segunda-feira, 20 de junho de 2022

Onde anda o povo?

 



Há mais de uma semana que só se ouve falar do caos que está instalado no Serviço Nacional de Saúde: serviços de urgência fechados por falta de médicos, um bebé que morre por falta de médicos, sindicatos que revelam a falta de condições de trabalho dos profissionais da saúde que fazem demasiadas horas extraordinárias.
O Executivo do PS, que governa há sete anos, não fez rigorosamente nada pela Saúde. Assaltou o poder – quando não ganhou as eleições – herdando um país que se começava a erguer depois de outro Executivo PS (o de José Sócrates) nos ter atirado ao charco e, no entanto, deixou que os profissionais da Saúde continuassem a trabalhar sem condições, levando-os à exaustão.

Depois veio a pandemia e Governo de António Costa – que não tinha feito rigorosamente nada pela Saúde – confinou hospitais e centros de saúde. Resultado? Milhões de portugueses que ficaram sem acesso a consultas, cirurgias e exames médicos e que agora estão a braços com doenças, nomeadamente cancros, já em estado avançado, o que dificulta a sua recuperação.

E agora eu pergunto: onde é que está o povo? Pois não é o povo que paga, todos os meses, com os descontos que faz nos seus salários este desgoverno das coisas? Pois não é o povo que, não tendo condições financeiras para recorrer ao sector privado, fica, em alguns hospitais, mais de 800 dias à espera de uma cirurgia? Pois não é o povo que sofre na pele a gestão danosa que os governos do PS fazem do erário público?

Onde é que está o povo que não sai à rua em protesto com tudo isto? Onde é que está o povo que reclama melhores salários e maiores pensões? Onde é que está o povo?

“É preciso é haver saúde”, é o que todos dizem, porque havendo saúde tudo o resto, bem ou mal, se consegue. Mas a questão é: não há saúde! E não havendo saúde como é que se consegue tudo o resto?

O que é preciso para viver é saúde. E por que razão o povo não sai à rua para dizer isso ao Governo? Por um lado, eu compreendo o porquê, é que os sindicatos disto e daquilo são controlados pela esquerda que gosta de manter o povo sereno e na miséria. Mas por outro lado, não consigo compreender.

Se não se sai à rua para exigir saúde, sai-se à rua para quê?

A esquerda acha que tem a rua fechada às suas vontades, mas o povo tem de lhes dizer que já CHEGA.


Patrícia Carvalho


Fonte: Folha Nacional

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