segunda-feira, 23 de março de 2015

REI DOS PORTUGUESES



A afabilidade que os Reis sempre demonstram com o Seu Povo não é um excesso de cortesia nem compromete a Sua potestade, muito pelo contrário aproxima uns e outros e permite nesse acto de aproximação o dom precioso da concórdia, da harmonia dentro da Nação, que só Alguém que interpreta a vontade nacional e representa todos os cidadãos, está em condições de obter.

“O olhar fito do Rei a si conduz
Os olhares fitados e vizinhos.
O Rei fala, e um seu gesto tudo prende,
O som da Sua voz tudo transmuda.
E a Sua viva Majestade esplende.”

- Fernando Pessoa, 31/7/1935


O Rei encarna a História da Nação! O passado que não é uma velha lição, mas um exemplo… a virtude do exemplo, tão essencial para o funcionamento de todas as instituições do Estado e, também, para exprimir a relação do Povo com a Nação. Este passado tem aos olhos do Povo uma mística e o Rei será assim a encarnação dessa mística, e como tal o Monarca é não só o Chefe Supremo do Estado, mas o que é mais importante, da Nação. 

Os Reis Portugueses não habitavam numa elevação solitária. Os nossos Reis mantinham uma relação directa com o povo, e sentiam prazer em estar entre gente comum e quando abordados por qualquer pessoa do povo, entabulavam familiarmente uma conversa, até porquê os príncipes eram educados pelos seus sábios preceptores precisamente para isso. É bem diferente da ‘afeição’ que os políticos sentem pelo Povo, aquela que provêm da diligência da astúcia, para captar perfidamente a clientela dos simples, pois logo que eles se ‘resolvam’ terminarão cuidados e interesses!

O Rei protege como pai, o político governa como dono! E à benignidade do Rei corresponde a bem-querença do Povo, emocional, sem submissões, brotando dos impulsos do coração!
Não é o Povo que derruba Reis!

Miguel Villas-Boas 

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