par de meses, os resultados eleitorais em Buenos Aires foram um balde de água fria para Milei, face aos resultados de 2023 o seu partido obteve mais 7 deputados e mais 3 senadores. Mas os nossos jornalistazinhos omitiram este facto, assim como se esqueceram de dizer que em 2023 o Governador da Província já era do partido de esquerda que transformou o país num desastre económico e numa calamidade social e que, historicamente, é a esquerda é a força política dominante na região.
Os nossos pasquins e TV’s pimba olvidaram também referir que a vitória da esquerda em Buenos Aires levou de imediato os mercados de capitais e de dívida a terem uma quebra acentuada, com a perspetiva de o país poder descarrilar de novo com mais socialismo.
O escândalo de corrupção que surgiu durante a campanha e em que a irmã de Javier Milei é referida, sendo ou não uma história fabricada pela oposição, a verdade é que teve grandes repercussões na desmobilização do eleitorado de direita.
Por isso, até às legislativas parciais intercalares de Outubro próximo, o partido de Milei terá de demonstrar aos argentinos que a corrupção que abalou as eleições regionais está confinada a figuras menores e laterais da actual administração e que a Justiça voltou a funcionar para combater os prevaricadores. Até Outubro, Milei deverá continuar um político autêntico, mas terá de ser mais astuto e ser mais claro e concreto sobre os benefícios sociais das suas reformas, enfatizando as conquistas que as suas políticas trarão para as famílias e os mais vulneráveis.
Porque ou a liberdade avança com Milei, ou a Argentina retrocede com o socialismo.
Telmo Azevedo Fernandes
Fonte: Blasfémias
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