O pior de tudo são os discursos. Por isso, o essencial apenas. D. Carlos, um rei amado pelos portugueses e o alarme em consequência generalizado entre os republicanos. A sua morte e a do Princípe Real. Traiçoeiramente baleados à Sua chegada a Lisboa.
Foi em 1908. Em 1921, no famigerado episódio da "camioneta fantasma", eram igualmente assassinados alguns dos principais fazedores da República. Quem se lembra deles, quem os chora ou sufraga?
A resposta a estas interrogações está em nós. Na Nação portuguesa. Não, não falo em titânicos lances históricos de bravura, sequer em alguma maçadora lista de valores e deveres pátrios pelos quais é forçoso morrer, se necessário... Disse - falo em nós. Nos nossos dias, ontem, hoje e amanhã. No muito que a pessoa do Rei nos segreda ao coração de opositores do Estado e dos seus próceres. Jamais em repúbica um presidente conseguirá (mas parece haver os que tentam...) o povo siga voluntariamente um ideal e se sacrifique por si mesmo. Por aquilo em que já não acreditamos - o nosso futuro, enfim.
João-Afonso Machado
Fonte: Corta-fitas
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