quinta-feira, 30 de junho de 2022

Festas em louvor de Santa Isabel de Portugal

 


A Confraria da Rainha Santa Isabel informa que nos próximos dias 1, 2 e 3 de Julho se inicia o Programa Religioso e prossegue o Programa Cultural das Festas em louvor de Santa Isabel de Portugal, organizadas em 2022 pela Confraria da Rainha Santa Isabel, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra.

 

I - Programa Religioso:


- Nos dias 1 e 2 de Julho, pelas 21h30, na Igreja da Rainha Santa Isabel, iniciar-se-á a pregação do Tríduo Preparatório da Solenidade por Sua Excelência Reverendíssima, D. Francisco Senra Coelho, Arcebispo Metropolitano de Évora, pregação que será concluída no dia 3 de Julho, na Santa Missa dominical das 11h00, igualmente presidida pelo Senhor Arcebispo de Évora.

Às 21h30 do dia 3 de Julho, serão rezadas as I Vésperas.

 

II - Programa Cultural:

 

1 - No Sábado, dia 2 de Julho, às 17h30, nos Claustros do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, será executada pela 1.ª vez em Coimbra a obra "suite 2020" (escrita por 4 compositores de 4 diferentes nacionalidades), interpretada em concerto pelas Bandas Filarmónicas de Santana e Lares, do vizinho concelho da Figueira da Foz e pelo Coro Litúrgico da Igreja da Rainha Santa Isabel.

Esta obra só foi executada uma única vez, com assinalável êxito, no CAE da Figueira da Foz.

 

2 - No Domingo, dia 3 de Julho, às 18h00, na Igreja da Rainha Santa Isabel será apresentada em estreia a MISSA COGNOVI DOMINE, da autoria de Joel Cura, interpretada pela Banda Filarmónica de Vila Nova de Anços, do vizinho concelho de Soure, e pelo Coro de Santo Agostinho da Igreja de Santa Cruz de Coimbra.

A obra, composta por 12 andamentos, compreende os textos do próprio e do ordinário da Santa Missa [Introit, Kyrie, Gloria, Gradual, Aleluia, Credo, Offertorium, Sanctus, Benedictus, Communion] e ainda um hino do poeta Afonso Lopes Vieira.

Neste dia 3 de Julho de 2022, a Confraria da Rainha Santa Isabel celebra também com este recital o 326.º aniversário da trasladação, ocorrida em 1696, do santo corpo de Santa Isabel de Portugal para o altar da Igreja que lhe foi dedicada, pedindo a todos que se associem a esta efeméride.


Contando com a presença de todos, mas tendo presente todos os condicionalismos de saúde indicados nas orientações da Conferência Episcopal Portuguesa e, de modo a preparar o melhor acolhimento de todas as pessoas, informa-se ainda que a entrada para estes momentos do Programa Cultural é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia até às 19h00 de Sexta-feira, dia 1 de Julho, pelos telefones 239441674 / 918048310, ou para o e-mail <secretario@rainhasantaisabel.org>.

 

Com os melhores cumprimentos,

Joaquim Costa e Nora

(presidente da Mesa Administrativa da Confraria da Rainha Santa Isabel)

terça-feira, 28 de junho de 2022

214 anos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro



Fundado em 13 de junho de 1808, pelo Príncipe Regente Dom João, futuro D. João VI, o Jardim Botânico abriga árvores centenárias e grande diversidade de plantas, incluindo espécies raras e ameaçadas de extinção. Abriga também, nos seus 142 hectares, aves, répteis, anfíbios e mamíferos de pequeno porte.
Foi intenção de Dom João VI aclimatar, na área que desapropriara para a instalação de uma fábrica de pólvora para a defesa da sua Coroa, especiarias trazidas das Índias Orientais. De Jardim de Aclimatação e Real Horto, após a coroação de Dom João VI como rei do Reino Unido de Portugal e Brasil, passou a chamar-se Real Jardim Botânico. Somente no reinado do seu filho Dom Pedro IV de Portugal (ou Dom Pedro I do Brasil) foi aberto à visitação pública, já com o nome de Jardim Botânico.
No interior do jardim encontra-se o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, criado com a missão: “Promover, realizar e divulgar o ensino e as pesquisas técnico-cientificas sobre os recursos florísticos dos Brasil, visando o conhecimento e a conservação da biodiversidade, bem como manter as coleções cientificas sob sua responsabilidade. “
Encontra-se também no interior do Jardim umas das mais antigas edificações da zona sul do Rio de Janeiro, a Sede do Engenho Nossa Sra. Da Conceição da Lagoa, construída em 1576. Foi restaurado em 1992 e funciona nos dias de hoje como Centro de Visitantes.
Destaque ainda para os vários exemplares de pau-Brasil, árvore que faz parte da história do descobrimento do Brasil, a escultura em bronze do Busto e Brasão de Dom João VI, homenagem ao fundador do Jardim e o Lago Frei Leandro, mais conhecido como lago vitória-régia.

