O Secretario de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, é o mais recente embaixador da marca de promoção de produtos alto minhotos “Portugal Real – 100% Alto Minho”, criada pela CEVAL – Confederação Empresarial do Alto Minho.
E foi das mãos do primeiro embaixador, Dom Duarte de Bragança, que o Secretario de Estado recebeu o testemunho, numa cerimónia realizada na tarde de ontem em Ponte de Lima, na Loja Rural – Cadeia das Mulheres, local criado para promoção de produtos endógenos.
Luis Ceia, presidente do CEVAL, agradeceu a disponibilidade das duas personalidades que aceitaram ser embaixadores do projecto, lembrando que o seu sucesso só é possível também pelo trabalho dos empresários que são os que valorizam os produtos da região.
Ceia não quis deixar de dar uma palavra a Nuno Brito, que: “mesmo atravessando o rio para sul não se esqueceu da sua terra, como acontece na lenda do Lethes quando se atravessa o rio”.
José Miguel Vaz, que tomou posse como presidente da Associação Empresarial de Ponte de Lima a 9 de Junho último, assinalou o local onde se procedia a cerimónia, justamente um espaço de promoção de produtos endógenos, “local de excelência onde os produtores colocam os seus melhores produtos”. Vaz disse ainda contar “com todos para fazer crescer este projecto”.
Dom Duarte, Duque de Bragança, e primeiro embaixador do 100% Alto Minho, tomou a palavra com um discurso bastante interventivo, notando que para a valorização dos produtos, os pequenos produtores não podem estar sujeitos a demasiada burocracia, pois “não têm a capacidade que outras empresas, não se pode pedir a queijeiros de Serpa para conseguir os critérios que por vezes a ASAE, por exemplo, impõe, ou a um moleiro para que seja uma indústria de moagem”, disse.
Dom Duarte referiu que da parte das autoridades que regulam e fiscalizam “há uma questão de bom senso” nesta matéria: “há séculos que se comem queijos feitos artesanalmente, tradicionais, nunca ninguém morreu, não vai ser agora, por isso há que ter bom senso”.
“Com pessoas sensatas será ocasião óptima para começar a levar a ASAE a ser mais cooperante e menos hostil”, defendeu o Duque de Bragança para reclamar menos burocracia para os pequenos produtores que são parte integrante na preservação da genuinidade dos produtos. Dom Duarte terminou desejando sorte ao projecto e sublinhando a importância das empresas nesta valorização do mundo rural.
Nuno Vieira e Brito disse que foi surpreendido pelo convite de Luis Ceia, e em tom de brincadeira referiu que nunca pensou seguir a carreira diplomática, fazendo alusão ao facto de agora ser “embaixador”. Mas o governante foi diplomata a responder a Dom Duarte, dizendo que: “é por valorizarmos o que mais importa, que é a qualidade e o empreendedorismo, que já estão em prática acções que facilitam e que possibilitam que os pequenos produtores tenham mais condições”. “Reduzir o licenciamento de queijarias de Serpa por exemplo, é promover a desburocratização, e por outro lado, facilitar depois a licenciação de diversos produtos defendendo a sua qualidade”. Nuno Vieira e Brito disse ainda que Portugal teve que pedir rogações à União Europeia para poder facilitar alguns tipos de licenciamentos: “hoje produzir pequenos produtos já é possível, o auto-consumo é agora permitido”.
Mas adiantou: “falta um aspecto que é a comercialização, uma marca que desenvolva depois todo este conceito dos produtos da terra”.
Voltando ao motivo que o levava ali, o Secretario de Estado assinalou: estou mesmo sensibilizado, não estava à espera desta distinção.
Victor Mendes, presidente da Câmara de Ponte de Lima, que fazia de anfitrião ao momento, sublinhou a iniciativa do CEVAL que “é uma iniciativa importante como promoção e divulgação dos nossos produtos”. E elogiou o seu “amigo” Nuno Brito, que “como Secretario de Estado tem feito grande trabalho de diplomacia económica não só em prol do Alto Minho mas sendo embaixador dos produtos deste país”.
Agradeceu por isso o trabalho que Brito tem feito “de forma discreta mas eficaz”. Mendes disse que “primar pela qualidade e pela diferença é combater a globalização e a “responsabilidade de construção do território é de todos nós”.
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