quinta-feira, 28 de abril de 2011

4 Presidentes juntos não fazem um Rei

O Presidente da República, Cavaco Silva, considerou esta segunda-feira ( 25 de Abril de 2011) "essencial que os portugueses participem activamente" nas próximas eleições legislativas. A mensagem é tão importante quanto o facto deste aniversário da fundação da III Republica ocorrer num período de grave crise onde nem o Parlamento se encontra em funções. Para tão hercúlea missão juntaram-se os residentes eleitos desde 1974 no Palácio de Belém.
"Seria incompreensível" que os portugueses "se abstivessem de votar", face à dimensão da crise e dos desafios que o País enfrenta, declarou Cavaco Silva, discursando na cerimónia oficial comemorativa do 25 de Abril que organizou no Palácio de Belém e onde aludiu, várias vezes, à importância de se dar a "voz ao povo" para ultrapassar a actual "encruzilhada" política.

O Chefe do Estado, que interveio depois dos três antecessores no cargo, defendeu que as eleições de 5 de Junho são "um teste decisivo" para o País e apelou a que a campanha eleitoral decorra de "forma a que não inviabilize o diálogo e os compromissos de que Portugal tanto necessita".

"Todos os partidos devem perceber que é imperioso criar espaços de entendimento para criar soluções estáveis", até porque o próximo Governo "deve dispôr de um apoio maioritário na Assembleia da República", sustentou Cavaco Silva.

Para já, nesta fase de negociações com a 'troika' (FMI, Comissão Europeia e BCE), "impõe-se um esforço de concertação entre o Governo e os partidos políticos relativamente às condições" para obter ajuda financeira externa, instou ainda o Presidente da República.

Cavaco Silva observou ainda que a UE "está de novo confrontada com grandes desafios que colocam em causa o seu futuro e exigem grande sentido de responsabilidade dos Estados membros", que "não podem permitir" que os egoísmos nacionais se sobreponham ao interesse comunitário.

A importância da data e do momento não evitaram a conclusão histórica de que a Republica em Portugal transita sempre de uma Crise para uma Ditadura e o próprio Presidente deu o mote para o tema:

"Ainda antes das eleições, impõe-se um esforço de concertação entre o Governo e os partidos políticos relativamente às condições para a obtenção da assistência financeira externa indispensável à salvaguarda do interesse nacional e a assegurar as necessidades de financiamento do Estado e da nossa economia", disse, naquele que foi o seu primeiro grande discurso após a formalização do pedido de ajuda externa.

A republica em Portugal foi sempre o átrio da Ditadura porque na ausência de uma Família Real, de um Poder perene (ainda que meramente protocolar), a tensão decorrente de crises económicas não dispões de um valor de referência, um limite formal à própria Republica.

Os portugueses trocaram em 1910 uma potencial Monarquia de republicanos por uma "Republica de Condes" (Hipólito raposo) desconhecendo que o melhor defensor das Republicas é o Rei.


Fonte: Monarquia Portuguesa

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