Alexandre Calhau Martins

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Antes o abuso de um Rei do que a tirania plutocrática

 


A experiência parece mostrar que os abusos de poder cometidos em benefício de uma aristocracia hereditária são, em geral, menos perigosos para o sentimento jurídico de um povo do que os abusos provocados por um regime plutocrático; é absolutamente certo que nada é tão eficaz em destruir o respeito pela lei quanto o espectáculo de malfeitorias cometidas, com a cumplicidade dos tribunais, por aventureiros que se tornaram suficientemente ricos para poder subornar os homens de Estado.

Georges Sorel in «Les Illusions du progrès», 1908


Fonte: Veritatis

domingo, 26 de junho de 2022

A guerra que não passa na comunicação social

 



Não, não me refiro à guerra na Ucrânia. A guerra que não passa nos mass media é a guerra pela mente das nossas crianças, que muitos denominam como “batalha cultural”.


O que é a batalha cultural?

A batalha cultural é a disputa pelos elementos de uma cultura, que avança com o apoio do Estado, das instituições e dos dispositivos culturais.

Explicando: os elementos de uma cultura são as suas crenças, tradições, linguagem, mitos, rituais, normas, costumes, etc. Ou seja: tudo o que conforma a cultura e o seu impacto sobre a nossa conduta.

Guerrear pelos elementos de uma cultura, significa impor a essa cultura/sociedade quais são as crenças colectivas, os valores colectivos e as normas sociais correctas, não através da força das armas, mas sim usando a tecnologia, as instituições e os dispositivos culturais – Igreja, famílias, escolas, universidades, meios de comunicação, redes sociais, música, teatro, cinema, etc.

É no meio desta batalha que nos encontramos e, tal como acontece na guerra da Ucrânia e em todas as guerras, as crianças são o elo mais frágil e precisam ser defendidas e protegidas.

O caso que aqui trago retrata uma das frentes de batalha dessa guerra. Teve lugar na vizinha Espanha, no programa infantil Clan (RTVE)[1], que convidou crianças a questionarem a sua identidade sexual e a normalizar a ideologia de género [LGBTQIA+],

Bea Sever, sexóloga e responsável por uma organização de “menores trans” foi uma das últimas convidadas do programa matinal “Aprendemos no Clan” para fazer uma lavagem cerebral – sobre “diversidade e desejo sexual” – a um grande número de crianças.

As declarações da activista suscitaram uma forte reacção on-line por parte das famílias e dos educadores e deram origem a uma petição lançada na Tufirma.org.[2]

Sever, que se apresenta ao público desta forma: «se tiver dúvidas sobre a sua identidade sexual, se quiser aceitar-se e divertir-se ou melhorar a sua relação com o seu próprio corpo», não hesitou em convidar as crianças a «normalizar e tornar visível» a realidade transexual, pansexual e homossexual «nos filmes, séries e nas ruas. […] Há alguns anos eu não tinha a mínima ideia disto, mas aquela que eu pensava ser a minha filha era na verdade o meu filho».

Durante a meia hora seguinte, num programa de televisão que é gravado em infantários e escolas primárias e recomendado para público de todas as idades, a sexóloga debitou ideologia de género nas cabecinhas de crianças com cerca de 10 anos.


Interrogatórios infantis sobre diversidade sexual

«Atracção [sexual] para todos os géneros, incluindo os não binários», é um dos ensinos transmitidos no programa.

Isso é o conceito de educação indispensável para uma criança de 6 anos?

A sexóloga e a apresentadora do programa, María José Malia, questionaram as crianças sobre diversidade sexual, convidando-as a «entender que são as pessoas que vão construindo a sua identidade» «com o que sentem», ou «com a orientação do nosso desejo [sexual]».

Crianças de dez anos têm desejo sexual?

