quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Integralismo Lusitano está vivo e recomenda-se

Em 5 de Abril de 1923, no jornal « A Monarquia », José Pequito Rebelo, e " por encargo da Junta Central "do Integralismo Lusitano , movimento nascido em 1914, de oposição à República, mas também crítico da Monarquia Constitucional, parlamentar, que a precedera, expõe os princípios que norteiam tal ideário.
Neles se afirmam os Integralistas defensores dos valores da Tradição, a mesma Tradição que sempre fizera deste nosso Portugal um país de pergaminhos incontestados no seio das nações europeias e mundiais.

" Creio em Portugal, no seu passado e no seu futuro. O seu interesse e a sua honra são a minha lei e a lei superior de todos os indivíduos e instituições portuguesas.
Creio na Nação e na Tradição, na Grei e na Lei. ", assim começa essa " fórmula ". E é nela que várias gerações de portugueses, patriotas preocupados com a deriva que se sentia há já muito tempo, se vão reconhecer e lutar.
O seu testemunho calou fundo em muitos de nós, para quem essa deriva se tem revelado insustentável.
« Pola Lei e pola Grei »!

Postal recente, em que, ao passo que se realçam os méritos da Tradição, se desfaz o mito, contra ela tantas vezes alimentado, da " imobilidade " - « A Tradição não é um castelo cerrado, não é um ponto imóvel na História; é uma criação constante. O Passado é força que nos arrasta, não é cadeia que nos prende. Toda a exacta noção de Progresso está numa sã interpretação da Tradição, pois o verdadeiro Tradicionalismo é, antes de tudo, uma interpretação crítica do Passado, quer dizer, uma atitude de razão. Tradição não é velharia - não é hábito irreflectido que apenas consista em repetir cegamente o que teve razão de ser e não a tem já. Isso seria inércia, e a Tradição é contra a inércia » - , essa Tradição que o Integralismo propõe recuperar, é encimado pela imagem de diversas bandeiras da Monarquia, desde a da Fundação à que foi adoptada pelo Liberalismo. Paradoxo? afinal este fez dela tábua rasa... Aparentemente, porque sob essa bandeira avultaram dois grandes Reis que a quiseram reatar, reformulando os fundamentos daquele, quando recusam o princípio liberal de que " o Rei reina, mas não governa ". Tanto um como outro pretenderam regressar ao tradicional " o Rei governa, mas não administra ". Essa consciencialização do dever real foi travada apenas pela morte prematura, no caso de D. Pedro V, e pelo regicídio no caso de D. Carlos. Foi esse Real intento que levou a que os doutrinadores de 1914 houvessem considerado este Rei como o primeiro dos Integralistas, " o nosso precursor ", nas palavras de António Sardinha. A propensão que levaria um outro Integralista - Barrilaro Ruas - a escrever " Como poucos soberanos dos tempos modernos, El-Rei D. Carlos teve a consciência muito clara do que é ser Rei. " Da mesma índole comungara já o irmão de D. Luís.


Cristina Ribeiro

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