domingo, 21 de novembro de 2021

O Arcebispo Viganò apela à constituição de uma Aliança Antiglobalista

 



O Arcebispo Carlo Maria Viganò, antigo Núncio Apostólico nos Estados Unidos da América, acaba de lançar um apelo internacional que visa, no seguimento dos contínuos ataques às Nações e aos cidadãos, a constituição formal de uma Aliança Antiglobalista. A pedido do ilustre prelado, o portal Dies Iræ traduziu e disponibiliza, em exclusivo para língua portuguesa, o texto integral do apelo.


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16 de Novembro de 2021


Há dois anos que assistimos a um golpe de estado mundial, no qual uma elite financeira e ideológica conseguiu apoderar-se de parte dos governos nacionais, das instituições públicas e privadas, dos meios de comunicação social, da magistratura, dos políticos e dos líderes religiosos. Todos, sem distinção, são subservientes a estes novos senhores que asseguram poder, dinheiro e afirmação social aos seus cúmplices. Os direitos fundamentais, que até ontem nos eram apresentados como invioláveis, são espezinhados em nome de uma emergência: hoje sanitária, amanhã ecológica, depois de amanhã informática.  

Este golpe de estado global priva os cidadãos de qualquer possibilidade de defesa, uma vez que os poderes legislativo, executivo e judicial são cúmplices da violação da lei, da justiça e do fim para o qual existem. E é um golpe global porque este atentado criminoso contra cidadãos estende-se a todo o Mundo, salvo raríssimas excepções. É uma guerra mundial, onde os inimigos somos todos nós, mesmo aqueles que, involuntariamente, ainda não compreenderam o alcance do que está a acontecer. É uma guerra travada não com armas, mas com normas ilegítimas, miseráveis políticas económicas e intoleráveis limitações dos direitos naturais.       

Organismos supranacionais, financiados, na sua maioria, pelos conspiradores deste golpe de estado, interferem no governo das Nações individuais e na vida, nas relações e na saúde de biliões de pessoas. Fazem-no por dinheiro, certamente, mas ainda mais para centralizar o poder, de modo a estabelecer uma ditadura planetária. É o Great Reset do World Economic Forum, a Agenda 2030 da ONU. É o plano da Nova Ordem Mundial, em que uma República Universal torne todos escravos e uma Religião da Humanidade apague a Fé em Cristo.      

Diante deste golpe de estado global, ocorre constituir uma Aliança Antiglobalista internacional, que recolha todos aqueles que se querem opor à ditadura, que não têm qualquer intenção de se tornarem escravos de um poder sem rosto, que não estão dispostos a apagar a própria identidade, a própria individualidade, a própria fé religiosa. Se o ataque é global, global também deve ser a defesa.        

Apelo aos governantes, aos líderes políticos e religiosos, aos intelectuais e a todos os homens de boa vontade, convidando-os a reunir-se numa Aliança que lance um manifesto antiglobalista, refutando, ponto por ponto, os erros e os desvios da distopia da Nova Ordem Mundial e propondo alternativas concretas para um programa político inspirado no bem comum, nos princípios morais do Cristianismo, nos valores da tradição, na protecção da vida e da família natural, na protecção dos negócios e do trabalho, na promoção da educação e da investigação, no respeito pela Criação.           

Esta Aliança Antiglobalista deverá reunir as Nações que desejem escapar ao jugo infernal da tirania e afirmar a sua soberania, celebrando acordos de recíproca colaboração com os Estados e os povos que partilham os seus princípios e o desejo veemente de liberdade, justiça e bem. Deverá denunciar os crimes da elite, apontar os responsáveis por eles, denunciá-los aos tribunais internacionais, limitar o seu excessivo poder e as nefastas influências, deverá impedir a acção dos lobbys, em primeiro lugar, combatendo a corrupção dos funcionários do Estado e dos trabalhadores da informação, e congelando os capitais utilizados para desestabilizar a ordem social.

Nas Nações onde os governos são subservientes à elite, poderão constituir-se movimentos populares de resistência e comités de libertação nacional, com representantes de todos os sectores da sociedade que proponham uma reforma radical da política, inspirada pelo bem comum e firmemente oposta ao projecto neomalthusiano da agenda globalista.        

Convido todos aqueles que querem defender a sociedade cristã tradicional a reunirem-se num fórum internacional, a realizar o mais rapidamente possível, no qual representantes de várias Nações se reúnam para apresentar uma proposta séria, concreta e clara. O meu apelo é dirigido aos líderes políticos e governantes que se interessam pelo bem dos seus cidadãos, deixando para trás os velhos esquemas partidários e as lógicas impostas por um sistema escravizado ao poder e ao dinheiro. Apelo às Nações cristãs, de Oriente a Ocidente, convidando os Chefes de Estado e as forças sãs das instituições, da economia, do trabalho, da universidade, da saúde e da informação a aderirem a um projecto comum, desmanchando os esquemas e pondo de lado as hostilidades queridas pelos inimigos da humanidade em nome do divide et impera. Não aceitemos as regras do adversário, porque são feitas, precisamente, para nos impedir de reagir e de organizar uma oposição eficaz e incisiva.       

Chamo as Nações e os cidadãos a aliar-se sob a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o único Rei e Salvador, Príncipe da Paz. In hoc signo vinces.

Fundemos esta Aliança Antiglobalista, dêmos-lhe um programa simples e claro, e libertemos a humanidade de um regime totalitário que reúne em si os horrores das piores ditaduras de todos os tempos. Se demorarmos mais, se não compreendermos o perigo que nos ameaça, se não reagirmos, organizando-nos numa resistência firme e corajosa, este regime infernal, que está a ser estabelecido em todo o lado, não pode ser travado.        

E que Deus Omnipotente nos assista e nos proteja.           

 Carlo Maria Viganò, Arcebispo    
antigo Núncio Apostólico nos Estados Unidos da América


Fonte: Dies Iræ

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