Desde o início do programa, fica clara a formatação que as crianças sofrem nas escolas e torna-se evidente que já consideram «normal» um menino vestir-se de princesa. Como disse uma das meninas, referindo-se a um rapaz que se vestia de princesa: «Alguns, com certeza [rir-se-iam dele] porque os seus cérebros acreditam que as meninas têm que usar uma coisa e os meninos outra».

Ao longo do programa, a activista trans concentrou-se em fazer com que as crianças interiorizassem três pontos-chave: 1) todos somos diferentes e que não há nada normal e/ou anormal; 2) a importância de visualizar [a realidade do género] em filmes, séries e nas ruas para a sua normalização; e 3) o conhecimento e educação que as próprias crianças trabalharam na turma.

Num dos pontos altos do programa, uma voz em off convidava os espectadores a perguntar-se se são meninos ou meninas para definir a sua identidade sexual: «quem somos e como nos autopercebemos», já que «todos temos mais ou menos características masculinas ou femininas».

Imediatamente a seguir, o canal infantil promoveu a ideia de que esta identidade é «uma forma de nos percebermos» e que, longe de ser aquela que corresponde a um homem ou a uma mulher «é construída ao longo da vida. A expressão de género é como tu mostras o teu género de acordo com os papéis que nos são atribuídos», enquanto a orientação sexual é definida «por quem tu sentes atracção física ou emocional de acordo com o sexo».

Esta opinião foi sustentada pela mesma sexóloga quando contou às crianças o exemplo da sua filha de 5 anos, cuja «mudança de identidade» ela mesma [mãe e activista da teoria do género] promoveu: «Ela não é minha filha, mas é meu filho, e ele sempre soube o que era. O que acontece é que ele não entendia como é que nós não o podíamos ver. Com 5 anos conseguimos entender o que ele estava a expressar-nos».


Saia, maquilhagem e saltos altos: «de meninos e meninas»

Em seguida, por meio de um jogo de expressão de género, no qual as crianças tinham que responder se a saia, a maquilhagem ou os saltos altos «são só para raparigas, para rapazes ou para ambos», a sexóloga e a apresentadora convidaram as crianças a descobrir «se as coisas de meninos ou meninas são realmente assim ou se podem mudar dependendo do tempo».

A resposta dos menores foi surpreendentemente equilibrada e todos responderam «para ambos». Não houve uma única voz discordante.

Um menino que, na melhor das hipóteses, terá 10 anos, afirmou: «Há alguns anos eu tinha um amigo que era bissexual». Ou seja, o seu amigo «há alguns anos» teria… 6, 7 anos? Nessa idade, as crianças podem ser definidas como bissexuais? Sabendo nós que, bissexual é aquele que sente atracção sexual e tem relações sexuais com homens e com mulheres… Crianças de 6, 7 anos já tiveram relações sexuais com pessoas de ambos os sexos? São bissexuais?

Além da ideologia imprópria para crianças, propagada pela sexóloga e pela activista trans, o que mais devia chamar a nossa atenção é a opinião e a convicção das crianças de que devem «ver-se mais gays e lésbicas na rua e ser mais normal». De acordo com um menino: «Se as pessoas dissessem o que pensam, seria mais normal usar saia e essas coisas». Haizea, uma menina, concluiu que as pessoas «deveriam falar mais sobre isso» e convidou-as a «informarem-se e a aprenderem».

Se os adultos se atrevem a fazer isso na televisão pública, o que não farão na sala de aula?

Se eles se atrevem a fazer isso na televisão pública, o que não farão na sala de aula?

E, por favor, não pense que isto é só em Espanha e que não acontece por cá, pois, além de filmes que explicam a crianças como se faz sexo[3] e passaram na RTP2, do Referencial de Educação para a Saúde, pág. 74, para o pré-escolar, recomendar: «Desenvolver a consciência de ser uma pessoa única no que respeita à sexualidade, à identidade, à expressão de género e à orientação sexual», e dos conteúdos da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, que promovem e incentivam a transexualidade[4], no dia 20-03-2019, numa página da Associação Projecto Be Equal, podia ler-se: «Olá pessoal. Hoje estivemos na Escola EB1 de Gueifães com uma turma do 2º ano do 1º ciclo do ensino básico […] Falámos sobre aceitação/felicidade/transgénero e discriminação com uma leveza maravilhosa … Crianças com 7/8 anos que nos inspiram a ser mais e melhores. Obrigada por existirem e sejam diferentes, tratem-se como iguais», este mês fomos invadidos pelos mupis (financiados pela FOXlife e pelo jornal “Público”) e vimos as ruas das nossas cidades inundadas de ideologia de género. “Aprender faz parte”, lê-se em nota de rodapé.

Qual é o objectivo disso?

Se, de acordo com os activistas lgbtetc. e alguns forma[ta]dores de opinião da nossa praça, as crianças não devem ser instruídas pelos pais, ou pela escola, a serem homens ou mulheres heterossexuais, porque é que associações radicalizadas podem instruí-las no tipo de sexo que promovem e defendem, e a mudar de sexo?

Por que não se fala desta guerra?


Maria Helena Costa
Escritora, autora de “Identidade de Género – Toda a verdade” e “#éhoradospais: Uma defesa do superior interesse das crianças

* A autora escreve segundo o anterior acordo ortográfico.


[1] https://www.religionenlibertad.com/polemicas/968111437/sexologa-activista-trans-adoctrina-ninos-clan-rtve.html

[2] https://tufirma.org/campaign-view/385/No_al_adoctrinamiento_trans_de_los_ni%C3%B1os_en_Aprendemos_en_Clan_TV

[3] https://www.youtube.com/watch?v=CpcQHezKNrc

[4] https://www.youtube.com/watch?v=xYrpc2G0OeY

Fonte: Inconveniente

sábado, 25 de junho de 2022

24 de Junho de 1128: Batalha de São Mamede

 


Na Era de 1166 (é ano de Cristo de 1128), no mês de Junho, em dia de S. João Baptista, começou a reinar Dom Afonso, ou a ter o senhorio de Portugal, vencidos primeiro seus contrários e excluídos do Reino, o qual lhe queriam usurpar, com ajuda e consentimento de sua mãe, Dona Teresa. Deu-se a batalha no campo de São Mamede, junto a Guimarães, na província dentre Douro e Minho.

Frei António Brandão in «Terceira parte da Monarquia Lusitana: Que contém a História de Portugal desde o Conde Dom Henrique, até todo o reinado d'El-Rei Dom Afonso Henriques», 1632


Fonte: Veritatis

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Nascimento de São João Baptista - João nasce quando os dias começam a diminuir e Jesus quando começam a aumentar

 


O nascimento de João e o de Jesus, e depois a Paixão de cada um, marcaram a diferença entre eles. Com efeito, João nasce quando o dia começa a diminuir; Cristo, quando o dia começa a crescer. A diminuição do dia no caso do primeiro é um símbolo da sua morte violenta; o crescimento do dia no caso do segundo é um símbolo da exaltação da cruz.

O Senhor revela também um sentido secreto desta palavra de João acerca de Jesus Cristo: «É necessário que Ele cresça e eu diminua.» Toda a justiça humana se consumara em João, acerca de quem dizia a Verdade: «Entre os filhos das mulheres, não surgiu nenhum maior do que João Baptista» (Mt 11,11). Nenhum homem teria, pois, podido ultrapassá-lo; mas ele era apenas um homem. Ora, na graça cristã, pede-se-nos que não nos glorifiquemos no homem, «mas se alguém se glorifica que se glorifique no Senhor» (2Cor 10,17): o homem no seu Deus; o servo no seu senhor.

É por este motivo que João exclama: «É necessário que Ele cresça e eu diminua.» Claro que Deus não diminuiu nem aumentou em Si mesmo, mas nos homens; pois à medida que progride o verdadeiro fervor, a graça divina cresce e o poder humano diminui, até que chegue à sua conclusão o reino de Deus, que está em todos os membros de Cristo, e no qual toda a tirania, toda a autoridade, todo o poder estão mortos, e Deus é tudo em todos (Col 3,11).

João, o evangelista, diz: «Ele era a verdadeira luz, que ilumina todo o homem vindo a este mundo» (1,9); por seu lado, João Baptista declara: «Nós recebemos tudo da sua plenitude» (Jo 1,16). Quando a luz, que é em si própria sempre total, cresce em quem por ela é iluminado, esse diminui em si mesmo, à medida que se vai abolindo nele o que estava sem Deus. É que o homem sem Deus nada pode, a não ser pecar, e o seu poder humano diminui quando triunfa a graça divina, destruidora do pecado. 

A fraqueza da criatura cede ao poder do Criador e a vaidade dos nossos afectos egoístas dissolve-se diante do amor universal, enquanto João Baptista nos grita, do fundo da nossa angústia, a misericórdia de Jesus Cristo: «É necessário que Ele cresça e eu diminua.»

Santo Agostinho in Sermão para o nascimento de João Baptista


quinta-feira, 23 de junho de 2022

Canto Gregoriano na Igreja da Rainha Santa Isabel, em Coimbra - 26 de Junho pelas 21h00

 


Exm.ºs Senhores!

 

No próximo Domingo, dia 26 de Junho, a partir das 21h00, realiza-se mais um recital do Programa Cultural das festas em louvor de Santa Isabel de Portugal, organizadas em 2022 pela Confraria da Rainha Santa Isabel.

 

Será um concerto religioso, "Laudes et Preces", pelo coro masculino Capela Gregoriana Psalterium, com a participação do coro feminino Vox Aetherea, sob a direcção do Doutor Alberto Medina de Seiça, coros que se têm dedicado a cultivar e a divulgar o canto gregoriano.

 

Canto Gregoriano é o canto litúrgico próprio da Igreja Católica, que é conhecido e apreciado por muitas pessoas, mas também pouco conhecido, ou até desconhecido, de muitas mais.

É um canto monódico executado por um coro em uníssono com eventuais trechos em solo e executado sem acompanhamento de instrumentos, daí o termo a capella”.

No seu ambiente próprio, na Igreja da Rainha Santa Isabel, em Coimbra, todos os presentes poderão conhecer melhor, apreciar e contemplar o canto gregoriano por coros da cidade de Santa Isabel de Portugal.

Neste dia 26 de Junho de 2022, a Confraria da Rainha Santa Isabel comemora também com este recital o 326.º aniversário da Dedicação (Sagração) da Igreja da Rainha Santa Isabel, ocorrida em 1696, pedindo a todos que se associem a esta efeméride.

Tendo presente todos os condicionalismos indicados nas orientações da Conferência Episcopal Portuguesa e das autoridades de saúde, de modo a preparar o melhor acolhimento de todos, informa-se ainda que a entrada é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia até às 13h00 de Sábado, dia 25 de Junho, pelos telefones 239441674 / 918048310, ou para o e-mail <secretario@rainhasantaisabel.org>


Com os melhores cumprimentos,

Joaquim Costa e Nora

(presidente da Mesa Administrativa da Confraria da Rainha Santa Isabel)

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Nunca a humanidade viveu tão às cegas

 


Coimbra, 26 de Fevereiro de 1948 – Tanto jornal, tanta rádio, tanta agência de informações, e nunca a humanidade viveu tão às cegas. Cada hora que passa é um enigma camuflado por mil explicações. A 'verdade', agora, é uma espécie de sombra da mentira. E como qualquer de nós procura quase sempre apenas o concreto, cada coisa que toca deixa-lhe nas mãos o simples negativo da sua realidade.

Miguel Torga in «Diário», 1999 (póstumo)


Fonte: Veritatis

terça-feira, 21 de junho de 2022

Medicina em Portugal: a morte da competência e o falso amanhecer

Quando nos apercebemos que a experiência e o saber são substituídos por burocratas que tomam conta das nossas vidas e da nossa actividade como médicos e pessoas, descobrimos que estamos num beco sem saída.

Alguns de nós, médicos, muitos em fim de vida profissional, questionaram-se sobre as alterações nas carreiras e na nomenclatura dos graus, que eram por concurso público. Por exemplo, do termo de Chefe de Serviço mudou para Assistente Graduado Sénior, que parecia uma pequena alteração semântica mas que apenas serviu a muito poucos, no termo e no proveito, dos decerto “ungidos”. Não houve desde 2006 progressão nas ditas carreiras, o que foi causa já longínqua da fuga de muitos para o sector privado e da entrada condicionada de poucos. Isto pode ferir os ouvidos de alguns, mas mais, decerto, concordam com o que afirmo e justifico.

A Ordem dos Médicos, e os seus bastonários, (não todos, relembro o meu querido bastonário Senhor Doutor Gentil Martins) também consentiram. Uma Ordem, amedrontada e tolhida com as críticas lançadas pelo politicamente correcto e com medo das acusações de corporativismo de classe, com origem no vulgo, no desconhecimento e nos mal intencionados. Mas, essencialmente preocupada com a manutenção do “status quo” e a porta giratória do Estado partidarizado.

Assim, para que servem as palavras vazias e os actos no papel, se nada melhore e tudo se degrada, no funcionamento e na qualidade? O gosto pelo que se faz degenera em desalento, decerto não causador de mau desempenho, mas provocando a fuga dos melhores que solidariamente apoiavam os mais novos e os formavam graciosamente. A qualidade diminui de forma drástica até ao ponto em que o limiar inferior da aptidão pode ser causador das desgraças dos diagnósticos tardios e erros sucessivos.

Os grandes gestores e mestres dos cursos a metro, criados “à la carte”, os dos numerosos cargos dos órgãos intermédios, criados em catadupa pelas várias “Leis de Bases”, recearam aquilo que nunca conheceram, por pouco ou nada exercerem na nobre arte da Medicina e da vida profissional de todos os dias: o espírito de corpo, de equipa e de solidariedade, a amizade criada no trabalho e na satisfação do bem fazer, o desalento também da tristeza da morte daqueles por quem nada podemos mais fazer, sobrando apenas reconfortar o que está ao nosso lado e os entes queridos dos que não resistiram.

Muitos de nós, uns, já aposentados, outros que mais cedo, por infelicidade, adoecem, ou temem adoecer, quantas vezes nos questionaram a nós próprios ou em conversa informal, se um dia estivermos na eminência de uma dessas situações atrás descritas, dos medos e receios, porque sabemos o que o simples cidadão não sabe, de ser alvo de erros repetidos de muitos que pensam ser a praxis médica uma ciência de algoritmo e que basta não estar na equação, o Y ou o Z, para que tudo corra mal. Ou não bastando apenas, ter-nos calhado em sorte, no atendimento, a nós, a um familiar nosso, tomando o caso particular. Ou, no sentido geral, a um doente por nós enviado, para cuidados hospitalares específicos, um ser sensato e sabedor que nos irá valer. O que será de facto, azar ou sorte, porque tudo aquilo a que esse colega, tem de recorrer, desde os factores humanos, aos físicos, não está lá e se esses factores estão, não funcionam como deveriam, na grande maioria das vezes, levando então o caso para a pura ajuda de Deus, de nos valer a natureza, ou o resvalar para erro seguido do erro (fruto já da formação pós-graduada em declínio), acabando na consequência mais tenebrosa.

Será este pensamento simples medo sem razão ou medo justificado por casos, demasiadas vezes verificados, no assim chamado SNS?

Hoje, a excepção da falha nos serviços hospitalares ou dos cuidados menos diferenciados, chamados Cuidados de Saúde Primários – mas não menos importantes, porque primeira barreira -, não estará a caminhar para a regra?

Porque ficam os concursos desertos?

Porque só funcionam as USF modelo B e porque não são escrutinadas sem influência dos ligados ao poder, desde sempre e que são os avaliadores e criadores dos chamados indicadores? Será injusta esta afirmação?

Então porque é que há Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo A que não chegam a B, nunca, razão da saída de muitos e não entrada de outros tantos? O mesmo – pior ainda! -, se passa com as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP).

Porque há tanta discrepância nos incentivos de tantas USF modelo A, ou sejam, nenhuns em relação às B?… Como exemplo, os domicílios remunerados.

Tudo isto e muito mais, que não digo por pudor, leva a diferenças entre pares, mas também em relação aos utentes porque as USFs modelo A e as UCSPs se extinguirem, por os médicos as abandonarem e poucos entrarem, criou um problema de injustiça e inconstitucionalidade: os utentes deixaram de ser todos iguais porque estes ficaram sem médico de família por não pertencerem a uma USF B!

Quantos de nós se interrogam hoje, por múltiplas experiências, ou por conhecimento de outras, que o sistema faliu e falha há muito, sistema nacional, serviço nacional ou o que quiserem chamar?…

Antes, a formação era dada porque havia hierarquia baseada no valor, havia respeito e reconhecimento pelo saber, até ao fim da vida clínica porque havia, e há sempre, qualquer coisa nova para aprender, entre nós todos – os mais novos e os mais velhos – porque a equipa era um meio de enriquecimento do conhecimento, uma forma de criar elos de amizade e gratidão que nos acompanhariam para sempre.

Hoje, com tantas “reformas” realizadas por burocratas, coadjuvados por  indivíduos, que seguem a liturgia das várias tendências políticas coladas ao poder, usam a semântica e a retórica da cegueira, insultam os que os interpelam, para atingir fins pessoais, ou de grupos parasitas, ultrapassando tudo e todos, chegando sem pudor ao topo das carreiras, provocando o degenerar dos “Serviços”,  que deixaram de existir, para ser substituídos por um grupo de gente, em que uns se  sentem  perdidos, outros, com vergonha ou receio de má resposta, por pedir ajuda numa simples opinião,  outros ainda, desanimados e já sem vitalidade ou paciência para receber ordens de um qualquer nepote político que subiu na hierarquia, porque tem um mestrado, sem interesse para o caso e para a função, e com adenda  de condição, dada por padrinho político das seitas em vigor, devidamente publicada no Diário desta República.

Assim, concluído o vazio instalado, na hora da decisão, esta, é negada ou procrastinada pelo burocrata ou por tabela de valor, definido em uma qualquer norma ou directiva sem sentido, verificando-se então, que morreu o exercício da clínica em tudo o que ela deveria ser, a pedra basilar do exercício da Medicina, por mais modernos que sejam os tempos, ou pelos  vários significados de se ser moderno nos tempos que correm.

O novo desenho dos engenheiros sociais desconstrói a sociedade em todos os seus ramos. No caso a Medicina, neste nosso pobre País, permitida pelo silêncio de uns, encolher de ombros de cada mais gente e aplaudida  pelos que o aproveitam, levando a que as carreiras médicas e também as de enfermagem, fossem esvaziadas dos conteúdos necessários, através de escalões que paralisaram, num caso, e redução a quase zero no outro, levando ao abandono, por ultrapassagens sem mérito, com as consequências que só os que nada querem ou devem aos poderes instalados, percebem e desprezam, abandonando  por aposentação ou demissão para trabalhar noutros locais em que são mais bem tratados, fora do Estado.

Criaram os vários engenheiros das mil reformas e repristinações, que pertencem sempre aos mesmos grupos, estruturas que se atropelam e sobrepõem em funções, aumentando o número de burocratas e despesa a eles colada, porque foi preciso matar a competência, coisa que odeiam e a que são alheios, levando à morte dos serviços e, já agora, ao erro da decisão e estas à fuga em massa dos mais capazes. 

Hoje como muitos de nós observam, se aparece situação complicada ou que tal pareça de início, as portas dos gabinetes fecham-se a quem pede ajuda e cada vez mais, há surdos e mudos e corredores vazios, para ajudar numa decisão, como sucedeu na crise Covid, espoleta que rebenta todos os dias.

Sei que a clínica nunca deixou de ser um acto solitário para muitos de nós. Mas tempos houve, em que o pedido de uma opinião era bem recebida, com um simples telefonema, com um olhar ou uma palavra, baseada no antigo Juramento de Hipócrates – porque o novo, deixei de o ler no primeiro parágrafo por ser coisa de regime político demasiado secularizada. 

Podem fazer as leis de bases da saúde que quiserem e fizeram, usando uma geringonça de interesses, sem olhar para o bem comum, apenas para as ideologias amalgamadas, com mais ou menos pressas, agenda de conveniência ou marca de dono, mas o que é certo, é que o objecto delas, é já cadáver, não servindo o doente ou conforme o caso da retórica em uso, utente (do latim, aquele que usa, usuário), palavra despropositada, porque destes, muitos se querem, não usam, porque não têm acesso, os que têm esperam e desesperam, outros, tiveram sorte de cair em serviço ainda vivo e com qualidade, o que é excepção, restando, à grande maioria, o que a natureza lhes determinou.

Muitos outros ainda têm a sorte de usufruir de um seguro de saúde de grupo pago por empresa empregadora, por sacrifício pessoal, ou subsistema que as hienas ainda não destruíram.


J. Lopes

Fonte: Inconveniente

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Onde anda o povo?

 



Há mais de uma semana que só se ouve falar do caos que está instalado no Serviço Nacional de Saúde: serviços de urgência fechados por falta de médicos, um bebé que morre por falta de médicos, sindicatos que revelam a falta de condições de trabalho dos profissionais da saúde que fazem demasiadas horas extraordinárias.
O Executivo do PS, que governa há sete anos, não fez rigorosamente nada pela Saúde. Assaltou o poder – quando não ganhou as eleições – herdando um país que se começava a erguer depois de outro Executivo PS (o de José Sócrates) nos ter atirado ao charco e, no entanto, deixou que os profissionais da Saúde continuassem a trabalhar sem condições, levando-os à exaustão.

Depois veio a pandemia e Governo de António Costa – que não tinha feito rigorosamente nada pela Saúde – confinou hospitais e centros de saúde. Resultado? Milhões de portugueses que ficaram sem acesso a consultas, cirurgias e exames médicos e que agora estão a braços com doenças, nomeadamente cancros, já em estado avançado, o que dificulta a sua recuperação.

E agora eu pergunto: onde é que está o povo? Pois não é o povo que paga, todos os meses, com os descontos que faz nos seus salários este desgoverno das coisas? Pois não é o povo que, não tendo condições financeiras para recorrer ao sector privado, fica, em alguns hospitais, mais de 800 dias à espera de uma cirurgia? Pois não é o povo que sofre na pele a gestão danosa que os governos do PS fazem do erário público?

Onde é que está o povo que não sai à rua em protesto com tudo isto? Onde é que está o povo que reclama melhores salários e maiores pensões? Onde é que está o povo?

“É preciso é haver saúde”, é o que todos dizem, porque havendo saúde tudo o resto, bem ou mal, se consegue. Mas a questão é: não há saúde! E não havendo saúde como é que se consegue tudo o resto?

O que é preciso para viver é saúde. E por que razão o povo não sai à rua para dizer isso ao Governo? Por um lado, eu compreendo o porquê, é que os sindicatos disto e daquilo são controlados pela esquerda que gosta de manter o povo sereno e na miséria. Mas por outro lado, não consigo compreender.

Se não se sai à rua para exigir saúde, sai-se à rua para quê?

A esquerda acha que tem a rua fechada às suas vontades, mas o povo tem de lhes dizer que já CHEGA.


Patrícia Carvalho


Fonte: Folha Nacional

sábado, 18 de junho de 2022

A Sociedade Tradicional por oposição ao Liberalismo - Parte I

O Homem é na sua essência sociável.

Este facto levou-o a agregar-se a outros homens, formando assim, pequenos povoados, aldeias, cidades, uma sociedade.
Na sua base sempre esteve presente uma necessidade de complementaridade de esforços, o que o levou a adicionar a sua perícia e as suas ferramentas a outros, na construção e desenvolvimento da sua comunidade, funcionando por isso como um pequeno e determinante tijolo, na construção de uma casa.
Se o Homem no seu labor é um pequeno e eficaz tijolo, o Cristianismo funciona como o cimento que consolida a obra, lhe dá forma e o conduz à monumentalidade de uma Catedral e porque vivemos em sociedade, essa condução eleva o Homem e as sociedades onde ele se insere, ao Bem Comum.
Por ser uma construção natural, foi erigida ao longo dos tempos através de um conjunto complexo de pequenos governos que garantiam a liberdade de cada comunidade e corpos de base, a justiça das medidas tomadas, contribuindo para o harmonioso funcionamento de um governo superior, o qual depois de ouvidos os anseios e necessidades desses sucessivos governos, lhes dava a resposta, garantido a prossecução de um bem comum a todos.
Se os corpos de base asseguravam a gestão do seus rendimentos, tinham também a função de limitar o poder da comunidade, município e da própria sociedade, contribuindo assim para a detecção e eliminação de caciquismos, oligarquias e despotismos.
Contudo e tal como um informático que conhece e escolhe as ferramentas mais adequadas ao seu trabalho, as mesmas são inúteis , se bem que possam ser complementares, ao trabalho de um cirurgião.
Como se pode aperceber, esta visão experiente e pormenorizada de uma realidade próxima revela-se insuficiente, há medida em que formos subindo na sociedade, pois até ao médico, na sua especialidade, não se lhe pode ser exigida uma visão global dos hospitais de um Município, ou de toda a Sociedade.
Assim, o objetivo de uma comunidade, ou de uma corporação não poderá ser o governo de um Município ou de uma Pátria, porque é incapaz de ter uma visão tão alargada, nem tal lhe pode ser exigido. O seu dever passa por conhecer profundamente os anseios dos que a compõe, resolver os conflitos e governar a Comunidade, garantindo o seu bem-estar, prosperidade e o caminho para o Bem Comum.
Já ao Rei cabe-lhe a visão mais ampla, respondendo aos conselhos das Cortes, as quais são por isso e ao mesmo tempo, o factor limitador do poder Régio.
Por outro lado, os representantes dos municípios nas Cortes verão toda a sua actuação, julgada pelo próprio município e os representantes das comunidades nos municípios deverão também prestar contas perante o tribunal da Comunidade e assim sucessivamente até aos corpos de base da sociedade, garantindo-se assim que o poder de cada representante é limitado por quem o indicou para o cargo.
(Jornal Agora!)

Por Deus, Pátria, Foros e Rei